20 novembro 2014

Para a posteridade

Que fique aqui registrado, para a posteridade, que o senhor Paulo de Almeida Nobre é o responsável por fazer a Sociedade Esportiva Palmeiras ir a campo, logo no retorno para casa, representada pelo mais fraco e incapaz time destes pouco mais de 100 anos de história.

Paulo Nobre, este que se apossou do gigante Campeão do Século XX, é o nome por trás de um Palmeiras que se apequenou na ambição, no planejamento e nos resultados.

Nobre, fracassado em tudo o que se aventurou a fazer, é aquele a quem devemos, todos os milhões de palmeirenses, a dor e o sofrimento infindáveis deste centenário arruinado.

Escrevo agora, na madrugada encabulada pela capitulação vexatória do gigante da - e na - Pompéia, porque não me resta nada mais que não seja fazer esse registro para a posteridade.

A começar pelo fato, pois, de que será ele para sempre lembrado como a criatura que arruinou o centenário do maior campeão que este país já viu. Que não seja lembrado pela catástrofe que hoje parece tão iminente - porque a camisa haverá de nos redimir -, mas que seu nome fique guardado como o daquele que não permitiu ao palmeirense um dia sequer de paz neste ano que deveria ser de festa.

Peço desculpas a cada um de vocês, mas não tenho a menor condição de escrever qualquer coisa sobre o retorno ao nosso estádio. Paulo Nobre tirou tudo o que podia do palmeirense: o direito às vitórias, o direito a sonhar com as vitórias, o direito a se sentir em casa novamente, o direito até mesmo a torcer contra os nossos inimigos. Ao palmeirense não se permite mais um dia sequer de paz. Sequer um dia. Eles se sucedem, dias, semanas, meses, como um pesadelo contínuo, como uma caminhada tortuosa e torturante rumo ao inferno. De novo.

Se é verdade que mesmo os grandes esquadrões podem sucumbir diante de adversários inexpressivos, é ainda mais verdade que a gestão Nobre se encarregou de banalizar tanto esses fracassos que já nem conseguimos mensurar o tamanho deles. E se as derrotas em casa contra times pequenos vinham antes acompanhadas de um tom de lamentação pertinente a um tropeço inesperado, este Palmeiras vergonhoso do centenário já entra em campo derrotado. O que antes eram resultados que passavam para a história como episódios fortuitos em meio a trajetórias vitorias agora são resultados inapeláveis, como se fizessem parte de uma rotina da qual não conseguimos mais escapar.

E, ao contrário de gente que me envergonhou hoje com aplausos à renda do jogo (?!?!?!?!?!?!?!?!), eu não posso compactuar com tudo isso que aí está. Os que fizeram isso são tão culpados quanto o dirigente que se apossou da Sociedade Esportiva Palmeiras.

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_Peço desculpas novamente, mas realmente não consigo escrever nada sobre o retorno ao Palestra. Ele não merecia nada disso.
Se o centenário já fora arruinado ainda antes de começar, a volta para casa, tão sonhada e merecida, corre o risco de acontecer em meio a mais uma tragédia alviverde. O futuro com o qual temos sonhado desde julho de 2010 parece desmoronar aos poucos, antes mesmo de chegar. 
O palmeirense, atormentado, tenta olhar para o futuro, mas se vê preso a um presente infeliz, insuportável e que insiste em violentar, rodada após rodada, todo um passado vitorioso.

_Domingo, não me perguntem exatamente por que, estarei em Curitiba. Aos interessados (como se isso fosse possível), informo que é possível comprar ingressos para o setor visitante pelo Futebol Card. Sai por R$ 95 a inteira e R$ 47,50 a meia (com Itaucard).

_Os trechos em itálico foram retirados do post "Passado, presente e futuro", o último antes deste aqui. Abaixo, mais dois parágrafos:

O Palmeiras destes dias tão sombrios parece nem mais pertencer ao panteão dos grandes. Sob Nobre, o alviverde imponente virou motivo de piada para torcidas as mais inexpressivas. Derrotas vexatórias se acumulam, jornadas desastrosas jogam o clube para o fim da tabela, recordes negativos são quebrados, marcas construídas ao longo de um século vão sendo solapadas, um passado glorioso vai sendo destroçado. Fracassos que antes eram encarados como eventos catastróficos são agora rotineiros, esquecidos antes mesmo da rodada por vir.

Seja homem uma vez na vida, Paulo de Almeida Nobre: tome vergonha na cara e deixe o Palmeiras em paz! E leve junto toda a corja de aduladores e mais o lixo que você trouxe lá do nosso inimigo.