30 setembro 2009

Arena: impressões da coletiva

Palmeiras, WTorre e Traffic assinaram hoje o acordo para comercialização dos espaços da Arena Palestra Itália (e como se falou em naming rights, não deve ser este o nome do estádio). Com base no que foi dito pelas partes e extraindo um pouco da entrevista coletiva, eis aqui o que interessa para este blog:

1. Foram evasivas as respostas sobre os setores populares. Traffic e WTorre não parecem se interessar muito pelo assunto (nem dava pra esperar algo diferente...), e é então que vamos fazer a nossa parte para não deixar o assunto morrer.

2. Foi dito apenas que todos os setores vão atender ao tal padrão Fifa (esta submissão me irrita demais!) e que haverá espaços "menos nobres", sem tanto conforto.

3. Aliás, demonstraram mais preocupação com o número de banheiros e espaços comerciais do que com os lugares para o povão.


4. Ainda sobre o tema, J. Hawilla disse que o estádio vai primar pelo conforto, "quase como se fosse um teatro". Essa doeu!


5. Na base da politicagem, o dono da Traffic fez média com Del Nero, também presente ao evento. Disse que o presidente da FPF é o grande responsável pelo enriquecimento (?) do futebol paulista e que hoje temos estádios-modelo em Araraquara, Jaguariúna (alguém sabe disso?) e, pasmem, Presidente Prudente. Essa também doeu!


6. Ficou sem resposta outra questão pertinente: onde o Palmeiras vai mandar seus jogos quando começar a reforma? Convocado pelo presidente Belluzzo, Cippulo respondeu sem dizer nada. Disse que isso será estudado mais adiante e que pode ser que o Palmeiras não escolha um único estádio.


7. Ou seja: tudo indica que teremos uma caravana itinerante pelo interior.


8. Qual é o problema em trocar o Palestra pelo Pacaembu? Por que não se define isso de uma vez por todas?


9. As obras devem começar apenas em junho/2010.


***


Ontem foi a vez de o Leco falar em esquema de arbitragem para beneficiar o Palmeiras. Chega a ser risível.
Aí hoje vem Ricardo Gomes e dispara isto aqui:

"O Palmeiras hoje está na liderança também porque não tinha a Libertadores e no início do Brasileiro foi melhor do que o São Paulo. Hoje não há muita diferença entre os primeiros colocados, todos estão no mesmo nível de qualidade e praticam um bom futebol. O início realmente ajudou e o Palmeiras tem essa diferença para os demais por isso".

Ah é? Vejamos então:

O Palmeiras foi eliminado em 17 de junho, uma quarta-feira, depois de um empate sem gols em Montevideo. Caiu fora depois de disputar 12 jogos (dois pela fase preliminar, seis pela fase de grupos, dois pelas oitavas e dois pelas quartas). Enfrentou o céu de Potosí, duas guerras em Recife e mais uma aos pés da Cordilheira. Perdeu, é verdade, mas só depois de ter lutado muito.

 O SPFC, por sua vez, foi eliminado um dia depois, em 18 de junho, uma quinta-feira. Jogou apenas oito vezes, pois fugiu de campo nas oitavas.

O resumo disso tudo está aqui: Homens e ratos

Eu só não sei o que é pior: se o técnico que fala uma besteira dessas ou se a repórter, que não se preocupou em checar a informação antes. 

29 setembro 2009

Ah, esses publicitários...

Ao menos por um dia, deixemos de lado os jornalistas para falar dos publicitários. Eis que temos abaixo um anúncio dos mais infelizes, publicado em página dupla na Placar de outubro. A peça é assinada pela Giovanni+Draftfcb para divulgar o PPV da SKY.



Direto aos pontos:

1. O único texto do anúncio é "Torcedor mesmo assiste ao Brasileirão 2009 na SKY". Errado! "Torcedor mesmo" assiste aos jogos no estádio. O resto é sofá ou simpatizante! E pro inferno com o PPV!

2. Os criativos (nomenclatura idiota dos publicitários) quiseram fazer graça e foram enfiando aí todos os mascotes de 40 clubes. Ficou uma besteira só, mas eu não tenho nada a ver com isso. Acontece, e os senhores vão perceber isso bem no centro da imagem, que os filhos da puta colocaram um porco no colo do mascote do seu maior inimigo. É de uma imbecilidade sem tamanho.

A tabela no lixo

Virgílio Elísio é o diretor de competições da CBF. Isso significa que ele é o sujeito responsável pelas tabelas dos campeonatos organizados pela nossa estimada confederação. É a ele, portanto, que se poderiam atribuir alguns dos absurdos nas datas e horários em jogos da Copa do Brasil ou do Brasileirão. Poderiam, vejam só. Acontece que o problema todo é a inteferência sem limites concedida à emissora de TV que detém os direitos de transmissão de qualquer torneio disputado neste país. E é então que o trabalho de Virgílio Elísio - e de qualquer um do seu departamento - deixa de fazer sentido.

Sim, porque a tabela aqui no Brasil é divulgada até com certa antecedência, mais do que acontece em qualquer uma das modernas e exemplares ligas do Velho Continente. Via de regra, a tabela já é conhecida pelo menos dois meses antes de ter início a disputa seguinte. E assim, já em março, é possível saber, por exemplo, que o Palmeiras vai enfrentar o Grêmio em Porto Alegre no final de semana de 21 e 22 de novembro.

Em tese.

Porque agora, sem nenhum time paulista na Copa Sul-Americana, a emissora de TV ficou com um buraco na grade de programação. E aí resolveu que vai sempre puxar um jogo do final de semana seguinte (ou anterior) para as madrugadas de quarta-feira.


Tem sido assim há mais de mês, e Palmeiras, SCCP e agora o SPFC já tiveram seus jogos alterados poucos dias antes. Contestação parece ter havido só do nosso lado, porque o time teria pouco tempo para treinar entre uma quarta de madrugada e um sábado, mas ninguém parece muito preocupado com o torcedor, em especial com aquele que costuma programar sua agenda em função do time.


Eu, por exemplo, tenho o costume de viajar por aí para acompanhar o Palmeiras. Vou de carro quando o jogo é em SP, no RJ ou em Curitiba e corro atrás de promoções para comprar passagens aéreas com antecedência para jogos que acontecem em Minas, no Nordeste ou no Sul do país.


E aí pergunto: de que vale a tabela feita pelo senhor Virgilio Elisio e divulgada com enorme antecedência se tudo pode mudar nos dias que antecedem o jogo ao sabor dos interesses de uma meia dúzia de diretores da emissora de TV?

De que adianta, por exemplo, eu já ter garantido há meses as passagens para Porto Alegre, onde o Palmeiras pega o Grêmio pela 36ª rodada? De que adianta se tudo isso pode mudar na semana anterior? E quem se preocupa com isso?

A tabela foi para o lixo. Virgílio Elísio poderia muito bem ser substituído por qualquer diretor de programação da Rede Globo. Seria mais honesto. E aí o torcedor não precisaria se esforçar tanto para estudar a tabela, programar suas folgas e nem perder horas nos sites de companhias aéreas para ir atrás do seu time.

Já que está assim, melhor voltar ao caos dos anos 80 e 90.

***

Posts aleatórios sobre o mesmo assunto:

As invencionices do sr. Del Nero
(20.12.2007)


Tabela mutante
(23.01.2008)


E o torcedor, como fica?
(02.02.2008)


Nada pelo torcedor
(19.02.2008)

O povo dá o recado
(10.05.2009)


Tabela mutante
(03.08.2009)


Domingo, o dia do futebol?
(03.09.2009)

06 setembro 2009

Férias

Depois da bela vitória de ontem no Palestra - jogamos mal e ainda assim levamos os três pontos -, dá até para começar as férias com mais tranqüilidade. É então que devo informar aos amigos e aos leitores deste blog que estarei ausente pelos próximos 20 dias, período em que esta página ficará sem atualizações. É uma parada estratégica e bem programada, já que vou perder apenas os jogos fora de casa contra Vitória/BA e Cruzeiro/MG. Volto exatamente no dia de Palmeiras x Atlético/PR, de tal forma que mantenho a invencibilidade em casa (mais um ano!) e recupero as energias para encarar uma seqüência final que promete 13 jogos decisivos, incluindo viagens para Rio de Janeiro (2 vezes), interior de SP, Porto Alegre e talvez Recife. Até a volta!

03 setembro 2009

Domingo, o dia do futebol?

O Palmeiras, os senhores devem ter notado, parece condenado a nunca mais entrar em campo no seu estádio às 16h e menos ainda aos domingos. Em parte porque só joga agora aos sábados – e isso deve continuar por mais um tempo – e outro tanto porque CBF e emissora de TV resolveram extinguir o horário de sábado às 16h. Sendo assim, é bom nos acostumarmos: ao menos para nós, domingo não é mais o dia do futebol e nossos jogos devem acontecer sempre à noite. 

Talvez a título de consolação, apelo para estatísticas (in?)úteis, daquelas tantas que eu costumo manter em meus infindáveis arquivos de Excel. O que faço abaixo é comparar os números do Palmeiras em jogos disputados aos sábados e aos domingos. 

A comparação refere-se ‘apenas’ aos jogos com a minha presença no estádio desde o início dos anos 90. Não é pouca coisa - são algumas boas centenas -, já que estamos falando de absolutamente todos em São Paulo, Grande SP e interior e pelo menos 50% daqueles fora do Estado (algo entre 75% e 80% do total de partidas no ano). Aí vai: 

Aproveitamento de pontos 
Sábado: 71.7% 
Domingo: 63.4% 

Ataque x Defesa 
Sábado: 2.00 x 1.14 (0.85) 
Domingo: 1.80 x 1.36 (0.44) 

Público Sábado: 15.503 
Domingo: 17.359 

*** 

Na boa: será que a emissora de TV vai ficar adiando ou antecipando jogos de clubes paulistas em todas as rodadas só para preencher sua grade de transmissão? Os rivais da ZL, por exemplo, ficarão 14 dias sem ir a campo por conta disso. E daqui a pouco é a nossa vez. E o torcedor que compra passagens aéreas para ver seu time e depois precisa mudar tudo? Como fica?

02 setembro 2009

A culpa é do torcedor

Decidiram cobrar R$ 40 pela arquibancada de uma hora para a outra. Aí resolveram que os ingressos começariam a ser vendidos na quarta entre 16h e 17h (!). Foi assim pela necessidade de cumprir o tal Estatuto do Torcedor. Eis então que torcedores forem ao Palestra atrás dos ingressos, por mais absurdo que fosse o horário. Lá chegaram e começaram a formar fila. Acontece que os ingresoss não chegaram. E agora, 18h e pouco, mais de mil torcedores aguardam do lado de fora do Palestra sem saber se terão os bilhetes hoje.

É comovente a incompetência do Palmeiras quando se trata de vender ingressos... mas a culpa deve ser do torcedor, né? Afinal, por que diabos insistem em ir até lá para comprar ingressos?

Pelo dérbi no Maraca


Já que a diretoria do Palmeiras está indecisa quanto ao local do clássico contra o SCCP (bons tempos em que não havia dúvidas quanto a isso...) e considerando que há ultimamente uma estranha predileção pelas migalhas oferecidas por prefeitos populistas do interior paulista, este blog abre uma nova campanha: já que é pra fazer merda, que façam a merda direito.

Ou seja: se for para tirar o clássico da capital paulista, que o levem para o Maracanã. Afinal, é o Maracanã, seria uma inovação e as condições seriam muito mais favoráveis para o torcedor de SP.

Vejamos:


-O
Rio é muito mais perto do que Prudente e é acessível por ônibus (centenas por dias), avião (dezenas de vôos diários, conectando cinco aeroportos distintos), carro (por uma estrada muito mais decente) e o que mais vocês quiserem;

-Isso posto, gasta-se muito menos no deslocamento daqui até lá;

-O Rio é mais perto que Prudente e só um pouco mais distante que SJRP ou Ribeirão;

-O Rio é o Rio;

-As condições de hospedagem são muito melhores (para os elencos e para as torcidas);

-Se é para o torcedor ser punido (no bolso e no tempo livre) com mais uma transferência desse tipo, que pelo menos tenhamos a contrapartida de um ou dois dias na praia e de uma noite na Lapa;

-O Maraca é o Maraca;

-Sem a patrulha do promotor desocupado e sem as demonstrações de incompetência do 2º BPChoque, é de se esperar um belíssimo espetáculo das duas torcidas, com bandeiras, faixas e toda sorte de adereços.

Chega de Prudente!
Chega de Rio Preto!
Chega de Ribeirão Preto!
Chega de interior!

Se é pra fazer merda, que façam direito.
E que o dérbi seja disputado no Maracanã!


***

*A idéia, que já fora levantada por ocasião do dérbi em Presidente Prudente, no Mato Grosso do Sul, ganhou força novamente nos comentários do último post. Obra do vascaíno João Medeiros.

*Sob o ponto de vista prático: a rodada de 31/10 e 01/11 registra apenas um jogo no Rio de Janeiro, entre Flamengo e Santos. Como a tabela não foi desmembrada, é o caso de definir um jogo para o sábado e outro para o domingo. Sem segredos.

*Que fique bem claro: vale a primeira defesa feita por este blog, de que o dérbi deve ser disputado SEMPRE em São Paulo. Repito: SEMPRE! Mas como se insinua uma nova afronta aos direitos das duas grandes torcidas do Estado, eu tomo a liberdade de chutar o balde. Que seja então no Maracanã!

01 setembro 2009

Pelo dérbi na capital

Gilberto Cipullo veio a público, por meio de nota oficial, desmentir a informação de que Palmeiras e SCCP se enfrentariam pela terceira vez seguida longe da capital paulista, desta vez em São José do Rio Preto. E o fez sem apresentar qualquer informação adicional, de tal forma que o clássico continua sem local e horário definidos. Só o que sabe é que aparentemente os dois rivais não jogarão no dia 01/11, domingo, mas sim no dia 31/10, sábado, por um desses caprichos inexplicáveis de dona CBF e da emissora de TV.

Já que é assim - e como supostamente paira uma indefinição no ar -, este blog pede à diretoria do Palmeiras, o mandante no returno, que seja respeitado o clássico Palmeiras x Corinthians, o mais importante deste país. Não é pedir demais; é simples até. Basta que o duelo seja realizado na cidade de São Paulo, logo aquela que é a sede dos dois clubes.

Simples. E respeitoso. As torcidas de Palmeiras e SCCP não merecem ficar sem o clássico na capital por dois anos seguidos, como está sendo ameaçado. Palmeiras x Corinthians tem de ser em São Paulo, e quem quiser que venha até aqui para assistir.

Não que seja o caso de este blog propor uma solução para os dirigentes, mas fato é que vale qualquer coisa. Pacaembu, Palestra, Canindé, Ibirapuera, Nicolau Alayon, Rua Javari, o que for. Só não dá mais é pra aceitar
Rio Preto, Prudente/MS, Ribeirão ou qualquer outra cidade do interior. Chega! Por uma questão de respeito.

***

Por falar em clássico...

Talvez influenciados pelo promotor público Paulo Castilho, alguns homens do 2º BP Choque têm extrapolado na hora de zelar pela segurança nos estádios. A foto abaixo, tirada durante o clássico de domingo, mostra o aparelhamento dos homens da lei:


Ingressos mais caros

Notem que o título é factual, sem juízo de valor. É assim porque eu estou disposto agora a não agir como das outras vezes e já condenar a elevação no preço dos ingressos no Palestra Itália. É o impulso inicial, admito, mas é fato também que eu já esperava que logo viesse a conta pela manutenção do elenco e pela contratação de Vágner Love. No entanto, o que proponho aqui é mais uma discussão do que qualquer outra coisa. Vejamos: 

Arquibancada: R$ 30 para R$ 40 (aumento de 33,3%) 
Numerada descoberta: R$ 60 para R$ 80 (aumento de 33,3%) 
Numerada coberta: R$ 120 para R$ 140 (aumento de 16,6%) 
Visa: R$ 88 para R$ 110 (aumento de 25%) 

O aumento percentual mais expressivo se deu na arquibancada. Vamos de R$ 40 já no jogo diante do Barueri. Parece natural ultrapassarmos o SCCP como o clube com maior ticket médio entre todos os 20 que disputam o Brasileirão – com um valor que é quase o dobro do cobrado, por exemplo, pelo SPFC. 

Não estou à frente das finanças do clube, não sou responsável pela geração de receitas, não preciso fechar o caixa no final do mês. Escrevo, portanto, sem o compromisso com o que entra e o que sai nos cofres do clube, mas aqui tudo acontece em defesa do torcedor de arquibancada, o que torna válido o debate. 

Um palmeirense que, como eu, vai a todos os jogos do clube terá de desembolsar o equivalente a R$ 320 para ter presença constante durante todo o returno no Palestra. O valor pode cair para R$ 160 no caso de um estudante, mas é pouco provável que ele consiga os bilhetes com desconto daqui até o fim da temporada. Pior: não há garantia nenhuma de presença a todos os jogos, já que o programa de sócio-torcedor não está pronto e os oportunistas costumam surgir nas horas mais agudas. 

A quantia despendida, que fique claro, aumenta substancialmente se considerarmos que venderam um mando de campo nosso (o do clássico) para a longínqua São José do Rio Preto. 

Dirão alguns que é imperativo alavancar receitas, que todos precisam se sacrificar etc. e tal. Ok, mas aí eu tomo a liberdade de pegar o exemplo do nosso inimigo, que lançou um pacote que garante aos seus torcedores a presença em todos os 10 jogos do SPFC no returno do Brasileirão.
Confiram aqui:  

Viram só? 

Sócio-torcedor paga R$ 96 por 10 jogos (mais um amistoso). São R$ 9,60 por partida (e esse é o valor da inteira!) para ficar na arquibancada. O palmeirense, por sua vez, terá de pagar R$ 40 por um único jogo – com os 'adicionais' de não ter o lugar garantido e de precisar se submeter aos horários de venda para vagabundos. 

Sim, eu sei que o programa de sócio-torcedor está para ser lançado. É de se esperar que venha para reconhecer (e privilegiar) os torcedores que estão sempre ao lado do clube. Mas um custo um pouco mais acessível seria também de bom tom. 

Para o palmeirense, é tudo mais difícil. E mais caro...