26 setembro 2007

A batalha por um ingresso

Pouco mais de 18 mil pessoas pagaram para ver a vitória do Palmeiras sobre o SCCP, no domingo. Se é quase nada diante do que representa o clássico, muito se deve à fase dos times e, em grande medida, à transmissão ao vivo na TV aberta. Também se fala por aí da suposta violência, mas o que ninguém leva em conta é o impacto da recente decisão de não mais vender ingressos em dias de clássicos.

Não poucos torcedores chegam de mãos abanando ao Morumbi. Opções: 1. alimentar a máfia dos cambistas; 2. voltar para casa.


Restringir a venda de bilhetes no dia do jogo é uma solução que não se explica de modo algum, ao menos não nos moldes atuais.

Não à toa, foi tomada na base da pressão de parte da imprensa esportiva (justamente aquela que nunca chegou perto de uma bilheteria) e do 2º BP Choque.

O argumento é: evitar tumultos e brigas no lado externo.

Rebater é fácil: não há sequer um registro de briga, tumulto ou confusão envolvendo torcedores que compravam ingresso pouco antes de qualquer jogo, clássico ou não. O que existe é incompetência dos clubes e das empresas responsáveis pela venda, as tais BWA e Ingresso Fácil, que merecem prêmios pela extrema incapacidade em executar o que delas se espera.

Confusões já foram vistas em grandes eventos, em finais de campeonato, e é sempre na venda antecipada. Culpa de quem deveria ser responsável pela organização e pela logística do negócio.

Organização? Logística? Planejamento?

Já que falta competência para tanto, é mais fácil botar a culpa no torcedor, que, como sempre, assume o prejuízo.

Se querem institucionalizar a venda antecipada de ingressos, que dêem ao torcedor condições para adquirir os tais bilhetes.

O que não se pode é esperar que o povo seja submetido ao burocrático horário de vendas, aos locais nada acessíveis, aos prazos exíguos, às informações desencontradas e, o pior de tudo, às filas ocasionadas pelo 'genial' sistema da Ingresso Fácil.

Com tudo isso jogando contra, é revoltante ouvir os que defendem a venda antecipada de ingressos como forma de combater a violência (que violência?) nos estádios.

Enquanto sobrarem incompetência e hipocrisia, vai faltar público.

***

Enquete:

O que é mais negócio para os cambistas?

1. Jogos Nestlé?

2. Clássicos sem ingresso na hora?

24 setembro 2007

Nem parecia clássico...

Foi tamanha a inoperância dos torcedores do SCCP ontem à tarde que a maioria verde nem se sentiu ameaçada. O Morumbi assistiu a um clássico de um time só, de pressão única, de semi-massacre na etapa inicial. Ficou barato, e só foi assim pelo goleiro dos caras, que evitou gols e mais gols nossos ainda na primeira metade. O 1 a 0, placar mais bonito do futebol, foi pouco diante do que se viu em campo.

E a estranha ausência de 'medo' neste dérbi tem a ver também com o estranho conformismo do lado alvinegro da arquibancada. Não houve protesto, tampouco revolta, pela derrota. A torcida parecia reflexo do time. Ao final dos 90 minutos, a festa palestrina contrastava com um êxodo quase silencioso do outro lado. Quando não, era uma estranha celebração, quase uma tentativa de demonstrar apoio incondicional, pouco importando o que se passava no campo.

Postura nobre, é verdade, mas pouco condizente com o momento.

De nossa parte, belo espetáculo com as faixas italianas no laranja, apesar do pequeno público presente (e aqui registrem-se a transmissão direta para SP e as bilheterias fechadas; volto a escrever sobre isso durante a semana).

Ao final, alegria e alívio pela terceira vitória seguida, mais uma sem sofrer gols. E a constatação de que não é o caso de evocar uma vitória épica. Faltou adversário para tanto.

***

CHUPA, VITOR!

45 minutos da etapa final. Na base do desespero, os alvinegros partem em busca do empate. A bola é erguida na nossa área e sobra para Finazzi, o ogro, no bico da pequena área. Antes da finalização, ele desvia o olhar para o canto direito alto do setor laranja. Lá no alto, o assassino de duendes observa a movimentação de seu ídolo maior. Olhos vidrados, lágrimas quase rolando pela face.

O craque-ogro prepara a finalização. Em uma fração de segundos, fixa o olhar naquele cidadão que exterminara duendes, sapinhos e cogumelos na madrugada anterior. E manda o recado: "Esta é pra você, meu fã número um". Emoção na arquibancada. O matador implacável de criaturas míticas sente que se aproxima o momento da consagração. O resto é história...

21 setembro 2007

É domingo!

Domingo é o dia! O Clássico dos Clássicos não tem favorito, como sempre. É o tal respeito à tradição do dérbi, algo que deveria ser levado mais a sério por uns e outros. De toda forma, é de se esperar que transcorra em paz. É jogo pra 22 mil, se tanto, e a culpa maior é da transmissão em TV aberta para a capital.
Vamos pra cima deles!

14h lá no alto (e não na praça, por motivos óbvios).

***
Detalhe: em caso de vitória, Fernando, o Galuppo, prometeu pagar todas as dívidas de pernil acumuladas ao longo de anos.

20 setembro 2007

A Arrancada Heróica



20 de setembro de 1942.

Pacaembu, São Paulo/SP.

Arrancada Heróica.

Se eu pudesse voltar no tempo uma única vez, seria este o dia.

Dia em que o Palmeiras nasceu campeão.

Dia em que despontou o Campeão do Século XX.

***

Trata-se de um dos capítulos mais gloriosos do Palestra/ Palmeiras. E a história está nos links a seguir, por obra do amigo Márcio Trevisan:

Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5

14 setembro 2007

14/09/1942: do Palestra ao Palmeiras



Palmeiras.

Tão grande que comemora aniversário duas vezes por ano.

14 de setembro de 1942.

De Società Sportiva Palestra Italia a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Parabéns!

Pacaembu x Interior

Amigos,

Ficaremos sem o Palestra Itália durante os três primeiros meses de 2008, período necessário para que o gramado, antigo e alvo de reclamações constantes, seja totalmente substituído.

Não entendo nada do assunto, mas o prazo de quatro meses me parece por demais extenso.

De toda forma, a informação está, com exclusividade, no site da Ponto Verde, dos amigos Márcio Trevisan, meu ex-chefe, e Maurício Rito:

AQUI.
Notícia nada boa, não por ela, mas por possíveis conseqüências.

A solução, meus caros, deveria ser simples: Pacaembu.

Assim foi por muitas e muitas décadas.

Nenhum time tem resultados tão bons no estádio municipal.

O problema todo é que covardes da nossa diretoria (incluindo o banana que ocupa o cargo de presidente) defendem a opção de mandar jogos no maldito interior.

Até quando teremos de conviver com essa pataquada?

Que justiça é esta?

O reserva do goleiro de hóquei fez o que fez e pegou um único jogo de suspensão. Por muito menos, Vampeta pegou a mesma pena. Por menos ainda, dois de nossos atletas - Edmundo, incluso - pegaram dois jogos.

Ou seja, o cara fez tudo o que fez, em uma descarada tentativa de prejudicar o Palmeiras, e (quase) nada acontece?


Enquanto isso, Valdívia, com dores nas costas, desfalca o Palmeiras mais uma vez - a quarta. O canalha que o contundiu sequer foi a julgamento. Está aí, como se nada tivesse acontecido.

E a Justiça Desportiva faz o que quer, como e quando bem entende. Prevalecem os interesses de bastidores.

Pouca diferença faz se o tal goleiro/ator pegar um ou 20 jogos, pois ele é um come-dorme dos mais vagabundos, mas o fato é que a diretoria do Palmeiras age bem ao recorrer da decisão do STJD.

Pode não dar em nada, mas é essencial a manutenção deste clima beligerante contra o nosso inimigo.


***

Sobre isso, mais aqui, aqui e aqui.

12 setembro 2007

Olha só quem está falando...

Do Painel FC de hoje:

Dividida
"Acho fantasioso. Está parecendo uma tentativa de encontrar um meio para o poder público entrar nessa área".
Do assessor da presidência do São Paulo JOÃO PAULO DE JESUS LOPES, sobre o projeto de estádio corintiano para a Copa-2014

11 setembro 2007

13 jogos para definir 2008

Pouco interessa agora fazer comentários sobre os dois últimos jogos. Muito tempo se passou e, como eu estive no Rio durante o feriado e só cheguei ao Palestra a tempo de ver a vitória sobre o Goiás, é besteira tecer análises pormenorizadas sobre quinta e domingo.

Gostaria apenas de registrar nossa excursão pelo complexo do Alemão (até o Luydy sabe que era a única maneira de chegarmos a tempo no Maraca), o encontro com o amigo vascaíno Julio César (valeu pela presença em solo sagrado!) e a não tão desagradável experiência de assistir ao jogo das cadeiras azuis (pensei que seria pior).

De resto, os quatro pontos obtidos (e os dois arrancados do Bostafogo) nos credenciam a brigar de igual para igual pelas duas vagas restantes na Copa Libertadores/2008. De agora em diante, são 13 jogos para definir como será o próximo ano:

16.09 dom. 16h Atlético/PR x Palmeiras – Arena da Baixada
23.09 dom. 16h Palmeiras x SCCP/SP – Morumbi
30.09 dom. 18h10 América/RN x Palmeiras – Machadão
03.10 qua. 19h30 Palmeiras x Náutico/PE – Palestra
06.10 sáb. 18h10 Palmeiras x Grêmio/RS – Palestra
14.10 dom. 16h Santos/SP x Palmeiras – Vila Belmiro
21.10 dom. 16h Palmeiras x Paraná/PR – Palestra
28.10 dom. 16h Vasco/RJ x Palmeiras – São Januário
31.10 qua. 20h30 Palmeiras x Juventude/RS – Palestra
04.11 dom. 15h Sport Recife/PE x Palmeiras – Ilha do Retiro
11.11 dom. 15h Palmeiras x Fluminense/RJ – Palestra
25.11 dom. 15h Internacional/RS x Palmeiras – Beira-Rio
02.12 dom. 15h Palmeiras x Atlético/MG - Palestra


Considerando possíveis derrotas para Santos, Vasco e Internacional (até pelo histórico) - e talvez mais uma (Sport ou Atlético/PR) -, o segredo é deixar de lado os empates bobos (em casa e fora). A definição virá na capacidade de marcar três pontos (caso do Santos, com uma campanha 13-3-9. Bizarro, mas eficiente).

Até concordo que é legal ter o equilíbrio de uma campanha 11-7-7, mas é exatamente por causa destes empates que não conseguimos abrir vantagem alguma.

Como a tabela que temos pela frente é bastante favorável, não vejo exagero em sonhar com mais oito vitórias (SCCP, América/RN, Náutico, Grêmio, Paraná, Juventude, Fluminense e Galo, por exemplo). O que vier além disso é lucro, e dá até para considerar um provável tropeço; sete vitórias podem ser o suficiente.

A considerar o prognóstico 7-3-3 nos jogos restantes, fecharíamos o ano com um bom 18-10-10.

Pelas minhas contas, 64 pontos é o que basta para chegarmos lá.

Isso leva a crer que os jogos contra Santos e Vasco (confrontos diretos, fora) e contra o Atlético/PR agora (pela afirmação e porque já passou da hora de marcarmos gols lá) são fundamentais.

De resto, é bom ressaltar que não podemos contar com o saldo de gols. A Libertadores/2008 depende dos pontos que ganharmos.

Vamos que dá, Palmeiras!

***

Pra fechar:

1. É impressionante! Bastam duas atuações boas para o azar logo tirar Edmundo de combate. A sorte continua do lado errado da história. Fica a torcida para ele voltar antes do dia 23.

2. Curitiba, domingo. Quem fecha?

3. Rio, 28/10 (contra o Vasco). Quem vai?

05 setembro 2007

A última da arbitragem

Embora com enorme atraso, é bom perceber que nossa diretoria se manifestou e agiu contra as arbitragens. Ainda que tardio, é um começo. O sujeito que atende pelo nome de Wilson de Souza Mendonça ainda se sentiu no direito de escrever suas cretinices na súmula, mas isso pouco importa.

É de se esperar apenas que este cidadão nunca mais coloque os pés na nossa casa - como prometido pelo Toninho - e, mais ainda, que nunca mais apite um jogo nosso.

As justificativas são muitas, e são bem maiores do que o simples erro (?) do último domingo.

É a última vez que escrevo sobre isso. 

Depois do desmatamento

FSP, ontem, coluna do Daniel Castro:

BOLA MURCHA 1Uma ala da Globo já defende que a emissora repense os altos investimentos que faz no futebol. Alguns executivos acham até que a rede deve abrir mão do Campeonato Brasileiro, caso o torneio passe a custar quase R$ 500 milhões por ano, devido ao assédio da Record.
BOLA MURCHA 2O que mais desanima os antifutebol da Globo é a queda de audiência. No começo desta década, os jogos dos domingos beiravam os 30 pontos. Agora, dificilmente passam dos 20. Avalia-se que isso se deve à falta de credibilidade e à fuga de craques para a Europa.
A Rede Globo tanto desmatou o esporte que agora cogita abandoná-lo. Anos e anos de atitude predatória foram suficientes para diminuir a audiência, mas não para que seus executivos reconhecessem a parcela de culpa que compete à emissora. E ainda vêm falar em "altos investimentos"? É muita cara-de-pau.

Se realmente forem ficar de fora, é uma vitória para o futebol!

Aliás, deixo aqui uma rápida pesquisa:

Na sua opinião, qual invenção mais contribuiu para o desmatamento?

a. sábado, 21h45
b. sábado/domingo, 18h10
c. o (recente) fim do horário de sábado, 16h
d. quarta-feira, 21h45 (e já chegou até 22h)
e. domingo, 11h

03 setembro 2007

Ataque e defesa

Vejam que curioso:

1. A melhor defesa do campeonato contou com a ajuda da arbitragem para não sofrer ao menos um gol do Palmeiras. Aliás, o gol aconteceu, mas foi covardemente anulado. E agora há quem tenha coragem de comemorar um recorde que só existe graças a um terrível erro (?) de arbitragem.


2. O melhor ataque do campeonato só prevaleceu depois da palhaçada - mais uma - do pobre diabo Mendonça. Antes do roubo, o Palmeiras já tinha colocado uma bola na trave e poderia até mesmo reclamar de um pênalti. Poderia, vejam só, não fosse a nova regra do futebol, que proíbe pênaltis a favor do Palmeiras.
Depois disso, da bola na trave e da expulsão, aconteceu o que se viu...

Assim fica fácil...

***

Por sinal, é bom notar que:

1a. No Mineirão, o Palmeiras foi roubado contra o Cruzeiro.
1b. No Mineirão, o SPFC foi ajudado contra o Cruzeiro.

2a. Em Curitiba, o Palmeiras foi roubado diante do Paraná.
2b. Em Curitiba, o SPFC foi ajudado contra o Paraná.

3a. Em SP, o Palmeiras foi roubado diante do Inter.
3b. Em SP, o SPFC foi ajudado contra o Inter.

Isso tudo sem falar no  confronto direto.

Assim fica ainda mais fácil liderar, não?

02 setembro 2007

A arbitragem é também o melhor ataque

“Erros de arbitragem acontecem contra todos os times”.

É esta a frase-clichê utilizada como desculpa pelos torcedores de times que estão acostumados à benevolência de juízes e bandeirinhas.

Não é o caso do Palmeiras, roubado pela 9ª vez em 23 jogos.

Dirão os amigos do apito: “É um número alto, mas o Palmeiras deve ter sido favorecido em algumas outras partidas, não?

A resposta é NÃO!

Lá se vão 23 jogos, nove dos quais com a influência da arbitragem. E o Palmeiras, único time sem ter sequer um pênalti marcado a seu favor, ostenta também a marca de nenhum erro de arbitragem (decisivo) que o tenha beneficiado.

Na dúvida – ou mesmo na ausência dela –, basta apitar contra nós.

Foi assim na quarta-feira. E hoje também.

Parece forçado colocar sobre um único lance a culpa por um 0-5, mas é fato que o jogo seguia equilibrado até que o elemento resolvesse expulsar o nosso principal marcador em um lance que nem falta foi.

A expulsão desmontou o time. Veio um gol na seqüência, por onde deveria estar o Pierre, e deu no que deu...

Sabe-se lá como seria o jogo sem isso.

Aos 20 e poucos minutos, o elemento acabou com este jogo. E já nos complicou para o seguinte, coincidência ou não contra o Botafogo/RJ.

O mais chocante é que o sujeito que armou um contra-ataque e nos roubou contra o SPFC na Libertadores/2006 estava afastado da Série A. E voltou na rodada passada para apitar Figueirense x Palmeiras. Uma semana depois, o nosso jogo de novo?

Não pode ser coincidência.

É imperativo que a nossa diretoria tome alguma providência.

Este infeliz não pode nunca mais apitar um jogo nosso.

***


A lista completa dos jogos em que fomos prejudicados:

12ª rodada: Palmeiras 2 x 2 Santos/SPO segundo gol do Santos nasceu de uma falta inexistente.


13ª rodada: Paraná/PR 1 x 0 PalmeirasValdivia, em posição legal - menos para o bandeira -, empata o jogo.

14ª rodada: Palmeiras 3 x 2 Vasco/RJ
Dois gols anulados, um deles absolutamente legítimo.

15ª rodada: Juventude/RS 1 x 1 PalmeirasPênalti não marcado a nosso favor.

16ª rodada: Palmeiras 1 x 2 Sport Recife/PE
Pênalti inventado a favor dos caras.

17ª rodada: Fluminense/RJ 0 x 1 Palmeiras
Falta fora da área vira pênalti, não convertido, para os cariocas.


18ª rodada
: Palmeiras 1 x 1 Internacional/RS
Logo de cara, pênalti não marcado. Por sorte, o gol veio na seqüência. Aos 44 do segundo tempo, no entanto, outro pênalti. E mais um roubo.


22ª rodada: Palmeiras 0 x 1 SPFC/SPO auge.

23ª rodada: Cruzeiro/MG 5 x 0 PalmeirasPierre nem faz falta e é expulso. 20 minutos de jogo. O time desaba.

01 setembro 2007

O Palestra e a segurança

O clássico contra o SPFC aconteceu no Palestra Itália, como tinha de ser. E nada de errado ocorreu, como já era sabido por todos.

Ou melhor, por quase todos. Menos por quem não queria saber.

Se foi assim, sem incidentes, em 2005 e 2006, em Libertadores, por que não seria agora, em uma simples rodada de Brasileiro?

Estádio mais seguro desta metrópole, o Palestra foi vítima de uma perseguição sem precedentes nas últimas semanas.

Já havia falado sobre o assunto aqui, aqui, aqui e aqui.

Deixando de lado a ladainha do nosso inimigo, coloco em debate a postura da imprensa, que se prestou a um papel deprimente, e, o pior, da corporação que deveria se responsabilizar pela segurança do torcedor.

O clima de guerra criado antes do clássico atende apenas aos interesses do nosso inimigo. E é espantoso – ou não? – que a imprensa tenha mergulhado de cabeça, sem pensar, neste mar de lama.

Atiçada pelo próprio major do 2º BP Choque, que lançou bravatas despropositais muito antes, a mídia se lançou em uma cruzada contra o Palestra Itália.

De repente, parecíamos estar de volta a 1942.

Sem o mínimo de apuração, princípio básico do jornalismo, os veículos de comunicação encamparam o discurso sensacionalista da insegurança e do caos. A troco de nada. Sem questionamentos, criou-se um cenário caótico, em que parecia factível imaginar pessoas sendo executadas no meio da rua, em bairro nobre da zona oeste.

Ninguém foi investigar o histórico de brigas e/ou incidentes ocorridos dentro ou fora do Palestra. Tampouco houve quem se dignasse a fazer comparações com outras praças esportivas desta capital.

Estranho, não?

Nem tanto; se fossem atrás, a matéria cairia.

Pois não encontrariam nada que depusesse contra o Palestra.

Nada, absolutamente nada!

E não se trata de preguiça; foi pura má vontade.

Vou me ater a um único exemplo, a Folha de S.Paulo.

Abre do caderno de Esportes na quarta:
"Riscos do clássico vão da tabela às arquibancadas"

Até aí, tudo no embalo da cruzada anti-Palestra.


Na sub, o papelão da 2º BP Choque:
"PM recomenda 'disfarçe' e torce por frio e chuva"

Comprovação clara da incompetência da autoridade policial, ainda mais evidente com aquela aberração que é o isolamento entre as torcidas.

O problema maior, no entanto, era o abre da segunda página.
Manchete: "Estádio não tem padrão da Fifa para segurança".

Tendenciosa, a matéria deixou duas perguntas sem resposta:
1. Que estádio brasileiro atende a este tal padrão?
2. O que tem a ver a Fifa (e a Copa do Mundo, gancho da reportagem) com o clássico daquela noite?


Em linhas gerais, o papel dos demais veículos de imprensa não foi muito diferente do observado na FSP.

Sensacionalismo barato e ausência de apuração deram o tom.

Pior que isso, só mesmo o 2º BP Choque.

Para azar deles todos, PM, MP, FPF e mídia, não houve um genocídio nas imediações do Palestra Itália. As pessoas foram, viram o jogo e voltaram para suas casas.

Houve quem torcesse pela violência.

Até campanha fizeram.

A verdade e os fatos prevalecem.

Sigamos, pois, contra tudo e contra todos.

Melhor que seja assim.