03 outubro 2012

Os princípios da arquibancada

"A arquibancada tem seus códigos. Eles devem ser respeitados."

Escrevi isso algumas vezes no Twitter e no Facebook e a mensagem, sutil, foi compreendida pelo público que interessa, por aqueles todos que somos da arquibancada. É hora de avançar um pouco no debate, colocando a argumentação de quem, por pertencermos à arquibancada, somos os efetivamente habilitados a tecer algum tipo de comentário sobre eventos recentes.

Como a hipocrisia, o discurso politicamente correto e o falso moralismo não têm espaço por aqui, é o caso de, em oposição a tudo o que vem sendo dito por aí, colocar as coisas sob outra perspectiva.

Vou começar ampliando o alcance do conceito lá do alto. A verdade é que todo lugar tem lá os seus códigos e regras de conduta. Alguns são explícitos, documentados, com manual de boas práticas e tudo mais, enquanto outros são apenas consensuais, empíricos até, condicionados à experiência adquirida no ambiente.

Para fazer parte, digamos, de um grupo, você precisa ao menos entender quais são as regras e os procedimentos que ali imperam. E é preciso respeitar os legítimos ocupantes daquele espaço.

Não queiram, por favor, tratar o futebol como instrumento recreativo, como passatempo ou como entretenimento. O futebol não é nada disso. O futebol é cultura popular, é paixão, é razão de viver. Quem equipara o futebol a atividades menos importantes está desrespeitando a essência e a história do esporte. Tais pessoas não merecem de volta o respeito daqueles que efetivamente vivemos o futebol como o que ele é.

Que me perdoem os puritanos e todos aqueles que sabem apenas reproduzir o discurso que se pretende sensato, mas a verdade mesmo é que a arquibancada tem lá seus princípios, e muitos deles provavelmente vão de encontro (e não ao encontro, notem a sutil diferença) ao que se convencionou chamar, como é mesmo a palavra?, civilidade. E é bom que seja assim.

Mal sabem os ditos especialistas que o futebol nada tem a ver com civilidade. Mal sabem que a essência do esporte é totalmente outra. Pobres coitados. Li muita merda esses dias todos, e impressiona notar a semelhança entre os discursos, as palavras repetidas até, a aparente incapacidade de refletir e de compreender que toda ação leva a reações normalmente proporcionais.

Querem opinar sobre o que se passa na arquibancada? Que a frequentem, pois. Se não for assim, que deixem, por favor, o futebol para quem o vive de verdade. Não encham o saco e façam bom proveito do discurso civilizado na frente da TV.

E isso, senhores, é tudo que precisa ser dito. A arquibancada tem lá seus códigos e seus princípios. Eles devem ser respeitados.

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Um comentário pontual: no meio de toda a imbecilidade que virou senso comum, ouvi muito babaca por aí falando em "ídolo nacional". Todo o meu desprezo por quem contribuiu para chegarmos até aqui.

52 comentários:

GilMackoy disse...

Jornalista brasileiro/ex-presidente etílico fala do nosso país como se aqui fosse a Suiça.
Aquele episodio só vai servir pra dar um esporro na organizada, que vai acabar pagando o pato de qualquer jeito.
Querem fazer do torcedor de futebol um expectador de ping pong.

Dennis disse...

Perfeito! Arquibancada é um local sagrado. E na nossa só o verde e o branco são bem-vindos! Preto, roxo, azul e qualquer outra cor são de nossos inimigos. Que deixem a hipocrisia de lado e sejam mais realistas. Somente os torcedores de PFC concordam com esse discurso politicamente correto.
A essência do futebol está na rivalidade. Amor e ódio sempre andaram lado a lado nos estádio e assim sempre será!

Anônimo disse...

Muito bom, meus parabéns. Quem verdadeiramente gosta de futebol esta na arquibancada...

Rodrigo Amato disse...

Falou tudo! Um pinto bem grande no rabo dos filhos da puta que insistem em tirar a razão dos torcedores do Coritiba.

Rogério B. disse...

Perfeito!

Robson disse...

lugar de tiete é no show do Justin Bieber. futebol é guerra.

Unknown disse...

Barneschi,nos últimos dias me senti um animal acuado pois defendo esse ponto de vista também,pior é que cada vez que acontece um episódio como esse de Curitiba sinto que o moralismo toma cada vez mais conta de nossa maravilhosa imprensa,que só é bonitinha no dircurso mas na prática é cada vez mais falsa e antiética,a arquibancada é um dos únicos lugares que nossas emoções são verdadeiras e nos sentimos parte de um grupo que está lá com o mesmo objetivo q vc,não sou maluco é claro que agredir uma criança de 13 anos é uma grandíssima covardia,mas isso não chegou nem perto de acontecer o que aconteceu foi um exagero por parte da mídia.

Da covarde PM paulista que bate até na mãe ninguém fala nada(alguns até incentivam!)e é muito mais grave que essa palhaçada toda.

CIOL, Felipe disse...

Ótimo post. Não consigo acompanhar o tanto quanto vocês, mas sempre que tenho possibilidades ($$$) eu vou pro jogo...

O post é muito bom. A resposta do Luiz Fernando Sanchez está ótima!

"não sou maluco é claro que agredir uma criança de 13 anos é uma grandíssima covardia,mas isso não chegou nem perto de acontecer o que aconteceu foi um exagero por parte da mídia."

e principalmente :
"Da covarde PM paulista que bate até na mãe ninguém fala nada(alguns até incentivam!)e é muito mais grave que essa palhaçada toda."

Grande abraço a todos! Forza!

Luigi SEP 1914 disse...

Se fosse minha filha, EU bateria nela!

Alessandro Marcucci disse...

Apoiado!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
daniel disse...

pau no cu no pai da menina; na menina; na mídia escrota que defende a menina; no jogador que jogou a camiseta, que não tem título nenhum na carreira e que é chamado de ídolo nacional, pelos babacas moralistas da mídia escrota.

se quiser pagar de tiete de jogador do time adversário, que vá no hotel do time, que vá no aeroporto, que vá pra puta que pariu!!

Rafael-DF disse...

Como ja disseram brilhantemente ai em cima:

- futebol é guerra
- lugar de tiete é em show

ninguem ali parecia querer bater na menina, só jogar a camisa de volta pro bambi, e o pai bem q merecia uns "ta ligado" pra largar de ser cabaço.

Japa Matayosi disse...

"Barneschi,nos últimos dias me senti um animal acuado pois defendo esse ponto de vista também"

Disse tudo...

Vou a bastante jogos aqui em sp, e me policio a nao ir com nenhuma peça de roupa ou boné da cor preta... ja acho um absurdo alguem com peça preta na arquibancada da nossa torcida, pior ainda sao aqueles fdps que ficam gritando gol antes do mesmo...


"não sou maluco é claro que agredir uma criança de 13 anos é uma grandíssima covardia,mas isso não chegou nem perto de acontecer o que aconteceu foi um exagero por parte da mídia."


sem mais...

Gersinho Rodrigues disse...

Faltou uma referência ao glorioso Noriega. Puritano que perdeu a linha e partiu para agressão no campeonato da ACEESP.

Rafael disse...

Ainda estou esperando alguém me mostrar aonde ocorreu a tal da agressão.

A mídia tentou levar a discussão para o lado de uma suposta covardia da torcida que agrediu uma menina de 13 anos. Estão brigando com as imagens e até com os depoimentos que confirmam que ela saiu ilesa.

Ela foi apenas cobrada. Se algum insano tentasse partir para a agressão, os mesmos que foram lá cobrar a garota (e o pai irresponsável) a defenderiam.



acreano disse...

sensacional!!!!

Anônimo disse...

Boa tarde a todos, o que um idiota foi fazer em curitiba, no meio da torcida local em levar a menina de treze anos, para pedir a camisa de um dos mais odiados times do universo?
Quem em sã consciencia levaria a filha para uma atitude estupida desta?
Imaginem uma menina na bombonera pedindo a camisa do river plate, a qualquer atleta , no meio da torcida do boca juniors?
Não sendo estupido, nem incoerente, o estadio de futebol é uma arena de batalhas , onde ha simbolismos profundo, pois cada torcedor representa uma paixão inconteste, que defendida pela razão de seus instintos, aflora todos os reflexos , e reações que só aos ilustres frequentadores é possivel explicar,pois hoje ate na Nova Arena , estão procurando limitar acentos disponibilizados as torcidas organizadas, com alegações que o espaço , propicio a um anfi teatro para 15.000 lugares é mais rentavel que a massa alviverde, transformando o local em uma parede de cantos e vibração.
Torcer no estadio, remonta a serem expostas todas as cicatrizes socias , que elitizados analistas debilitados de argumentos, mantem sua tese, sem fundamentos socio economicos emocionais aflorados, perante a um time em noventa minutos.
Se o local é de guerra e rivalidade, o que esta em jogo , é o triunfo, sem mensurar o comportamento, que sempre torna-se tese ao ser limitado , por meros espectadores alienados em suas poltronas confortaveis, sem correrem riscos, sem se degastarem, sem se emocionarem , e sem sentirem o tesão de ver o inimigo derrotado, ter sua massa torcedora retornar, lamentando o feito que gritamos sempre, e comemoramos como nunca!
Quem vai ao estadio , sabe os riscos que esta enfrentando, pois a batalha é ardua, ja que se formos derrotados, seremos a chacota, dos que criticam nossas vitoria,afinal a midia só tem razão no proprio enterro!
Parabens pelo post Barneschi, a realidade é outra no dia dia de quem torce e vai ao jogos!
Um abraço, Claudio Longo!

Piriqto disse...

"Algumas pessoas dizem que o futebol é uma questão de vida ou morte. Eu fico muito decepcionado com essa atituda, o futebol é muito, muito mais que isso."

Idiotas que defendem o Pai daquela menina no minimo não entendem a emoção que envolve o futebol e ir ao estadio. E classificar esse jogador que só sabe correr com a bola e nunca ganhou nada na carreira como "idolo Nacional", só o mostra o lixo que está nosso futebol hoje.

Piriqto disse...

"Algumas pessoas dizem que o futebol é uma questão de vida ou morte. Eu fico muito decepcionado com essa atituda, o futebol é muito, muito mais que isso."

Idiotas que defendem o Pai daquela menina no minimo não entendem a emoção que envolve o futebol e ir ao estadio. E classificar esse jogador que só sabe correr com a bola e nunca ganhou nada na carreira como "idolo Nacional", só o mostra o lixo que está nosso futebol hoje.

Bruna disse...

Mais uma vez, excelente texto!
Estádio é lugar de torcedor, e nunca lugar de fã!

Guilherme disse...

Também sou torcedor fanático de arquibancada e como todos concordo que escocês e a menina perderam a noção. Claro que tudo pode ser resolvido na boa, tipo, dá uma zoada no gordão e arranja uma camisa preta pra ele.
O pior é o mimimi que andam fazendo. E com isso cada vez mais ajudando a piorar a imagem da torcida de arquibancada. E assim que se vai construindo a idéia de colocar todo mundo sentadinho batendo palma, sem paixão, sem xingar e pagando caro.
Me chamaram atenção para esse texto: http://www.testosteronasports.blog.br/2012/10/03/o-tal-futebol-moderno-feito-de-cretino-para-cretino/
Nota-se que o autor, apesar de condenar a viadagem que se tornou comemorar um gol e a questão da retirada da faixa da torcida do naútico, defende que o que aconteceu no Couto e no Pacaembum é condenável, e ainda se mete em condenar a catimba (pratica mais que normal).
Enfim, é contraditório, não sabe o que é modernização e des-envolvimento do futebol. Temos que tomar cuidado, pois ao poucos a palavra pode ser readequada e perder seu significado de contestação. Tem que dar uma "surra de arquibancada" nessa gente que escreve sem saber o que ta falando.

L'Axiome disse...

Quanta bobagem. Estádio é local público. Se tem torcedor fanático, tem torcedor que vai por entretenimento. E não existe preponderância de um sob outro. Simples assim. Não, não existe regra de conduta da arquibancada. Existe um comportamento generalizado que, julgando-se ser uma regra única, entra em conflito com o comportamento de quem não segue o geral. A civilidade cuida para que os diferentes comportamentos não entrem em confrontação física. Quando acontece a selvageria é pq a civilidade foi embora. Desculpe, mas se você prega que a civilidade não deve entrar no estádio, é pq você é um boçal. O torcedor apaixonado pode um dia ser minoria e será calado na porrada pelos que julgarem ser a regra do entretenimento a regra da arquibancada. No caso do Couto Pereira, a menina deveria ganhar a camiseta, os torcedores xingarem mas extravasarem suas violências mordendo a fronha de ódio quando chegassem em casa.

Rivale disse...

Se a garota queria tanto pedir a camisa do Lucas, ela deveria estar no setor da torcida visitante, foi IMPERDOAVEL a atitude da garota. Isso não se discute. E o Outro bocó escoces foi ao pacaembu com a camisa do Celtic, mesmo no setor dos playboys o recado foi dado, e mais uma vez os politicamente corretos da mídia ficaram " estarrecidos ". Pobres Coitados, mas acreditem e melhor assim.

Piriqto disse...

Plubico só o Pacaembu.

Bruno Lauria disse...

Mudando um pouco de assunto, mas ainda envolvendo arquibancada, olha a torcida do Quilmes, Barneschi:

http://br.esportes.yahoo.com/blogs/redacao/v%C3%ADdeo-torcedores-argentinos-velam-morto-na-arquibancada-141558829.html

Colombianos fazendo escola...

Cidadão disse...

Nada a ver. Futebol tem que ser um esporte como qualquer outro, o cidadão tem o direito de ficar sentado e VER o jogo. Nada ver esse lance de ficar pulando na arquibancada. Educação passa longe dos torcedores do brasil, ninguém respeita o direito do outro. Futebol ingles é o modelo que deve ser seguido.

Rodrigo Barneschi disse...

Quanto aos comentários todos que referendam a visão deste blog, deixo aqui o meu agradecimento. Bom notar que é praticamente unânime o sentimento dos que vão a estádio e vivem a arquibancada em sua plenitude. Noto discordâncias pontuais entre os que não participam ativamente desta realidade. A maioria apenas reproduz o discurso fácil e falso moralista dos que não pisam na arquibancada e há ainda aqueles puramente imbecis, proferidos por gente que sequer consegue elaborar um raciocínio lógico. Em sendo assim, vou dedicar especial atenção a quem ao menos conseguiu elaborar uma argumentação consistente, o “boçal” L’Aximome:

Antes de tudo, seria importante equalizar o conceito de “público”. Um local que pressupõe o pagamento de ingresso pode ser considerado “público”? “Público” não remete a um espaço sem restrições de acesso e no direito de ir e vir? E se há um clube dono do estádio, ele não seria um espaço “privado”? Sim, é longa a discussão e ela está sujeita a interpretações diversas, mas você já começou tropeçando na argumentação logo de cara.

Se você quer entretenimento, sugiro que procure um circo, até porque ali não há rivalidade envolvida, não há paixão, sequer há regras que devem ser seguidas. Sugiro ainda que você leia alguns livros clássicos sobre a história do esporte (posso te indicar muitos), e aí você provavelmente haverá de entender que o futebol só o que é porque movido a algo que inexiste em um ambiente de entretenimento: ‘rivalidade’.

Há sim regras estabelecidas em um estádio, e somente imbecis não entendem isso. Aliás, somente imbecis não conseguem entender que existem regras, implícitas ou explícitas, em qualquer ambiente, público ou privado. As regras que pautam a conduta adequada em um estádio de futebol são empíricas, e acabam justificando até mesmo determinações “legais”, como a divisão de torcidas e a delimitação de espaço para cada uma delas. Em um jogo de futebol, qualquer que seja, cada torcida tem o seu espaço reservado e o desrespeito a essa divisão acaba por gerar consequências como as observadas recentemente. Relação de causa e efeito, simples assim.

Sobre a sua proposta de reação dos torcedores, ela é, para dizer o mínimo e usando uma palavra sua, “boçal”. No dia em que isso acontecer, o futebol terá chegado ao fim.

Sobre morder fronha, faça bom proveito você.

Néspoli disse...

O que vem ocorrendo no Brasil há tempos é a tentativa de mudança do público que frequenta os estádios de futebol, a famosa elitização e, com a proximidade da Copa do Mundo isso fica mais evidente.

O que não entendem os marqueteiros esportivos é que esse público elitista que eles querem colocar no estádio, por maior que seja o poder aquisitivo, não vão conseguir sustentar o 'produto' futebol, já que na primeira derrota do seu time ele vai sumir.

Não percebem, ainda, que com essas atitudes a média de público vem caindo ano após ano e querem/tentam justificar o fato a violência, violência muitas vezes fantasiosas que não existem ou que em muitas vezes parte justamente daqueles que deveriam protreger.

Alguém num comentário disse que o futebol inglês é exemplo. Pergunto, exemplo pra que?
Outro dia vi uma entrevista do Beleti (se não me engano) e o mesmo disse que os estádios por lá parecem teatros, inclusive são chamados assim, terrível pro futebol, terrível e DUVIDO que algum jogador prefira jogar num teatro a um estádio com a massa apoiando.

Estão matando o futebol

Anônimo disse...

Boa noite Barneschi, creio que todas as opiniões sejam claras demonstrações de visão antagonica ao que temos, na realidade nos estadios nos ultimos cinquenta anos, as formações organizadas que tem o intuito de fortalecer a presença e incentivar seu time, hoje são rotuladas de violencia sem razão, mas esqueçem que tudo tem inicio, em diversas manipulações politicas de resultados, que passam do limite aceitavel, pois a razão maior do esporte é a vitoria, que muitas vezes é conquistada de forma obscura, aos olhos de todos, que torcem por resultados justos e limpos.
Qualquer reação advinda das arquibancadas, SEMPRE é resultado do campo de jogo, por uma jogada bem finalizada, ou por uma interceptação faltosa,desta maneira rotular a massa por suas reações , é avaliar as cegas as maneiras como é conduzido o comportamento de atletas e arbitragem,afinal o palco do espetaculo ainda é o gramado!
Claudio Longo!

Lucas disse...

Acompanhando a maioria esmagadora da imprensa e de pessoas defendendo a garota,com seu discurso clichê, eu pensei:
"A que ponto chegamos: uma maria-chuteira mirim é mais digna do que torcedores que querem respeito para com o seu time..."

Outra coisa que me deu nojo foi ver comentaristas imbecis e "torcedores" achando um máximo, "um exemplo a ser seguido", os torcedores do Ajax aplaudindo os gols do Cristiano Ronaldo contra o próprio time holandês...

Anônimo disse...

Lucas, se algum pseudo-jornalista nefasto dessa impren$inha canalha disse isso sobre a torcida do Ajax, entao ele mentiu, e mentiu pra cacete.

A torcida do Ajax fez apenas duas coisas durante todo o jogo, apoiaram o time e VAIARAM CONSTANTE e INCANSAVELMENTE o CR7. Principalmente qdo ele encostava na bola.

Sei disso e afirmo pois acompanhei o jogo inteiro pela SKY Italia e o barulho das vaias era absolutamente nitido, e diferente dai, os comentaristas da SKY Italia ressaltaram tal atitude holandesa.

Abs.

Saandroo disse...

A torcida do choritiba agiu CORRETAMENTE! Não agrediram a menina (isso sim seria uma atitude covarde) mas deram o recado para ela: aqui é o nosso lado e exigimos respeito! Imagine só, Palmeiras jogando com, Cruzeiro por exemplo, e aparece algum boçal pedindo camiseta do rival e achando que vai andar com ela no meio da nossa torcida. Nem pensar!!

Saandroo disse...

Ah, outra coisa bem colocada pelo autor do post: A COVARDIA BRUTAL DOS HOMENS DE FARDA, jogo após jogo barbarizando os torcedores como gado no abatedouro. Aqui a imprensa CANALHA E HIPÓCRITA SE CALA!

L'Axiome disse...
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Piriqto disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...

mtas perguntas sem respostas...

meio charada isso aqui...

GREEN NAZI disse...
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L'Axiome disse...

Não se sinta ofendido pelo final da minha argumentação. Onde está seu senso de humor? Mas tudo bem, posto novamente sem o final:

Caro Barneschi, obrigado pela resposta, vamos à tréplica.

1) Por mais que se pague ingresso é um espaço sim de caráter público. Não entendi seu questionamento nesse ponto, uma vez que a torcida não é a proprietária do estádio. Se é apenas uma questão de definição, digamos que o estádio é um espaço público de caráter especial, uma vez que ainda que seja pago para entrar, sua segurança é feita por agentes públicos e é um espaço que comporta uma multidão de pessoas. Mas o ponto importante aqui é atentar para o fato de que, mesmo em sendo um espaço privado, no sentido de que há um dono e paga-se para entrar, as leis do estado de Direito são válidas para todos os que ali estão.

2) Se eu quiser entretenimento, vou ao circo, ao teatro, ao cinema, ao playcenter... E AO ESTÁDIO DE FUTEBOL sim senhor. Não é a ausência ou presença de rivalidade que define o caráter de "entretenimento". Segundo o Wikipedia: "entretenimento é o conjunto de actividades que o ser humano pratica sem outra utilidade senão o prazer." A rivalidade existe ao lado do caráter de entretenimento do futebol. Mas vamos sim aos livros de história do futebol, e lá podemos verificar que nos anos 50, 60 e 70 as torcidas assistiam futebol umas ao lado da outra. Acaso essas torcidas não sentiam rivalidade umas pelas outras? Acaso eram menos ou mais apaixonadas que a torcida de hoje? Pq ali não havia uma "regra da arquibancada" que impedia o uso do mesmo espaço por torcidas rivais? E quem disse que paixão pelo clube pressupõe que ele não possa compartilhar o mesmo espaço do torcedor rival?

3) Entendo perfeitamente o que você quer dizer com: existem regras implícitas em um determinado espaço. Mas não é a simples existência da regra que determina sua legitimidade. Se a regra da arquibancada ultrapassa os limites da civilidade e do estado de Direito, ela deve ser combatida e negada por qualquer um que aceite viver em um estado democrático. E, por favor, não confunda esse fato com "frescura".

Seu texto argumenta que: "É preciso respeitar os legítimos ocupantes daquele espaço." Primeiro, quem disse que existe legítimos ocupantes do espaço? Quem te disse que existem pessoas que sabem "viver de verdade o futebol"? E quem te disse que, em existindo pessoas que "vivem o futebol" elas tem predominância sobre quem "vê o esporte como entretenimento"? Baixa a bola, rapaz. Seja mais humilde. Que pretensão é essa de ser o legitimador das regras do estádio pelo simples fato de que são as regras das pessoas que sofrem de coração pelo time? E quais são os critérios objetivos para diferenciar o torcedor que vê o futebol como o caminho, a verdade e a vida, do torcedor que vai ao estádio para apenas se divertir com a família e comer pipoca?

4) Você diz que o modernismo mata o futebol. Mas a sua legitimação da barbárie pelos "legítimos ocupantes do espaço" simplesmente pq amam demais o futebol, como se fossem animais e não seres dotados de controle emocional, também mata o futebol. Torna o ambiente dos estádios insuportável para a convivência entre pessoas normais. Acaba transformando o estádio em um clubinho particular de fanáticos e pessoas desequilibradas para os quais, na tentativa de justificarem seu modo de vida, acabam por achar que os conceitos mais básicos de civilidade são "frescuras" ou coisinhas de "puritanos".

Abraços!

GREEN NAZI disse...
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GREEN NAZI disse...
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Unknown disse...

"Entretenimento é o conjunto de actividades que o ser humano pratica sem outra utilidade senão o prazer."

Futebol não traz prazer: nem antes, nem durante, e muitas vezes nem depois.

Logo, futebol não é entretenimento.

L'Axiome disse...

Deixo aqui ainda um bom texto do jornalista Antero Greco que corrobora bastante aquilo que eu propus explanar aqui nos comentários: http://blogs.estadao.com.br/antero-greco/2012/10/03/tiranos-dos-estadios/

Unknown disse...

Láxiome (ô nome chato, por isso mesmo vou deixar errado)a questão não é se o espaço do estádio possui caráter público ou não, (é claro que a menina tinha o mesmo direito de estar ali como o mais fanático torcedor do Choritiba)e sim uma questão ética, dado que um mesmo grupo de torcedores partilham a mesma ideologia (aí sim vc tem todo direito de questionar). O que pegou ali foi O ATO da garota em pedir e pegar uma camiseta do bambi justamente em meio à torcida do time da casa. Que ela tinha o direito de transitar ali não há dúvida, o problema é estar ali segurando uma camiseta do rival, o símbolo adversário profanando o espaço sagrado da torcida coritibana. Minha opinião é que deve haver essa rivalidade sim. Se bem que daí para atos de violência extremada a linha é muito curta e sempre pde aparecer alguns loucos fanáticos dispostos a tal.

alexandretrevisan disse...

L'axiome,

Imagine o Wiliam Bonner apresentando o jornal nacional de bermuda e camiseta regata. Vc enxerga algum problema nisso?

L'Axiome disse...

Alexandre.

Eu acharia estranho. Mas aí sim estamos falando de um mundo privado onde existem regras bem estabelecidas onde o tipo de roupa tem que condizer com o trabalho.

Não faz nenhum sentido você fazer essa analogia para o caso do estádio, pois em sendo o estádio um ambiente público não pode haver nenhuma forma de ameaça à integridade física de quem se comporta de maneira diferente daquilo que uma maioria acha que deve ser o comportamento legítimo.

Assim, no caso do Couto Pereira, ninguém poderia ameaçar a garota. Poderiam sim protestar, fazer um coro zoando ela ou qualquer outra forma de manifestação. Pois sim, entendo que dentro do contexto da rivalidade pode ser considerado um desrespeito pedir a camisa do adversário. Ainda que eu pessoalmente ache isso uma bobagem sem tamanho, coisa de criança até. Mas nunca, nunca, nunca poderiam partir para cima dela e do pai dela, arrancar a camiseta a força e ameaçar a integridade física da família. Se vocês realmente compactuam com uma coisa dessa é porque precisam entender o real sentido de se viver em uma democracia.

Nesse sentido, reitero o que eu disse: esse tipo de pensamento que o autor e vocês compactuam, é muito mais prejudicial ao futebol do que esse tal modernismo que vocês acreditam ser um perigo.

É muito mais prejudicial pois torna o ambiente do estádio perigoso, policiado por uma massa onde o amor pelo clube ultrapassou os limites do aceitável e onde a possibilidade de sair do estádio para o cemitério é grande.

Rodrigo Barneschi disse...

L’Axiome,

Olha, cara, eu poderia ficar horas aqui tergiversando sobre o nada e dando trela a quem não faz ideia do que está falando. Poderia. Acontece que tenho muito mais o que fazer e o tempo que você gasta buscando argumentos frágeis para referendar o falso moralismo vigente eu dedico a frequentar os estádios. E é aí que o debate se encerra, porque, como explicado no início do post, as regras que pautam os, digamos, relacionamentos dentro de um estádio de futebol são empíricas, consensuais, herdeiras de uma vivência que você não tem.

De nada adianta você ficar procurando um manual de conduta explícito, documentado e/ou oficial. Tampouco adianta você ficar atrás de definições vazias na Wikipedia (sério, cara, Wikipedia? Em Português de Portugal para piorar?), porque esses princípios todos só se podem ser vividos dentro de um estádio de futebol, no cimento da arquibancada.

Você encerra com uma analogia que bem poderia estar presente no discurso de boçais reacionários como Flavio Prado. Sinto muito.

Levando em conta o nome com o qual você se apresenta, era de se esperar que você entendesse algo de empirismo e de situações que só se podem compreender por meio da experiência.

L'Axiome disse...
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Unknown disse...
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L'Axiome disse...
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Rodrigo Barneschi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.