Mais importante que isso, no entanto, é observar o prejuízo que teremos com a perda absurda de dois mandos de campo e com o consequente acúmulo de seis jogos seguidos longe de São Paulo.
O camisa 10 escolheu bem os termos ao definir a decisão do STJD, este antro de vagabundos desqualificados, como "palhaçada". É isso aí mesmo. Porque o tribunal repete decisões equivocadas, desmedidas e desproporcionais em nome de um conceito torpe de justiça e não leva em conta que tais punições não têm qualquer efeito prático, porque não atuam diretamente sobre a causa dos supostos incidentes que estão sendo julgados.
Mas não é momento de entrar nesse debate. Quero me concentrar nos efeitos técnicos da decisão. Afinal, a campanha alviverde em sua casa provisória, o Pacaembu, neste 2013 é a melhor que o clube já ostentou como mandante desde o longínquo e inesquecível 1999.
Vejam abaixo os dados, que consideram os mandos de campo no Palestra entre 1999 e 2010 (até maio) e no Pacaembu entre 2010 (a partir de maio) e 2013:
Notem os senhores que uma vitória no último sábado teria colocado a campanha 'caseira' em 2013 como superior até mesmo à obtida em 1999 - e então seria necessário buscar o comparativo com uma trajetória ainda melhor, a de 1996.
Em que pesem a qualidade dos adversários ora enfrentados e mesmo o fato de já termos perdido seis mandos de campo neste ano, é de observar a ascensão no Pacaembu desde que teve início a reforma do Palestra (algo que eu já havia observado em abril deste ano).
Depois de um primeiro semestre de 2010 titubeante (mas com grande média de público, devida à Copa Sul-Americana e ao "efeito Felipão") na cancha municipal, o Palmeiras sofreu no biênio 2011/2012 com a constante indecisão da dupla de imbecis Tirone/Frizzo, dispersando seus mandos de campo entre Pacaembu, Canindé e Arena Barueri - daí o baixo número de jogos no Paulo Machado de Carvalho.
2013, no entanto, foi o ano da consolidação de uma única casa (mérito da nova gestão, conforme eu já registrei anteriormente) e então o Palmeiras disparou para um aproveitamento de quase 80% dos pontos no estádio municipal - as duas derrotas aconteceram em um tropeço inconsequente contra o Penapolense e depois contra o Tijuana. De resto, foram 18 vitórias em 25 jogos.
Agora partimos para um período de quase um mês longe de São Paulo, e a diretoria poderia levar em conta esta situação, o iminente retorno à Série A e também os muitos deslocamentos pelo país ao buscar uma solução adequada para definir o local destes dois jogos de punição que teremos de cumprir.
Se o prejuízo técnico parece incontestável, é de se esperar ao menos que a escolha de nossos dirigentes possa minimizar este impacto e permitir ao torcedor da capital o direito de poder viajar para ver o time em campo em pelo menos um desses dois duelos.
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_Para os que defendem austeridade sem colocar os pés na arquibancada, jogar em São Paulo ou em qualquer lugar do interior é a mesma coisa. Para quem vai a todos os jogos, no entanto, essa indefinição sobre o local é quase uma tortura. Porque disso depende boa parte da nossa programação de vida: viagens, passagens aéreas, pedidos de folga, deslocamentos intermináveis, horários ruins.