25 junho 2013

Tudo por um banheiro

“Os banheiros deram até nojo de tanto brilho.”
(de um amigo, sobre as condições do Maracanã pós-assassinato)

A verdade, senhores, é que todo esse processo que desfigurou alguns de nossos estádios começou com a obsessão de uma meia dúzia de afetados pelos, como eles gostam de chamar?, toaletes. Porque não é de hoje que me deparo com alguns desses acomodados (favor conferir este post) que não vão a estádios e recebo a seguinte justificativa: “Ah, os banheiros são muito sujos...”. O tipo fala isso assim sem qualquer conhecimento de causa, uma vez que não frequenta os estádios, tampouco seus banheiros. Mas fala. Repete o senso comum mais rasteiro e proclama como problema algo que, convenhamos, não tem a menor importância – a não ser que o sujeito tenha obsessão pelos, qual é a outra palavra mesmo?, lavabos.

Convencionou-se, no discurso furado dos acomodados, colocar a culpa nos banheiros: “eles são sujos e cheiram mal”, “falta papel higiênico”, “não tem sabonete”, “as pessoas mijam no chão”...

Daí então que nego começa a colocar defeito em tudo aquilo que desconhece: no transporte público ineficiente (e o que cazzo o estádio tem a ver com isso?) ou nos flanelinhas (basta ser minimamente inteligente para estacionar o carro sem incômodo em qualquer estádio), nos acessos, na venda de ingressos (e o babaca nem se dá conta de que agora o processo é pela internet e leva menos de um minuto), na falta de conforto (outra besteira enorme), até na chuva que eventualmente pode cair, na qualidade do que se vende para comer (como se estádio fosse um restaurante)...

Mas tudo começa pelo banheiro.

Sei lá, deve ser uma tara, deve ser uma dessas manias esquisitas, deve ser mesmo algum tipo de obsessão bizarra que está além da minha capacidade de compreensão...

Para os fanáticos por banheiro, deixo aqui a indicação para um post, no Impedimento, do Luiz Antonio Simas, que recém-visitou o lugar onde antes ficava o Maracanã. Alguns trechos importantes, incluindo o do banheiro:

"De imediato, constatei que ocorreu mesmo a temida “macdonaldização” do Maracanã. Aquele estádio, agressivamente diminuído, sem traços peculiares, poderia estar em qualquer lugar do mundo que não faria a menor diferença.
Senti-me em um funeral, ainda que divertido, participando do rito de morte do futebol como cultura, reduzido que foi ao patamar de mero evento. Um rito que contamina, inclusive, o vocabulário, agora adequado ao padrão aparentemente neutro do jargão empresarial. O craque virou o “jogador diferenciado”, o reserva é a “peça de reposição”, o passe vira “assistência”, o campo é a “arena multiuso” e o torcedor é o “espectador”. Tudo isso tendo como trilha sonora o brado nacionalista “sou brasileiro, com muito orgulho e muito amor” e o barulho dos helicópteros. Há que se admitir, porém, que o banheiro do Mc’racanã melhorou muito. Para quem gosta de torcer na privada, é um programaço. 

O Maracanã, como patrimônio público que era, foi devidamente destruído. Para usar o jargão da moda, vandalizado. Seria muito pedir cadeia para os vândalos que fizeram isso?"

20 comentários:

Frederico disse...

Na verdade o que acontece com o futebol, não só o brasileiro, mas o mundial, na linguagem usual, chama-se ESTUPRO: somos violetados, duma forma que nos dava prazer, mas que da forma forçada que nos impõem, só traz dor e angústia, sem que a gente nada possa fazer. Fora que temos que ficar quietos.

PS: nunca fui estuprado. Mas agora estou tendo ideia de como é. Parabéns aos responsáveis.

César SEP disse...

Esses estádios são todos iguais, Mineirão, Maracanã, Castelão... Perderam a característica que tinham antes. Infelizmente o Palestra deve seguir o mesmo rumo, já estão falando em um sistema alemão de assentos, e ainda tem babaca exaltando isso, porque a capacidade do Palestra será de 51 mil pessoas, antes estava programado para 45 mil, como se fosse lotar todo jogo. Barneschi, na minha opinião a "Arena Parque" irá lotar só nos 10 primeiros jogos, por causa da inauguração, aquele clima de estádio novo, todo mundo querendo ver novidade etc. Quero ver depois de uns 20 jogos, todo jeito que o futebol está higienizado. Sem contar que vão enfiar a faca no ingresso, não será por menos de 40 reais, se depender dessa diretoria.

Abs

Craudio disse...


Volto a 2007, meu irmão, quando dizíamos dos males dessa intrusão da Fifa no Brasil. Lembro claramente que éramos chamados de apocalípticos, radicais, intolerantes. Que torcíamos contra. Não, a gente apenas queria torcer em paz.

Naquele mesmo ano, escrevi um texto dizendo que os acomodados de então não teriam o mínimo direito de, no futuro (que é agora) reclamar das atrocidades que essa Copa assassina faria com o futebol. Nem mesmo contra o poder público ou qualquer envolvido nisso. Era o risco assumido, a cumplicidade com isso tudo aí que você e o Simas descreveram tão perfeitamente.

O senhor me incentivou a falar sobre o rato do Pacaembu. Pois eu digo: Rato, com a maiúscula. Transforme-se em instituição, Rato! Foda-se a porra do banheiro, do lanche (comer em estádio é lá fora, com as barracas e a cerveja permitidas. Quer fazer piquenique, vá ao Ibirapuera!), foda-se a frescura. Queremos rojão, queremos bandeiras, queremos estádios sem "cota para visitantes".

Imprensa, oportunistas, políticos do alto ao baixo escalão, todos são cúmplices desse fim já tão próximo do futebol. Mas convenhamos: se hoje até manifestação política virou balada, é porque esse sistema a que estamos submetidos ultrapassou todos os limites do aceitável.

Anônimo disse...

porra cara!!!!!

ta achando ruim as coisas

fica em casa velhow!!!

fique enclausurado!!!

e não encha nossos sacos

pqp

cara chato, imagine quando tiver 65 anos de idade

Rogério B. disse...

Taí... para se juntar ao torcedor de sofá, uma nova categoria surge: o torcedor de privada!

Unknown disse...

Essa putaria nos estádios foi alertada incensantemente,vejo um monte de babaca na rua agora reclamando do q fizeram e que em 2007 devia estar chamando qm era contra de extremista ou saudosista,também pudera,imagina se esses protestos fossem no embrião de nossa escolha como sede,época em que não era "cool" protestar,seriam alguns gatos pingados q iam ser massacrados pela nossa imprensa vendida,o que mais me deixa puto nessa situação não é o tal dinheiro público que foi gasto,não existe país que tenha organizado copa do mundo sem verba pública,pra falar a verdade esse nem é o maior crime cometido nesta copa do mundo,o maior crime foi a destruição estádios históricos colocando um escroto padrão inglês(ou espanhol) que negligencia o torcedor de arquibancada e o coloca como escória da humanidade,o banheiro,o dinheiro público,o conforto,o lugar numerado,são apenas uma discussão falsa para acobertar o maior crime dessa copa do mundo.

CIOL, Felipe disse...

Pior mesmo é o tipo de gente que agora vai para os estádios... Aquela gente sem graça, sem fibra, sem identificação nenhuma com o clube que diz torcer... e que na primeira derrota diz que torce pro "Barça" ou "Bayern" .... rip futebol

Anônimo disse...

Boa tarde a todos, sim somos vitimas desta corja que procura pelos nos anus alheios, a pederastia do futebol, esta presente entre nós, onde morféticos perfumados, acreditam ser estes locais mais propícios aos encontros afeminados, da luxuria, pedante, com acentos numerados, com discriminatória ausência de identidade, com banheiros romanos da dinastia inútil de sermos educados, no ambiente politicamente correto, já que falar palavrão, xingar o arbitro e sua comitiva de ladrões, ameaçar a torcida adversaria, com o ódio mais primata de nossas essências , portar bandeiras como símbolos eternos de conquistas e desafios, cantar os feitos históricos e memoráveis, torna-se ``indelicado´´, aos afeminados dirigentes de merda, como o nosso presidente, que ate agora não diz para que veio, mas a coragem ele tem de mandar a torcida verde para presidente da puta que o pariu, de foder o publico com o valor de ingresso que não condiz com a realidade do plantel comico que temos, mas ao CEO filho de uma puta do Brunoro, ao gerente de futebol que na realidade é preparador físico, ao dirigente de Marketing remunerado , e ao staff desta administração ``profissional ´´ de merda, as mordomias continuam, que deixa claro que deve haver o inicio de uma mudança radical no clube, no estatuto, na porra do plano de sócio torcedor, na postura e atitude de muitos, que mantem poderes, sem ter capacidade, transformando o Palmeiras em um prostibulo a ceu aberto, já que a situação só muda pela força, que mantem a dignidade de não sermos mais ludibriados, pelos mesmos que se rotulam a solução definitiva e progressista!
Claudio Longo!

Anônimo disse...

Aos amigos, hoje pelos projetos apresentados, na ALLIANZ PARQUE, teremos um estádio, no padrão idiota de sofá , engessados, sem liberdade, sem acesso livre, mas confinados em poltronas distribuídas de forma linear, para que sejamos vigiados como cobaias, sem identidade real, mas a apenas que são delineadas, pelas câmeras, em nome de uma segurança estupida, que ao cidadão comum , não é oferecida, nas milhões de ruas desta cidade, jogada aos marginais, pois os mesmos políticos que se beneficiam do ``conforto e segurança´´, das novas latrinas de luxo, denominadas ARENAS, nunca são usuários do transporte coletivo, que conduz, ao artificial espetáculo esportivo, o ``otario´´, que paga ate para ir ao banheiro, tendo a sua disposição as áreas de ``alimentação´´, que assaltam os consumidores em preços abusivos, sem que nada seja feito em beneficio do publico, que confinado como gado, após sua ``refeição´´, nula e cara, é convidado a permanecer sentado e quase imóvel , apreciando o espetáculo de horrores do falido futebol tupiniquim, determinando assim o falecimento do esporte que uniu nações, alterou comportamentos, estimulou culturas , e trouxe muito dinheiro a quem jamais deveria estar próximo a uma cancha!
Claudio Longo

Anônimo disse...

Maldita Fifa! Maldita CBF! Malditos cartolas do mundo inteiro! Malditos empresários do futebol! Maldita Rede Globo! Maldita imprensa esportiva vendida!

CASSELLl disse...

Frequento estádio desde 1988 e nunca, nunca caguei no estádio!

Anônimo disse...

Claudio! Longo é o meu grandioso pau!

Anônimo disse...

Genial essa, já tinha visto no impedimento:"para quem gosta de torcer na privada é um programaço". Só perdeu para:"frequento estadio desde 1986 e nunca,nunca caguei no estádio!".

Por outro lado, confesso que a venda pela internet aumentou minha frequencia nos estadios (que estava próxima de nula nos anos 2000...). E o acesso ao metro também contribuiu.

No famigerado setor VISA do palestra o banheiro era de shopping. Mas continuei virgem de cagadas em estádio...

Pedro.

João Medeiros disse...

Cara, acho que somos realmente radicais, ou então esse povo todo que defende esse futebol cheirosinho é tudo filho da puta.

Sou ainda um pouco mais radical que vocês, uma vez que peguei a salutar época em que NÃO HAVIA VENDA ANTECIPADA DE INGRESSO. E isso era bom pra caralho. NÃO HAVIA CAMBISTA. Tudo era mais simples. As bilheterias do Maracanã - e eram umas sessenta - abriam ao meio dia, para jogos as 17:00 hs. Eram no mínimo 100 mil ingressos. Em jogos de muita expectativa eram uns 160 mil. Bastava chegar cedo ao velho Maraca, ir à bilheteria, com fila, é claro, e em 5 minutos você tinha seu ingresso na mão. Um detalhe interessante: O placar eletrônico do Maracanã informava por volta das 16:30 hs a 1ª parcial de renda. No meio do primeiro tempo, a 2ª parcial. A renda e o público pagante definitivos saia por volta dos 30 min do 2º tempo. Até umas 15:30 era beber várias cervejas com os amigos, sem susto - lá dentro vendia mais - e entrar para ver pelo menos o segundo tempo da preliminar ou participar do aquecimento da bateria da Força Jovem, debaixo da arquibancada, no túnel 13. 20 minutos antes do jogo começar eram distribuídos milhares de rolos de papel higiênico (não era pra cagar não, viu desavisados?), e faltando uns 10 minutos era o show da entrada das bandeiras das T.O.'s. A subida do time ao campo era apoteótica, um show papel picado, rolos de fumaça e papel higiênico, umas cem bandeiras ou mais - dependendo da importância do jogo, que já valia o ingresso. Depois era a festa do jogo em si. Mais cerveja no intervalo, após a mijada de lei - Banheiro de mulher tem até que ser limpinho, mas homem reclamando de limpeza em "toalete" é viadagem. e o domingo acabava assim, alegra ou triste, a depender do resultado do jogo. Mas grandioso,inesquecível, de uma forma ou de outra.

Acabaram com tudo isso, Barneschi.

Acabaram com tudo isso Barneschi, porque para os filhos da puta (GLOBO/NIKE/FIFA/CBF...)que enchem o rabo de dinheiro com o futebol esse modelo não presta.

E FODA-SE O TORCEDOR

Ettore disse...

Nada contra banheiro limpo, mas a frase do seu amigo, que inicia o post, é genial, rs rs rs. Obs: de fato, estádio não é lugar para cagar, já basta o maurício ramos, márcio araújo, e o maior de todos, armero, rsrsr.

Anônimo disse...
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Rodrigo Barneschi disse...

Quanto nego louco junto...

Matheus-DF disse...

imagino que não possa nem fumar cagando nas arenas, né?

querer banheiro limpo é sacanagem. qualquer buraco pra absorver o mijo resultado de litros de cerveja antes do jogo tá mais do que valendo... cabecinha de pica desses malditos espectadores. devem cagar cheiroso se pá.

Luan disse...

que merda...

que a seleção espanhola trucide esse timinho de merda do brasil e cale a boca dos palhaços brasileirinhos de merda que estão participando de toda essa palhaçada, de toda essa roubalheira estúpida, descarada e sem vergonha.

tenho nojo de tudo isso. seleção brasileira de merda, cbf, nike, tv grobo..... tudo uma quadrilha de ladrões da pior espécie

obs: muito bons os comentários desse post. (e sem falar o prazer que é mijar num banheiro de estádio todo sujismundo, metade no buraco, metade no chão, depois de algum tempo angustiante na fila tentando entrar na cancha num jogo importante do Verdão, como é aliviante, da a sensação de enfim estarmos prontos para empurrar nosso time a vitória! fiz isso no Pacaembu e foi a melhor mijada da minha vida, nunca vou me esquecer)

Anônimo disse...

Barneschi , como vai ser p vc , ir ao novo estadio do Palmeiras ??


Ass . Rafael Panzoldo