30 julho 2007

Maníaco, sempre líder

Sim, estou devendo um perfil do nosso grande líder, que atende pelo codinome de Maníaco. Na falta disso, deixo aqui três vídeos, um dos quais traz a nobre figura, com apresentação deste que aqui escreve. É a parte 1, logo no começo.

Parte 1:


Parte 2:


Parte 3:


Os vídeos são resultado de um TCC de Jornalismo da PUC-SP em 2006. Abaixo, a ficha técnica, extraída deste blog.

Por Um Gol...
TCC - Jornalismo PUC - SP/2006

Maria Fernanda Pauli
Mariana Pastore
Marília Borges

Orientador
Julio Wainer

Edição
Mônica Schnmidt
Vincenzo Villani Neto
Nereida Zacanini

Arte
Jeferson Moreira

27 julho 2007

Na dúvida, é só apitar contra o Palmeiras...

Eu nem posso opinar sobre a expulsão do Makelele (estava desligado e não vi o lance), mas não vejo outros times terem jogadores expulsos logo de cara em dois jogos seguidos. Como também não vejo quem tenha dois gols anulados na seqüência. E não vejo outros bandeirinhas com a mão engessada, a não ser contra a gente.

O fato é que existe uma regra na arbitragem brasileira: na dúvida, é só apitar contra o Palmeiras. Aliás, com ou sem dúvida...


Coincidência ou não, a predisposição se acentuou depois da palhaçada do SPFC que levou à suspensão do Edmundo.

26 julho 2007

Guerreiros do Parque

O Palmeiras-2007 é um time irregular, limitado e nada brilhante. Ao mesmo tempo em que complicam nossa trajetória neste longo Campeonato Brasileiro, são fatores que proporcionam uma noite como a de ontem, mágica e inesquecível, ainda que para poucos.

Vitória heróica.

Noite de guerreiros.

Pra que qualidade se sobra vontade?

É raça o que o torcedor mais quer.

Vibração, garra, amor à camisa.

De 0 a 2 para 3 a 2. Com um homem a menos.

Bem ao estilo Palestra.

Tem coisas que só entende quem faz do estádio a sua casa.

Aos demais, nem adianta querer explicar.

Só o futebol permite certas alegrias.

E não é para todas as torcidas.

"Regularidade e racionalidade nunca foram o forte do Palmeiras, um clube que insiste em transitar perigosamente entre a glória e o abismo. Quem torce para o Palmeiras aprende desde cedo que tudo pode acontecer. Ao Parque Antártica se vai preparado para o melhor e para o pior.

Sempre foi assim e sempre será. Não há sentimentos mornos, medianos, plácidos, reservados aos torcedores desse time. Ou se comemora uma vitória épica ou se lamenta uma derrota catastrófica. É isso. Quem não quiser que torça para outros clubes sensatos, organizados e previsíveis, preocupados em não perder. O Palmeiras sabe que a derrota é parte da grandeza."

Parabéns aos guerreiros da arquibancada (e da numerada até) que enfrentaram a noite fria e o horário das 21h50 para empurrar o Verdão rumo a esta vitória!

AQUI É PALMEIRAS, PORRA!

***

Em itálico, trechos da coluna de Ugo Giorgetti, cineasta e palmeirense, no Estadão de 01/07/2007.

24 julho 2007

Cadê o meu pernil?

A proibição começou pelo Pacaembu e chegou depois ao Morumbi. Não sei ao certo por ordem de quem, mas o Parque Antártica, que parecia imune, também sofre agora com a proibição das barraquinhas de pernil, calabresa e demais iguarias da alta gastronomia paulistana.

Assim foi na última quinta-feira, dia de Palmeiras x Santos.

Caraíbas, Diana, Turiassu, Padre Thomaz, Marrey Jr., Matarazzo... nada escapou aos olhos dos fiscais da Prefeitura. Quem quer trabalhar não pode – e ainda é ameaçado –, e o torcedor perde suas poucas opções para matar a fome antes ou depois do jogo.

Volto a insistir na tese de que nós continuamos a pagar o pato por conta de vagabundo que não tem o que fazer.

O que justifica o fim das barraquinhas?

E, pior, o que comer sem elas?

O que mais me deixa indignado é ver que o torcedor, o mais interessado, não foi sequer consultado. Aos olhos desta corja, somos todos dispensáveis.

Proíbe-se pelo simples ato de proibir.

E tira-se um pouco mais do prazer de ir ao estádio...

22 julho 2007

Só podia dar nisso

É só somar:

1. Márcio Careca, o pior lateral-esquerdo que já vestiu a camisa alviverde, acerta um chute impossível como aquele do gol paranista.

2. O cara que supostamente é o nosso novo camisa 9 perdeu dois gols que deixaram com vergonha até o finado Cristiano.

3. Mais um bandeirinha resolve emergir do inferno para nos assaltar.

4. Mesmo com um a menos, o Palmeiras cria mais oportunidades que o time da casa, o insignificante Paraná Clube, mas a bola resolve não entrar de jeito nenhum...

Com tudo isso, não dava mesmo para esperar outro resultado.

Quarta é dia de voltar a vencer!

20 julho 2007

E aí, PM?

Muito se falou, e nada se comprovou. Mesmo com toda a má vontade do 2º BP Choque, o clássico passou em brancas nuvens para aqueles que esperavam ver brigas e confusões. Ocorrências? Zero, segundo a própria PM. É bem verdade que os santistas eram menos de 2 mil, o que contribui sobremaneira para quem tem de fazer a segurança, mas o fato é que a noite foi só de futebol. E com um adicional: o fim (pelo menos por ontem) do campo de concentração na arquibancada do Palestra. Tudo jogo de cena...

Contra todos, aqui é Palmeiras!

O sujeito que atende pelo nome de Sálvio Spínola Fagundes Filho fez de tudo para derrubar o Palmeiras ontem. A começar pela invenção que foi o segundo gol do Santos, mas não só por isso. A imprensa nada fala, é claro, mas quem esteve no Palestra presenciou uma noite em que os guerreiros alviverdes lutaram contra um árbitro que, não à toa, saiu de campo debaixo do ódio de 17 mil torcedores.

Saímos fortalecidos. Na raça, na vontade e na força da torcida - que cantou do início ao fim. Um empate que vale por muitas vitórias.

Foi uma noite de guerreiros, que lutaram para compensar as falhas individuais e a má intenção do árbitro, um pilantra de marca maior.

Valeu pela garra do time!

Valeu por Caio Jr., que engoliu o Madureira.

Valeu por Edmundo, que quase balançou a rede duas vezes - faltou mais sorte do que competência - e trouxe ao time o ritmo que faltou na etapa inicial. Ah, coitados dos que desdenham do Animal...

Valeu pela torcida!

E pela segurança do Palestra Itália - cadê o major agora?

Ah, e pelo fim do campo de concentração!

No fim das contas, o gol aos 47 minutos do segundo tempo devolveu um pouco de justiça ao placar e manteve o Verdão embolado na classificação, a um ponto da vice-liderança.

Ficou de bom tamanho. Mas poderia ter sido melhor se não fosse o nosso problema de sempre: o árbitro...

18 julho 2007

A segurança é por nossa conta

O 2º Batalhão de Choque da PM está passando dos limites. Nunca houve tanta má vontade em relação ao Palestra Itália, o mais seguro estádio desta metrópole caótica. Nem nos tempos do major/ coronel Marinho ou mesmo do Rego.

O tal Armando Tadeu Camargo, que responde agora por esta corporação da PM, insiste em dizer que o Parque Antártica não oferece segurança para um clássico, mesmo um pequeno como este (os santistas serão 3 mil). E faz um alerta que soa como ameaça.
Entre as atrocidades cometidas pela língua do tal major despontam pérolas como esta de dizer que a Vila Belmiro oferece mais condições do que o Parque. Só pode estar de brincadeira!

Sei que já escrevi sobre tudo isso aqui, aqui e aqui, mas deixo novamente os links porque espero que o maior número de pessoas se conscientize de toda essa perseguição.

E acrescento agora mais alguns argumentos, retirados na íntegra do comentário do palestrino Marco neste post do Observatório Verde:


1. Não existe divisão de torcida nos jogos do Palestra, o visitante tem direito apenas a 10% dos ingressos. São Paulo e Santos estão na mesma condição de Flamengo e Vasco. Além disso, os clássicos no Morumbi não tem tido um público maior do que 30 mil pessoas. A maioria deles é para 20 mil pessoas, ou menos.

2. O Palmeiras já implantou um novo sistema de entrada de público. Essa providência foi parte de um conjunto de ações, solicitadas pela própria PM. Todas as modificações solicitadas pela PM, ao Palmeiras, foram feitas. Qual o motivo do estádio não apresentar condições, agora? Falta apenas o completar o cadastramento dos torcedores organizados. Isso deveria ter sido feito pela FPF e não pelos clubes. Não foi feito, ainda, pela Federação.

3. O sistema de proteção ao gramado é por fosso. Trata-se do melhor e mais eficiente sistema de isolamento dos gramados em estádios.

4. Não existem registros de invasões ao gramado do Palestra Itália, como já aconteceu diversas vezes no Morumbi e no Pacaembu. O Palmeiras, por exemplo, perdeu um mando de jogo em 2005 (contra o Atlético PR) e teve que jogar no Pacaembu. Essa perda de mando foi devido a uma invasão de torcedor, no MORUMBI.

5. O Palestra Itália, também não registra apedrejamento de ônibus de time visitantes, como aconteceu com o River, no Morumbi.

6. A torcida adversária é separada por grade de proteção, em local isolado do estádio, onde seus torcedores não têm condições de acesso aos outros setores.

7. A entrada dos visitantes é por portão isolado, feita por uma rua onde pode ser feito um isolamento de área para proteção.

8. Lembrar sempre que os problemas têm acontecido longe dos estádios e, nesse caso, todos os locais estão em iguais condições. Lembrar que a proteção externa deve ser feita pela PM, independentemente do local do jogo.

9. O Palestra Itália não possui anel superior. Com isso, a torcida local não fica instalada sobre a torcida visitante, como acontece na Vila Belmiro e no MORUMBI. A torcida visitante não se torna alvo de objetos e de urina dos torcedores locais (como observamos em alguns jogos).

10. O jogo Palmeiras x São Paulo, pelo segundo turno, esta marcado para o Pacaembu. Uma discussão desse tipo, sobre o local de Palmeiras x Santos pode ser um indício da intenção para não permitir que o Palmeiras exerça seu direito de atuar em seu estádio, nesse jogo do segundo turno.

11. Caso a preocupação seja realmente de segurança em clássicos, não importa qual seja o local. Os problemas têm acontecido longe dos estádios. Nessa situação, deveria ser analisada a proposta de clássicos com público somente do mandante.

12. A imprensa não está (e nunca esteve) preocupada com a segurança de ninguém. Ela quer apenas ficar em estádio onde tenha mordomias. Usam esse discurso da segurança para desviar o foco.



Com tudo isso, gostaria muito de saber quais são os argumentos do major e do 2º BP Choque. O que existe por trás de toda essa perseguição? É só a reconhecida incompetência da PM ou há forças ocultas agindo pelos bastidores?

É bom estarmos preparados amanhã.

Toda e qualquer ocorrência dentro e fora do estádio servirá apenas e tão somente aos interesses da PM.

Atentem para isso: a Polícia Militar é a maior interessada em brigas e/ou confusões no clássico de amanhã.

A segurança, ao menos por uma noite, fica por nossa conta!

A palhaçada continua

Fui comprar ingresso na hora do almoço - para amanhã e também para o jogo contra o Vasco -, e deu pra perceber que a palhaçada vai persistir amanhã. Os boatos de 15 dias atrás, de que a diretoria do Palmeiras tomaria uma atitude, não passaram de boatos. Pena. Quem sofre é o torcedor, obrigado que é a freqüentar o campo de concentração que já foi conhecido como arquibancada do estádio Palestra Itália.

17 julho 2007

A próxima batalha

Vencemos, ainda que pela burocracia, o 2º BP Choque neste episódio do clássico de quinta. Vai ser no Parque, e ponto. Mas já é tempo de a nossa diretoria se movimentar para a próxima batalha. Não demora muito, e logo teremos o Palmeiras x SPFC do returno. A data é 29 de agosto, quarta, 20h30. Mando nosso. Tem de ser no Parque. Se já perdemos esta luta em 2006, temos de nos preparar desde já para não perdermos mais este mando para as forças ocultas do futebol. São muitos inimigos (PM, MP, FPF, SPFC); ainda acho que somos mais fortes que todos eles juntos.

16 julho 2007

A PM e a falta do que fazer

O noticiário policial não deixa dúvidas: a polícia tem muito trabalho, dia após dia, nesta metrópole caótica. Trabalho de sobra. É de se estranhar, portanto, que alguns elementos da força policial sejam tão desocupados quanto alguns do 2º BP Choque, pelotão responsável pela segurança nos estádios de futebol desta cidade.

Além da aptidão para a incompetência, os caras desenvolveram, de uns tempos para cá, a capacidade de criar factóides, desviando o foco sempre que julgam necessário. Para tanto, se valem também da complacência do Ministério Público do Estado de SP.

Temos nesta segunda-feira que começa agora mais um exemplo.

Vejamos:

Sábado último. Horas antes do clássico, torcedores de SCCP e SPFC se enfrentam nas imediações da rua São Jorge, quase em frente à sede do SCCP. Briga feia, um torcedor em coma, outros feridos, dezenas de presos. O confronto aconteceu, vejam vocês, a cerca de 30 km do estádio do Morumbi, palco do duelo entre os dois clubes. 30 km!

Basta um pouco de conhecimento em confrontos de torcida para concluir, somente a partir das imagens da TV, que houve ali uma emboscada dos são-paulinos, que sabiam estarem os corintianos em número reduzido. Fica evidente pela vestimenta dos brigões, todos em trajes civis. E, é fato, ninguém vai querer confusão na sua própria casa, o que isenta os torcedores do SCCP de qualquer responsabilidade.

Dito isso, fica escancarada a completa inutilidade do tal cadastramento de torcedores, dos espaços separados na arquibancada, etc. e tal. Como já se sabe há mais de 10 anos, o problema não está nos estádios ou nas imediações; o bicho pega é na periferia, no centro da cidade, nas avenidas que dão acesso ao estádio...

Disso todo mundo sabe, até a PM, o MP e a FPF. Difícil é controlar este problema periférico; fácil é apelar para declarações hipócritas como esta, do major Armando Tadeu Camargo, que parece ter aprendido a lição passada por Marinhos e Regos:

"Clássico no Palestra Itália é de alto risco e sempre propicia confronto entre torcedores, já que é difícil fazer a separação. Por isso houve o pedido de mudança do local".

Pois bem, amigos, o sujeito quer se valer desta briga a 30 km do Morumbi para tirar da nossa casa o Palmeiras x Santos da próxima quinta-feira. Assim, em cima da hora e com este argumento tosco, o mesmo que eu já contestei aqui e aqui.


Pergunto: o Parque Antártica é inseguro?

Pois, a exemplo do que fiz anteriormente, desafio qualquer pessoa a citar uma única ocorrência de briga nas dependências do estádio Palestra Itália. Uma só. Vale para jogos comuns e para clássicos e em qualquer circunstância. Alguém consegue se lembrar de uma briga dentro do estádio que justifique tal decisão?

O espaço dos comentários fica aberto para isso, inclusive para eventuais incompetentes do 2º BP Choque.

Já que eles não têm o que fazer, poderiam dedicar suas horas de nulidade à tarefa de aprender que as brigas não acontecem no estádio ou nos arredores, mas sim na periferia, nas estações de Metrô, nos terminais de ônibus e nos pontos de encontro desta metrópole imensa.

Garanto que é mais prático e útil do que tentar jogar no estádio Palestra Itália a culpa por uma briga que ocorreu entre duas outras torcidas na distante zona leste.

Seja como for, o factóide está aí. Sai hoje a decisão. Aguardemos o desfecho de mais essa escrotidão das nossas autoridades.

Se vamos jogar o segundo turno na Vila Belmiro, temos direito de mandar o jogo de agora em qualquer lugar, até mesmo na Rua Javari. Se a Vila pode receber um clássico, qualquer outro estádio pode.

Inclusive o Parque Antártica, o mais seguro de São Paulo.

15 julho 2007

Agora, a fase boa

É curioso notar que os últimos dez pontos conquistados pelo Palmeiras neste Brasileirão vieram em circunstâncias adversas. Quatro jogos, três deles fora, sempre com uma legião de desfalques. Mas eles vieram. Na base da raça, com um pouco de sorte, aos 49 do segundo tempo, com a ajuda do goleiro adversário... não importa como!

De certa forma, serviu pra compensar aqueles pontos que perdemos injustamente em casa logo no início.

O empate de ontem, lá no Sul, por exemplo, ficou de muito bom tamanho. É o tipo de resultado que deve ser comemorado pelo ponto ganho (e pelos dois roubados do Grêmio) e nunca pelos dois perdidos.

Daqui pra frente, a tendência é encararmos uma fase promissora. Afinal, v
oltam David, Edmundo, Valdivia e William, entre outros. E Luiz Henrique, Rodrigão, Deyvid e Max estão liberados para reforçar o elenco. Ah, e temos Luís, que, mesmo todo desajeitado, mostra uma vontade comovente.

Dá pra acreditar em uma fase boa agora.

Que comece contra o Santos, quinta, no Palestra!

***

Tem time aí que parte agora para o quarto jogo seguido no seu estádio. Nos três primeiros, foram só dois gols marcados, e um deles nasceu de um pênalti inventado na cara dura. Como será agora?

05 julho 2007

O século é longo...

No início desta semana, a assessoria de imprensa do Palmeiras (finalmente temos uma!) mandou uma carta ao jornal O Estado de S. Paulo, refutando uma reportagem que apontava a suposta decadência do clube alviverde neste século. Não vou entrar nos detalhes, pois o jornal e seus pau mandados não merecem que eu perca meu tempo. Mas a resposta trouxe, entre outros argumentos, trechos de um artigo do cineasta Ugo Giorgetti (aquele do Boleiros) publicado nas páginas do mesmo periódico, domingo agora.

É relevante, motivo pelo qual o texto segue abaixo, na íntegra.

De tudo, prefiro a mensagem final, bem direcionada.

Estamos falando, pois, do clube brasileiro que é simplesmente o Campeão do Século XX.

E o XXI está apenas começando, como bem lembra Giorgetti.


Decadência? Só para os rivaisUgo Giorgetti

As dificuldades pelas quais passa o Palmeiras fazem muita gente afirmar apressadamente de que se trata de um clube decadente. Se isso é verdade, o Palmeiras é um clube decadente há mais de 50 anos. O curioso é que esse clube decadente ressurge sempre de sua própria queda para atravessar o caminho dos outros e ganhar títulos, campeonatos, torneios, o diabo.

É claro que a fase atual é mais difícil porque, na verdade, o clube é parte de um futebol que como um todo atravessa um período terrível. É difícil, portanto, distinguir a alegada decadência do Palmeiras de uma decadência mais geral que assola todos os clubes brasileiros e que se manifesta principalmente pela total impossibilidade de manter qualquer jogador jogando dentro do País por mais de um ano. Donde se conclui que os clubes, por sua vez, pertencem a um país que, apesar da retórica oficial, despencou tremendamente no confronto com países mais adiantados. Desse modo há uma situação geral muito complicada da qual o futebol é parte.

Mas deixemos isso um pouco de lado, fingindo que essas dificuldades não existem, e voltemos ao caso do Palmeiras.

Um dos motivos da alegada decadência é o fato de que jogadores como Carlinhos Bala, Kléber, Alex Mineiro, Dênis Marques, etc., preferiram outros clubes ao Palmeiras. Eu pergunto: E daí? Quem é essa gente? Com o devido perdão a esses boleiros, eles não representam grande coisa no futebol, de outro modo não estariam por aqui. Recebem alguma atenção pela pobreza geral, pela indigência do futebol brasileiro atual. Qual a diferença entre eles e Rodrigão, que aceitou a proposta do clube? Nenhuma. Infelizmente o futebol está reduzido a esses nomes, a essa ninguenzada, como diria Darcy Ribeiro. Tanto faz tê-los ou não tê-los. Como tanto faz que um jogador como Florentin tenha ido embora, ou mesmo Paulo Baier. A única preocupação quando saem é que não sejam substituídos por alguém ainda pior.

Ficam como outros “sintomas” da decadência a falta de títulos nos anos recentes. Os apressados tomam por decadência, porém, algo que faz parte da essência do Palmeiras. De quando em quando na sua história há escassez de títulos. De 1950 a 1959 o time amargou fila. Depois houve o período de 16 anos também sem título. Isso, portanto, não é novidade na história do clube. Regularidade e racionalidade nunca foram o forte do Palmeiras, um clube que insiste em transitar perigosamente entre a glória e o abismo. Quem torce para o Palmeiras aprende desde cedo que tudo pode acontecer. Ao Parque Antártica se vai preparado para o melhor e para o pior.

Sempre foi assim e sempre será. Não há sentimentos mornos, medianos, plácidos, reservados aos torcedores desse time. Ou se comemora uma vitória épica ou se lamenta uma derrota catastrófica. É isso. Quem não quiser que torça para outros clubes sensatos , organizados e previsíveis, preocupados em não perder. O Palmeiras sabe que a derrota é parte da grandeza.

Por isso não vejo decadência alguma. O Palmeiras de hoje é igual ao que sempre foi. Atravessando mais um período particularmente negro, lambendo em silêncio suas feridas, mas certo de que subitamente, inesperadamente, de algum modo vai ressurgir como tantas vezes antes, para continuar a ser o espinho atravessado na garganta de todos os times do Brasil.

O século é longo e ainda mal começou.

03 julho 2007

Fora de casa

Arquibancada. Azul, amarela, vermelha, lima limão...

No meio de tantas cores, prevalece a terrível sensação de que está mais fácil se sentir em casa no Morumbi, ainda pouco alterado pelas perturbações mentais de FPF, MP e PM, do que na nossa própria casa, o hoje esquartejado Parque Antártica.

Entradas separadas, grades, campo de concentração, capacidade reduzida, torcida desmobilizada...

É justo calarmos?

Afinal de contas, de quem é o Parque Antártica?

Da massa alviverde? Ou dos pretensos defensores da lei?

A casa é nossa!

02 julho 2007

Fiquem em casa!

Mais de 100 clássicos depois, eu pensava já ter visto um pouco de tudo nestes 15 anos de estádio. Só o que eu não esperava era participar de um clássico como o de sábado, de uma torcida só.

Além da vergonha - e o injusto é que este sentimento fica para os que lá estivemos -, resta a certeza de que deveriam permanecer em casa todos os que resolveram não aparecer no Morumbi.

É absolutamente inexplicável o abandono de que foi vítima o Palmeiras logo no duelo contra seu maior rival.


Inexplicável, inaceitável, imperdoável.

Já estivemos em situações piores, e nunca aconteceu nada parecido.

De uma hora para a outra, a torcida sumiu.

Cadê os 15.800 habituais?

Onde foram parar os torcedores da bolacha?

E os "fanáticos" que pulam fora ao menor sinal de dificuldade?

Os que deixaram o Palmeiras na mão quando ele mais precisava são provavelmente os mesmos que encheram o saco em todos os últimos jogos. São também os que aparecerão, na maior cara de pau, contra o América-RN e nos jogos seguintes.

Pois eu digo que pagaram caro pela covardia.

Perderam uma vitória épica.

E deveriam ficar em casa para todo o sempre.

Se tivermos de ficar com 4 mil por jogo, que assim seja.

Estes são torcedores, no sentido mais literal possível.

Aos que abandonaram o Palmeiras, é justo pedir: não venham mais encher o saco!


***

É por ocasiões como esta que eu sempre defendo as organizadas, que respondiam por mais de 80% dos 4 mil palmeirenses presentes ao estádio do Morumbi.
Os demais tinham esta mesma pegada. Prefiro ficar com estes, poucos, mas bons. Que se foda o resto!

01 julho 2007

E a bola rola...

Nossos rivais parecem imunes às lições que o futebol aplica – e não foram poucas. Com toda a pompa que pensam ter, insistem em cantar vitória antes da hora, pecado mortal para um clássico.
Durante a semana que antecedeu o duelo deste sábado, ouvi coisas como “Estou com pena de vocês no sábado” ou “É bom vocês se prepararem para o pior”.

Eles vomitavam otimismo.

Falaram, falaram, falaram...

Só que o futebol é jogado.

Futebol é pra homem, e não pra falastrão.

Falaram, falaram, falaram...

Esqueceram de jogar.


Aí veio uma molecada crua e honrou a camisa alviverde.

Foi o suficiente.

1 a 0.

Melhor: 0 a 1.

Sofrido, no sufoco, na raça.

Sem ataque.

Com 12 desfalques.

Com um time quase reserva.

E só com a força da camisa.

A
arrogância deles joga sempre a nosso favor.

Ao final, como sempre, caíram.

Pela 120ª vez.