Muita gente me pergunta por que eu dedico tanto tempo, dinheiro e esforço para ver o Palmeiras jogar fora de casa, mesmo nos maus momentos. O questionamento vem quase sempre envolto em um inconformismo indissolúvel e às vezes acompanhado de um tom de repreensão prévia, como se fosse impossível explicar racionalmente tal empreitada. Talvez não seja mesmo; como tudo que fazemos pelo Palmeiras, essa dedicação pertence ao terreno da emoção pura. No entanto, se preciso fosse, eu diria que uma noite como esta que eu vivi no Olímpico encerra qualquer debate.
Poucos sentimentos na vida são tão bons quanto participar ativamente de uma vitória fora de casa. Só entende isso quem já foi visitante contra um estádio lotado, quem já encarou uma multidão na base do grito e do amor pelo clube. Só entende quem deixou a sua cidade e seguiu até a cancha do adversário para arrancar a vitória e trazer três pontos para casa.
Ser visitante é dos maiores prazeres que eu tenho como torcedor. É se reconhecer como minoria e ter de cantar por todos os que não podem estar junto. É ser a voz de milhões de torcedores em um pedaço de cimento isolado por grades e cercado por inimigos. É estar ao lado do time não porque você acredita na vitória, mas porque sabe que precisa estar ao lado dele quando a derrota parece ser o mais provável. É representar uma nação, é ser a massa em tão poucos, é empurrar o time contra tudo e contra todos. É sofrer com a polícia de outro estado, com o cenário adverso, com as pressões e agressões que vêm de todos os lados.
É, em minoria absoluta, calar todo um estádio. Poucas coisas na vida podem ser tão boas quanto silenciar a maioria adversária.
A vitória, quando vem, toma uma proporção enorme, capaz de curar as mágoas de partidas anteriores e de criar ilusões que, por mais que possam cair no jogo seguinte, se sustentam ao menos até a próxima rodada. A volta para casa é repleta de satisfação. É o sentimento de um guerreiro que vai para uma batalha distante e retorna para casa com o inimigo a seus pés. Ninguém pode tirar isso do coração. É ir, vencer, representar todos os amigos e os guerreiros de arquibancada e voltar sabendo que será recebido como um vencedor.
Quando comecei o dia de hoje, bem cedo, tinha o privilégio de ter buscado a vitória muitas e muitas vezes em inúmeros campos do interior paulista, no Paraná, no Maracanã, no Mineirão, na Vila, em Recife, em tantas outras canchas do Brasil. Faltava o Olimpico. Não falta mais.
***
Não vi nada - só ouvi no rádio, enquanto voltava do aeroporto -, mas preciso fazer três comentários sobre a rodada:
1. O Fluminense é desprezível;
2. Moleque vagabundo precisa tomar tapa na cara faz tempo. Fizeram o que fizeram, defenderam o indenfensável e aí criaram um monstro. Eu estava para escrever sobre a choradeira desta semana, colocando o tal moleque vagabundo como uma pobre vítima dos maldosos adversários. O moleque mimado acreditou na historinha que inventaram. Deu no que deu. Tapa na cara: só isso resolve.
3. Quer dizer que o Santos FC levou ontem 3 mil pagantes à Vila?
***
Mais observações relevantes, mas então sobre o jogo:
1. Não tenho em mãos esse tipo de estatística para comprovar a afirmação, mas me atrevo a dizer que o Palmeiras é o time grande que mais sofre o “gol de honra” nos minutos finais depois de segurar o 2 a 0 no placar.
2. A torcida do Grêmio é realmente notável. Foram quase 40 mil no Olímpico (com ingresso a R$ 40), festa pelo aniversário do clube, homenagens a Felipão, incentivo durante todo o jogo. E o entorno do estádio Olímpico é dos mais agradáveis para uma torcida se concentrar.
3. Grêmio e Inter, com histórias bem menos grandiosas, fazem em seus museus e memoriais o que o Palmeiras deveria fazer já há tempos. É inacreditável a inaptidão da diretoria palmeirense no sentido de preservar e divulgar a sua história. Ontem, antes do jogo, visitei o Beira-Rio (tour pelo estádio e museu) e o memorial do Grêmio. Os dois clubes estão muito à frente do que podemos imaginar, e os projetos de sócio-torcedor fazem o Avanti nos deixar com ainda mais vergonha.
4. Algo me diz que o Inter vai saber aproveitar essa tal adequação da Copa com certa dignidade, sem destruir o seu estádio e sem perder a sua alma. A conferir.
Poucos sentimentos na vida são tão bons quanto participar ativamente de uma vitória fora de casa. Só entende isso quem já foi visitante contra um estádio lotado, quem já encarou uma multidão na base do grito e do amor pelo clube. Só entende quem deixou a sua cidade e seguiu até a cancha do adversário para arrancar a vitória e trazer três pontos para casa.
Ser visitante é dos maiores prazeres que eu tenho como torcedor. É se reconhecer como minoria e ter de cantar por todos os que não podem estar junto. É ser a voz de milhões de torcedores em um pedaço de cimento isolado por grades e cercado por inimigos. É estar ao lado do time não porque você acredita na vitória, mas porque sabe que precisa estar ao lado dele quando a derrota parece ser o mais provável. É representar uma nação, é ser a massa em tão poucos, é empurrar o time contra tudo e contra todos. É sofrer com a polícia de outro estado, com o cenário adverso, com as pressões e agressões que vêm de todos os lados.
É, em minoria absoluta, calar todo um estádio. Poucas coisas na vida podem ser tão boas quanto silenciar a maioria adversária.
A vitória, quando vem, toma uma proporção enorme, capaz de curar as mágoas de partidas anteriores e de criar ilusões que, por mais que possam cair no jogo seguinte, se sustentam ao menos até a próxima rodada. A volta para casa é repleta de satisfação. É o sentimento de um guerreiro que vai para uma batalha distante e retorna para casa com o inimigo a seus pés. Ninguém pode tirar isso do coração. É ir, vencer, representar todos os amigos e os guerreiros de arquibancada e voltar sabendo que será recebido como um vencedor.
Quando comecei o dia de hoje, bem cedo, tinha o privilégio de ter buscado a vitória muitas e muitas vezes em inúmeros campos do interior paulista, no Paraná, no Maracanã, no Mineirão, na Vila, em Recife, em tantas outras canchas do Brasil. Faltava o Olimpico. Não falta mais.
***
Não vi nada - só ouvi no rádio, enquanto voltava do aeroporto -, mas preciso fazer três comentários sobre a rodada:
1. O Fluminense é desprezível;
2. Moleque vagabundo precisa tomar tapa na cara faz tempo. Fizeram o que fizeram, defenderam o indenfensável e aí criaram um monstro. Eu estava para escrever sobre a choradeira desta semana, colocando o tal moleque vagabundo como uma pobre vítima dos maldosos adversários. O moleque mimado acreditou na historinha que inventaram. Deu no que deu. Tapa na cara: só isso resolve.
3. Quer dizer que o Santos FC levou ontem 3 mil pagantes à Vila?
***
Mais observações relevantes, mas então sobre o jogo:
1. Não tenho em mãos esse tipo de estatística para comprovar a afirmação, mas me atrevo a dizer que o Palmeiras é o time grande que mais sofre o “gol de honra” nos minutos finais depois de segurar o 2 a 0 no placar.
2. A torcida do Grêmio é realmente notável. Foram quase 40 mil no Olímpico (com ingresso a R$ 40), festa pelo aniversário do clube, homenagens a Felipão, incentivo durante todo o jogo. E o entorno do estádio Olímpico é dos mais agradáveis para uma torcida se concentrar.
3. Grêmio e Inter, com histórias bem menos grandiosas, fazem em seus museus e memoriais o que o Palmeiras deveria fazer já há tempos. É inacreditável a inaptidão da diretoria palmeirense no sentido de preservar e divulgar a sua história. Ontem, antes do jogo, visitei o Beira-Rio (tour pelo estádio e museu) e o memorial do Grêmio. Os dois clubes estão muito à frente do que podemos imaginar, e os projetos de sócio-torcedor fazem o Avanti nos deixar com ainda mais vergonha.
4. Algo me diz que o Inter vai saber aproveitar essa tal adequação da Copa com certa dignidade, sem destruir o seu estádio e sem perder a sua alma. A conferir.
18 comentários:
Parabéns por este e todos os demais posts. Muito legal o que vc transmite com seus textos.
Marcelo
Não tem coisa melhor mesmo que ver o Verdão vencer esses jogos de provável desgosto! Pena que quando visitante ainda não tive a sorte de vê-lo vencer, pois fui em poucos no estádio rival (ainda), mas o sentimento de contra tudo e contra todos é inexplicável!
Abraço
Texto perfeito que resume tudo! Já viajei sozinho algumas vezes por não poder enfrentar os perrengues que uma caravana proporciona, especialmente nos atrasos na volta, e por muitas vezes pensei que fosse o único maluco que passava por tudo aquilo para acompanhar o time. Porém, quando você entra no busão ou no avião na volta, contabiliza alguns tantos malucos como você que deixaram família, namorada e gastaram a grana que não tinham para muitas vezes acompanhar um Palmeiras desacreditado pela imensa maioria... e ver outros solitários como você vestindo a camisa do seu clube, eufóricos pela vitória ou amargurados pela derrota na volta pra casa, traz um misto de orgulho, alegria e conforto de saber que você não é o único que acredita no Palmeiras.
Agora me diga uma coisa Barneschi: Você já contabilizou quantas namoradas deixou por causa de Palmeiras? A minha atual está por um fio! E sábado que vem tem os urubus fora... coitada dela, hahahahaahah... Abraços!
Boa, mano! Agora é ganhar delas.
abs,
@kamaradsss
Voce disse tudo no texto é muito bom poder ir na casa do adversário e ter este gosto,que somente quem viveu este momento como visitante.Eu particularmente ja fui em vários jogos fora do estado de SP para acompanhar os jogos do Palmeiras na época em que eu fazia parte da TUP,hoje jogos fora vou no máximo no interior quando da pois quando vc casa tem filhos não da mais para conciliar as duas coisas.Sinto saudade dos tempos que Mineirão,Maraca faziam parte das minhas viagens.
O jogo de ontem eu tinha a certeza de uma derrota mas fui surpreendido caisas do futebol acompanhei pela net pois a tv a cabo não transmitiu,jogaram água na nossa cerveja no jogo do nosso aniversário e retribuimos o presento contra o Gaymio.Agora é esperar os Leonores Domingo para completar nossa alegria de hoje.
FORZA PALESTRA
Meu caro Barneschi,
É por essa e muitas outras razões que você é o máximo! Forte abraço.
falta uma 6ª do trampo pra ir pra argentina, uma 4ª pra ir pro rio, outra pra ir pra poa...
tá na vida mansa, hein?
dpois eu e o luydy q somos os vagabundos, kkkkkkkk.
parabéns por representar os amigos lá, canalha.
Agradeço por todos os comentários. Eu apenas faço a minha parte e procuro me dedicar pelo Palmeiras. A recompensa é enorme.
Vitor:
Sobre o Luydy, preciso dizer que ontem, antes de pegar o voo para Porto Alegre, fui visitá-lo no escritório da Alitalia. Acredita que o vagabundo estava dormindo numa cadeira, com o pé esticado na mesa e roncando? É uma vergonha para o país!
Caro Palestrino.
A impressão que eu tenho é que a Midia Palestrina está de luto, pelo volume de textos baixo. Não é pra menos também.
Parece que os valores estão se revertendo.
Os semi-deuses não estão dando conta do recado, o Jorge está se envolvendo com "traficantes". O garoto mimado - quem diria, está jogando em prol do futebol brasileiro, querendo tirar o monopólio da Globo e fazendo oposição a CBF.
Então vou sugerir uma pauta.
Por que que vocês da Midia Palestrina não fazem um dossiê de campeonatos de pontos roubados do time que vocês tratam como "Rivale" ?
Vocês se esforçam tanto para difamar e inventar factóides do "time do Jd. Leonor", que esquecem de olhar para o time da marginal.
Acredito que as conquistas recentes do time que vocês tratam como inimigo acabaram ofuscando as sujeiras do Rivale.
Quem não se lembra do Castrili? Das ajudinhas do Simon na Copa do Brasil? Do Campeonato Brasileiro de 2005? Copa do Brasil de 2009 (pergunte aos seus irmãos vascainos)!
E agora mais um caneco vai o Rivale na mão grande.
Afinal, a Midia Palestrina é 90% denuncias e 10% exaltação do próprio Palmeiras.
O Luyydy vagabundeando? Tá zuando, isso nunca acontece...
Aliás, ele tava dormindo pra se preparar pro emprego de verdade dele, na porta daquelas casas de tolerância.
Fala Véio, eu te trombei ontem na fila do caixa do estacionamento lá em Cumbica. Excelente texto, como todos por sinal.
Abração e continue com o excelente blog. Nunca desista.
Renan
Fala, Renan, beleza?
Valeu pelo comentário e pela audiência, cara. Quando for fazer outra dessas viagens, me manda um email. A gente pode combinar de dividir táxi e essas coisas. Aí fica mais fácil.
Abraços
Demorô! Eu em praticamento todos fora, esse até pra Belém eu fui ver Palmeiras X Paysandu. Meu próximo destino é o Rio no próximo FDS depois do clássico. Só não vou pra Prudente pq estou de saco cheio daquele lugar depois do ano passado (fui as 3 vezes pra lá). Se quiser uma carona pro rio contra o flamengo é só falar. Abs.
Valeu, Renan! Vamos combinar essas viagens mais longas. Pro Rio eu vou de carro também, mas só no sábado e volto domingo. A gente vai se falando. E tô fora de Prudente - fui as 3 vezes no ano passado e prometi que não voltaria mais àquele lugar para ver jogos menores.
Abraços
Com certeza vc é nossa voz nas arquibancadas.De nós seus leitores, que não podemos ir mas conseguimos viver um pouco de toda essa emoção através dos seus relatos.A gente se sente lá.Passando calor em Prudente, vagando por Montevideo, e agora
sorrindo depois de uma vitória no olímpico.Obrigada por partilhar conosco e nos representar.É por isso que acabamos viciados no seu blog.
PQP!!! esse luydy é uma vergonha!
Parabéns pelo blog. Sempre que o tempo me permite estou aqui conferindo os seus belos textos. Já que você falou da torcida do Grêmio, não acredita que a torcida do Palestra tem muito a aprender o pessoal do sul no que diz respeito à composição de seus cantos? Sou MV de coração, mas confesso que às vezes sinto vergonha de várias das músicas que a nossa torcida vem cantando década após década.
Abs
Os seus textos são poesias da realidade. Como é gratificante ler os seus textos.
PARABÉNS
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