31 agosto 2006

Mais desce que sobe

Se fosse um alpinista, o Palmeiras pós-Série B seria o tipo de cara que tem potencial - e que até sabe o que faz -, mas que se mostra incapaz de chegar ao ponto mais alta da escalada. Um sujeito que transpõe os paredões mais íngremes, superando neve, frio e o escambau, mas que escorrega e despenca quando se encontra em terreno plano.

Não falo apenas por 2006, mas pelos tropeços infantis e inaceitáveis que nos impediram de buscar uma posição melhor nas duas últimas edições do Campeonato Brasileiro. E agora, ante o trágico início da caminhada, é de se esperar que mesmo a quarta colocação seja inatingível.

A exemplo de 2004 e 2005, temos um time razoavelmente competitivo. Que passa longe do ideal, é fato, mas que pode brigar de igual para igual com quem quer que seja. Um grupo capaz de vencer rivais mais qualificados em um domingo para tropeçar nas babas mais inexpressivas na quarta-feira seguinte.

O erro se repete.

Os mesmos empates que nos jogaram na Série B são os que agora impedem uma reação definitiva. Fora de casa, ok. Mas em casa, nunca! Os pontos perdidos no nosso estádio são irrecuperáveis.

O que mais incomoda é constatar que a equipe atual não tem poder de recuperação. As vitórias vieram sempre com facilidade - com dois ou mais gols de vantagem -, mas o time simplesmente se perde quando leva o primeiro gol. A reação é parcial. E o empate não ajuda.

Toda a grande arrancada pós-Copa adquire um caráter de ilusão. Estamos, vejam vocês, um mísero ponto à frente do combalido SCCP. Um! Digo isso levando em conta que a rodada do próximo final de semana já tem roteiro pronto.

Pois temos dois problemas de uma só vez:

1. uma Ponte Preta que complica para nós, mas que costuma desabar diante do SCCP;

2. uma Vila Belmiro que só não tem sido tão complicada quanto o Anacleto Campanella. Jogo desenhado. O Palmeiras vai pressionar o tempo todo para perder quatro, cinco, oito gols. E o Santos, com um time absolutamente medíocre, vai achar um gol quando bem entender. Ou vai ganhar um pênalti lá pelas tantas.

Continuaremos nos 27 pontos.

É melhor desistir; não chegaremos ao topo.

***


Vamos à Vila!

29 agosto 2006

Vendeta!

Depois do empate meia-boca em Campinas - ruim pelo planejamento e pela classificação, mas bom diante das circunstâncias -, é hora de buscar vingança contra o pequeno Figueirense. Não digo que vamos golear, mas o importante é vencer com folga, sem contestações. É uma boa chance para zerar os saldos - de vitórias vs. derrotas e de gols. E mostrar que acidentes não acontecem todo dia.

Lamento apenas que a diretoria do Palmeiras não tenha tido o bom senso de lançar de mão de alguma promoção de ingressos para encher o Palestra amanhã. Afinal, o que é melhor: R$ 220 mil com 13 mil pagantes ou R$ 300 mil com 22 mil pagantes?

26 agosto 2006

PARABÉNS, PALMEIRAS!

Tudo o que for escrito aqui será insignificante diante do amor que eu sinto pela Sociedade Esportiva Palmeiras. E como este blog já é, por si só, uma declaração de amor ao clube que é o Campeão do Século, nada mais tenho a escrever. Apenas agradeço.

PALESTRA ITÁLIA/ PALMEIRAS,
PARABÉNS!
92 ANOS!

24 agosto 2006

Libertadores. Por que não?

Fluminense? Cruzeiro? Santos? São estes os times que brigam por vagas na Copa Libertadores? Por que então o discurso cauteloso de lutar pela indesejável Copa Sul-americana? Nada disso. O Palmeiras mostrou em pelo menos seis dos últimos nove jogos que é um dos candidatos ao grupo dos quatro (ou cinco) primeiros.

Eu defendo isso desde a vitória sobre o Goiás, fora de casa. E passo a ter ainda mais convicção depois do passeio de ontem à noite. O Fluminense não viu a cor da bola. Se levássemos a sério, dava para fazer cinco ou seis gols e zerar o saldo.

E temos agora uma boa caminhada (a revanche dos 10 jogos iniciais) para encostar de vez na zona da Libertadores. Para começo de conversa, dá pra buscar seis pontos contra Ponte (fora) e Figueirense (aqui, a vendeta). Aí vem o clássico contra o Santos na Vila (o empate é bom). Depois, alternamos jogos fáceis (São Caetano, no Parque) e complicados (Cruzeiro e Grêmio, ambos fora).

Deve ser levado em conta o exemplo do ano passado.

Afinal de contas, se conseguimos reduzir uma desvantagem de 10 pontos em cinco rodadas, por que não conseguiríamos tirar cinco ou seis pontos em 19 jogos?

Melhor ainda: o último jogo é contra o Fluminense, no Maraca.

22 agosto 2006

O torcedor paga a conta

Nem precisamos voltar muito no tempo. Talvez até 1994 ou 1995. À época, a Rede Globo transmitia futebol apenas aos sábados (às 16h). Nada de domingo ou meio de semana. E a Copa do Brasil, vejam vocês, era exclusividade do SBT. Com uma equipe formada por Luiz Alfredo, Orlando Duarte e Luiz Ceará, os jogos aconteciam às 20h30. Batiam de frente com a então novela das 8 - que hoje começa às 9 e tanto.

O tempo passou, a TV a cabo ganhou força e a Globo resolveu importunar os torcedores com opções esdrúxulas. Transmissões na quarta e no domingo. Nasceu o fatídico horário das 21h30. Que logo virou 21h40. Mas por que não 21h45? Daí para 21h50 foi um passo. E conseguimos chegar às 22h. Eu mesmo já vi uma final de Copa Mercosul ter início às 22h05.

Quem paga a conta é o torcedor. E só ele.

É comum hoje acompanhar jogos que ultrapassam a meia-noite.

Isso para não falar em aberrações como sábado às 21h45, domingo às 19h e o irreversível sábado ou domingo às 18h10.

Aí vem o horário político e a Globo oficializa o indecente horário das 22h. Tudo para não mutilar a novela. E aí o pobre torcedor, que às vezes nem sabe se conseguirá voltar para casa depois do jogo, fica refém de folhetins.

O que eu não consigo entender agora é o tal horário das 19h30. Implantado pela extinta PSN e recentemente ressuscitado pela Fox Sports, ele ganhou força agora nesse período eleitoral. A maioria dos jogos da TV fechada no meio de semana acontecerá neste fatídico horário. Apenas um por rodada será às 20h30 - o nosso contra o Figueirense na próxima semana, por exemplo.

Alguém sabe explicar os jogos às 19h30?

Os horários sagrados do futebol (quarta e quinta às 20h30; sábado e domingo às 16h - ou 17h, no Rio) são agora as exceções.

Perdemos a batalha. Ganharam os sofás.

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Efeito Leão, o lado B

Mal começou a ganhar e o SCCP já se depara com o lado ruim do efeito Leão. E aí, vão pagar o preço?

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Campinas, domingo

Podemos combinar amanhã, durante o jogo no Parque, mas o fato é que eu devo ir de carro para o Moisés Lucarelli. Quero chegar bem cedo para conseguir estacionar naquele lugar de sempre.

14 agosto 2006

Maracanã, Rio de Janeiro


A nossa visão de ontem. No alto, o Cristo.

Não havia tido, até ontem, a oportunidade de visitar o Maracanã depois da primeira etapa das reformas e modernizações que estão fazendo surgir, ao menos nas aparências, um novo estádio na zona norte do Rio. Foi, portanto, um enorme prazer reencontrar o Maior do Mundo, ainda mais bonito do que antes.

Neste período de interdição, voltei a São Januário duas vezes. Conheci ainda o diferenciado Estádio da Cidadania, em Volta Redonda, e passei uma noite desconfortável no pântano que atende (ou atendia?) pelo nome de estádio Caio Martins.

Faz-se necessário dizer: como é bom voltar ao Maracanã!

Se havia lamentado o fim da geral
, devo admitir que o estádio ficou (e ficará) ainda mais bonito com o gramado rebaixado e as cadeiras azuis abaixo da arquibancada. Não que eu goste de cadeiras, mas é fato que elas dão um destaque maior do que o concreto habitual.

Poucas coisas são tão inesquecíveis como uma tarde de domingo no Mário Filho. Especialmente depois de pegar uma praia - não foi o caso.

É bom demais olhar para o placar e ver a inscrição "Maracanã/ Rio de Janeiro". Sabe-se que está no Rio, e isso basta. Melhor ainda se for tomando cerveja (Itaipava e de lata) na arquibancada.

Aí vem um tal Enílton e arruma uma jogada que só pode ser devidamente admirada pelos que têm a visão proporcionada pela arquibancada do Maior do Mundo.


É um cenário único.

Que vai além do estádio.

Ver o Cristo a partir da arquibancada não é pouca coisa.

De dia ou de noite.

Lá está ele.

Imponente.

A zelar pela Cidade Maravilhosa.

E por um Maracanã que só poderia estar onde está.

No Rio.


***

Implosão é o caralho!

E aí eu me lembro dos infelizes que defendem a implosão do Maracanã. Ricardo Teixeira à frente, tais imbecis alegam que o Mário Filho está ultrapassado e que não poderia ser modernizado de acordo com as normas exigidas pela Fifa.

Pois fodam-se a Fifa, os europeus e os babacas que defendem isso!

Patrimônio mundial, o Maracanã deve ser conservado tal como está.

Mudanças externas (novas rampas de acesso e bolsões de estacionamento) são necessárias, é claro. Mas internamente o Maracanã não fica a dever nada a nenhuma outra praça esportiva. Muito pelo contrário.


***

A caravana
22 horas de estrada. Da saída, às 5h de domingo, ao retorno, às 3h da segunda-feira, sobrou tensão. Mas não só isso. Também fome. Sono. Desconforto. Porradaria. Confronto com a polícia. Enquadros. Horas perdidas. Sono que se vai.

Tudo por amor a um clube de futebol.

Por duas horas que compensaram outras 20.

No fim das contas, tudo é história.

Que será contada por anos e anos.

Sempre vale a pena!

CADÊ A FÚRIA???

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De um botafoguense que esteve ontem no Maracanã:

"Eu fiquei impressionado com a torcida do Palmeiras. Eles não pararam de cantar um minuto sequer"
Detalhe: a frase foi dita por este carioca a um conhecido meu, que nem palmeirense é. Fiquei sabendo depois.

06 agosto 2006

Sobre supremacia nacional

Bastou ganhar a Copa do Brasil deste ano para o Flamengo reivindicar a condição de maior campeão nacional de todos os tempos. O argumento, dos mais equivocados, agrega aos dois títulos da competição eliminatória (1990 e 2006) os cinco brasileiros do time da Gávea (1980, 1982, 1983, 1987 e 1992). Seriam sete títulos em nível nacional, o que serviria para desbancar o SCCP (4 Brasileiros, um roubado, e 2 Copas do Brasil, uma roubada). 

Tudo errado. 

Não faço aqui referência à polêmica sobre o campeão nacional de 1987. Este, a meu ver, é o Flamengo. É justa, portanto, a afirmação de que os cariocas têm sete títulos. O problema é outro. 

Faltou a lembrança de que houve, bem antes de qualquer título conquistado pelo rubro-negro, dois importantes campeonatos em nível nacional. Ainda na década de 70, os grandes clubes deste país disputaram a Taça Brasil (1960 a 1967) e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967 a 1970). Um ano depois do Robertão, nasceu o Campeonato Brasileiro tal como conhecemos hoje. 

Cabe à CBF oficializar a lista que segue abaixo: 

1. Palmeiras: 9
Campeonato Brasileiro (4): 1972, 1973, 1993 e 1994
Copa do Brasil (1): 1998
Taça Brasil (2): 1960 e 1967
Torneio Roberto Gomes Pedrosa (2): 1967 e 1969 

2. Santos/SP: 8
Campeonato Brasileiro (2): 2002 e 2004
Taça Brasil (5): 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965
Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1): 1968 

3. Flamengo/RJ: 7 
Campeonato Brasileiro (5): 1980, 1982, 1983, 1987 e 1992 
Copa do Brasil (2): 1990 e 2006 

4. SCCP/SP: 6 
Campeonato Brasileiro (4): 1990, 1998, 1999 e 2005
Copa do Brasil (2): 1995 e 2002

5. Grêmio/RS: 6 
Campeonato Brasileiro (2): 1981 e 1996 
Copa do Brasil (4): 1989, 1994, 1997 e 2001 

6. Cruzeiro/MG: 6 
Campeonato Brasileiro (1): 2003 
Copa do Brasil (4): 1993, 1996, 2000 e 2003 
Taça Brasil (1): 1966 

7. Vasco/RJ: 4 
Campeonato Brasileiro (4): 1974, 1990, 1997 e 2000 

8. Internacional/RS: 4 
Campeonato Brasileiro (3): 1975, 1976 e 1979 
Copa do Brasil (1): 1992 

9. SPFC/SP: 3 
Campeonato Brasileiro (3): 1977, 1986 e 1991 

10. Fluminense/RJ: 2 
Campeonato Brasileiro (1): 1984 
Roberto Gomes Pedrosa (1): 1970 

11. Bahia/BA: 2 
Campeonato Brasileiro (1): 1988 
Taça Brasil (1): 1959 

12. Botafogo/RJ: 2 
Campeonato Brasileiro (1): 1995
Taça Brasil (1): 1968 

13. Atlético/MG: 1 
Campeonato Brasileiro (1): 1971 

14. Guarani/SP: 1 
Campeonato Brasileiro (1): 1978 

15. Coritiba/PR: 1 
Campeonato Brasileiro (1): 1985 

16. Atlético/PR: 1 
Campeonato Brasileiro (1): 2001 

17. Criciúma/SC: 1 
Copa do Brasil (1): 1991 

18. Juventude/RS: 1 
Copa do Brasil (1): 1999 

19. Santo André/SP: 1 
Copa do Brasil (1): 2004 

20. Paulista/SP: 1 
Copa do Brasil (1): 2005 

*** 

Se alguém identificar qualquer imprecisão na lista acima, é favor avisar. Eu fiz de cabeça; pode ter passado algum erro.

04 agosto 2006

Parabéns, São Marcos!



Nestes tempos sombrios, em que um povo sem alma idolatra um sujeito desprovido de princípios morais elementares, é nosso dever parabenizar, pelos 33 anos completados hoje, aquele que é de fato o melhor goleiro deste país.

PARABÉNS, SÃO MARCOS!

02 agosto 2006

Romário. Até 2014

Pouco me importa o que fará Dunga. Não pretendo, pois, comentar as novidades da lista ou mesmo a renovação parcial na seleção brasileira. A questão toda é a mesma de todas as convocações dos últimos quase cinco anos: faltou Romário.

Sim, porque Romário, 40 anos nas costas e dando migué em Miami, é melhor que qualquer um dos que estão na lista. Daniel Carvalho ou Romário, por exemplo? Eu fico com o Baixinho. Sem pensar.

Pela terrível injustiça de 1998 (Zagallo arderá no fogo do inferno), Romário tem o direito adquirido de ser convocado até 2014. Deveria ir às próximas duas Copas. E ainda será pouco para compensar os enganos de 98 e de 2002.

***

Para evitar novas cornetagens, aí vai a foto prometida.
Palmeiras 1 x 0 SCCP, Morumbi, 16/07/2006




No centro e para baixo. Luigi, Giovanni, eu (de boné) e Vitor.


***

Caravana para o Rio, 13/08

Quem vai?