31 janeiro 2007

É no Parque!

Melhor do que a notícia de que a FPF confirmou a alteração de local do Palmeiras x Santos de domingo - do Morumbi, de acordo com a tabela original, para o Palestra Itália -, só mesmo a justificativa apresentada: "por solicitação do clube mandante".

Um pouco de vergonha na cara não faz mal...

29 janeiro 2007

Torcer, torcer e torcer

Torcer 1
Lá no Rio, vejam vocês, vagabundo não se contenta em acabar com a geral do Maracanã. O esquema agora é patrulhar a vida do pobre torcedor que deseja apenas e tão somente exercer o sagrado direito de assistir ao jogo em pé. Vejam: trata-se de ficar em pé, e não de bater em alguém ou depredar o patrimônio público.

"Aqui é o meu lugar desde 1950" é o que diz, sabiamente, o cartaz de Raimundo Rodrigues, 76.
Atentem, no entanto, para o último parágrafo da reportagem, que traz o verbo reeducar, atribuído aos vagabundos da PM carioca.

Reeducar? O cara tá ali há 57 anos, mais que o dobro da idade de muitos dos babacas que querem colocá-lo numa porra de uma cadeira, e ainda é obrigado a encarar isso?
É de foder, né?


Torcer 2
Por aqui, a perseguição é contra os de sempre, os torcedores organizados. Na visão dos vagabundos da FPF e do MP, somos todos como eles, vagabundos. Como tal, não trabalhamos e podemos fazer a porra do cadastramento de merda entre 12h e 18h de uma quarta-feira. E aí, quem paga o nosso salário? Del Nero? Klein? Algum promotor público? Quem se habilita?


Torcer 3
Considero uma enorme falta de respeito a postura de cantar deliberadamente o hino do Palmeiras (ou qualquer outra música) durante a execução do Hino Nacional Brasileiro. Ok, é uma longa espera - pois eles tocam as duas partes -, mas é o mínimo que se pode esperar de quem se diz brasileiro.

Pro inferno com as cornetas

Bastou um empate em casa (o que é sempre catastrófico) para os corneteiros aparecerem com força. Não digo isso pela vaia ao final dos 90 minutos, que foi até tímida, mas essencialmente pelos babacas que insistem em passar o jogo reclamando do time. Tal qual técnicos frustrados, ficam a reclamar de cada passe errado, de cada condução de bola, de cada chute pela linha de fundo. De que vale tudo isso?

Eu até entendo que sejam irritantes as firulas do Caio (quem ele pensa que é?), a insistência do Valdivia em demonstrar habilidade e mesmo a ineficiência do Edmundo (nestes dois primeiros jogos, que fique bastante claro). Mas isso não justifica que vagabundo pressione o jogador que está pensando no que fazer com a bola.

A cena é sempre a mesma: a bola chega para o lateral (ou para qualquer outro) e ele mal tempo de dominar. Logo vem os apupos (da arquibancada e da numerada), como se dar um bicão pra frente fosse resolver o problema. Parece haver um tempo máximo para segurar a bola, e isso só atrapalha o time.

O que parte da torcida fez ontem (xingar jogadores, protestar durante o jogo, jogar pressão para dentro do gramado) é inadmissível. É melhor que estes sujeitos fiquem em casa.

***

Edmundo, (ainda) indispensável

Exceção feita ao Luigi, que tem lá suas idiossincrasias, não dá para admitir a postura de certos torcedores diante das duas primeiras atuações do nosso camisa 7 neste ano. Tem nego que parece que vai ao estádio só para extravasar, e aí quem é ídolo acaba pagando o pato.

Deixo algumas considerações:

1. Esqueçam o Edmundo da década de 90. Ele agora é outro, mais cadenciado, mas ainda com os mesmos passes precisos. A capacidade de bater na bola continua a mesma. Falta reflexo às vezes, mas um passe pode decidir o jogo - o gol de ontem começou com ele;

2. O cara é ídolo, o segundo maior deste elenco, mas não pode pagar por isso. Não se pode exigir que o Edmundo de 2007 seja o Edmundo de 1993;

3. Ele jogou 55 vezes em 2006 e marcou 19 vezes, números bastante aceitáveis, com algumas atuações acima da média;

4. O cara é, vejam só as voltas que o mundo dá!, um exemplo positivo para o restante do grupo. E é bem quisto pelos atletas mais jovens;

5. A partida de ontem foi apenas a segunda dele na temporada. E cabe dizer que ele voltou à equipe antes do previsto e ainda sem a forma física ideal. Ademais, o time todo está evoluindo;


6. O que foi aquele calor de ontem?

7. Quem vocês querem no lugar dele? O Caio firuleiro?

Então, porra, parem de encher o saco!

26 janeiro 2007

Tá valendo...

Jogo feio, duro de assistir. Mas veio a vitória, e nada mais importa. O que merece ser comemorado é a grande presença de público em uma tarde chuvosa e em início de temporada: 22.100 pagantes. Domingo é dia de incentivar o Palmeiras de novo, rumo aos 12 pontos.

24 janeiro 2007

Os brincalhões

Domingo passado, Americana, interior de SP. Jogo pequeno, segunda rodada do Campeonato Paulista, Rio Branco x Palmeiras. Uma torcida só, visto que o povo local resolveu não aparecer. Estádio Décio Vitta, capacidade para 12 mil pessoas.

Tarefa simples para os organizadores?

Poupá-los-ei de qualquer descrição sobre o cenário caótico que antecedeu o duelo - e que se prolongou durante. Basta dizer que deixaram de vender ingressos sem qualquer explicação lógica. E que cerca de 1,5 mil torcedores não puderam entrar no estádio.

Aí você pega o borderô do jogo e se depara com a seguinte situação:

Renda (bruta): R$ 96.600
Ingressos à venda: 11.758
Ingressos vendidos (público pagante): 6.461
Ingressos devolvidos (encalhe): 5.297

5.297 ingressos devolvidos.

E pelo menos 1,5 mil torcedores do lado de fora, sem ingresso.

O time da casa deixou de ganhar R$ 30 mil no domingo. E muito mais se considerarmos as pessoas que não mais voltarão.

Parabéns, dirigentes do futebol brasileiro!

Vocês realmente querem organizar uma Copa do Mundo?


São uns brincalhões...

23 janeiro 2007

Fora Mustafá!

O câncer regrediu. Escapamos do pior. E o Palmeiras, livre deste terrível fantasma, pode seguir em paz rumo ao seu caminho de glórias.

22 janeiro 2007

E é só o começo...

Primeiro jogo da temporada no interior e o caos já deu as caras. Falta de ingressos (e de informações), descaso da PM e dos organizadores do evento, uma zona sem tamanho. Tudo isso para um jogo relativamente pequeno, mas em um estádio que sempre causa transtornos enormes aos torcedores de times grandes.

Um pouco de organização poderia garantir uma tarde sem problemas (e com uma rentabilidade maior para o time da casa), mas quem disse que os caras entendem o significado disso?

Eu tive a sorte de entrar antes de começar o jogo, e o fiz de graça, já que não havia outra alternativa. Mas houve quem só entrasse no segundo tempo. Outros, pior ainda, nem entraram.

Mas, afinal, quem se preocupa?

Fica, desde já, a certeza de que teremos enormes problemas durante este Paulistão. Campinas, na próxima semana, Itu, Sertãozinho, Sorocaba... não vai ser nada fácil.

***

Por falar em organização, o cadastramento na Mancha acontece nas duas próximas quartas-feiras, das 12h às 18h. Excelente horário, especialmente porque somos todos vagabundos que podem perder a tarde nesta palhaçada orquestrada por Del Neros, Kleins e criaturas assemelhadas...

19 janeiro 2007

Cadê o esquilo?

O Palmeiras mostra atitude, estréia com um convincente 4 a 2, inspira confiança e, mesmo assim, eu abro o post com um questionamento desses? Sim, parece estranho, mas é necessário. Com aquela grotesca família do Del Nero - o que é aquilo, pelo amor de Deus? -, o esquilo do Farah vai deixar saudades.

Sobre o Verdão, tenho a dizer que o time correspondeu à moderada confiança que eu tinha. Teve atitude, foi pra cima, virou rápido, não cansou de buscar o gol. Perdeu muitos, é verdade, mas foi atrás deles. A defesa, confusa e insegura, é que ficou um pouco abaixo, mas há tempo de sobra para arrumar.

E a temporada está apenas começando...

Domingo é a vez de Americana.

***

Ainda na grade

A surpresa (positiva) ficou na arquibancada. Não pelos quase 15 mil pagantes com chuva, mas por podermos ainda continuar no nosso lugar privilegiado. Não sei até quando, mas é bom aproveitar enquanto não nos colocam no campo de concentração.

***

Vexame

Uma coisa eu digo: se é para subir no Jardim Suspenso e dar um chute que, do meio-campo, não alcançou a grande área, é melhor ficar na praia com o bom e velho frescobol...

18 janeiro 2007

Bem-vindo, Paulistão!

As boas-vindas têm a ver com o início de mais uma temporada (de esperanças renovadas, apesar de tudo) e com o retorno do mata-mata à fase final do Campeonato Paulista. Pro inferno com os pontos corridos!

Vamos com fé, Palmeiras!

***

As más notícias

A
h, teremos algumas novidades nada agradáveis hoje à noite. Uma delas, espero, é passageira, e a maioria deve ter visto pela TV no jogo do Santos: trata-se daquele infeliz, grotesco e cretino palco de shows na lateral do gramado, bem diante do lugar que costumávamos ocupar. É impossível, por exemplo, ver o jogo da nossa boa e velha grade.

Quando digo 'costumávamos', refiro-me ao fato de termos agora um novo espaço reservado, na verdade uma espécie de campo de concentração. Ficaremos confinados atrás do gol, abaixo do placar, com grades dos dois lados, tal qual animais. E há toda uma série de interdições nas escadas de acesso e mesmo na entrada da Matarazzo.

Verdadeiras aberrações, digna da administração Del Nero.

***

Antes que perguntem:

Sim, estive ontem à noite no Palestra. Coisa rápida, 15 minutos se tanto. Passei pela Mancha, pela Savóia, falei com o pessoal - que estava, é claro de plantão -, vi como estavam as coisas nos bares e tal. E entrei no estádio. Subi para a arquibancada, vi qual era a situação, cumprimentei um amigo que não via há anos e fui embora.

17 janeiro 2007

A lógica do Del Nero

Grêmio Barueri (ainda sem casa) e Santos se enfrentam hoje à noite. O jogo, no entanto, acontece no estádio de um terceiro clube. 20 dias depois, o Santos fica frente a frente com o Palmeiras, dono do Palestra Itália, o campo em questão. Mas eis que ele não pode mandar o jogo na sua casa. O Barueri pode, o Palmeiras não. Grande Del Nero!

16 janeiro 2007

O Palestra e a arena

O sempre bem informado amigo Fábio Finelli, do Arena FC, noticiou, na última semana, o interesse da empresa holandesa Amsterdam Arena em levar adiante o projeto de modernização e reformulação da nossa casa, o Parque Antártica. Os detalhes todos estão neste link. Vale ler.

O que eu tenho a dizer é simples:

Nunca vi com bons olhos essa coisa de arena, de ingresso numerado e de modernidades de brasileiro metido a europeu. Mas talvez isso seja necessário para o processo de profissionalização do nosso Palmeiras. Neste caso, o projeto seria bem-vindo desde que:

1. não servisse a qualquer tentativa de elitização, quer seja pela elevação no preço dos ingressos ou pela ausência de setores populares;

2. fosse mantida a estrutura original dos anos 30, sem demolições (não me conformo com o sangue frio dos ingleses em relação a Wembley) ou reformas estruturais impactantes;

3. fosse mantido o nome Palestra Itália/Parque Antártica;

4. fosse construído, em algum lugar de destaque, um monumento aos bravos italianos que resistiram à tentativa de invasão das hordas sem alma em 1942;

5. o contrato fosse bastante interessante ao Palmeiras em longo prazo;

6. as cadeiras numeradas fossem parte dispensável da coisa.

Claro que são as minhas idéias, os meus preceitos. Não sei o que vocês pensam, mas o essencial, a meu ver, é que fosse respeitada a tradição e a história do eterno estádio Palestra Itália
.

12 janeiro 2007

Del Nerices

Amigos palmeirenses,

Preparem-se para um espetáculo inesquecível na próxima quinta-feira, no Palestra. A informação vem do Painel FC de hoje:

Temático. O Hino Nacional será cantado pela Família Lima na abertura do Paulista-07, entre Palmeiras e Paulista. E, em vez de uma mascote, serão apresentadas quatro. Uma família com dois filhos.

Rápidos comentários:

1. Ok, a execução do hino é obrigatória. Por que não colocar uma banda marcial ou coisa do tipo?

2. O campeonato tem oito jogos na quarta (17), mas a abertura é na quinta (18)? Hum, nossos amigos portugueses adorariam saber.

3. Porra, como se não bastasse aquele esquilo idiota - resquício do Farah -, agora vamos agüentar quatro, pai, mãe e filhos? É de foder...

10 janeiro 2007

Times dos Sonhos

A Placar lançou a moda e eu tomo aqui a liberdade de escalar as seleções dos 12 grandes clubes brasileiros. Deixo o Palmeiras como exceção, com 23 jogadores, tal qual em uma Copa do Mundo. Meus critérios de avaliação são, pela ordem:

1. Importância histórica (para o clube em questão);

2. Identificação com o clube/ camisa/ torcida;

3. Qualidade técnica no clube;

4. Importância histórica na carreira;

5. Qualidade técnica na carreira;

Sem mais, vamos às minhas seleções:


ATLÉTICO/MG
João Leite; Nelinho, Luizinho, Vantuir e Cincunegui; Cerezo, Paulo Isidoro e Oldair; Reinaldo, Éder Aleixo e Dario.
T: Telê Santana.
Menção honrosa: Kafunga.

BOTAFOGO/RJ
Manga; Carlos Alberto Torres, Luiz Zveiter (que, no tapetão, mudou o esquema tático e roubou o lugar do memorável Heleno de Freitas), Mauro Galvão e Nilton Santos; Didi, Gérson e Paulo César Caju; Garrincha, Jairzinho e Marcio Rezende de Freitas (que, ao conquistar o maior título da história do Botafogo, roubou a vaga de Quarentinha).
T: João Saldanha.
Menção honrosa: Maurício, só pelo gol histórico de 89.

SCCP/SPRonaldo; Zé Maria, Gamarra, Domingos da Guia e Wladimir; Luisinho, Basílio, Sócrates e Neto; Marcelinho e Claudio.
T: Oswaldo Brandão.
Menção honrosa: Neco.

CRUZEIRO/MGRaul; Nelinho, Procópio, Perfumo e Sorín; Piazza, Alex e Dirceu Lopes; Tostão, Palhinha e Joãozinho.
T: Vanderlei Luxemburgo.
Menção honrosa: Zé Carlos.

FLAMENGO/RJRaul; Mozer, Aldair e Domingos da Guia; Leandro, Andrade, Adílio, Zizinho e Júnior; Zico e Leônidas da Silva.
T: Claudio Coutinho.
Menção honrosa: Romário.


FLUMINENSE/RJCastilho; Carlos Alberto Torres, Ricardo Gomes, Pinheiro e Branco; Didi, Gérson, Paulo César Caju e Rivellino; Telê e Waldo.
T: Carlos Alberto Parreira.

Menção honrosa: Edinho.

GRÊMIO/RSLara; Airton Pavilhão, Calvet e Hugo De Léon; Arce, Gessi, Milton, Ronaldinho e Everaldo; Renato Gaúcho e Juarez.
T: Luiz Felipe Scolari.
Menção honrosa: Vieira.

INTERNACIONAL/RSManga; Paulinho, Figueroa, Gamarra e Oreco; Salvador, Carpegiani e Falcão; Valdomiro, Carlitos e Tesourinha.
T: Abel Braga.
Menção honrosa: Fernandão.

SANTOS/SPGilmar; Carlos Alberto Torres, Mauro, Alex e Rildo; Zito e Clodoaldo; Robinho, Coutinho, Pelé e Pepe.
T: Lula.
Menção honrosa: Feitiço.

SPFC/SPRogério Ceni; Cafu, Oscar, Dario Pereyra e Noronha; Bauer, Pedro Rocha e Raí; Müller, Leônidas da Silva e Canhoteiro.
T: Telê Santana.
Menção honrosa: Careca.

VASCO/RJBarbosa; Augusto, Bellini, Orlando Peçanha e Jorge; Juninho Pernambucano, Danilo e Edmundo; Roberto Dinamite, Ademir de Menezes e Romário.
T: Flávio Costa.

e. por fim...

PALMEIRASMarcos; Djalma Santos, Luís Pereira, Waldemar Fiúme e Roberto Carlos; Dudu, Sampaio, Ademir da Guia e Jair Rosa Pinto; Julinho Botelho e Evair.
T: Luiz Felipe Scolari.
No banco: Oberdan e Leão; Arce, Antonio Carlos, Junqueira e Geraldo Scotto; Mazinho, Leivinha, Rivaldo e Zinho; Edmundo e César Maluco.
Menções honrosas: seriam tantas, que é melhor parar por aqui e não cometer mais injustiças do que eu certamente já cometi.

***

E aí?

Concordam? Discordam?

Escalem os seus times...

08 janeiro 2007

A incompetência da FPF

1. OS INCOMPETENTES

Del Nero, sua corja de puxa-sacos e os inaptos do 2º BP Choque esboçaram um cerco às organizadas, a começar pelo cadastramento obrigatório dos que quisessem freqüentar os estádios paulistas. Mas é tão grande a incompetência que nem isso eles conseguiram...

Tá no Painel FC de hoje:

Fez água
A Federação Paulista não conseguirá colocar em prática, da maneira que gostaria, o isolamento das organizadas. Começou a cadastrar membros das uniformizadas antes de o Ministério do Esporte fazer licitações para compra de material e prestação de serviços. Só com seus recursos, a entidade montou estrutura insuficiente para identificar os torcedores a tempo. Levará até 31 de janeiro para registrar 2.000 pessoas. Só a Gaviões da Fiel tem cerca de 15 mil para identificar. Nesta semana, a FPF deve decidir o que fazer.

Tartaruga. Dois computadores são utilizados para identificar os torcedores. Funcionam seis horas por dia. Nesse período, cada um deles registra 50 pessoas.

03 janeiro 2007

BOND BEGINS



Logo de cara, fica o registro: Clive Owen é o grande James Bond que o mundo jamais terá a oportunidade de ver. Posto isso, é meu dever pedir desculpas a Daniel Craig, que, contra a desconfiança quase geral, precisou de apenas um filme para se tornar o melhor 007 desde o inigualável Sean Connery.

Mais do que desculpas, fica aqui um enorme agradecimento ao cara que, ao lado de Martin Campbell, Robert Wade e Paul Haggis, é responsável por fazer a esta franquia um bem semelhante ao que Christopher Nolan e Christian Bale fizeram à do Batman.

Não é exagero: 007 Cassino Royale poderia tranqüilamente receber outro nome, o de Bond Begins. É, na minha modesta opinião, o melhor filme desde Live and let die (1973), com o canastrão, mas bom a seu modo, Roger Moore. E é um dos quatro ou cinco melhores entre os 22 – já considerando o extra Never say never again (1983) - desta cinesérie.

O grande mérito de Cassino Royale reside exatamente na coragem de zerar um dos personagens mais consagrados do cinema.

Grandes explosões, gadgets cada vez mais elaborados, palácios de gelo, vilões imunes a dor, um herói capaz de burlar a lei da gravidade... os rumos tomados na era Pierce Brosnan não eram os mais corretos, por assim dizer.

Eu nem me coloco entre os mais insatisfeitos, visto que encarei tudo como parte do fascínio destes tempos hi-tech, mas não foram poucos os que se deixaram incomodar.

Para aqueles que não conhecem as aventuras dos velhos tempos, James Bond tinha virado motivo de piada, quase um super-herói café-com-leite deslocado no tempo e no espaço.

A Fê, por exemplo, cometeu a heresia de dormir no cinema durante Die another day (2002), o anterior, que extrapolou todos os limites tecnológicos – e do absurdo.

Mas como contestar o inconformismo de quem não está pronto(a) para ver um homem de terno bater o recorde de velocidade em um veículo terrestre ao mesmo tempo em que escapa de raios laser disparados de um satélite? E como explicar que, na seqüência, este mesmo cara consegue escapar ileso da queda de um desfiladeiro da maneira mais inusitada possível: surfando, de pára-quedas, em uma onda gigante decorrente de uma avalanche?

Estava na hora de voltar às origens. Para isso, nada melhor que recorrer ao primeiro livro do genial Ian Fleming. E a um novo herói, claro. Não que Pierce Brosnan tenha feito um mau trabalho – pelo contrário –, mas um rosto diferente era necessário para esta guinada. Só assim para 007 conquistar o público jovem, que verdadeiramente sustenta toda essa indústria.

Difícil é saber se Daniel Craig levou mais porrada no filme ou da opinião pública, no período entre o anúncio de sua escolha e a estréia de longa.

Seja como for, muita gente deve desculpas ao ator de 38 anos – eu, inclusive. Afinal de contas, o que importa se o cara é loiro ou se não tem sofisticação? Por que não dar uma chance? Seria o receio – compreensível – de nos depararmos com um novo Timothy Dalton? Ou, pior, com um George Lazenby?

A boa notícia é que Daniel Craig não é nem um nem outro. Foi a escolha acertada para dar vida a um agente do MI6 que acaba de ser promovido à condição de 00. E precisou apenas deste filme para conquistar os fanáticos por James Bond.

A chave do sucesso é a substituição da fantasia pela realidade. Chega de carros invisíveis, de perseguições over e mesmo das bugigangas de Q – que sequer aparece, a exemplo de Moneypenny. Nesta aventura, afinal, Bond ainda não é o 007 que aprendemos a admirar.

Como Batman em sua mais recente aparição nas telonas, é um mito em construção. E todo esse processo é o que existe de melhor em Cassino Royale.

O Bond de Daniel Craig passa longe de qualquer sofisticação. Chega a ser tosco de tão brutal. E protagoniza a melhor cena de perseguição já vista em seus 40 anos, logo no começo do filme. Detalhe: a pé.

O que temos depois disso é uma aventura viril, com porrada pra todo lado, mas também cerebral, com a dose de investigação necessária a qualquer detetive que estava faltando. Perigo real e imediato.


E o "Bond, James Bond" surge no momento ideal.

Vida longa a 007!

***

NAS LOJAS E LOCADORAS...

Pouco antes da estréia de Cassino Royale (e do Natal), a Sony Pictures relançou a coleção completa com os 20 filmes oficiais que compõem a série 007. Em edição (dupla) de luxo, foram todos remasterizados, agora com som 5.1, imagens digitalizadas quadro a quadro, em Widescreen e com extras à vontade.

É possível comprar os filmes separados (R$ 34,90 cada um) ou a maleta Premium, pela bagatela de R$ 1.390.

Demorou, mas finalmente consegui comprar os cinco que faltavam para a minha coleção. Agora são 21. À espera do 22º, lá por maio ou junho.

***

CINEMA: OS MELHORES DE 2006

A lista é definitiva – embora em constante mutação. Entram, com exceção do injustiçado Hooligans – que não estreou comercialmente –, apenas os filmes que eu vi dentro de uma das 300 e poucas salas desta capital - além de um no Rio, no revitalizado Roxy de Copacabana. Foram 110, bem abaixo dos 128 do ano passado. Aí vai:


1. Xiang Ri Kui
2. 007 Cassino Royale
3. Brokeback Mountain
4. V for Vendetta
5. The Departed
6. Munich
7. L'Enfant
8. Thank you for Smoking
9. A Máquina
10. The Weather Man
11. O ano em que meus pais saíram de férias
12. United 93
13. Cars
14. Syriana
15. Shopgirl
16. O Céu de Suely
17. Don´t Come Knockin
18. The Three Burials of Melquiades Estrada
19. Inside Man
20. The Prestige
21. Mission: Impossible 3
22. Hooligans
23. O Maior Amor do Mundo
24. Lady in the Water
25. Miami Vice
26. Black Dahlia
27. X-Men: The Last Stand
28. Pirates of the Caribbean 2
29. Caché
30. Good Night and Good Luck
31. Père et Fils
32. Lucky Number Slevin
33. Tristan + Isolde
34. Elsa y Fred
35. Paradise Now
36. Árido Movie
37. Grbavica
38. Free Zone
39. The Lake House
40. Hwal
41. The Devil Wears Prada
42. The Descent
43. La Marche de L'Empereur
44. Ice Age 2
45. Match Point
46. Zuzu Angel
47. Over the Hedge
48. Fun with Dick and Jane
49. Two for the Money
50. The Squid and the Whale
51. Happy Feet
52. The Da Vinci Code
53. North Country
54. Ask to Dust
55. Prime
56. La Petite Jerusalem
57. Johnny and June
58. Poseidon
59. 16 Blocks
60. Click
61. Hostel
62. The Break-Up
63. A Concepção
64. The Matador
65. Proof
66. Rumor has it
67. Delaired
68. Superman Returns
69. You, me and Dupree
70. Firewall
71. Failure to Launch
72. Solos
73. The Producers
74. Snakes on a Plane
75. Fica comigo esta noite
76. The Omen
77. Separate Lies
78. Um craque chamado Divino
79. Casseta & Planeta
80. The Fast and The Furious: Tokio Drift
81. The Pink Panther
82. World Trade Center
83. Stay Alive
84. Capote
85. Cafuné
86. My Super Ex-Girlfriend
87. Bubble
88. I Giorni dell´Abbandono
89. Cafundó
90. Final Destination 3
91. Crime Delicado
92. An American Haunting
93. 2046
94. Estamira
95. Se eu fosse você
96. Irma Vap - O Retorno
97. Muito gelo e dois dedos d'água
98. Cheaper by the Dozen 2
99. Saw 3
100. Gatão de Meia Idade
101. Friends with Money
102. Stay
103. The New World
104. Memoirs of a Geisha
105. Garfield 2
106. Scary Movie 4
107. Brasília 18%
108. Boleiros 2
109. The Dark

02 janeiro 2007

Mando de campo?

Para começar o ano, mais uma de Del Nero e sua corja:

O primeiro clássico do Palmeiras em 2007 acontece no dia 4 de fevereiro, um domingo, no abjeto horário das 18h10. O mando é nosso, mas a FPF confirma e ratifica o duelo para o estádio do Morumbi - como já fizera em 2004, o ano em que começou essa administração nefasta.

Bem-vindos a 2007!