Incontáveis são as falhas cometidas em 90 minutos por aqueles que vão a campo. Quase todas acabam se diluindo em meio aos desacertos seguintes ou a circunstâncias outras. Quanto muito, um desses tantos erros fica marcado para sempre, determinando a história de um jogo ou mesmo de um campeonato. Ainda assim, será involuntário e acidental, definido em uma fração de segundos.
O erro cometido pelo técnico que dirigiu o Palmeiras neste clássico contra o SPFC, no entanto, é daqueles que se cometem de maneira consciente, uma vez que pensado durante toda a semana e perpetuado por longos, torturantes e irreversíveis 45 minutos. Era mais do que evidente que não se poderia armar um time do jeito como ele armou - menos ainda contra o adversário em questão.
As consequências já eram previsíveis desde a hora em que ouvi alguém anunciar a grotesca escalação na rampa de acesso ao Morumbi. Ficou pior com a bola rolando, e 15 minutos de jogo bastaram para evidenciar o que estava por vir. Era hora de corrigir a deficiência que ele próprio inventou, mas o técnico preferiu a omissão. Manteve aquela situação insustentável, assistiu ao time levar dois gols e então já era tarde demais.
Sim, a derrota poderia vir mesmo com um time bem escalado - porque o adversário teve uma tarde das mais inspiradas -, mas, na situação em que está o Palmeiras, o técnico não tinha o direito de fazer experiências logo em um clássico como este.
Dói, eu sei. Mas agora devemos pensar no jogo ainda mais decisivo da próxima quinta-feira. Vamos a Araraquara, senhores!
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Sei que não é o caso de ficar revirando o passado, mas uma reflexão de ordem conjuntural se faz necessária. Aliás, dois pontos para uma única reflexão. Vamos lá:
1. Se levarmos em conta também a Portuguesa, o Palmeiras disputou neste Brasileirão sete clássicos até o momento - falta apenas mais um, contra o Santos na última rodada. Foram dois empates e cinco derrotas - ou dois pontos em 21. É o pior desempenho de toda a história do clube. Reflitam sobre isso.
2. Com exceções pontuais (Paulista/2008 e Copa do BR/2012), o Palmeiras mostra desde 2002 (ano do rebaixamento) suas deficiências e a a fraqueza de ordem estrutural exatamente em partidas eliminatórias ou em clássicos e duelos contra outros grandes. Porque o time pode até se sair bem em jogos intermediários, mas sucumbe quando dele se espera algo mais. Os números estão aí para comprovar isso que digo, e nada pode ser mais vergonhoso do que o tabu de 11 anos sem vitórias contra o SPFC em seu estádio. Depois daqueles 4 a 2 do gol do Alex, foram mais 19 jogos, com 7 empates e 12 derrotas. Um vexame:
21.04.2002 SPFC 1-1 Palmeiras - 29.467 - Rio-SP
27.04.2002 Palmeiras 2-2 SPFC - 24.124 - Rio-SP
02.10.2004 SPFC 2-1 Palmeiras - 12.501 - Brasileiro
20.02.2005 Palmeiras 0-3 SPFC - 36.832 - Paulista
25.05.2005 SPFC 2-0 Palmeiras - 60.343 - Libertadores
04.08.2005 SPFC 3-3 Palmeiras - 14.810 - Brasileiro
05.02.2006 SPFC 4-2 Palmeiras - 30.970 - Paulista
03.05.2006 SPFC 2-1 Palmeiras - 55.080 - Libertadores
24.05.2006 SPFC 4-1 Palmeiras - 7.861 - Brasileiro
01.04.2007 SPFC 3-1 Palmeiras - 25.936 - Paulista
27.05.2007 SPFC 0-0 Palmeiras - 20.873 - Brasileiro
13.04.2008 SPFC 2-1 Palmeiras - 37.203 - Paulista
13.07.2008 SPFC 2-1 Palmeiras - 22.235 - Brasileiro
28.03.2009 SPFC 1-0 Palmeiras - 18.289 - Paulista
30.08.2009 SPFC 0-0 Palmeiras - 41.083 - Brasileiro
26.05.2010 SPFC 1-0 Palmeiras - 15.522 - Brasileiro
28.02.2011 SPFC 1-1 Palmeiras - 26.238 - Paulista
21.08.2011 SPFC 1-1 Palmeiras - 16.813 - Brasileiro
06.10.2012 SPFC 3-0 Palmeiras - 34.941 - Brasileiro
Estive em todos os 19 jogos acima citados - e em todos os demais desde os anos 90 - e a impressão de quem viveu tão intensamente todos esses confrontos da última década é que, aconteça o que acontecer, a vitória não virá. Seja por chegarmos quase sempre com um time tecnicamente inferior, seja porque a sorte raramente nos acompanha nesse tipo de embate, seja porque a arbitragem é sempre um enorme empecilho. Nada disso, no entanto, é capaz de explicar uma sequência de sete empates e 12 em um período tão longo.
Por mais que haja elementos que se repetem de maneira insistente nessa longa trajetória (é um turno inteiro do Brasileiro, porra!), a chave para entender tamanho fracasso é conjuntural - e os senhores sabem bem do que se trata.
Além dos encontros no Morumbi, Palmeiras e SPFC se enfrentaram outras 18 vezes desde 20 de março de 2002 - quase sempre com mando alviverde. Foram sete vitórias, sete empates e quatro derrotas. Levamos vantagem, é verdade, mas é uma vantagem menor do que a necessária para quem joga "em casa" e insuficiente para compensar o terrível retrospecto no Morumbi. Vamos à lista:
19.05.2002 Palmeiras 0-2 SPFC - Anacleto Campanella - 5.839
22.05.2002 SPFC 2-2 Palmeiras - Canindé - 6.710
02.10.2002 Palmeiras 1-1 SPFC - Pacaembu - 24.780
27.06.2004 Palmeiras 2-1 SPFC - Pacaembu - 12.523
18.05.2005 Palmeiras 0-1 SPFC - Palestra - 18.947
12.11.2005 Palmeiras 2-1 SPFC - Pacaembu - 5.252
26.04.2006 Palmeiras 1-1 SPFC - Palestra - 18.621
24.09.2006 Palmeiras 3-1 SPFC - Prudentão - 20.839
29.08.2007 Palmeiras 0-1 SPFC - Palestra - 16.124
16.03.2008 Palmeiras 4-1 SPFC - Santa Cruz - 28.422
20.04.2008 Palmeiras 2-0 SPFC - Palestra - 27.680
19.10.2008 Palmeiras 2-2 SPFC - Palestra - 26.676
24.05.2009 Palmeiras 0-0 SPFC - Palestra - 12.000
21.02.2010 Palmeiras 2-0 SPFC - Palestra - 13.590
19.09.2010 Palmeiras 0-2 SPFC - Pacaembu - 15.011
27.11.2011 Palmeiras 1-0 SPFC - Pacaembu - 18.364
26.02.2012 Palmeiras 3-3 SPFC - Prudentão - 19.161
15.07.2012 Palmeiras 1-1 SPFC - Arena Barueri - 8.374
Como se vê, foram sete estádios diferentes para apenas 18 jogos, e isso é também sintomático do estágio a que chegamos - em especial as opções por Ribeirão, Prudente e Barueri.
Ao final, somados os jogos "em casa" e fora, temos um cenário que em nada combina com um clássico: apenas sete vitórias conquistadas em 37 jogos, contra 16 triunfos do nosso rival e outros 14 empates. E é exatamente por isso que perdemos na década passada uma longa supremacia histórica, que já completava 70 anos.
Que a democracia nos devolva o gigante Palmeiras e aí haveremos de recuperar o que os velhos malditos nos tomaram.
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Do Painel FC de sábado, 06.10.2012:
Outro lado... A escalação de Paulo César de Oliveira para o clássico de hoje expôs não só a falta de articulação política do Palmeiras com a CBF mas também a força que o árbitro tem nos bastidores.
...da moeda. Ao conseguir voltar a atuar em um jogo do Palmeiras -num clássico contra o São Paulo-, Oliveira demonstrou poder perante à cartolagem. Segundo amigos, o juiz tem anseios de fazer uma carreira política dentro da arbitragem brasileira.
Em alta. O árbitro desfruta de prestígio dentro da Federação Paulista de Futebol.
Amém!
ResponderExcluiresse jogo 3x0 foi pouco
ResponderExcluirValdivia machucado novamente...
ResponderExcluirÉ claro que pode acontecer com qualquer jogador, mas se fosse em outros tempos, o camarada ficaria até o fim, com ou sem joelho!
só faltou reclamar do juiz nesse post...
ResponderExcluirRespeitando sua opinião o atual técnico do Palmeiras, Gilson Kleina não posssui nenhuma margem de erro, neste final de C.B.
ResponderExcluirPois afinal seu antecessor o badaladisimo Luiz FElipe Scolari comseguiu perder 15 jogos, deixar o time na rabeira do campeonato e fugir quando percebeu a situação que o time estava.
Espero que no proximo jogo diante do time paranaense, Gilson Kleina mande para o campo atletas que efetivamente estejam motivados a jogar pelo Palmeiras.
A situação é complicada mais ainda existe pontos a serem disputados e com bons resultados podemos sair desta incomoda situação que o homem dos 700 mil por mês nos deixou.
Tem jogadores que não tem condições de vestir o manto do Palmeiras e nem sequer ser JOGADOR PROFISSIONAL, como marcio araujo (só toque de lado), daniel carvalho (pesa 100Kg), mauricio ramos (zagueiro pesadão e lento demais, tomou um baile daquele bambi lucas) etc.
ResponderExcluirO valdívia não faz nada o q se espera dele, ainda mais nos momentos decisivos, como foi o clássico de ontem.
E ainda por cima aquele bicha do denilson (refugo de time inglês) acerta um chute q nunca mais vai conseguir durante toda a vida...
Só contra agente acontece essas coisas...
o q achou do público total? 34.000 foi pouco. O palmeiras colocou 31.000 num jogo contra a ponte, imagina se fosse um clássico...
Os bambi não lotam o panetone há MUITO TEMPO...
Abs
Prezado Barneschi,
ResponderExcluirPenso exatamente como você. Eu também ao ouvir a escalação arrepiei! Achei péssima e equivocada. Não deu outra. Os rosas chegaram atropelando e não tínhamos reação. Era pra mudar logo, perceber o erro, tentar melhorar...Mas, lamentavelmente, o kleina nada fez! Agoniante, pois você quer ser o técnico nesta hora. Depois da expulsão do malugquete e da lesão do chileno, ficou mesmo impossível. Que o nosso treinador tenha aprendido a lição! Ainda dependemos só de nós mesmos. É seguir apoiando. À Araquara, para matar ou morrer!
É continuar de cabeça erguida, a derrota para as bicholas estava na conta, afinal era clássico, uma vitória seria excelente, porém a derrota não é o fim. Sobre o Gilson Kleina, acho ele um bom técnico. Espero que haja tempo para nos safar e enfim começar VIDA NOVA em 2013. Porque essa vida de perder todos os clássicos ou empatar e todo ano brigar pra não cair já encheu o saco !
ResponderExcluirDanillo Bovi
acho engraçado...vejo em comentarios..."o valdivia não fez oq esperavamos dele"
ResponderExcluircara esse valdivia é um verdadeiro mago mesmo....pq deve fazer magica pra fazer a torcida acreditar que ele é joga bola...
Sobre o Kleina espero que com essa derrota ele entenda que é técnico do PALMEIRAS e não destes times 1/2 boca que ele andou rodando na sua carreira, têm que ter outra postura e não achar que dando uma de prof. Pardal vai se dar bem, o buraco aqui é mais embaixo, imprensa de olho, torcida enorme pressionando... mas acho que sairemos desta!
ResponderExcluirAbs
Jogo lamentável, pra esquecer. Bora apoiar pra quinta-feira.
ResponderExcluirRidículo o histórico, o jogo, a escalação.
ResponderExcluirDe qualquer forma, infelizmente, pelo contexto, era de se esperar nenhum ponto nessa rodada, ainda que nossos corações teimassem em acreditar no contrário.
Quinta-feira será o jogo que definirá tudo. Se não ganharmos, podemos nos acostumar com a Série B. Se ganharmos, a Esperança volta e teremos chances reais de escapar.
Isso é meio óbvio, mas realmente a sobrevivência dependerá de quinta. Qualquer resultado que não seja a vitória trará aquela sensação de insegurança (que nós e esse grupo de jogadores frouxos conhecemos bem) e, o resultado, todos nós conhecemos.
Por isso, todo ser palestrino desse Universo precisa fazer o esforço máximo e ir p/ Araraquara, se esgoelar lá dentro e não voltar sem a vitória.
Na minha opinião, é (possibilidade de) vida ou morte (garantida).
estive em varios destes jogos e realemente nao ta dano pra chamar de classico mais. só tomamos bucha. daqui a pouco, nosso classico sera contra o coritiba!
ResponderExcluirBoa tarde a todos,parabens pelo post Barneschi, sua indignação é de todos, os classicos são guerras eternas, não ha resultado pior que a derrota, a humilhante tragetoria, nos põe a margem da historia, temos uma supremacia em titulos , em dignidade e fatos, os pederastas são o esgoto dos clubes rufiões desta terra, não ha respeito aos larapios, sendo claro que estes resultados malditos e concretos , são reflexo da tragetoria feudal do poder barato e tosco dos atuais gestores do clube, sendo ausente o bom senso e profissionalismo em administrar a paixão de quinze milhões de Palmeirenses, que tem ainda a esperança de terem o Palmeiras na serie A em 2013, pois são trinta pontos a disputar, sendo necessarios vinte, algo possivel e viavel, é só ter sangue nos olhos, apenas coragem!
ResponderExcluirClaudio Longo!
Claudio, o correto é trajetoria! infelizmente, nao temos a supremacia em titulos, é so olhar pra libertadores e mundiais. estamos muito atras. e agora perdemos a supremacia em confrontos diretos. maldita gestao!
ResponderExcluirClaudio Longo
ResponderExcluirlarga de ser lunatico!!
Concordo com todos comentários mas uma coisa me deixa intrigado.
ResponderExcluirO que o Kleina pensou sobre Valdivia e Daniel Carvalho não é a coisa mais absurda do mundo.
É só voltarmos atrás e ver que quando o Daniel Carvalho chegou, o pedido da nossa torcida sempre foi pro Felipão entrar com Chinelo e o Daniel no meio, e foi isso que o Kleina fez. Ou tô errado?
O que eu acho que ele errou é na escalação do Maldito Caramujo e não ter corrigido enquanto teve tempo. Até na expulsão do burro do Arthur ele poderia ter sacado que ia acontecer.
Agora creditar toda a culpa desse jogo no técnico naõ dá, o time não correu, não marcou não fez nada.
Só uma coisa, o Tiago Real não é a salvação nem nunca será, mas desde que ele chegou, fez mais que o Valdívia nos 17 (?) jogos que esteve em campo - nenhum gol, nenhuma assistência.
E ainda tem fã-clube eterno. Vaza Chinelo!
Saudações e vamos sair dessa.
Tambem acho que a culpa do resultado não foi toda do tecnico, mesmo por que, 99,8% dos torcedores do Palmeiras sempre pediram pra jogar com o Chileno e o Barril, e nunca vimos isso....
ResponderExcluirNo jogo contra o Milionarios, o Barril jogou bem, e com o time embalado seria a chance de jogar com os dois juntos....
Só que aih, entra os detalhes, Caramujo, Artur, Falta de vontade...
Eu não consigo entender como um time como o Palmeiras tem jogadores que entram em campo em um classico e precisando ganhar o jogo, sem nenhuma vontade, perdendo toda dividida para as bichas, não correndo, não dividindo, não jogando....
Como li em um comentario.... Kleina seja bem vindo ao Palmeiras, e tenha coragem de sumir com esses ratos que ainda vestem a camisa do Palmeiras.