02 outubro 2006

Libertadores

Nenhuma disputa tem um nome tão bonito: Copa Libertadores da América. E eis que eu transcrevo abaixo, na íntegra e sem qualquer alteração, um belíssimo texto, infelizmente de autor desconhecido, sobre o assunto. Foi extraído do site www.ducker.com.br. Deixo claro que o fato de não concordar com parte dos argumentos em nada diminui a admiração pelo ideal.


LIBERTADORES
(autor desconhecido)


A Libertadores da América foi castrada. Teve sua masculinidade arrancada pelos defensores de “Lei Peles”, pelos “Galvões”, “Falcões”, “Arnaldos” e por aqueles que esperam o fim da novela para ver o futebol. A Libertadores virou um enlatado de fácil digestão pelos estômagos fracos e pelos fãs de “pedaladas” e “amigos da Rede Globo”. De animal feroz, a Libertadores se transformou em um bichinho mimoso e colorido, tão inofensiva quanto “Malhação” ou a “Sessão da Tarde”. Nem o adolescente rebelde Ferris Bueller, o maior astro da “Sessão da Tarde”, foi tão enquadrado.

Que saudade das antigas Libertadores. Quando a Rede Globo ainda não tinha transformado “La Copa” nesse programa de freiras. Que saudade dos estádios argentinos lotados, dos “Calderones del Diablo”, de La Plata e de Avellaneda. Que saudade do Centenário enfumaçado, gelado e enlameado. De Victorino e De Leon, de Morena e Spencer. Qualquer time que hoje tivesse Billardo, Dinho ou Simeone seria preso em campo. Aliás, na Libertadores se chegou ao cúmulo de se prender um jogador em campo, porque ele não foi “politicamente correto”, o tal caso Grafite/Desabato. É tão rídiculo que não é nem engraçado. É triste.

Vivemos numa era de pagodeiros, funkeiros, pseudo-surfistas de correntes de ouro e brincos de diamante que de malandros não tem nada. São um bando de frouxos, de codornas com pernas de cristal, e escravos de empresários vigaristas, desesperados por um contrato na Europa, para depois reclamar do frio, da “violência” européia e voltar correndo para o Brasil, e assim ganharem porcentagens nas duas transações. Comemoram gols beijando a aliança da maria-chuteira que fisgaram eles, e depois dos jogos vão aos melhores prostíbulos da cidade, ou as piores quadras de escola de samba. Ou imitam os gestos ridículos do Ronaldo de Assis Moreira, que nem ele, nem seus colegas sabem o que significa. Atacantes como Burrochaga, Fernando Morena, Victorino, Enzo Francescoli ou Renato Portaluppi, o pai de todos os malandros, que não era bunda-mole nem fugia do pau, hoje estariam relegados em nomes dos “Robinhos”, “Sobinhos” e outros “inhos” de luzes nos cabelos, adorados pelos fãs do “Bem Amigos”.

Saudosos tempos em que a Libertadores era uma guerra. Os platinos consideravam perder para um brasileiro, que para eles não tinha nenhum Libertador da América, nenhum San Martin, nenhum Artigas, uma deLibsonra, una verguenza. Não tinha “jogo”, tinha uma luta campal pela bola. E não precisava muito para os carrinhos, cotoveladas, socos, pedras, pedaços de pau e garrafas começarem a voar. Era preciso ser mais que jogador, era preciso ser homem. A fumaça invadia o campo, o frio gelava até os ossos, os alambrados balançavam, os juízes davam cartão até antes de começar o jogo, e não ganhava o melhor. Ganhava o mais forte.

Hoje, a Libertadores virou um espetáculo midiático, tão insosso quando a novela das 6. Até o Once Caldas e o Inter, ou a Inter, já ganharam o enlatado.
Mas eles nunca terão a glória. A glória de ter travado batalhas em campo, de ter erguido a taça, não com papel laminado voando em volta, mas com sangue escorrendo pela testa. A taça alguns tem, a glória, poucos. Pouquíssimos.

5 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com muitas coisas deste post. Pra mim o último verdadeiro campeão a Libertadores foi o Palmeiras, não por ter sido o Palmeiras, mas porque 1999 foi o último ano em que somente os campeões nacionais participavam, o campeão da Copa do Brasil e o Campeão do Brasileiro com somente os campeões dos outros países da América do Sul... Agora não, se classificam os 4 primeiros, tem fase classificatória, times do Mexico praticipam, mas se ganham não podem disputar o Mundial... Acabaram com a Taça Libertadores da América, assim como acabaram com a Copa dos Campeões Europeus... Ridiculo!!!
Porque, para disputar o Mundial, tem que ser campeão da América antes... É bom lembrar isso, porque tem uma racinha aí que se acha campeã do mundo sem nunca ter disputado um titulo internacional...
Como o autor do texto disse, poucos tiveram ou terão glória, poucos são ou serão imortais, e com muito orgulho o PALMEIRAS é um deles!!!

Anônimo disse...

Concordo em muitos pontos com esse texto, mas dá pra perceber nitidamente que o autor é gremista. A forma pejorativa como citou o Inter e a alusão ao sangue na testa (De León estava assim quando levantou a taça em 1983) comprovam isso. Sem falar que, entre os grandes nomes do torneio citados, temos dois gremistas: o próprio De León e o Renato Gaúcho.

Mas não há como concordar: o torneio perdeu muito de sua essência.

Rodrigo Barneschi disse...

O cara é totalmente gremista, Fabio. O site do qual foi retirado o texto tem ligação com a Geral do Grêmio.

Anônimo disse...

mto bom o texto mano...
e domingo eh nois ate que enfim!!!

Craudio disse...

Aquela cena do De Leon é impagável...