30 março 2011

O país do futebol? (9)

A edição 9 da série "O país do futebol?" já estava pronta, mas aí surgiu uma história que não poderia ficar de fora. Sei que vocês todos já devem ter visto o que aconteceu com a torcida do Cúcuta lá na Colômbia, mas eu me sinto obrigado a lançar mão de uma edição extra para reconhecer o feito dos caras da Barra del Indio (porra, o nome já é sensacional!). As imagens dizem mais do que qualquer texto que eu possa escrever, mas eu preciso enaltecer o seguinte: para mim, o grande lance aí é o fato de os caras terem levado o caixão para o estádio logo em um momento onde a barra estava proibida de ir a campo. Sei que a situação toda parece esdrúxula e que as pessoas que se dizem normais estão condenando a ação da torcida, mas já estamos acostumados a isso. Quem é de arquibancada e vive o futebol na plenitude entende o que está por trás disso aí. Com os senhores, a Barra del Indio:

"No dia em que eu morrer
Eu quero meu caixão
Pintado em verde e branco
Como meu coração"

Aí o amigo André, da TUP de Batatais, enviou um vídeo com temática semelhante, lá da Italia. Temos aqui o velório do líder dos ultras da Salernitana, um clube pequeno do sul.

29 março 2011

Ruptura

Este blog pode ser acusado de muitas coisas, mas certamente não se pode questionar o seu caráter opinativo. Tampouco se pode dizer que ele não defende os seus pontos de vista e as suas opiniões. Sempre que isso se faz necessário, é com extremismo. Porque o futebol só faz sentido com extremismo.

Pois bem, ontem eu publiquei o seguinte tweet:

Já escrevi isso inúmeras vezes e sustento a minha visão quantas vezes forem necessárias. Só faz sentido ser torcedor se for no estádio, manifestando a paixão e empurrando o time à vitória.

Escrevi isso, vejam os senhores, em resposta a certas criaturas que surgiram das profundezas do inferno para proclamar um orgulho de última hora, advindo não de algo que elas tenham feito pelo clube, mas sim de um gol que virou mais um elemento de alienação marqueteira. Gente que nunca botou os pés em uma arquibancada resolveu, de uma hora pra outra, que queria fazer parte daquele acontecimento.

O tweet é claro: "Que fiquem calados os oportunistas de clássicos ou finais de campeonato". O destinatário está quase explícito, mas houve quem quisesse enxergar outro sentido na manifestação.
E aí começaram a chover mensagens recalcadas, daquelas que sempre aparecem quando torcedores de sofá (por opção ou por falta de) se sentem diminuídos em virtude da minha opinião (sempre forte e contundente). Sim, torcedor pra mim vai ao estádio. Mas basta eu escrever isso, e nego aparece de todos os cantos se sentindo ofendido.

Aos palmeirenses que moram no interior ou em outros estados (ou países, vai saber), digo o seguinte: sim, você é palmeirense e exerce isso da maneira que julga adequada; não tenho nada a ver com isso. Se quiser, que venha aos jogos. Se não quiser ou não puder, que não faça isso. Compre camisas, acompanhe pela TV, faça o que bem entender. Ou não. É com você, e cada um sabe quais são as suas prioridades, suas limitações e suas possibilidades.

Eu não tenho nada a ver com isso, e eu não estou cobrando porra nenhuma de ninguém. Tampouco fui até o Twitter de alguém para dizer o que quer que seja ou para fazer qualquer tipo de cobrança.
Mas é meu direito ter uma visão de futebol que me faz tratar de maneira diferenciada pessoas que, a meu ver, têm condutas diferenciadas. E, para mim, torcedor de futebol é aquele que vai ao estádio. Ponto. Você não é obrigado a concordar. Você não é obrigado a gostar. Você não é obrigado a ler o meu blog ou a me seguir no Twitter. Portanto, se não gostar da minha opinião, faça o favor de seguir em frente com sua concepção de futebol e não vir me encher o saco. É seu direito também.

Agora, se for pra me encher o saco, vai ter que aguentar.

Eis então que começou uma gritaria só, em um misto de recalque, sentimento de inferioridade e afetação. Coisas como isso que os senhores podem ver abaixo:



Eu até perguntei - e não tive resposta: afinal, o que pode ser "muito mais" do que ir ao estádio? Sério: estou curioso para saber que manifestação pode ser "muito mais" do que o ato de ir até onde está o seu time para levá-lo à vitória.

Tivemos também isto aqui:



Bom, creio já ter respondido ao questionamento do nobre colega. O encerramento da mensagem dele é triunfal. Bonito, não?

Aí começaram as mensagens na linha: "Pague o meu ingresso, minha passagem etc. e tal". Tipo isto:



Repetindo: não tenho nada a ver com os problemas de ninguém. E, o mais importante, eu não fui cobrar ninguém nem dou a mínima para isso. Quer ir ao estádio? Ok, que venha. Não quer ou não pode? Ok, não tenho nada a ver com isso. Eu não pedi para ninguém ir ao estádio. Eu não me importo com isso, porra.

Ao nobre sujeito que me chamou de gambá lá no início, respondi da seguinte forma: "Meu blog fala por mim. Os seus tweets imbecis falam por você". E aí o camarada mandou uma mensagem incompreensível, que eu até agora não consegui traduzir para uma linguagem humana:



Foram algumas dezenas de mensagens, e aí uma das moças veio com essa teoria:



Querida, fui lá conferir no Analytics e devo dizer que você está enganada. A segunda-feira em questão passou longe de ser um dia com muitos acessos. Ficou abaixo da média até. E o fato de fazer tal afirmação mostra que você nunca leu o meu blog. Porque se tem uma coisa para a qual eu dou pouca importância é a audiência. Se quisesse acessos, a linha editorial certamente seria outra. Sugiro a você que leia este post e mais este, entre outros que eu levaria mais tempo para localizar.
Por fim, mais uma mensagem feminina:



Tá certo então, né? Seguimos adiante.

Expostas as mensagens, gostaria de chamar a atenção dos leitores para um outro post, aquele da Geração Winning Eleven. Desde então estou para escrever um texto com o título "Ruptura". A oportunidade chegou agora. E faço referência a este post porque foi lá, no comentário aí destacado, que surgiu um elemento comum à argumentação de quem não vai a estádios (por opção ou pela falta dela, que fique claro): "E aposto que sou mais torcedor que muitos que vão ao estádio."

A tentativa de comparação, vejam os senhores, parte não de quem vai ao estádio, mas de quem não vai. Aconteceu lá atrás e agora também, porque é preocupação de algumas pessoas assim qualificar os torcedores em "mais" ou "menos". Eu não faço isso; eu apenas entendo que torcedor é aquele que vai ao estádio. Sem ofensas, sem cobranças, sem qualquer exigência. E com todo o respeito, como sempre tratei os muitos palestrinos do interior ou de outros estados. Numa boa.

Torcedor é aquele que gira a catraca.

Este blog fala por mim. E enquanto nego fica aí tentando justificar algo que nada tem a ver comigo, eu estou preocupado em como conseguir os ingressos para a Vila Belmiro no domingo. Passem bem.

28 março 2011

O país do futebol? (8)

Chegamos à parte 8 da série que já visitou países como Costa Rica, Sérvia, Turquia, Chipre, Áustria e Polônia, além dos óbvios Argentina, Uruguay, Inglaterra e Italia, entre outros mais. Para quem quiser, todos os links anteriores estão disponíveis aí na barra lateral, no menu "O país do futebol?". E eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer, mas o destaque desta semana é do Japão (sim, Japão!). Para completar, Croácia e Grécia.


Vídeo 1: Eu tinha certeza absoluta que japonês não sabia torcer. Pensava que fossem todos pacíficos, daqueles que ficam sentados e só se levantam para aplaudir jogadas bonitas (até do adversário). Aí recebi a indicação de um vídeo da torcida do Urawa Red Diamonds e fui surpreendido. Poucas torcidas são tão coordenadas e efetivamente uniformizadas quanto esta aí que temos abaixo. Segundo o Junior Cabreirão, consultor informal deste blog, eles passaram a copiar as hinchadas argentinas por ocasião da passagem do Boca por lá, em 2000. Está dando resultado:

Vídeo 2: Observem que os sujeitos copiaram até mesmo a figura do Che Guevara na bandeira, elemento bastante comum entre as torcidas sul-americanas (peço que desconsiderem a alienação presente na manifestação de certas sub-raças aqui do Brasil):


Vídeo 3: Mosaico impressionante da torcida do Urawa. Notem que os torcedores conseguem manter todas as peças no lugar por pelo menos três minutos. Muito bem feito.


Vídeo 4: Já estava mais do que na hora de trazer para os leitores um dos vídeos da série "The real football factories". São documentários de uma produtora inglesa sobre as principais/mais violentas/mais fanáticas torcidas do mundo. A Mancha já teve o seu capítulo, mas vamos começar pelos Bad Blue Boys, do Dinamo Zagreb. Zagreb, é bom que se diga, é a capital da Croácia, mais um daqueles tantos países do que antes já foi a Iugoslávia. O vídeo abaixo é um pouco extenso e às vezes perde o ritmo, mas é um material essencial para quem deseja entender as torcidas pelo mundo e, neste caso específico, os componentes políticos e históricos por trás das rivalidades locais:


Vídeo 5: Ainda o Dinamo Zagreb. Este é quase um trailer institucional, e eu entendo que merece ser publicado por trazer todos os principais ideais dos Bad Blue Boys. Gostei especialmente do tom patriótico e da assinatura "Making hell on stadium since 1986".


Vídeo 6: Vamos para a Grécia. É a vez do Panathinaikos. Observem com especial atenção a bandeira dos ultras com uma bola de capotão em destaque.


Vídeo 7: Mais um da Gate 13, do Panathinaikos:

***

Agradecimentos da semana: Raoni Leal, Vitor Birer e Caio Filardi. Só com os vídeos enviados por leitores do blog, ainda tenho mais umas quatro ou cinco edições bem encaminhadas. Mas aguardo novas sugestões, porque esta série não deve terminar assim tão cedo.

27 março 2011

Ainda é pouco

Veio a classificação antecipada, mas ainda é pouco. Sim, é necessário reconhecer a boa campanha até aqui (especialmente pela defesa, com seis gols sofridos após 16 rodadas), mas a pontuação dos outros grandes é tão elevada quanto a nossa, e de nada adianta ficar só entre os oito primeiros. Também não adianta ficar entre os quatro. Precisamos ficar com o primeiro ou o segundo lugar, de modo a garantir o mando de campo nas quartas e na semifinal.

Antes de falar sobre o jogo deste sábado no Canindé, vamos relembrar as campanhas do Palmeiras na primeira fase do Paulistão desde 2005 (ano em que teve início o sistema de disputa com 20 clubes e 19 datas):

2005: 25 pontos (7-4-8), 31 x 32 - 9º
2006: 36 pontos (11-3-5), 37 x 28 - 3º
2007: 35 pontos (10-5-4), 39 x 25 - 5º
2008: 40 pontos (12-4-3), 36 x 15 - 2º
2009: 44 pontos (13-5-1), 38 x 17 - 1º
2010: 25 pontos (6-7-6), 31 x 32 - 11º
2011: 35 em 16 (10-5-1), 24 x 6 (parcial)

A julgar pelos números de anos anteriores e pela trajetória dos quatro grandes em 2011, precisamos de 40 ou 41 pontos para assegurar a primeira ou a segunda posição nesta fase. Ou seja: faltam mais duas vitórias. Teremos pela frente o Santos na Vila (complicadíssimo), o Prudente em casa (é nosso dever afundar esta aberração) e a Ponte lá (os caras devem chegar brigando pela vaga). Ou seja: o time terá de se superar ou em Santos ou em Campinas. Do contrário, provavelmente ficará em 3º ou 4°.

Quanto à campanha atual, é quase certo que teremos a melhor defesa do campeonato e também de todos os últimos anos. Mas é quase certo também que terminaremos esta fase com o ataque mais frágil de todos esses anos - o time deve fazer menos gols até do que em 2005 ou 2010, dois anos com campanhas bizarras.

Agora é com o time e com a gente: vamos buscar três pontos na Vila ou no Moisés Lucarelli!

***

Canindé, Palmeiras 3-0 Bragantino

O placar não diz com exatidão o que foi o jogo, mas isso pouco importa. Conseguimos a vitória, não sofremos gol e ainda melhoramos consideravelmente o saldo de gols. Para este blog, no entanto, mais relevante é destacar o seguinte:

A venda de ingressos pela internet funcionou bem, com a ressalva de que a divisão de setores feita pela Futebol Card contribuiu apenas para confundir a cabeça do torcedor, uma vez que não existe qualquer divisão na arquibancada do Canindé. Ou seja: parem de inventar e vendam tudo como uma arquibancada só! E providenciem uma sinalização melhor no lado externo, porque torcedores pouco habituados ao Canindé podem se confundir na hora de entrar.

Do lado de fora, as filas foram consideráveis, mas andaram - parece que ninguém ficou do lado de fora. Dentro, estádio bastante cheio, bem perto da lotação total. Cabe dizer que a cobrança de R$ 150 pela cadeira coberta soa ofensiva, e então podemos considerar que quase todos os lugares possíveis estavam ocupados na tarde de hoje.

Público anunciado: 10.470 pagantes. Conclui-se então que o Canindé pode receber um público de 13 ou 14 mil pagantes. É pouco, muito pouco, para a torcida do Palmeiras.

***

A escalação de Rivaldo na lateral-esquerda é inaceitável.

25 março 2011

Canindé de novo

Jogaremos novamente no Canindé. Amanhã, 18h30, contra o Bragantino. Com venda de ingressos pela internet, o que elimina boa parte das críticas que eu fiz no jogo anterior. Minha opinião, os senhores sabem, é contundente: na impossibilidade de mandar seus jogos no Palestra Italia, a única opção aceitável para nossa casa seria o Pacaembu. 

A diretoria atual, no entanto, parece disposta a privilegiar o Canindé - ainda que fazendo uso de argumentos improcedentes. É sem dúvida uma opção menos catastrófica do que seria a Arena Barueri, imbecilidade já aventada pela diretoria anterior. Na ocasião, tive de escrever o post "BARUERI NÃO" e é de lá que retiro um raciocínio até simplório em defesa da cancha municipal: 

O Palmeiras é um clube da cidade de São Paulo. A cidade de São Paulo tem um estádio municipal, o Pacaembu. O Palmeiras é o clube que mais vezes foi campeão no Pacaembu, a despeito de ter o seu próprio estádio. O Palmeiras inaugurou a cancha municipal, em um 6 a 2 contra o Coritiba. O Palmeiras viveu um dos episódios mais gloriosos de sua história, a Arrancada Heróica, por lá. 

O Pacaembu é o estádio mais bem localizado desta metrópole, com duas estações de Metrô (de linhas diferentes) e incontáveis linhas de ônibus nas imediações. Qualquer cidadão consegue chegar ao Pacaembu, ainda que em jogos realizados em horários pornográficos. Qualquer cidadão. É o estádio municipal e tem alma própria, que transcende a relação com qualquer dos clubes desta cidade. 

Não faz muito tempo, perguntei aos leitores deste blog qual era o estádio preferido para o Palmeiras mandar seus jogos em 2011. O post está aqui, e eu recomendo a leitura dos comentários. 

O que importava para mim não era tanto o resultado numérico da votação, mas sim as justificativas apresentadas. Uma contagem grosseira apontaria algo como 27 votos para o Pacaembu, 14 para o Canindé e 3 para uma combinação dos dois (dependendo do porte do jogo); outros comentários foram consequência dos votos anteriores. 

A questão que eu quero colocar é a seguinte: 

Eu aceito que um torcedor prefira o Canindé ao Pacaembu. Ainda mais porque alguns votos foram bem fundamentados, com argumentos que fazem bastante sentido. Eu mesmo enxergo algumas vantagens aqui e ali no Canindé. O que eu não admito é que nego venha falar em "maldição do Pacaembu", "o Pacaembu é dos gambás" ou qualquer cretinice do tipo. 

Mais respeito com o Pacaembu! É o estádio municipal e o Palmeiras tem uma história das mais expressivas quando joga por lá. Usar pretensos argumentos relacionados ao nosso rival é desprezar a nossa história na cancha municipal. Mais respeito.

***

Ingresso já comprado para o jogo de amanhã. Chegada por volta de 17h30 ali na Azurita.

23 março 2011

O respeito ao torcedor

A CBF divulgou ontem a tabela detalhada da primeira fase do Campeonato Brasileiro. Este blog já tratou na semana anterior da completa desmoralização do torneio, ocorrida no momento em que empurraram para a última rodada, provavelmente esvaziada, todos os principais clássicos estaduais. A divulgação de dias e horários vem com uma série de asteriscos e com uma surpresa para os torcedores: todas as rodadas de final de semana terão um jogo acontecendo no sábado às 21h. É isso: sábado, 21h! Brilhante!

O respeito ao torcedor se vê em cada detalhe. Nos jogos de sábado às 21h, no fim do horário das 20h30 durante a semana, nas partidas disputadas às 19h30 de quarta em locais pouco acessíveis, no fim aparentemente definitivo dos jogos no sábado às 16h, nas partidas sendo disputadas às 21h50 da madrugada, na lembrança de que "o desmembramento dos jogos (Tabela Detalhada) é estabelecido conjuntamente entre a CBF e a Rede Globo de Televisão em função da grade de programação das emissoras TV Globo, Sportv e do PPV."

Os palestrinos temos ainda de enfrentar isso tudo sem o nosso estádio e ficamos indo de um canto para o outro, mas a situação é ainda pior em estados como RJ ou MG. Porque lá temos a ação de criaturas como Ricardo Teixeira e que tais, que respondem por reformas desnecessárias em templos sagrados como o Maracanã e o Mineirão. Aí, em dado momento, diz a tabela da CBF que o Engenhão não poderá ser utilizado em virtude dos V Jogos Mundiais Militares. Sim, Jogos Militares, vejam isso! Nosso duelo contra o Fluminense, em 24/07, será afetado. O mesmo vale para BH, com três clubes e apenas um estádio na região, a Arena de Sete Lagoas. O destino do nosso confronto contra o América/MG, em 06/07, será definido pelos crápulas da CBF.

Isso tudo, senhores, é o respeito de nossos dirigentes e da tal Rede Globo pelo torcedor de futebol no Brasil.

É por causa desses caras que o Palmeiras joga hoje à noite, quarta-feira, às 19h30, em Barueri. Repito: quarta-feira, 19h30, em Barueri. Parece inacreditável, mas é a mais pura verdade. Muitos de nós (eu incluso) teremos de nos matar para sair mais cedo do trabalho, enfrentar o trânsito descomunal de uma marginal e mais uma rodovia sempre travada para, em um golpe de sorte, conseguirmos chegar no estádio com o primeiro tempo em andamento. Para outros, a tarefa é impossível.

Eles conseguiram: transformaram um simples jogo em casa em um obstáculo intransponível para grande parte da torcida.

***

Tabela atualizada:

Campeonato Brasileiro/2011
22.05 dom 16h Palmeiras x Botafogo/RJ – mando perdido
29.05 dom 16h Cruzeiro/MG x Palmeiras – Arena do Jacaré
04.06 sab 18h30 Palmeiras x Atlético/PR – Pacaembu
12.06 dom 16h Internacional/RS x Palmeiras – Beira-Rio
19.06 dom 16h Palmeiras x Avaí/SC – Pacaembu
26.06 dom 16h Ceará/CE x Palmeiras – Presidente Vargas
29.06 qua 19h30 Palmeiras x Atlético/GO – Pacaembu
06.07 qua 21h50 América/MG x Palmeiras – a definir
10.07 dom 18h30 Palmeiras x Santos/SP – Pacaembu
17.07 dom 16h Palmeiras x Flamengo/RJ – Pacaembu
24.07 dom 16h Fluminense/RJ x Palmeiras – a definir
27.07 qua 21h50 Figueirense/SC x Palmeiras – Orlando Scarpelli
30.07 sab 21h Palmeiras x Atlético/MG – Pacaembu
03.08 qua 21h50 Coritiba/PR x Palmeiras – Couto Pereira
06.08 sab 18h30 Palmeiras x Grêmio/RS – Pacaembu
14.08 dom 16h Vasco/RJ x Palmeiras – São Januário
18.08 qui 21h Palmeiras x Bahia/BA – Pacaembu
21.08 dom 16h SPFC/SP x Palmeiras – Morumbi
28.08 dom 16h Palmeiras x SCCP/SP – Pacaembu

31.08/01.09 qua/qui Botafogo/RJ x Palmeiras – Engenhão
03.09/04.09 sab/dom Palmeiras x Cruzeiro/MG – Pacaembu
07.09/08.09 qua/qui Atlético/PR x Palmeiras – Arena da Baixada
10.09/11.09 sab/dom Palmeiras x Internacional/RS – Pacaembu
17.09/18.09 sab/dom Avaí/SC x Palmeiras – Ressacada
21.09/22.09 qua/qui Palmeiras x Ceará/CE – Pacaembu
24.09/25.09 sab/dom Atlético/GO x Palmeiras – Serra Dourada
01.10/02.10 sab/dom Palmeiras x América/MG – Pacaembu
08.10/09.10 sab/dom Santos/SP x Palmeiras – Vila Belmiro
12.10/13.10 qua/qui Flamengo/RJ x Palmeiras – Engenhão
15.10/16.10 sab/dom Palmeiras x Fluminense/RJ – Pacaembu
22.10/23.10 sab/dom Palmeiras x Figueirense/SC – Pacaembu
29.10/30.10 sab/dom Atlético/MG x Palmeiras – Arena do Jacaré
05.11/06.11 sab/dom Palmeiras x Coritiba/PR – Pacaembu
12.11/13.11 sab/dom Grêmio/RS x Palmeiras – Olímpico
16.11/17.11 qua/qui Palmeiras x Vasco/RJ – Pacaembu
19.11/20.11 sab/dom Bahia/BA x Palmeiras – Pituaçu
26.11/27.11 sab/dom Palmeiras x SPFC/SP – Pacaembu
03.12/04.12 sab/dom SCCP/SP x Palmeiras – A PM decide

22 março 2011

O país do futebol? (7)

Vamos começar novamente pelo grande Uruguay, onde vive o futebol. Antes, deixo aqui as indicações para todos os capítulos anteriores desta série: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Depois, temos ainda vídeos da Inglaterra, de Portugal e, vejam que inusitado, da Costa Rica.

Vídeo 1: Direto a Montevideo, esta cidade ainda pouco conhecida dos brasileiros - sim, Buenos Aires é o que há, mas a capital do Uruguay merece muito mais destaque do que tem. Volto tão rapidamente ao país vizinho porque o clássico Peñarol-Nacional precisava ainda ter o devido espaço. Começando pelo vídeo abaixo, do duelo que decidiu o campeão de 2010:


Vídeo 2: Temos agora o alento da barra Amsterdam (referência ao setor do Centenario onde fica a hinchada do Peñarol), mesmo com a derrota da equipe no clássico. Vale atentar para os panos do rival Nacional no meio dos carboneros, a exemplo do que costuma acontecer na Argentina.


Vídeo 3: Se você é leitor deste blog, já deve ter assistido ao clássico "Hooligans". Em sendo assim, sabe exatamente o que significa um West Ham-Millwall. Do contrário, recomendo que não perca mais tempo e vá atrás do filme agora mesmo. Deixo-os agora com um vídeo que resume os incidentes do último encontro entre os dois inimigos, em 2009:

Para mais informações, conferir esta notícia.

Vídeo 4: A.C.A.B é uma sigla bastante difundida entre os ultras europeus. Significa All Cops Are Bastards. O que temos no vídeo abaixo: um sujeito invade o campo e começa a ser espancado pelos policiais. O restante do público não perdoa: adeptos invadem o relvado e enchem os coxinhas locais de porrada.


Vídeo 5: Costa Rica, senhores. Pequeno país da América Central. O principal time de lá é o Saprissa (tem 29 títulos nacionais, 3 CONCACAFs e outras conquistas mais). Tem também um dos mascotes mais interessantes entre todos os clubes que eu conheço e adota a política de contratar apenas jogadores nascidos no próprio país. Abaixo, a recepção da Ultra Morada para o time. Prestem atenção aos negos pendurados no alambrado. Uma verdadeira aula para quase todas as torcidas do dito "país do futebol".


***

Agradecimentos da semana: Luiz Romani e Juliano Fleith (que descobriu o do Saprissa e mais os dois do Uruguay).

21 março 2011

A mentira azul

2001, Libertadores, oitavas-de-final. Fomos ao Anacleto Campanella pela primeira vez na história. Jogo de ida. São Caetano 1-0 Palmeiras. 21.113 pagantes. Nossa torcida encheu todo o setor visitante, que era ainda um pouco menor que o atual. Do outro lado, uma população empolgada com aquela novidade, uma farsa possível graças à injeção de dinheiro público.

Perdemos em campo e fomos reverter em casa com outro 1 a 0 e com vitória nos pênaltis. O time azul do ABC desafiava os grandes e, durante alguns anos, os jogos em São Caetano eram sempre complicados: empate ou derrota eram os resultados mais prováveis.

Vai fazer 10 anos agora daquela primeira visita. O que a imprensa chamava de Azulão lá no começo da década passada é hoje mais um clube artificial, sem alma, sem torcida, sem representatividade.

Eu fui a todos os jogos que o Palmeiras já fez no Anacleto e nunca vi a arquibancada dos caras tão vazia como ontem. A torcida da casa não era nem 5% do público total. Nem mesmo a numerada, habitualmente dividida, tinha resquícios de gente local.

Nossa torcida ficou esmagada, superlotando a arquibancada destinada aos visitantes, enquanto o setor 3 estava vazio, fechado, sem um torcedor sequer. É algo que parece impossível de justificar, mas eu bem que gostaria de ouvir a explicação dos dirigentes do Azulinho. Por que não abriram aquela arquibancada?

10 anos se passaram desde aquela noite de 2001 – e me lembro agora da dificuldade que enfrentei para voltar de ônibus, ainda sem saber direito onde estava. Lembro também de cada uma das outras partidas disputadas no Anacleto: jogos chatos, poucos gols, ambiente frio, uma dificuldade só. A arquibancada onde mal cabe um pé, a visão prejudicada pelo alambrado, a chuva quase inevitável, aquelas ruas todas em volta, todas parecidas, como se fossem a mesma.

Olhando para trás depois de todo esse tempo, é até engraçado recordar o receio que tínhamos. A verdade mesmo é que o São Caetano é uma mentira.

***

-O empate ficou de bom tamanho.

-Cada vez que vejo o time subir em campo com a maldita camisa amarela (ou mesmo com aquela outra, a atual terceira), o desgosto é enorme. E nunca antes foi tão grande a falta de compromisso com a história do clube. Porra, vão à merda todos os diretores atuais! Onde está a camisa verde? Onde está o respeito à história e à tradição?

-Ingressos: foi grande de novo o sofrimento. Fila enorme na bilheteria e fila ainda maior para entrar no estádio, com os coxinhas fazendo corpo mole, uma única entrada para quase 10 mil torcedores e aquela putaria toda à qual já estamos nos acostumando. E por mais que não seja possível reclamar desta vez da nossa diretoria, é fato que o palmeirense continua sendo maltratado sempre que vai ver o time jogar.

-Deola x Araújo. Todos sabem que, para mim, o camisa 8 teria sido demitido por justa causa depois da derrota para o Goiás. O incompetente seguiu no time e vive fazendo besteira. Não foi tanto o caso de ontem, e a postura de Deola, que jogou a torcida contra ele e ainda saiu agradecendo pelos aplausos que vieram da arquibancada, é no mínimo questionável.

18 março 2011

BR/1994, campanha comentada

Dia desses, em um encontro com amigos no Juriti, o grande boteco do Cambuci, começamos a discutir a campanha do Palmeiras no Brasileirão de 1994. Lembrei então de uma rotina quase diária durante as aulas chatas do colegial ou mesmo da faculdade: escrever, jogo a jogo, todas as grandes campanhas do campeoníssimo Palmeiras dos anos 90. Tinha isso tudo de cabeça, fase após fase, em meio a regulamentos que, por incompreensíveis que fossem, tinham ao menos a decência de terminarem com uma final em dois jogos, com os times se enfrentando para decidir o campeão.

E aí, dessa última vez, enquanto buscava listar todas as partidas, percebi que a memória me abandonava em alguns momentos e que já não era assim tão fácil lembrar a ordem correta de todos os jogos e mesmo o público de todos eles. Sim, públicos. Para mim, pouco importavam as escalações ou mesmo os autores dos gols; importante mesmo era saber quantas pessoas estiverem presentes ao estádio a cada tarde ou noite.

Entre todos aqueles campeonatos dos anos 90 (e dos 2000 também), um deles continua despontando na memória até hoje: o Brasileiro/1994. Dos 31 jogos que o Palmeiras teve de disputar naquela temporada, lembrei da ordem de todos e dos públicos de 23 deles (bem longe dos 100% de alguns anos atrás, mas ainda um número considerável). Foi mesmo uma campanha marcante.

Foi então que eu resolvi abrir um espaço aqui para lembrar toda a trajetória que nos levou ao último (e já distante) título nacional. Vamos lá:

Campeonato Brasileiro/1994

1ª fase - Turno e returno

A 1ª fase foi um monstrengo: 24 clubes divididos em 4 grupos de 6. Jogavam todos contra todos em turno e returno dentro de cada grupo, classificando-se para a 2ª fase os quatro primeiros de cada chave. No total, sobrariam 16 times dos 24 que começaram a disputa. O líder de cada grupo ganharia um ponto de bonificação para a fase seguinte. O Palmeiras disputou o Grupo D, conforme abaixo:

Palmeiras 4 x 1 Paraná/PR - 13.530
Náutico/PE 1 x 3 Palmeiras - 4.879
Internacional/RS 0 x 2 Palmeiras - 37.827
Palmeiras 5 x 1 União São João/SP - 6.954
Palmeiras 1 x 0 Fluminense/RJ - 22.243


Fluminense/RJ 1 x 1 Palmeiras - 3.246
União São João/SP 0 x 1 Palmeiras - 11.970
Palmeiras 1 x 0 Internacional/RS - 22.340
Palmeiras 4 x 1 Náutico/PE - 18.102
Paraná/PR 2 x 4 Palmeiras - 42.675

Foi brincadeira. Em 10 jogos disputados, o Palestra venceu 9 e empatou um (contra o Fluminense, em Caio Martins). Foram 26 gols a favor e apenas sete gols contra. O Verdão foi líder com 19 pontos (a vitória só valia dois pontos na época). Passaram junto o Fluminense (10), o Paraná (9) e o Internacional (8).

2ª fase

O regulamento estipulou a divisão dos 16 classificados (quatro de cada grupo, estão lembrados?) em dois novos grupos, o E e o F. Tivemos o seguinte:

Grupo E: SCCP/SP, Fluminense/RJ, Grêmio/RS, Guarani/SP, Internacional/RS, Paysandu/PA, Portuguesa/SP e Vasco/RJ

Grupo F: Bahia/BA, Botafogo/RJ, Flamengo/RJ, Palmeiras, Paraná/PR, Santos/SP, SPFC/SP e Sport/PE

Notem a genialidade do regulamento:

2ª fase - 1º turno Os times jogariam dentro de seu próprio grupo, todos contra todos, em turno único. SCCP/SP (A), Botafogo/RJ (B), Guarani/SP (C) e Palmeiras (D), líderes de grupo na primeira fase, largaram com um ponto de bonificação. Cada time jogaria sete vezes, quatro em casa e três fora (ou o contrário, a depender da campanha da primeira fase). A classificação para a fase final seria concedida ao campeão do turno nos grupos C e D.


Palmeiras 1 x 0 Sport/PE - 21.174
Palmeiras 1 x 0 Paraná/PR - 19.362
Bahia/BA 1 x 1 Palmeiras - 46.660
Palmeiras 2 x 0 Santos/SP - 20.611
Flamengo/RJ 2 x 0 Palmeiras - 8.539
Palmeiras 1 x 0 Botafogo/RJ - 7.441
SPFC/SP 2 x 2 Palmeiras - 25.120

Os dois primeiros jogos dão a medida exata de como aquele time estava predestinado para o título. Na primeira rodada, contra o Sport/PE, em um sábado à tarde, o gol da vitória saiu aos 44 minutos do segundo tempo: da intermediária, o zagueiro Antonio Carlos levantou a bola na área. Ela bateu em Evair, rebateu em um zagueiro e depois em mais outro antes de morrer no fundo do gol. Uma semana depois, outro sábado à tarde, o adversário foi o Paraná Clube. Resultado? 1 a 0. Como? Outro gol aos 44 minutos da etapa final, novamente pelos pés de Antonio Carlos, desta vez com um chute direto, da intermediária, no ângulo. Incrível.

Depois disso, empate em um gol em Salvador (com dois gols nos minutos finais, o primeiro de Roberto Carlos e o segundo do Bahia) e vitória por 2 a 0 sobre o Santos (Zinho e Evair, de pênalti). A primeira derrota veio no 15º jogo, contra o Flamengo no Maracanã: 0 a 2, dois de Sávio (lembram?). Vieram então uma vitória sobre o Botafogo (1 a 0, de Rivald0) e o empate contra o SPFC no Morumbi: 2 a 2, com dois gols de Edmundo e a porradaria no final!

Três fatores garantiram a vaga do Palmeiras: este empate contra o SPFC (o segundo gol de Edmundo saiu já nos minutos finais); a vitória sobre o Sport no último minuto, lá na estreia da fase; e o ponto de bonificação. O Verdão somou 11 pontos, contra 10 do Sport e 9 do SPFC. Estávamos na fase final! No outro grupo, os alvinegros da zona leste se classificaram com a melhor campanha: fizeram 12 pontos, deixando para trás o Guarani no saldo de gols.

2ª fase - 2º turno

Já classificados, Palmeiras e SCCP não tinham muito o que fazer aqui neste 2º turno, a não ser garantir uma campanha melhor para eventuais vantagens na fase final. Tanto é assim que ambos abdicaram desta ettapa, em que os oito times de cada grupo enfrentavam os oito times do outro grupo, em uma inversão semelhante à que ocorre no Campeonato Carioca. Outras duas vagas seriam concedidas às equipes que obtivessem o melhor índice técnico na soma dos dois turnos.

Aos jogos:


Palmeiras 0 x 1 Guarani/SP - 10.587
Fluminense/RJ 4 x 1 Palmeiras - 3.392
Grêmio/RS 1 x 1 Palmeiras - 3.363
Palmeiras 4 x 1 SCCP/SP - 23.465
Portuguesa/SP 3 x 1 Palmeiras - 6.818
Palmeiras 3 x 0 Vasco/RJ - 11.486
Palmeiras 1 x 1 Internacional/RS - 4.268
Paysandu/PA 1 x 0 Palmeiras - 3.020

Como se vê, o time descambou. Estreou perdendo em casa para o Guarani (gol de Amoroso) e aí emendou mais três derrotas nos outros sete jogos. De positivo mesmo, só a vitória sobre o Vasco (3 a 0, com uma atuação magistral de Edmundo) e a goleada diante do SCCP (um 4 a 1 no Morumbi, com três gols de Evair e outro de Zinho). O restante foi um marasmo só.

Ao final desta fase, tivemos como campeões de cada grupo o Guarani (12 pontos) e o Botafogo (13 pontos).

Tivemos então a classificação dos campeões do turno (SCCP e Palmeiras) e do returno (Guarani e Botafogo) em cada grupo, além dos dois times com melhor campanha na soma dos dois turnos (SPFC e Bahia), obviamente descontados os campeões de turno e returno.

Pegaram?

Temos seis times, certo? Faltam dois para completar os oito que seriam necessários para a realização das fases seguintes. Pergunto aos leitores: de onde vieram esses outros dois clubes.

Para entender isso, devemos retornar à 1ª fase, aquela que foi disputada por 24 clubes, divididos em 4 grupos de 6. Jogaram todos em turno e returno, classificando-se para a 2ª fase os quatro melhores de cada grupo. 4 vezes 4 é igual a 16. Avançaram 16 para a 2ª fase, em dois grupos de 8. 24 menos 16 é igual a 8. Foi este o número de clubes que não passaram para a 2ª fase. O que aconteceu com eles? Bom, ganharam a oportunidade de disputar uma repescagem que classificaria os 2 primeiros logo para a fase final. Ou seja: o time fracassou em uma 1ª fase das mais tranquilas e ganhou o direito de disputar uma repescagem ainda mais tranquila, com outros fracassados, para chegar à fase final. Um caminho bem mais fácil.

A repescagem teve a seguinte classificação: 1. Bragantino; 2. Atlético/MG; 3. Vitória/BA; 4. Criciúma/SC; 5. União São João/SP; 6. Cruzeiro/MG; 7. Remo/PA; 8. Náutico/PE. Os dois primeiros avançaram para a fase final e os dois últimos foram rebaixados.

Chegamos então aos mata-matas:

Quartas-de-final



Bahia/BA 1 x 2 Palmeiras - 69.129
Palmeiras 2 x 1 Bahia/BA - 23.372


Bragantino/SP 1 x 1 SCCP/SP - 26.156
SCCP/SP 0 x 0 Bragantino/SP - 35.802


SPFC/SP 1 x 0 Guarani/SP - 21.911
Guarani/SP 4 x 2 SPFC/SP - 24.993


Atlético/MG 2 x 0 Botafogo/RJ - 50.363
Botafogo/RJ 2 x 1 Atlético/MG - 32.584

O Palmeiras passou sem dificuldades pelo Bahia, com vitórias em Salvador (com gols de Roberto Carlos e Maurílio, em um lance improvável) e depois no Pacaembu. O Bragantino segurou dois empates com o SCCP, em dois jogos disputados na capital paulista (a ida no Pacaembu e a volta no Morumbi), mas foi eliminado pela campanha anterior do SCCP. O Guarani trucidou o SPFC em Campinas e o Galo passou pelo Botafogo.

Semifinal


Palmeiras 3 x 1 Guarani/SP - 44.957
Guarani/SP 1 x 2 Palmeiras - 23.676


Atlético/MG 3 x 2 SCCP/SP - 82.938
SCCP/SP 1 x 0 Atlético/MG - 9.788

O Palmeiras pegou o fortíssimo Guarani, time que tinha Amoroso e Luizão e que cumpria a melhor campanha do Brasileirão até aquele momento. O jogo de ida, no Pacaembu, em uma quinta-feira à noite, é daqueles inesquecíveis. 44.957 pagantes. Eis o time que foi a campo: Velloso; Claudio (Amaral), Antonio Carlos, Cléber e Roberto Carlos; Sampaio, Flavio Conceição, Zinho e Rivaldo; Maurílio (Paulo Isidoro) e Evair.

O time do interior saiu na frente aos 36 minutos da primeira etapa, gol de Julio Cesar; o empate veio praticamente no lance seguinte: Cléber, de chaleira. Veio o segundo tempo. Jogo duro, tenso, disputado. Torcida apreensiva. 34 minutos passados. Falta em dois lances dentro da área (não me lembro agora qual o motivo). Evair e Zinho a postos. A bola rola. Evair para Zinho. O tiro sai mascado. Diz a minha memória (uma vez que não encontrei um vídeo desse gol) que a bola desvia na barreira, engana o goleiro e, lenta, morre no fundo do gol. 2 a 1!

Veio ainda o terceiro gol. Evair. 39 minutos do segundo tempo. À imagem, a única que eu encontrei daquela noite inesquecível:

No jogo de volta, em Campinas, o Palmeiras avançou sem sobressaltos. 2 a 1, dois gols de Rivaldo, uma atuação magistral do hoje ex-atleta.

Do outro lado, o SCCP levou 3 a 2 do Galo no Mineirão. Na volta, em um Morumbi com menos de 10 mil pagantes (tinham acabado de interditar a arquibancada e a numerada), vitória por 1 a 0, gol de Branco, e a vaga para a final paulistana.

Final

Sinto-me incapaz de escrever um texto à altura daqueles dois jogos. Melhor assistir:

SCCP/SP 1 x 3 Palmeiras - 37.940

Palmeiras 1 x 1 SCCP/SP - 35.217
*** Mais alguns vídeos desta campanha: Internacional/RS 0 x 2 Palmeiras Palmeiras 5 x 1 União São João/SP Palmeiras 4 x 1 SCCP/SP. Atenção, senhores, para a história da proibição de bebida alcoólica nos estádios. Lá se vão 17 anos... Palmeiras 3 x 0 Vasco/RJ. Atenção para o segundo gol! *** Dentro do espírito colaborativo, peço aos amigos que indiquem mais vídeos desta campanha no Brasileirão de 1994. A ideia é publicar todos os que estiverem disponíveis.

17 março 2011

Contra a mesmice

Aí um amigo vem questionar o porquê de eu não escrever um post sobre o jogo de ontem. Eu respondo que não teria muito a dizer, uma vez que a distância de São Paulo a Uberaba não me permitiu ir ao estádio. E aí, longe da arquibancada, não seria possível produzir um material condizente com a linha editorial deste blog.

Jornalista que sou, poderia até mandar um título "Palmeiras ganha e se classifica", colocar uma foto que não diz nada e inventar uns cinco ou seis parágrafos vazios sobre algo que, a exemplo de vocês, eu vi pela televisão. Acontece que qualquer um pode fazer isso, e você certamente pode ler essa "notícia" em qualquer site meia-boca da nobre imprensa esportiva.

Há quem saiba fazer bem o relato pós-jogo, com opinião, contextualização e estilo próprio (refiro-me ao Conrado, do Verdazzo). Mas há também quem insista nessa fórmula desgastada para ocupar espaço e fingir que faz jornalismo. Não faz.

Este blog é escrito com o olhar da arquibancada e é somente a partir dela que algo faz sentido neste blog.

Esclarecimento feito, vamos seguir adiante:

Depois de tudo o que este blog já falou sobre o senhor Rogério Dezembro, não poderia passar em branco a sua nova função. Dezembro, ex-diretor de marketing do Palmeiras, é agora diretor da W Torre - e o anúncio da contratação se deu em meio a todas essas discussões infrutíferas sobre o destino da nossa casa.

Recibo assinado. Reconhecimento aos serviços prestados. Pilantragem. Como quiserem definir. Julgo ser desnecessário apontar as implicações desta presença de Dezembro na WTorre e mesmo tudo que está por trás do movimento.

Deixo aberto o espaço para comentários, não sem antes recomendar alguns dos posts anteriores, eles todos relacionados àquele que é o responsável pelo Avanti Palmeiras, o mais desconectado plano de relacionamento entre clube e torcedor de que se tem notícia:

Entrevista com Rogério Dezembro (12.08.2010)

Avanti, 1921 (23.04.2010)

Avanti, do fracasso ao desrespeito (24.02.2009)

Avanti, um erro conceitual (11.01.2010)

O Palmeiras e o sócio-consumidor (3) (11.01.2010)

O Palmeiras e o sócio-consumidor (2) (26.11.2009)

O Palmeiras e o sócio-consumidor (15.11.2009)

Já mudando de assunto, julgo ser necessário trazer ao conhecimento dos leitores duas notas que foram publicadas sem muito alarde no Painel FC da última terça-feira:

Escalada. De propriedade das Organizações Globo e da RBS, a Geo Eventos adquiriu o controle da Outplan, firma especializada na venda de ingressos com cartão de crédito. A expectativa é vender 5,2 milhões de ingressos para o futebol neste ano.

Para a galera. Além de tratar de ingressos, a Geo criará camarotes e setores VIP e pretende também gerir programas de sócio-torcedor para os clubes de futebol.

Qualquer referência às Organizações Globo torna suspeita qualquer negociação. Lembro apenas que a Outplan aí citada é a empresa que vende os ingressos para o Palmeiras.

15 março 2011

O país do futebol? (6)

O sexto capítulo da série "O país do futebol?" vem pra humilhar. Aos visitantes que chegaram agora ou que caíram aqui por acidente, sugiro que confiram as edições anteriores: 1, 2, 3, 4 e 5. Desta vez, teremos vídeos do Chipre (sim, é isso!), da Suíça e da Polônia.

Vídeo 1: Alguém aí conhece o Chipre? É improvável; se você foi, apresente-se e justifique. O Chipre é uma ilha perdida entre a Turquia e o Oriente Médio. Embora mais próximo de Beirute ou de Tripoli do que de qualquer outra capital europeia (mesmo daquelas periféricas, como Istambul, Atenas ou Sofia), é um país da Europa. Tem população inferior a 800 mil almas, e quase metade disso vive em Nicosia, a capital. O principal time da cidade (e do país) é o APOEL FC. Na temporada 2009/2010, os caras surpreenderam e chegaram à fase final de grupos da Uefa Champions League. Caíram em um grupo complicadíssimo, com Atlético de Madrid, Chelsea e Porto. Foram três empates, um deles contra o Chelsea, em Stamford Bridge. Neste último jogo, com o APOEL já eliminado, a torcida percorreu todo o continente europeu só para ver o time jogar em Londres. É o que os senhores veem logo abaixo:


Vídeo 2: Este segundo vídeo da visita dos cipriotas a Londres merece ser visto para que se tenha clara a quantidade de torcedores no estádio. Alguns falam em 7 mil. Parece ser uma estimativa elevada (eu arriscaria uns 4 mil), mas peço aos senhores que tenham em mente a população de Chipre, na casa dos 800 mil habitantes! Considerando (I) a conservadora estimativa de 4 mil torcedores; (II) uma proporção semelhante de pessoas que se interessam por futebol lá e aqui e (III) as pelo menos sete horas de viagem entre Nicosia e Londres (não há voos diretos entre as duas cidades), seria, em uma conta grosseira, como se 950 mil torcedores de um clube de SP resolvessem viajar até, digamos, o Panamá para ver o time jogar por nada.


Vídeo 3: Vamos até a Suíça, onde um clássico foi interrompido devido a um protesto contra a interferência da TV no horário do jogo. A questão é que a tal emissora modificou o horário de Basel x Luzern para transmitir um jogo de tênis (do tal Federer). O futebol não pode ser preterido em situação alguma e a torcida local resolveu então fazer um protesto dos mais inusitados, com bolas de tênis sendo atiradas para o gramado (duas vezes!). E pensar que aqui no Brasil a maldita Rede Globo inventa horários estúpidos, manipula a tabela e ainda tem imbecil que vai ao estádio com plaquinha de "Filma eu"... povo de merda!

Vídeo 4: Estão lembrados do Lech Poznań, aquele da torcida que foi incentivar a molecada do sub-12? Pois agora eles aparecem de novo, mas desta vez como coadjuvantes. Quem está em evidência no vídeo abaixo é a torcida do também polonês Widzew, na casa do Poznań. Atenção para a faixa "Against Modern Ultras", no início.


***

Agradecimentos: Vitor Birer e Gabriel Uchida (Foto Torcida).

14 março 2011

A desmoralização do Brasileiro

Temos presenciado, já há alguns anos, a completa desmoralização dos pontos corridos (vejam aqui, aqui, aqui, aqui e aqui), este sistema de disputa abjeto feito sob medida para os entusiastas do futebol moderno e para aqueles que pensam que tudo que vem da Europa é melhor. A introdução dos pontos corridos foi um duro golpe na dignidade do futebol brasileiro, talvez o maior deles.

Eis então que agora, em uma tentativa desesperada de evitar a derrocada dos pontos corridos, a CBF, este antro nojento que comanda o futebol brasileiro, decide enfiar os clássicos estaduais logo nas últimas rodadas do campeonato.

Longe de evitar as, digamos, relaxadas dos últimos anos, a medida serve apenas para retirar o peso dos clássicos, antes os encontros mais aguardados de cada edição. Ou seja: em um campeonato já sem fase final, sem mata-mata, sem olho no olho, o que esses caras fazem é colocar sob o risco a validade dos clássicos, transformando-os em partidas que podem valer só para um dos clube (ou para nenhum deles).

É nojenta a atitude da CBF, como nojenta é a postura dos que aprovam essa medida em nome da manutenção forçada dos pontos corridos.

O que temos é um crime contra os clássicos estaduais. E o Campeonato Brasileiro caminha a passos largos rumo à desmoralização que antes parecia exclusiva dos pontos corridos.

***

Os jogos do Palmeiras:

21.05/22.05 sab/dom Palmeiras-Botafogo/RJ – mando perdido*
28.05/29.05 sab/dom Cruzeiro/MG-Palmeiras – Arena do Jacaré
04.06/05.06 sab/dom Palmeiras-Atlético/PR – Pacaembu
11.06/12.06 sab/dom Internacional/RS-Palmeiras – Beira-Rio
18.06/19.06 sab/dom Palmeiras-Avaí/SC – Pacaembu
25.06/26.06 sab/dom Ceará/CE-Palmeiras – Presidente Vargas
29.06/30.06 qua/qui Palmeiras-Atlético/GO – Pacaembu
06.07/07.07 qua/qui América/MG-Palmeiras – Arena do Jacaré
09.07/10.07 sab/dom Palmeiras-Santos/SP – Pacaembu
16.07/17.07 sab/dom Palmeiras-Flamengo/RJ – Pacaembu
23.07/24.07 sab/dom Fluminense/RJ-Palmeiras – Engenhão
27.07/28.07 qua/qui Figueirense/SC-Palmeiras – Orlando Scarpelli
30.07/31.07 sab/dom Palmeiras-Atlético/MG – Pacaembu
03.08/04.08 qua/qui Coritiba/PR-Palmeiras – Couto Pereira
06.08/07.08 sab/dom Palmeiras-Grêmio/RS – Pacaembu
13.08/14.08 sab/dom Vasco/RJ-Palmeiras – São Januário
17.08/18.08 qua/qui Palmeiras-Bahia/BA – Pacaembu
20.08/21.08 sab/dom SPFC/SP-Palmeiras – Morumbi
27.08/28.08 sab/dom Palmeiras-SCCP/SP – Pacaembu

31.08/01.09 qua/qui Botafogo/RJ-Palmeiras – Engenhão
03.09/04.09 sab/dom Palmeiras-Cruzeiro/MG – Pacaembu
07.09/08.09 qua/qui Atlético/PR-Palmeiras – Arena da Baixada
10.09/11.09 sab/dom Palmeiras-Internacional/RS – Pacaembu
17.09/18.09 sab/dom Avaí/SC-Palmeiras – Ressacada
21.09/22.09 qua/qui Palmeiras-Ceará/CE – Pacaembu
24.09/25.09 sab/dom Atlético/GO-Palmeiras – Serra Dourada
01.10/02.10 sab/dom Palmeiras-América/MG – Pacaembu
08.10/09.10 sab/dom Santos/SP-Palmeiras – Vila Belmiro
12.10/13.10 qua/qui Flamengo/RJ-Palmeiras – Engenhão
15.10/16.10 sab/dom Palmeiras-Fluminense/RJ – Pacaembu
22.10/23.10 sab/dom Palmeiras-Figueirense/SC – Pacaembu
29.10/30.10 sab/dom Atlético/MG-Palmeiras – Arena do Jacaré
05.11/06.11 sab/dom Palmeiras-Coritiba/PR – Pacaembu
12.11/13.11 sab/dom Grêmio/RS-Palmeiras – Olímpico
16.11/17.11 qua/qui Palmeiras-Vasco/RJ – Pacaembu
19.11/20.11 sab/dom Bahia/BA-Palmeiras – Pituaçu
26.11/27.11 sab/dom Palmeiras-SPFC/SP – Pacaembu
03.12/04.12 sab/dom SCCP/SP-Palmeiras – A PM decide**

***

Comentários sobre a tabela:

*O Palmeiras foi injustiçado com a perda de dois mandos de campo no final do ano passado (por causa do ralo arremessado lá no Pacaembu no dérbi, estão lembrados?). O primeiro foi cumprido contra o Atlético/MG, em Araraquara. O segundo seria cumprido contra o Fluminense. O clube pediu efeito suspensivo e disputou aquele fatídico duelo em Barueri. Não deu em nada; a punição foi ratificada e vamos estrear no Brasileiro em algum campo qualquer do interior paulista.

**Está nos apêndices da tabela divulgada (inicialmente em papel de padaria) pelos vagabundos da CBF: "Por motivos de segurança, atendendo à solicitação da Polícia Militar, evitamos a programação de equipes rivais como mandante na mesma cidade, no mesmo horário; dessa forma, oportunamente identificaremos os locais do jogos 363 e 364 da rodada 37 e 371, 372, 379 e 380 da rodada 38." Traduzindo: a CBF fez a merda de inventar dois clássicos no RJ e dois clássicos em SP no mesmo dia e horário e quem vai pagar é o torcedor, uma vez que um dos jogos (SCCP x Palmeiras ou SPFC x SFC) terá de ser disputado no interior.

***O que mais me incomoda nesta decisão é a burrice dos imbecis que fizeram a tabela. Porque se a ideia era colocar dois clássicos no mesmo dia, poderiam inverter o mando no jogo do SPFC contra o Santos. Vejam: teríamos Palmeiras x SCCP e SPFC x SFC no primeiro turno, um no sábado e outro no domingo; no segundo turno, teríamos a inversão, com SCCP x Palmeiras e SFC x SPFC, um no Pacaembu e outro na Vila, sem qualquer necessidade de se consultar os bravos, valorosos e destemidos homens do 2º BP Choque.

****A tabela detalhada, diz a CBF, com dias e horários das rodadas do primeiro turno, será divulgada no próximo dia 22, terça da outra semana. Pergunto: por que já não fizeram isso agora?

*****Está também nos apêndices: "O desmembramento dos jogos (Tabela Detalhada) será estabelecido conjuntamente entre a CBF e a Rede Globo de Televisão em função da grade de" A frase não chega ao fim, mas as palavras bastam para maltratar ainda mais o torcedor de arquibancada. Prepare-se, amigo: vem mais manipulação pela frente! A tabela que temos aí pode não valer de nada.

******Entre as viagens possíveis: nossos dois jogos em Curitiba acontecem em uma quarta-feira (ou quinta) à noite. O mesmo vale para dois dos quatro jogos que vamos disputar no Rio (contra Flamengo e Botafogo).

*******O Palmeiras vai enfrentar SPFC e SCCP na sequência, nas duas últimas rodadas. Sem comentários adicionais.

Pacaembu ou Canindé?

Eu já deixei a minha opinião bem evidente tantas e tantas vezes, mas gostaria de pedir aos leitores (apenas aqueles que vão ao estádio!) que respondessem onde preferem ver o Palmeiras mandar seus jogos: Pacaembu ou Canindé?

Respondam aí nos comentários só com "Pacaembu" ou "Canindé". O espaço está aberto para os que quiserem apresentar a justificativa.

***

Em tempo: tem uma enquete sobre isso no Verdazzo, mas eu quero levantar aqui entre os leitores os números e os argumentos para escrever um dos próximos posts.

13 março 2011

A arte da incompetência

Uma vez que estava dentro do Canindé desde antes do jogo, não posso estimar o número de pessoas que, devido à incompetência da diretoria da S.E. Palmeiras, ficaram do lado de fora do estádio durante o jogo e ou tiveram de entrar até o início do segundo tempo ou simplesmente desistiram e foram para casa. Amigos meus, alguns dos quais presentes a todos os jogos, fizeram parte do primeiro grupo: com a fila enorme para comprar ingressos e a desorganização por todos os lados, só puderam subir para a arquibancada já com o segundo tempo em andamento. Outros tantos foram impedidos por Arnaldo Tirone e demais cúmplices de ver o time em "casa": deixaram de pagar ingresso para o clube e foram embora.

Sim, sabemos que o Palmeiras, desde tempos idos, é referência quando se trata da total inaptidão para uma tarefa simples, a de fazer chegar a seus torcedores os ingressos para jogos de futebol. É uma incompetência notória e incorrigível, demonstrada pelas filas absurdas mesmo em jogos pequenos, pela prevalência do horário de venda para vagabundos, pelo lançamento de um programa de sócio-torcedor que não atende aos interesses do torcedor e pelas muitas vezes em que gente ficou do lado de fora mesmo com ingressos disponíveis.

Tivemos ontem no Canindé menos de oito mil pagantes. É impossível calcular quantas dessas pessoas perderam boa parte do duelo, da mesma maneira que não se pode afirmar quantos desistiram em meio à incompetência de nossa diretoria. Prejuízo em dose dupla: pelo torcedor que, maltratado, perde um pouco de seu vínculo com o clube (imagino um pai levando uma criança e não podendo realizar a vontade do moleque); e pelo próprio Palmeiras, que deixa de arrecadar por incompetência de quem o dirige.

Lembro apenas, senhores, que meu post anterior já abordava este assunto: o palmeirense, depois de anos e anos sofrendo por essa incompetência, teve nos últimos meses a possibilidade de comprar ingressos pela internet para os jogos no Pacaembu. Um avanço considerável. Tranquilidade para comprar em casa, fim da correria antes do jogo, diminuição das filas, tudo muito bem resolvido. Mas aí veio a mudança para o Canindé, o direito foi revogado e voltamos a enfrentar o descaso da diretoria.

Cheguei ao Canindé ontem às 17h20 e o cenário era caótico desde então. Como estamos acostumados a ficar do outro lado, na condição de visitantes, a primeira confusão para grande parte da torcida era entender onde estavam as nossas bilheterias. As tradicionais, do lado do visitante, estavam fechadas, e a nossas passaram a ser aquelas normalmente utilizadas pela torcida da Portuguesa.

A volta no estádio não encerrou o problema. Algumas filas se cruzavam e não havia uma pessoa sequer que pudesse informar qual era qual: cartão de crédito, Itaucard, dinheiro, o escambau. Informação zero. E eu, sócio do clube, tive ainda a pretensão de imaginar que estivesse disponível em algum lugar a bilheteria para sócios (com o prometido, e agora não cumprido, desconto de 50%) no valor do ingresso. Que nada! Ninguém sabia disso, ninguém parecia se importar. Depois filho da puta lamenta a evasão de sócios durante as obras da Arena.

Depois de muita fila, entrei no estádio antes de começar o jogo. Muita gente não teve a mesma sorte. A conta deve ser enviada diretamente para todos os dirigentes que contribuem para fazer do Palmeiras o clube mais inpato de todos quando se trata da venda de ingressos para o seu torcedor.

***

Ao Canindé:

Como eu disse, julgo um estádio dos mais agradáveis. É de se questionar a estrutura para o time, mas o torcedor não tem muito do que reclamar.

Minha experiência por lá sempre foi a de visitante e eu até preferiria ficar do outro lado, uma vez que a região normalmente ocupada pela torcida lusa tem a desvantagem de um alambrado mais alto, que atrapalha a visão de quem gosta de ficar na grade ou nos lugares inferiores. Deu para perceber ontem que a Mancha vai ter sempre uma dificuldade extra na hora de pendurar a faixa.

O Canindé, entre outras vantagens, é um dos poucos estádios que ainda permitem o movimento migratório dos torcedores. Ou seja: você pode assistir ao primeiro tempo atrás de um gol e o segundo tempo atrás do outro. O Palestra oferecia essa possibilidade, e o Setor Visa matou. Morumbi e Pacaembu acabaram com isso ainda antes, nos anos 1990. Resta o Canindé.

Assisti ao primeiro tempo bem atrás da meta onde normalmente fica a Mancha e bem na divisa com a torcida do São Bernardo. Saíram por ali os nossos dois gols, e o primeiro teve um sabor (ou melhor, um som) especial: o gol estava bem à minha frente, mas a minha comemoração veio não pela imagem projetada do gol, mas pelo barulho da bola na rede. Foi nítido, um instante antes de o estádio inteiro festejar a abertura do placar. Não tem coisa igual...

***

*Na boa: o Palmeiras não vai mais jogar com a sua camisa tradicional, verde? Agora só jogamos com essa listrada e com a amarela? Isso é falta de respeito!

*É só uma dúvida: sério que os ingressos de numerada coberta custam R$ 150? Contra os R$ 30 de arquibancada? E tem nego que aceita pagar cinco vezes mais para ver o mesmo jogo?

10 março 2011

Canindé: o que pensa o torcedor?

Quando até os (poucos) ídolos começam a fazer merda e entrar em atrito na esfera pública, é sinal de que todo o resto vai mal. E eu bem poderia falar sobre todos esses problemas que se sucedem e se acumulam, mas não sou pago para isso e, sinceramente, já não aguento mais tanto filho da puta fodendo a vida do Palmeiras por dentro. Diretores e conselheiros vagabundos de lado, vou me reservar o direito de não fazer considerações sobre Kleber e Felipão. De nada vai adiantar. No fundo, isso é só reflexo de toda a balbúrdia em que se transformou o nosso clube.

No que diz respeito aos temas pertinentes à linha editorial deste blog, me permito tratar da determinação, por parte da nossa diretoria, da provável nova casa para o time mandar seus jogos: o Canindé. Por mais que não seja explícita ainda a decisão de levar todos os jogos para lá, parece ser este o horizonte, ainda mais se considerarmos que existe uma inexplicável antipatia desta diretoria (e das anteriores também) com o Pacaembu.

Nada contra o Canindé (estádio dos mais simpáticos, diga-se de passagem), mas fato é que o Palmeiras precisa se fixar em um único estádio, e o Canindé está longe de ser a melhor opção em termos de estrutura. É até bom para a torcida, com fácil acesso, Metrô, shopping do lado e relativa facilidade para estacionar o carro, mas não me parece ser a escolha adequada para o time.

Minhas maiores críticas, no entanto, são as seguintes:

1. O palmeirense se acostumou no Pacaembu à comodidade de poder comprar ingresso pela internet (esquema da Futebol Card, com o Visa mesmo, sem a necessidade de ir a lugar algum). Era a alternativa mais aceitável para compensar os horários de venda de ingresso para vagabundos e os pontos de venda nem sempre tão acessíveis. Agora vamos para o Canindé e simplesmente deixa de existir a opção de comprar ingresso pela internet. Um retrocesso sem tamanho, que nos obrigará novamente a enfrentar filas antes do jogo (sim, porque os horários de venda durante a semana continuam sendo feitos para os vagabundos e nem sempre as pessoas podem abandonar o trabalho para comprar ingresso). É de uma imbecilidade sem tamanho: apresentaram para o torcedor uma facilidade única e agora tiram isso sem qualquer compensação.

2. O que mais incomoda na decisão é a justificativa encontrada por nossos dirigentes: dizem que o Pacaembu não estava dando lucro. Para isso, apresentaram os números de um único jogo, aquele contra o Comercial/PI, que nem deveria existir. Canalhice sem tamanho, uma vez que aquele duelo foi disputado numa quarta-feira às 22h, debaixo de chuva e com ingresso a R$ 30. Isso posto, o público de 3.509 pagantes foi até acima do esperado. Seria assim em qualquer outro estádio. Daí a tirar o jogo do Pacaembu e levar para o Canindé com essa argumentação tosca vai uma longa distância.

Como se vê, nunca pensam no torcedor.

Em sendo assim, pergunto aos (poucos e bons) visitantes do blog: o que pensam da decisão de mandar este jogo de sábado (e provavelmente outros mais) no Canindé?

09 março 2011

O país do futebol? (5)

A quinta edição da série "O país do futebol?" volta à Argentina. Já advirto que teremos por aqui muitos e muitos capítulos dedicados ao país vizinho, porque aí é uma questão de paixão mesmo. De quebra, vamos inserir o grande Uruguay na geografia dos países onde efetivamente vive o futebol.

Vídeo 1: River-Boca é, sem dúvida, um dos maiores clássicos do mundo! Os palestrinos temos lá nossas divergências irreconciliáveis com os bosteros, mas é preciso reconhecer a hinchada dos caras. Nada melhor para isso que um vídeo deste clássico feito por um leitor do blog, o Rodrigo Firmani. A entrada do Boca na Bombonera é uma coisa belíssima.


Vídeo 2: Este aqui é primoroso para se avaliar o clima de um clássico River-Boca, desta feita no Monumental de Nuñez. Prestem atenção especial à entrada dos Borrachos del Tablon (vou escrever mais sobre isso em breve), às imagens contrapondo as duas hinchadas, ao gol do River e, por fim, às provocações dos bosteros, já no final.


Vídeo 3: Este, do último clássico entre as duas equipes, vale para lembrar que os bravos e valorosos homens do 2º BP Choque proibiram os sinalizadores aqui no Brasil. Vejam só o que acontece no maior clássico da Argentina:


Vídeo 4: Já fazendo o link entre Buenos Aires (ou La Plata, na realidade) e Montevideo, temos agora a torcida do Pincha invadindo o país vizinho. Jogo da Libertadores, Defensor-Estudiantes, Centenario de Montevideo. Toda a Tribuna Colombes, atrás de um dos gols, foi tomada pelos visitantes.


Vídeo 5: Já imaginaram uma caravana pelo mar (ou rio que parece mar, vá lá)? Então acompanhem a ida da hinchada do Nacional até Buenos Aires, via buquebus. Grande imagem!


Vídeo 6: Se tivemos o Nacional acima, vamos agora de Peñarol. Imagens dos carboneros recebendo o time no Centenario.


Vídeo 7: Dos clubes para as seleções. Vejam os senhores que curioso: o Uruguay manda seus em... Montevideo, sempre no mesmo estádio, o histórico Centenario. Mais curioso ainda é que tal fenômeno acontece também com a Argentina, que manda seus jogos... em Buenos Aires, sempre na mesma cancha. Nada de adotar Londres como casa! Nada de jogar em Doha ou em qualquer lugar que pague qualquer trocado a mais! Uruguay e Argentina, como qualquer seleção que se preze, recebem os outros países na cidade mais populosa de cada um. Simples, não? Deve ser por isso que as seleções mantêm identidade com o povo e deve ser por isso também que ambas têm torcida. Bem ao contrário do Brasil, que, nas raras vezes em que atua em casa, consegue no máximo transformar o jogo em balcão de negócios da CBF, com espaço nas fúteis colunas sociais. Deixo-os, pois, com imagens do último Uruguay-Argentina, pelas Eliminatórias da Copa de 2010. Notem: o Uruguay precisa de uma população do mesmo tamanho da zona leste de SP para ter mais devoção por sua seleção do que todos os quase 200 milhões de brasileiros pela sua.


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Agradecimentos da semana: Rodrigo Firmani e Junior Cabreirão.

04 março 2011

1992, Evair, 1-0

Peço atenção dos senhores para o vídeo abaixo, recomendado pelo Eduardo, em comentário no post do jogo contra o SPFC. Tão grande foi a emoção que eu me permito escrever um texto agora só sobre este vídeo.

O que temos é um Palmeiras x SCCP pelo quadrangular final do Campeonato Paulista de 1992. O grupo tinha ainda Guarani e Mogi Mirim - o primeiro colocado iria à final. Jogamos contra o grande rival logo na abertura da fase. Domingo à tarde, 8 de novembro, Morumbi. Mando do SCCP. Lembro ainda que estávamos então há 16 anos sem título, no auge da fila.

Choveu como poucas vezes na história do clássico – arrisco dizer que só aquele duelo do Brasileiro/1998 teve mais chuva. Ainda assim, foram a campo 78.684 torcedores, um público comum para a época e inimaginável nos dias atuais. A arbitragem ficou a cargo de José Roberto Wright.

Jogo tenso, disputado, como convém à história do clássico. Caminhava para a igualdade sem gols. 32 minutos, 2º tempo. Chovia ainda. Falta para o Palmeiras na entrada da área. Evair e Zinho na bola. Ao desfecho:

  

É dos gols mais emocionantes já narrados por José Silvério, que, como eu já disse algumas vezes, merece uma estátua na frente de todos os estádios brasileiros. Nenhum outro narrador é tão preciso. O "Pai do Gol" (crédito para Milton Neves) consegue imprimir às narrações a emoção exata do lance, sem bordões, sem afetações, sem piadinhas. Silvério é tecnicamente perfeito, e foi na voz dele que eu aprendi a amar um pouco mais o futebol.

Quase duas décadas depois, o reencontro com este gol faz a narração de Silvério parecer ainda melhor. É preciso ainda fazer justiça: a sincronia entre imagem e som acaba sendo prejudicial a ele, uma vez que o internauta menos atento pode julgar – erroneamente – que o “Gol!” do Silvério acontece já com a bola lambendo a rede. Que nada! Concentrem-se apenas no som: percebam que o grito seco acontece alguns milésimos de segundo antes do barulho da torcida. Sim, Silvério vê o gol antes. Gênio!

A cobrança de Evair descreve uma curva precisa, milimétrica, suficiente para passar além dos braços de Ronaldo e morrer na lateral da rede, pouco abaixo do ângulo esquerdo. Chamo atenção para a trajetória, mas especialmente para o momento em que a bola encontra a rede. Confiram no replay: a bola toca a rede e faz espirrar a água da chuva para todos os lados.

Ainda muito novo, não pude ir àquele jogo. Lamento por isso. Mas os mais de 50 clássicos entre Palmeiras e SCCP no estádio que vi depois daquele me permitem sentir a emoção de quem esteve no Morumbi naquela tarde. É como se agora, 20 anos depois, fosse mais um daqueles palestrinos que, com o gol de Evair, lavaram a alma já tão molhada pela chuva que não parava de cair.

Um instante como esse, do encontro da bola com a rede e da água espirrando, faz o futebol ser o que é. E a emoção que eu sinto revendo este gol me permite ter um desprezo ainda maior por todas as pessoas que não vivem o futebol e que não entendem o tamanho disso tudo.

Obrigado, Evair! Obrigado, Silvério!

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Hoje eu desfilo pela Mancha, amanhã tomo o rumo da cancha municipal novamente e, na sequência, já viajo, porque todos merecemos um descanso. Portanto, este blog vai ficar sem post sobre o jogo contra o Santo André. Volto na terça, mas o próximo post, a edição 5 da série “O país do futebol?”, deve vir só na próxima quarta-feira. Até lá e bom feriado a todos!

03 março 2011

Goleada mentirosa

Chegando agora da cancha municipal, gostaria de registrar meu agradecimento à Rede Globo de futebol pelo notável respeito ao torcedor de futebol. Estou chegando em casa já bem depois da meia noite, mas há casos ainda piores, de gente que sequer consegue ir a campo porque o horário das 22h não permite que o sujeito volte para casa. É muito respeito, não?

Aliás, é absurdo cobrar R$ 30 do torcedor para um jogo que não deveria nem ter acontecido e que, pior, foi realizado às 22h e sob chuva incessante. O resto é conhecido de todos, mesmo dos que não estiveram lá no Pacaembu. O 5 a 1 é incapaz de mascarar o que se viu dentro de campo: uma atuação grotesca e que deixa uma enorme preocupação sobre o desempenho do time quando efetivamente tivermos algum desafio pela frente. A contusão de Kleber deixa a exata medida do prejuízo que tivemos: perdemos o craque do time por causa de um jogo que nem deveria ter acontecido.

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Santos x Cerro Porteño. 5.800 pagantes na Vila Belmiro. Recado ao presidente do Santos FC: arquibancada a R$ 100 é um crime!

02 março 2011

Que respeito é esse?

Arnaldo Tirone é uma figura desprezível, como são também todos os outros dirigentes que se colocam ao lado da maldita Rede Globo e da CBF. É preciso fazer o registro, uma vez que eu já tinha dito que uma eventual deserção do Clube dos 13 seria indicativa de quem está por trás das decisões de Tirone. Torno a repetir: quem se coloca ao lado da Rede Globo é inimigo do torcedor.

Eis então que abro o jornal hoje e vejo lá, em página inteira, a resposta da Rede Globo ao Clube dos 13. Sim, a Rede Globo, aquela que sempre faz tudo nos bastidores, resolveu vir a público. E o posicionamento dos sujeitos começa assim: “Em respeito ao torcedor...”



Sim, “em respeito ao torcedor”. Vejam, senhores, que a Rede Globo, logo ela, resolve falar em “respeito ao torcedor”.

Sim, eu percebo o respeito a cada vez que preciso deixar o estádio quase no dia seguinte, lá pelas 23h50, só porque esta emissora precisa manter sua grade de transmissão, com programas alienantes antes do futebol.

Vai ser assim hoje à noite mesmo, e eu gostaria que alguém como o senhor Marcelo Campos Pinto me explicasse que tipo de respeito é esse que obriga os torcedores a deixarem o estádio quase no dia seguinte. E gostaria que este crápula explicasse também que tipo de respeito justifica o fato de muitos torcedores não poderem ir a um jogo como este de hoje à noite simplesmente por não terem como voltar para casa depois.

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Mais uma para o senhor Arnaldo Tirone:

Palmeiras x Comercial/PI é um jogo que sequer deveria existir. Mas vai acontecer e, pior, debaixo de chuva e às 22h de uma quarta. Em sendo assim, gostaria de saber por que os ingressos custam R$ 30? É o respeito que vocês demonstram pelo torcedor, é isso?

Contra a chuva, o preço do ingresso e mesmo a importância do jogo, estaremos no Pacaembu. 20h no Buim.

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A CBF mostra-se incapaz de divulgar até agora a tabela do Campeonato Brasileiro/2011 – e faltam pouco mais de dois meses. Tudo porque continuam perdendo tempo com politicagens baratas, acordos sujos e respostas estapafúrdias em processos judiciais. Vejam aqui, senhores, o que pensa a CBF do futebol. Os destaques:

“A entidade máxima do futebol brasileiro entende que o esporte bretão “não tem interesse social relevante” e contribui “para a desinformação do povo, já de si mal aparelhado intelectualmente”.

Ainda de acordo com o texto de defesa da CBF, não seria responsabilidade do órgão “organizar campeonatos e jogos de futebol”.


Segundo a CBF, o futebol "não tem interesse social relevante"! E pra que cazzo serviria esta entidade gerida por Ricardo Teixeira se não para "organizar campeonatos e jogos de futebol"?

01 março 2011

O país do futebol? (4)

Para quem chegou agora, vale conferir as edições anteriores (1, 2 e 3) da série "O país do futebol?". Para a audiência rotativa, lembro que esta seção se dispõe a mostrar que o Brasil pode ser o país de muitas coisas, mas o futebol certamente não está entre elas. Desta vez, teremos vídeos da Áustria, da Holanda e da Sérvia.

Vídeo 1: Temos aqui a impressionante chegada dos ultras do Sturm Graz para um jogo em Torino contra a Juventus e também um pouco do apoio ao time e dos xingamentos contra a equipe da casa. Coisa espetacular. Creio ser justo ressaltar que a cidade de Graz, a segunda maior da Áustria, conta apenas com 220 mil habitantes. Se você pegar o interior de SP, dá pra achar umas 10 cidades com população maior que essa.


Vídeo 2: O que temos agora é a passagem dos ultras do Groningen, da Holanda, por Firenze. Jogo contra a Fiorentina no Artemio Franchi. A empolgação dos caras se explica porque foi esta apenas a segunda participação do clube em uma competição europeia: empates em casa e fora, ambos em 1 a 1, e eliminação nos pênaltis. O Groningen, da cidade de mesmo nome (com míseros 50 mil habitantes, é um time pequeno da Holanda (e isso diz muito!).


Vídeo 3: Red Star, conhecem? O nome em sérvio é Crvena Zvezda, e então fica mais fácil chamar de Red Star (ou Estrela Vermelha). É o clube mais popular da Sérvia, mas é bom apresentá-lo também como o campeão da Uefa Champions League (então Copa dos Campeões da Europa) e do Mundial de clubes 1991 (na final contra o Colo-Colo). Naquela época, Belgrado ainda era a capital da Iugoslávia, que seria desmantelada logo depois. O brilhante livro "Como o futebol explica o mundo", de Franklin Foer, dedica um capítulo inteiro à cidade de Belgrado e muito desse destaque tem a ver com o que as torcidas locais sabem fazer na arquibancada. Neste vídeo aqui, confiram o que acontece com os policiais e com a imprensa.


Vídeo 4: Vejam abaixo o que os ultras do Red Star fazem em um treino do time. Recomendo também este clipe com uma boa compilação de fotos da torcida.


Vídeo 5: Vou deixar o Partizan Belgrado, o outro grande da cidade e grande rival do Red Star, para uma próxima oportunidade. O clássico entre os dois merece uma sequência especial. Mas vou fechar esta edição com outro vídeo de treino, desta vez do FK Vojvodina, time da cidade de Novi Sad, da província autônoma de Vojvodina (isso é uma confusão só...). Tudo bem que este treino aconteceu na véspera da final da Copa da Sérvia, mas a mobilização da cidade é algo digno de registro.


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Dessa vez, os créditos ficam todos para o amigo Vitor Birer, o futuro homem-bomba do Palestra. De São José do Rio Preto para o mundo!