Se fosse um alpinista, o Palmeiras pós-Série B seria o tipo de cara que tem potencial - e que até sabe o que faz -, mas que se mostra incapaz de chegar ao ponto mais alta da escalada. Um sujeito que transpõe os paredões mais íngremes, superando neve, frio e o escambau, mas que escorrega e despenca quando se encontra em terreno plano.
Não falo apenas por 2006, mas pelos tropeços infantis e inaceitáveis que nos impediram de buscar uma posição melhor nas duas últimas edições do Campeonato Brasileiro. E agora, ante o trágico início da caminhada, é de se esperar que mesmo a quarta colocação seja inatingível.
A exemplo de 2004 e 2005, temos um time razoavelmente competitivo. Que passa longe do ideal, é fato, mas que pode brigar de igual para igual com quem quer que seja. Um grupo capaz de vencer rivais mais qualificados em um domingo para tropeçar nas babas mais inexpressivas na quarta-feira seguinte.
O erro se repete.
Os mesmos empates que nos jogaram na Série B são os que agora impedem uma reação definitiva. Fora de casa, ok. Mas em casa, nunca! Os pontos perdidos no nosso estádio são irrecuperáveis.
O que mais incomoda é constatar que a equipe atual não tem poder de recuperação. As vitórias vieram sempre com facilidade - com dois ou mais gols de vantagem -, mas o time simplesmente se perde quando leva o primeiro gol. A reação é parcial. E o empate não ajuda.
Toda a grande arrancada pós-Copa adquire um caráter de ilusão. Estamos, vejam vocês, um mísero ponto à frente do combalido SCCP. Um! Digo isso levando em conta que a rodada do próximo final de semana já tem roteiro pronto.
Pois temos dois problemas de uma só vez:
1. uma Ponte Preta que complica para nós, mas que costuma desabar diante do SCCP;
2. uma Vila Belmiro que só não tem sido tão complicada quanto o Anacleto Campanella. Jogo desenhado. O Palmeiras vai pressionar o tempo todo para perder quatro, cinco, oito gols. E o Santos, com um time absolutamente medíocre, vai achar um gol quando bem entender. Ou vai ganhar um pênalti lá pelas tantas.
Continuaremos nos 27 pontos.
É melhor desistir; não chegaremos ao topo.
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Vamos à Vila!
Tommaso Mauri
Há um dia