22 novembro 2006

O direito de ser campeão

Somente um desequilibrado mental reúne condições de contestar os méritos de um campeão que atinge impressionantes 21-11-4/64x32. Sem Zveiter ou Rezende, sobrou neste ano a justiça que faltou em 2005. Não tenho, portanto, qualquer pretensão estúpida de fazer objeções à conquista do SPFC.

A pergunta que coloco aqui é: quem pode se declarar campeão?

Muita gente. Os jogadores. O técnico. A competente diretoria - ainda mais se contrastada às demais. E... parte da torcida.

Qual parte?

Refiro-me àqueles que são torcedores sempre, do início ao fim, nas vitórias e nas derrotas. Especialmente nas derrotas.

Àqueles que acompanham a trajetória desde o início.

Vejam que não falei em torcedores de estádio, embora, por motivos óbvios, os tenha na mais alta consideração. Há, por 'n' motivos, aqueles que não podem ir (ou simplesmente não vão) aos estádios. Se isso os diminui? Não, desde que, à distância e à maneira de cada um, eles se comportem como nós, torcedores de estádio.

Tudo isso para dizer que este texto não serve ao propósito de abordar assuntos como média de público, fidelidade, comportamento na arquibancada ou ingressos a preços promocionais em plena fase decisiva. Isso já foi debatido anterior e exaustivamente.

Pergunto, pois:

Por que diabos um sujeito que nunca se interessou por futebol vem agora se dizer campeão? Que direito tem de se declarar tetra alguma coisa se ele não faz idéia de quais foram as outras conquistas? Que direito tem de se sentir vencedor se não participou de porra nenhuma? Se sequer se interessou pelos jogos anteriores?

Porque é fácil chegar na reta final (que durou alguns desagradáveis meses, diga-se de passagem), pagar R$ 10 (ou nem isso) e se gabar do que quer que seja.


E há aqueles que nem aí se empolgaram. Que sequer assistiram à partida decisiva. Ainda assim, na maior cara de pau, sentem-se no direito de comemorar!

Você, amigo, certamente conhece algum(a) (a) aproveitador(a) que passa o ano sem saber o que é futebol e que surge agora, das profundezas do esgoto social, com a cara de pau dos que se sentem vitoriosos por nada
. Pois faça uma simples pergunta a esse(a) babaca:

Quais foram os anos dos outros três títulos?

Ele(a) ficará sem resposta.


Na verdade, este(a) indigente do futebol é o(a) mesmo(a) que adora desmerecer a sua, a minha, a nossa paixão pelo esporte. É o(a) mesmo(a) que diz não entender como podemos fazer tudo o que fazemos pelo nosso clube.

O que comemora então?

Campeão?

Campeão na arte de ser oportunista, só se for!

14 comentários:

Craudio disse...

Cara, aí vc irá restringir muito a torcida delas, ficando algo em torno de 6 ou 7...

Pior são os emails, scraps, telefonemas, torpedos. E tem gente que tá tão informado que vem me falar que o Corinthians vai cair...

E eu ainda discordo desse negócio de merecimento. Pra mim, para um campeonato medíocre como foi esse brasileiro, nada como um campeão medíocre. E em 2005, ganhamos no campo, não com aparecido qualquer como vcs em 93...

Rodrigo Barneschi disse...

Talvez um pouco mais do que 6 ou 7...

No campo? Que campo?

E esse papinho de Aparecido não faz o menor sentido. Contestar um 4 a 0 como aquele é assinar atestado de insanidade...

Anônimo disse...

Palestrino,
Você é um cara sensato.
Aos quinze do primeiro tempo a zaga já tinha sido expulsa. O amor da vida de vocês deu um carrinho no Paulo Sérgio que quase mandou o cara pra UTI. Esse "papinho" não é nenhum papinho. A minha Vó sabia, cara. Gilberto Cippulo sabe. E o Musta?...
Ano passado, antes de estourar o escândalo do apito quem estava em primeiro? Quem foi o melhor jogador do campeonato? quantas vitórias tivemos?
Tanto foi penalti no Tinga, depois de toda a lambança ter sido feita (e a culpa é do Corinthians sempre que os anticorinthianos quiserem) quanto os jogadores do Corinthians mereceram ter sido expulsos naquela tarde de 93.
Lascia estare.
E esse campeonato foi o mais nivelado por baixo que esse país já viu - ganho por não-almas niveladas pela baixeza.

Saudações.

Anônimo disse...

"TROPPO FACILE ESSERE TIFOSI QUANDO SI VINCE"

faz tempo q os campeonatos estão nivelados por baixo.

em 93 o tonhão foi expulso sem fazer nada. E como disse o Rodrigo, não tem como contestar 4 x 0.

e qm são os gambás pra reclamar q perderam um título roubado??? Os caras são mó cara de pau.

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Rodrigo, teve cara q veio comemorar q eue nem sabia que era bicharada. fora umas minas sem noção que vem querer falar merda sem saber de nada do q aconteceu. vc ta certissimo. essa é uam raça de aproveitadores!!!!

Anônimo disse...

Ronaldo fez o que fez na altura do jogo que foi, com toda a lambança já tendo sido feita. Foi um acinte, cara. O tonho foi uma 'compensação' ao estilo prêmio ao picciotu - há de convir, como iriam disfarçar?
Se considerarmos aquilo que o outro fez, então podemos começar a jogar bola com navalhas, como bons angoleiros, o que acha? E se levou uma entrada anteriormente, podemos chamá-la de belisquinho na bundinha do carinha lá.
Palestrinos, se eu for um cara de pau, sois ilustres sem vergonhas.

Liderávamos o campeonato. Se o colorido teria ultrapassado-nos?... Jamais.
O pênalti foi fatídico porque o juiz já havia errado no começo do jogo, e a consciência pesou. Mas foi mais fatídico ainda porque foi contra o Coringão, e, obviamente, acende o fervor do pavio dos anticorintianos. Mas o escândalo foi outro, e se repetiu - sempre - até que o 'otário', vendo que perdia, resolveu chutar o pau da barraca. Fez certo! O arrependido (esse sim, cara de pau).
Mas ganhamos no campo, e no dia daquela entregada do clubinho da baixada, ninguém falava que os jogos NÃO deveriam ser refeitos. Pelo contrário.
E metemos sete, com aquele jiovãni chutando bolinha pro alto, jogando bola. E ainda tiramos dois pontos das bibas. O colorido perdeu ponto em casa, perdeu jogos fáceis e quer reclamar - com o coro dos anticorintianos. Então buzinem. Um lance só - o pênalti - não determinou um campeonato de mais de trinta jogos. Aliás, se continuasse como estava antes do episódio, se você diz que o colorido nos passaria, então eu digo que eles perderiam mais pontos ainda, em casa.

Quanto aos outros dois campeonatos, devo concordar. Mas para todos os efeitos esse foi o pior, porque foi ganho pela escória de alma descartável.

Saudações.

Rodrigo Barneschi disse...

Não dá pra ligar a expulsão do Ronaldo ao que aconteceu com o Edmundo, meu caro. De forma alguma. Ele saiu feito vaca louca em um lance já no segundo tempo. Ademais, a diferença entre um time e outro era acintosa. O 4 a 0 sairia de uma forma ou de outra e eu volto a ressaltar que o polêmico lance do Edmundo nasceu de um outro, igualmente ignorado pelo árbitro. No entanto, se continuarmos a debater isso, vamos chegar ao primeiro erro em uma cobrança de lateral, aos 3 minutos. Aí fodeu tudo!

Nem você é cara de pau nem nós somos sem vergonhas...

Vai por mim: o Zveiter ganhou quatro pontos e o Rezende outros três. São sete ao todo, muito mais do que os três que decidiram o campeonato.

Leve em conta, ainda, que não me incluo nesse tal grupo de anticorintianos. Nem antibambis nem antiporra nenhuma. Isso é expressão de torcedor babaca que se acha fanático. Já ouvi os maiores vacilões (e vacilonas) dizerem isso.

Mais: eu disse desde o começo que os jogos não deveriam ser repetidos. Foi um crime contra o futebol. E Giovanni fez muito bem ao fazer o que fez. Pois teve cassada uma obra-prima como a do jogo que deveria ter sido levado em conta.

Só não vale dizer que o fato de os caras terem perdidos pontos em casa justifica qualquer roubalheira. Se for assim, ninguém merece ser campeão.

Ah, quer saber qual é o lado bom disso aqui?

É que estamos debatendo algo que aconteceu há longos 13 anos. E a memória não nos abandona. É o tipo de discussão que não poderia ter um bambi como protagonista. É capaz de eles já terem se esquecido do que aconteceu há duas, três rodadas...

Abraços

Anônimo disse...

Rôoo, não precisa de tanto ódio assim..... rs.... escreve mais de cinema que não tem confusão!
bjos

Anônimo disse...

Palestrino, não creio que a história do jogo seria a mesma se desde o começo o aparecido tivesse garfado como garfou.
O Ronaldo fez exatamente o que o jiovãni faria, e fez - o intuito foi o mesmo.
A diferença técnica podia até ser gritante. O Coringão é de suar sangue mesmo, tanto que guardou o 1 a 0 daquele primeiro jogo somente no sangue. E é por isso mesmo que eu lhe pergunto: precisava ter garfado? Se os sairiam de qualquer forma, por que os cartões injustos aos primeiríssimos instantes de jogo?

E creio muito menos que o colorido teria nos passado na tabela. Sinceramente.
Quando eu digo que perderiam ponto em casa não estou justificando nada além do fato de que o campeonato é nosso.
Enfim...

Vamos discutir agora o Robert Altman, vá...

Abraços

Rodrigo disse...

Sensacional. Faltou um bambi aqui para falar algo. Do tipo: o Tupãzinho fez o gol do título de 90 dando um carrinho em cima do Zetti. Foi falta. Foi roubado.

Ah...esqueci. Futebol para eles não existia antes de 92.

E, mesmo sendo torcedor de cadeira, acho q posso entrar no grupo dos torcedores que você respeita. Até pro hospital eu já fui parar por causa de jogo....heheh

Abs!

Anônimo disse...

A paixão e o amor pelo futebol, por um clube, realmente pode cegar. Por isso que nem comento a cara de pau dos comentários corinthianos desse tópico.
Achava que com o campeonato por pontos corridos, pelo menos, a roubalheira ia diminuir, já que não heveria mais jogos de final, semi, quartas. Seria difícil e muito discarado roubar grande parte de um campeonato com mais de quarenta jogos. Mas conseguiram.
E ainda negam veementemente!!!
Mas, digamos que pra apaixonados há uma atenuação.

Craudio disse...

Se formos falar de erro do Márcio Rezende, então por que não mencionar o impedimento mal-marcado do Nilmar a 3 minutos de jogo???

Sobre 93, a palhaçada começou no cartão pro Moacir no primeiro jogo.

E os citados campeonatos com times pequenos, ao menos, tiveram final e foram emocionantes para alguém.

Rodrigo Barneschi disse...

Logo se vê que o mata-mata é uma bandeira levantada pela maioria das pessoas que por aqui transita.

A Copa do Brasil vem aí...