13 setembro 2010

Buenos Aires, onde vive o futebol

Muitos foram os amigos, conhecidos e também desconhecidos que manifestaram algum tipo de interesse pela minha maratona de futebol em Buenos Aires. Alguns enviaram perguntas e não é de todo desprezível o número de leitores que desejam fazer algo parecido. Para esse público - e considerando que os guias tradicionais se limitam a informações meramente turísticas e restritas ao centro da capital argentina -, decidi escrever um post que traz as coordenadas mais relevantes para qualquer tipo de excursão às canchas portenhas. Pode ser útil, ainda que, entre as tantas atrações de Buenos Aires, você queira ver apenas um jogo por lá.


-A tabela e a escolha dos jogos
 
São dois campeonatos por temporada: o Torneo Apertura (de agosto a dezembro) e o Clausura (de fevereiro a junho). Os dois vencedores são considerados campeões do ano. A AFA, a CBF de lá, costuma divulgar as tabelas cerca de um mês antes do início da competição. Fica difícil, portanto, fazer programações muito antecipadas para as primeiras rodadas - nesses casos, convém checar o calendário para evitar as datas FIFA, quando os clubes não jogam. A tabela divulgada pela AFA traz os jogos divididos por rodadas, mas sem os dias e horários. A definição acontece uma semana antes, de acordo com os interesses da emissora de TV estatal, e a divulgação é feita no site da entidade. 

Como é preciso fechar a viagem com mais antecedência, somente será possível saber quais os jogos da data escolhida; dias e horários serão conhecidos quase na véspera. A julgar pelo número de jogos e pela concentração de equipes na região metropolitana, é quase certo que você conseguirá montar um bom roteiro. 

Em geral, costuma ser essa a divisão das rodadas: 2 jogos às sextas (19h e 21h10), 4 jogos aos sábados (14h, 16h10, 18h15 e 20h20) e 4 aos domingos (14h, 16h10, 18h15 e 20h20). Eventualmente, a AFA transfere uma das partidas de sexta para domingo às 11h ou mesmo para a noite de segunda-feira. De toda forma, os duelos são realizados sempre em horários diferentes, todos com transmissão pela TV. Em geral, entre sete e oito acontecem em Buenos Aires e nas cidades vizinhas. 


  -Os clubes 
Dos 20 clubes que disputam hoje a primeira divisão do futebol argentino, 14 têm sede em Buenos Aires ou nas cidades vizinhas, todas elas servidas por transporte público a partir da Capital Federal. São eles Boca, River, San Lorenzo, Racing, Independiente, Vélez Sarsfield, Argentinos Juniors, Huracán, Arsenal, Quilmes, Banfield, All Boys, Lanús e Tigre. Os outros estão assim divididos: Estudiantes e Gimnasia são de La Plata (merece um comentário a parte, logo adiante); o Newell's é de Rosario; o Olimpo, de Baia Blanca; o Colón, de Santa Fe; e o Godoy Cruz é de Mendoza. Com exceção de La Plata, todas as outras cidades ficam a distâncias consideráveis da capital e pediriam uma viagem à parte. La Plata, por sua vez, fica a cerca de uma hora do centro de Buenos Aires e é possível chegar até lá usando o trem, o mesmo que leva às cidades e aos clube do sul. No entanto, para encaixar Estudiantes ou Gimnasia na maratona é preciso estudar bem a tabela e os horários. Considerando sete horas entre ida, volta e o jogo em si, convém pegar um jogo lá às 14h para depois encarar o seguinte às 20h20 na Capital Federal. 

É importante notar que há mais em Buenos Aires do que os 14 times da elite. As divisões inferiores ampliam as opções, e algumas canchas menores são bastante interessantes - não pelos jogos em si, mas pelas torcidas. As tabelas podem ser encontradas nos sites da AFA ou do jornal Olé. Sugestão: tente encaixar jogos 'menores' na sua viagem, preferencialmente do Nueva Chicago, do Ferro Carril Oeste ou do Chacarita. Atlanta, Dock Sud, Almirante Brown, Defensores de Belgrano (não confundir com o Belgrano de Córdoba) e Barracas Central representam opções ainda mais alternativas, mas aí o perigo é maior, em especial para estrangeiros, já que as canchas ficam em zonas por demais afastadas. 


  -Os ingressos 
Reside aqui o maior problema. 

Eu comprei todos antes do jogo, nas bilheterias mesmo. Custam de ARS 35 nos jogos de divisões inferiores a ARS 50 nos setores populares dos times grandes. Os barra bravas normalmente ficam no setor popular ou na generale (não precisa traduzir, né?). É bem complicado conseguir ingressos para esses setores nos grandes estádios, e mais fácil nos pequenos. De toda forma, chegando antes a Buenos Aires, é interessante correr atrás dos ingressos (os sites dos clubes informam os locais de venda). Como eu fui na primeira rodada, consegui comprar sempre pouco antes dos jogos, mas é pouco provável que isso aconteça em partidas mais decisivas e especialmente nos clássicos.

Os clubes pequenos ainda vendem ingressos em papel mesmo, e eles são rasgados pelo bilheteiro na entrada. Os grandes têm cartões magnéticos. Até onde eu sei, não há qualquer tipo de sistema eletrônico ou de venda com cartão de crédito, como acontece por aqui. No entanto, clubes como Racing, River e Boca têm grande parte das entradas já comprometidas: elas são dos sócios do clube.


  -A parte aérea 
Cerca de 30 voos diários ligam São Paulo e Buenos Aires. É possível também seguir para lá a partir de outras capitais brasileiras (com voos diretos): Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis - das outras capitais, é possível comprar as passagens com escala, normalmente em GRU (Guarulhos/SP) ou GIG (Galeão/Rio). Para conferir os preços e horários, basta ir direto aos sites das companhias aéreas que fazem a rota: TAM, Gol, Aerolineas Argentinas, LAN, British Airways, Lufthansa e Qatar. Se você preferir, pode também utilizar suas milhas nos programas de fidelidade - foi o que eu fiz. Tanto no Multiplus Fidelidade, da TAM, como no Smiles, da Gol, é possível resgatar cada um dos trechos por 10 mil pontos (20 mil ao todo). Durante a baixa temporada, pode haver promoções com cada trecho valendo 6 mil pontos.


-De EZE para o centro de Buenos Aires 
O aeroporto Ministro Pistarini (Ezeiza) fica a 22km do centro de Buenos Aires. Por mais que o táxi seja barato, a melhor opção de chegar à Capital Federal é utilizando os serviços da Manuel Tienda Leon, que tem linhas de ônibus executivos para o Terminal Madero (perto da estação Retiro, a mais importante do sistema férreo), para o Aeroparque (o outro aeroporto, central, mas apenas com voos regionais) e para os hotéis do centro. São ônibus executivos, ao custo de 45 pesos (ida) e 85 pesos (ida e volta). Você vai localizar o guichê da Manuel Tienda assim que desembarcar, do seu lado esquerdo, junto às companhias de táxi. Para chegar ao ônibus, é só seguir sempre à esquerda na saída do terminal. 

Uma dica: quando o ônibus estiver ainda na estrada, 4km ou 5km depois de deixar o aeroporto, você vai enxergar do lado esquerdo de quem segue para Buenos Aires (e do lado direito na volta) o CT da seleção argentina, com vários campos de treinamento. As primeiras mensagens de apoio à seleção (em especial de patrocinadores como Quilmes e Claro) já vão aparecer ali. 

Os ônibus param no Terminal Madero, em uma das entradas para Porto Madero. É uma região central e portuária, mas não turística - os hotéis ficam longe dali. Por uma taxa extra, uma van te deixa no seu hotel (ou hostel). Se preferir, dá para caminhar uns 500 metros e, na estação Retiro, pegar o Metrô. 

Vi na internet que existiria uma linha de ônibus ligando Ezeira a La Boca por módicos ARS 2. Não sei se procede, mas, ao que parece, seria uma viagem com mais de duas horas de duração, três vezes o tempo que se gasta nos ônibus da Manuel Tienda. 

 
-Onde ficar 
Os guias de viagem vão indicar hotéis caros, mas esta é uma viagem para se fazer no esquema low budget (e provavelmente sozinho ou acompanhado de algum amigo igualmente louco). Em sendo assim, um hostel é a melhor opção (você pode procurar no Hostel World). Eu recomendo o Suites Obelisco, na Corrientes, a 150 metros da 9 de Julio e do Obelisco. É a melhor localização possível: além de todos os pontos turísticos nas proximidades, você está perto de quatro estações de metrô, de duas linhas diferentes. O fato de haver muitos grandes teatros no mesmo quarteirão (dizem que é a Broadway portenha) é irrelevante, a não ser por deixar a região movimentada mesmo durante a madrugada e pelos muitos bares e restaurantes vizinhos. É garantia de ter onde comer (e beber) a qualquer hora. Além de muitas pizzarias e parrillas, você tem a poucos metros dali um McDonald's e um Burger King - ambos funcionam 24 horas por dia, o que resolve qualquer problema quando você voltar tarde dos jogos. 


 -Onde comer 
O que temos aqui é mais um desabafo que propriamente um tópico com indicações gastronômicas. Em primeiro lugar porque não tenho tal pretensão, mas essencialmente porque a seção “Onde comer” é claramente a parte que eu desprezo nos guias de viagem. Tenho verdadeira obsessão por publicações de turismo, mas o “Onde comer”, na minha concepção, é um equívoco. Sei que vou fugir um pouco do assunto, mas é só aqui que eu posso escrever certas coisas, de tal modo que me permito abrir um parêntese: 

Quando o assunto é alimentação, o que os guias trazem é normalmente uma relação de restaurantes estrelados (e caros) ou de estabelecimentos que estão, me perdoem o uso da expressão vulgar, “na moda”. Merecem o meu desprezo, estes e aqueles. “Guia Michelin”? “Chefs premiados”? “Combinações grotescas de comida doce e salgada”? “Ingredientes importados da Noruega”? Isso tudo eu traduzo da seguinte maneira: um cozinheiro babaca inventou um prato com duas ervilhas, três gnocchis e um molho agridoce nojento, cobrou um preço extorsivo e um monte de idiota se dispôs a pagar para comer essa tranqueira e depois se dizer dono de um paladar sofisticado. Notem que qualquer guia de turismo que pretenda apresentar São Paulo para gringos vai priorizar a indicação do D.O.M. ou do Fasano a qualquer dessas tantas cantinas maravilhosas (e honestas) que temos por aqui. Dá pra levar a sério? 

Feito o desabafo, tenho a dizer, por fim, que as indicações de restaurantes em qualquer matéria ou guia de turismo tendem para a recomendação pessoal. É fato que o autor vai sempre indicar aqueles restaurantes que ele visitou, de tal modo que seguir as sugestões à risca implica em viver o mesmo roteiro vivido pelo sujeito. Em sendo assim, limito-me a dizer que Buenos Aires tem bons restaurantes a cada esquina (ao menos na área central) e o melhor roteiro gastronômico é aquele que fica no caminho de cada turista. Há boas opções por todos os lados e você sempre vai encontrar um lugar honesto, daqueles que servem refeições tipicamente argentinas (leia-se carne) por ARS 35 ou ARS 40 por pessoa. 

Não cabe, portanto, fazer indicações. Você vai encontrar boas opções esteja onde estiver em Buenos Aires. Não se preocupe em conhecer nada do que possam te indicar em termos de alimentação. Certamente não será melhor que as opções que você vai encontrar no seu caminho. Para fechar o assunto, no entanto, permito-me fazer duas indicações: 

1. Nos estádios, não deixe de consumir o choripan vendido nas barraquinhas sujas das imediações. São os equivalentes locais dos saudosos sanduíches de pernil e calabresa (aqueles que o Kassab proibiu) dos nossos estádios; 2. Você terá de obrigatoriamente trazer alfajores para a sua família. Lojas da Havanna existem aos montes, mas elas são encontradas também aqui em São Paulo. Em assim sendo, recomendo a marca Abuela Goye. Além de melhores, não são achados no Brasil. Há duas lojas dessa marca na Florida (uma delas na Galeria Pacifico). 


  -O câmbio 
Um peso argentino (ARS) vale hoje algo como R$ 0,43. Para efeito de conversão imediata, no entanto, sugiro considerar a proporção de 2 pesos para 1 real. Basta dividir o valor das compras por dois e você ainda saberá que está na verdade pagando menos do que isso. 


  -Transporte público 
Além do câmbio favorável ao brasileiro, os preços do transporte público na Argentina são irrisórios. O Metrô custa ARS 1,10 e o ônibus pode custar no máximo ARS 1,20. Ou seja, paga-se cinco vezes menos do que o que estamos acostumados em uma cidade como São Paulo. É importante fazer algumas observações pontuais: 

Metrô São seis linhas principais, uma mais extensa (e movimentada) no sentido norte-sul, quatro no leste-oeste e uma última, menor, também de norte a sul. Este mapa aqui está bem desenhado. O importante a se notar é: a linha C, a mais antiga, segue o traçado da av. 9 de Julio e reúne duas das estações mais importantes (Retiro e Constitución). Estas têm grandes estações de trem suburbanos, servindo as outras cidades da região metropolitana. As linhas leste-oeste seguem o traçado de avenidas como Santa Fe, Cordoba e Rivadavia. Parecem extensas, mas não chegam nem perto das áreas periféricas. Seja como for, você vai pagar sempre ARS 1,10 no Metrô e pode ficar lá o tempo como quiser, como acontece aqui em SP. A diferença é que os trens são sujos, alguns velhos e barulhentos - e eu estou longe de encarar isso com problema. O Metrô pode até não te deixar na porta das canchas, mas certamente pode cortar caminho e te deixar mais próximo delas. 

Ônibus 
Não existe tarifa única. Você pode pagar entre ARS 0,75 e ARS 1,25 a depender do trajeto. Ao entrar no ônibus (pela porta da frente), você informa ao cobrador quanto vai pagar; ele digita o valor no painel ao lado e você precisa depositar as moedas em uma caixa coletora logo atrás dele. Sim, você precisa obrigatoriamente ter moedas para pegar um ônibus. Aí vem a outra pergunta: como saber o valor a pagar? Bom, isso depende do trecho percorrido e uma tabela na entrada do ônibus determina isso. Como eu nunca consegui fazer as contas a tempo de comunicar o valor ao motorista, sempre informei a mesma quantia: ARS 1,10. Não desperta suspeita e você fica com a consciência tranquila. Quanto aos veículos, são velhos e com decoração espalhafatosa por fora, mas bem conservados por dentro. E o sistema funciona bem; mais do que os nomes dos bairros, você deve atentar para os números de cada coletivo. 

Trem 
As duas grandes estações são Retiro (ao norte) e Constitución (ao sul), quase no Riachuelo. Os trens têm horários mais espaçados que o Metrô, mas as informações são razoavelmente claras e os preços, tão baratos quanto os do Metrô (a partir de ARS 0,70). O pagamento é feito nos mesmos moldes do ônibus: de acordo com o percurso. Para o sul, a partir de Constitución, há quatro linhas diferentes. Entre outros lugares, elas levam a Avellaneda (Racing e Independiente), Sarandí (Arsenal), Lanús (Lanús), Banfield (Banfield) e Quilmes (Quilmes). 

Horários Ônibus: 24 horas por dia (ao menos as linhas principais). Metrô: cuidado! Ele para de funcionar bem cedo, lá pelas 22h30. Trens: é bom consultar o horário de parada em cada estação, mas os últimos trens chegam a Buenos Aires por volta de 23h50. -


- Como se localizar 
Celulares com GPS são uma boa opção para se locomover em Buenos Aires (e em qualquer cidade do exterior). Se você não tiver, convém andar sempre com um guia de bolso (recomendo o Top10 Buenos Aires da Publifolha) e com um bom mapa. Mas atenção: não vale qualquer mapa da região central. Em uma viagem como essas, onde a prioridade são os bairros e cidades periféricos, vale mais um mapa que dê um panorama geral da cidade e que apresente os outros distritos. Dica infalível: ao chegar em Buenos Aires, vá a qualquer banca de jornal e peça o Guia T. É um livrinho que traz, além de mapas da cidade, o itinerário de todas as linhas de ônibus. Há duas opções: um de ARS 14 e outro de ARS 25. Compre o de ARS 25 (em espiral), que traz informações de toda a região metropolitana. Dá para chegar a qualquer cancha usando ônibus, Metrô e trem. Eventualmente você terá de percorrer distâncias consideráveis para chegar a campos mais afastados. 

De todo, vale tomar nota de algumas informações: Buenos Aires, a Capital Federal, é uma Ciudad Autônoma. Mas não é a capital da Província de Buenos Aires, posição ocupada por La Plata. Ao sul, o rio Riachuelo divide BsAs das outras cidades, entre as quais Avellaneda, Quilmes e Lanús. Importante: estas últimas são cidades e não bairros (como alguns costumam apontar). Bairros são Boca, Nuñez, Belgrano, Mataderos, Floresta, Almagro, Recoleta, San Telmo etc. O que está abaixo do Riachuelo e a oeste da avenida General Paz são outras cidades.

  -Advertências, dicas e conselhos 
-É importante deixar claro que essa viagem não é um turismo convencional. Ao encarar certas canchas - e localidades afastadas -, você está correndo riscos. O problema maior não envolve brigas de torcidas, mas sim eventuais assaltos. 

-Por mais experiente que você seja em estádios brasileiros, você é estrangeiro lá. E os hinchas vão perceber isso, em especial nos clubes de bairros, onde todos se conhecem. Nos jogos de River, Boca, Racing e Independiente, fica mais fácil não ser notado. A cancha do Vélez é mais tranquila. No San Lorenzo, outro grande, o que inspira cuidados é a vizinhança: o estádio Nuevo Gasometro é cercado por favelas. Os duelos menores são mais tranquilos se vistos durante o dia; a noite deixa tudo mais complicado. 

-Não espere encontrar táxis depois dos jogos. É tarefa das mais complicadas, em especial nas canchas afastadas. 

-Procure manter certa distância dos barra bravas. Nunca entre no meio da festa, não ocupe o espaço deles, não queira parecer um nativo. É melhor ficar à distância, observar a maneira como eles se comportam e não correr riscos. 

-Discrição. Sempre. Nada de camisas de times, de roupas que possam demonstrar algum vínculo com o Brasil ou qualquer sinal de ostentação. 

-Evite levar sua máquina fotográfica. A tentação de ter uma foto em cada estádio é grande, eu entendo, mas o risco não compensa. Evite se denunciar como turista nos estádios. Eu mesmo não levei a minha logo depois de perceber, no jogo do Arsenal de Sarandí, que não eram nada amistosos os olhares de alguns moleques por ali.


  Sites úteis 
Já indiquei quase todos ao longo do post. Vou utilizar este item para uma recomendação final, bem focada nos loucos que quiserem fazer o mesmo roteiro que eu. A questão é que, além de todas as dicas acima, é preciso conhecer algumas particularidades do futebol portenho. Refiro-me ao histórico de cada torcida e às rivalidades existentes entre elas. O site BarraBravas é o melhor local para isso. Lá, na página de cada clube, você encontrará um breve histórico da torcida, os apelidos, as amizades, as maiores rivalidades, os ônibus que passam perto do estádio, fotos e até mesmo as rádios que transmitem as partidas do clube. E o melhor de tudo: o site lista todas as principais brigas envolvendo as torcidas (onde, contra quem, qual o resultado). Coisa linda. 

É isso! Espero ter sido útil para quem quiser fazer a mesma loucura. Se alguém tiver dúvidas específicas sobre algum ponto ou se quiser indicações sobre alguma cancha ou clube ou mesmo sobre como chegar a qualquer lugar por lá, fico à disposição pelos comentários aqui no blog ou pelo email forza.palestra@yahoo.com.br

De novo: a matéria publicada na Placar de setembro.

   

06.08.2010, sexta, 21h10 Arsenal 1-2 Lanús El Viaducto, Sarandí

 
07.08.2010, sábado, 15h30 Nueva Chicago 1-1 Villa San Carlos Nueva Chicago, Mataderos, Buenos Aires

   
07.08.2010, sábado, 20h20 Racing 1-0 All Boys El Cilindro, Avellaneda

   
08.08.2010, domingo, 14h River Plate 1-0 Tigre Monumental de Nuñez, Buenos Aires

   
08.08.2010, domingo, 18h15 Vélez Sarsfield 1-0 Independiente Jose Amalfitani, Liniers, Buenos Aires

18 comentários:

Helder Oldani disse...

Cara, vou pra argentina em fevereiro. E acredite você me motivou a mudar todos os destinos que eu queria conhecer, vou tentar ir em alguns jogos e enviarei os relatos do que presenciar a você!

Irineu Curtulo disse...

Simplesmente, sensacional a metéria. Qual a média de público da 1ª e da 2ª divisões?

Craudio disse...

Só uma discordância. Na parte em que destaca "onde comer", todos sabemos que você é um grande apreciador da alta culinária e almoça todos os dias no Octávio's...

Anônimo disse...

muito bom esse texto hein.....parabéns mesmo.

Qnd casei fui pra Buenos Aires...em plena lua de mel não perdi a oportunidade e tb fui à um jogo.... Boca X Bicharada pela primeira partida da recopa de 2006. Foi 2x1 de virada pro Boca, sem duvida foi inesquecivel.. Até por estar na lua de mel, levei a patroa e optei por comprar um ingresso p/ "turista"...É só ir ao estádio do Boca antes das partidas que eles tem um esquema com ingresso + traslado do seu hotel ao estádio...... Sai mais caro, mas é uma boa maneira p/ ir à um jogo com a patroa (mais seguro), ainda mais na lua de mel...hahahahahaha
Vejam dois videos do dia de jogo:
http://www.youtube.com/watch?v=va9PkLQS6Lw
.... http://www.youtube.com/watch?v=D2v_J9z__ws&feature=related

abs,
Porco Careca

Rodrigo Barneschi disse...

Obrigado a todos!

Irineu
Eu só tenho a média de público da primeira divisão. Na última temporada, foram 14.853 pagantes por jogo.

Helder
Bom saber disso! Se precisar de alguma ajuda, me avise.

Craudio
O senhor é um grande canalha!

Porco Careca
Valeu também! Ficaram ótimos os vídeos.

João Paulo disse...

Deu vontade de largar o trampo e partir agora pra lá e fazer a mesma coisa que você fez. Mas mesmo conhecendo vários admiradores do futebol portenho, ainda não encontrei nenhum maluco pra fechar uma trip dessas comigo... estou quase fechando sozinho uma trip dessas pra novembro.

JoãoP disse...

Cara, este seu post não é bom. Não é interessante. Não é útil. É do caralho! Simples assim.

Só não concordo muito é com a parte da gastronomia... Sou daqueles que atravessam a cidade em busca de um tempero especial de um determinado restaurante (hehehe!). Mas concordo com o contexto que você apresentou: em uma viagem destas, é pra comer o que aparecer! Isto se alguma coisa aparecer.

Tenho o projeto de ir de carro de SP a BsAs em janeiro. Evidentemente, este projeto inclui muitas canchas cisplatinas. Seus conselhos me serão de muita valia.

Abraço.

vitor disse...

um pouco vazia a "cancha" da foto, né?

talvez pq vc tenha chegado mais cedo ou era 1ª rodada...

Rodrigo Barneschi disse...

O Vitor não perde a chance de ser corneteiro. A título de esclarecimento para o nosso amigo, devo dizer que a foto foi tirada depois do jogo, já com a torcida se retirando do estádio. Foi o único momento em que consegui sair do sufoco e usar meu celular para fazer essa imagem tosca.

Aliás, Vitor, como vai o seu time 0-3-3?

João Paulo e JoãoP
Obrigado. É gratificante saber que as pessoas se identificam com essa loucura e que pensam em fazer o mesmo.
Abraços

Filipe disse...

Fantástico, Palestrino!
Abraço

vitor disse...

agradecido pela explicação.

meu time vai bem...focado na sulamericana...copas é com a gente msm.

Anônimo disse...

Brother, tu que foste na cancha do Racing, acha que é tranquilo levar mulher naquele estádio?
Abraço.

Paty disse...

Sensacional!!! Numa próxima ida a Buenos Aires com certeza irei a um jogo.

Anônimo disse...

Muito bom, muito bom mesmo esse post, esclarecedor, como disseram aqui, eu tb pretendo ir para lá ver uma peleja, e já imprimi esses seu ''guia'', usarei ele por lá

abs

Marcos

André Fix disse...

Muito bom Forza, parabéns pelo post.Excelente manual de sobrevivencia para Brazucas que curtem um turismo radical.

Vc não teve problemas na hora de se comunicar,como comprar um ingresso, uma breja, etc? O sotaque não entregava?

Luigi SEP 1914 disse...

Dessa vez a imprensa de gambá exagerou!
Passaram o "clássico" botafogo x goisa pro Brasil inteiro e não passaram o VERDÃO!

Vai tomar no cu, gloBOSTA de merda!

CHUPA todo mundo! Aqui é PALMEIRAS!!!

Se segura bicharada que o bicho vai pegar!!!

Rodrigo Barneschi disse...

André Fix
Isso não foi problema não, cara. Nas canchas maiores, você consegue fazer isso numa boa e ninguém vai encrencar por você ser estrangeiro. Eles estão até acostumados a isso, No caso das canchas pequenas, vale aquilo que fazemos quando precisamos comprar ingresso na visitante em meio a uma torcida rival: você se espreme na bilheteria e só passa o dinheiro para pegar o ingresso de volta. Discrição. Sempre.
De resto, cara, tudo de boa. É só falar pouco e ficar na sua.

Ricardo Pucci disse...

Cara, foi espetacular sua participação no "Fanaticos por Futebol." Acabo de ouvir e realmente foi muito bom. Vc conseguio um programa inteiro so para falar das Hinchdas argentinas. Fantastico!!
Tambem sou fã das hinchadas e Barras Bravas, inclusivce faço parte da primeira barra brasielira, a Setor-2 do Juventus, algo que nem muita gente sabe.
Abraços