01 maio 2007

1º de maio. 1994

Devo muito do que sou hoje àquela tarde de domingo, 1º de maio de 1994. Não necessariamente pelo que significou a vitória diante do SPFC, mas pelos reflexos dela para um então adolescente de 13 anos.

Tudo o que eu mais queria era poder estar no Morumbi naquele feriado. Mas não tinha idade – tampouco dinheiro – para confrontar meu pai e dar as caras no estádio assim sem mais nem menos.

Fui então para o interior, meio que obrigado.

De lá acompanhei, pelas ondas da rádio, a virada (3 a 2) que praticamente assegurou ao Verdão o título paulista daquele ano.

Enquanto todos se divertiam na piscina ou no campo do futebol, eu me trancafiei no carro, cujo toca-fitas (sim, estamos falando de 13 anos atrás!) era meu único contato com o clássico decisivo.

Meus olhos eram os de José Silvério e dos demais integrantes da equipe esportiva da saudosa Jovem Pan.

Não poucas vezes, culpei meu pai por estar ali, em um sítio de Indaiatuba, e não no estádio então ocupado por 58.341 torcedores.

Hoje o entendo.

Mas não naquele domingo.

Especialmente antes do jogo, na comoção pela morte de Ayrton Senna, e nos minutos finais do segundo tempo, quando Maurílio e Evair se encarregaram de colocar tudo em ordem.

(Breve interrupção: Maurílio, atacante apenas esforçado para a época, seria hoje um bom titular, não acham?)
Ali, no momento em que a bola cobrada por Evair terminou na rede, nasceu uma certeza: jamais, em hipótese alguma e fosse qual fosse o motivo, eu voltaria a ficar de fora do estádio em uma decisão que envolvesse o Palmeiras.

Ok, isso até aconteceu em uma das finais do Brasileiro de 94, mas eu era ainda um adolescente e pouca coisa havia mudado nos sete meses que se seguiram.

Mas foi só essa vez.

E a promessa de não perder nenhuma decisão ficou até pequena diante dos quase 500 jogos que me trouxeram até a pessoa que eu sou hoje.

Como quase tudo em minha vida, devo agradecer ao meu pai.

Obrigado!

12 comentários:

Pedro Pellegrino disse...

Esse jogo foi demais! tava comentando com meu pai hoje.Eu também era novo,tinha 11 anos.Nunca esqueço das imagens,da homenagem das torcidas ao Senna.Do golaço do Evair,da entrada no segundo-tempo do Maurílio,quando chamaram o Luxerburgo de burro(acho que foi nesse jogo).Concordo com você, o Maurílio seria titular hoje em dia.

Palmeiras!

Abraços.

Pedro Pellegrino.

Craudio disse...

Se fosse depender do meu pai, eu seria sofá e corneteiro que nem o Luigi...

Mas ao menos ele colocou uma camisa do Coringão na porta da maternidade. O resto aprendi na marra. Meu primeiro jogo foi com 12 anos, numa quarta à noite, no Pacaembu. Corinthians 2x0 Noroeste.

Bons tempos aqueles dos ingressos de papel, estádios lotado e futebol para as massas...

Rodrigo Barneschi disse...

Então, é um agradecimento meio que indireto. Meu primeiro jogo no estádio foi tardio, em 1992, aos 11 anos.

Um Palmeiras 1 x 1 Santos no Parque Antártica. Fui com meus vizinhos (pai e filho), ambos santistas.

Eles acabaram ficando na torcida do Palmeiras. Isso só aconteceu porque eu enchi muito o saco, já que meu pai nunca foi entusiasta de ir ao estádio.

Quem mais me levou depois disso foi meu tio. Mas era na numerada, hábito que ele mantém até hoje.

Só fui me libertar disso em 1995. Até ia com meu tio, mas nos separávamos antes do jogo. Eu ia para a arquibancada e o encontrava depois do jogo.

Em 1996, sem as organizadas, mas já com o meu próprio dinheiro, comecei a ir sozinho, em companhia dos bons e velhos Pompéia e Lapas T e H.

Meu pai me levou a apenas dois jogos, ambos pelo Paulistão de 1995. Apenas dois, mas que reservam lembranças excelentes. Fomos eu, ele e meu irmão, de Pompéia. Tardes inesquecíveis.

Pouco, né? Mas aquela tarde de 1º de maio de 1994 foi um marco. Ali decidi que não mais ficaria longe do estádio.

No fundo, devo isso a meu pai.

E agradeço, como faço em relação a tudo o que ele fez (e faz) por mim.

Anônimo disse...

eu era mto muleke nesse dia mas, lembro bem do jogo.... ouvi no radio tb.... emocionante.... como foi a ordem dos gols mesmo tadei?????

Anônimo disse...

Comecei na arquibancada de cavalinho no meu pai, com uns dois e meio. Time da Democracia Corintiana. Qualquer Corinthians e pirapora lotava forte. Bons tempos.
Bandeiras, bumbos, fogos, papel higiênicos como serpentina. Festa. Todo e qualquer jogo.
Tive a sorte de frequentar o clube desde a barriga. Todo sábado e domingo estava lá no treino. Comia feijoada na Torre do Pq S.Jorge.
A vida não só era feliz, como contagiava.
Fui mascotinho, entrei em campo com o Doutor, com o Casão, com o Zé Maria, com o Wladimir, com o Dunga.
Minhas melhores cicatrizes nos joelhos foram feitas no PSJ.

Não lembro do primeiro jogo. Lembro, sim, da perspectiva na bancada, as bandeiras, os gritos (ficávamos naquele "TUM,TUM,TUM; CORINTHIANS, tum tum tum, Corinthians, tum tum tum de vinte minutos a uma hora, até que vinha o le-leleô, leleô leleô leleô Corinthians, e depois o "é Coringão, é coringão, olê olê olê. Só bem depois que a maré tava cheia e tal...).
Lembro de entrar pelo Portão principal do Pacaembu, no cavalinho do meu pai, portando bandeira e fardado com o Manto.
Bons tempos...
Legal era quando meu vô nos acompanhava, de bengala. Ficava sentado, quieto, e quando vinha o gol pulava com a bengala e nos abraçava. E de repente, num lance roubado, xingava como nenhum professor de matemática teria coragem de fazer. Se ficasse irritado de verdade, dava bengalada no alambrado. Aprendi a assistir jogo no alambrado nestes momentos de fúria.

Tudo mudou. Gordura demais. Superestrutura podríssima.

Mas a Revolução está para acontecer.
Seria bom se viesse também no Palestra.

HOLOCAUSTO BAMBI JÁ

Anônimo disse...

Meu primeiro jogo tambem foi tardio, achu que eu tinha uns 11 anos foi em 96 , em um Palmeiras e Vasco.
Meu Pai é Palmeirense mais nunca foi a um jogo de futebol, me deixou ir nesse pq um amigo dele que morava perto de casa disse que a torcida do Vasco era de irmão e tal.
Porra quase chorei de tanta emoção, entaum com meus 11 anos nunca tinha ido ao jogo mais naum perdia um sequer pelo rádio, tinha camiseta ( na época de barraca pq meu pai naum curtia muito), até hj minha mãe se pergunta da onde vem tanto amor e fanatismo, sou o caso único na familia mas naum me arrependo de nada, pelo contrario !!
Até os 13 ou 14 anos só ia aos jogos com esse amigo do meu pai, depois conheci o pessoal do conjuntão e ia com eles.
Pouco tempo depois conheci uma galera que ficava sem falta duas horas antes do jogo sentados na porta do Boulevard e ali fiz amigos que encontro até hj !!

Palmeiras - Eternamente.

Rodrigo Barneschi disse...

É nóis, Zoinho!
Valeu!

Rodrigo Barneschi disse...

Ah, mais uma campanha:

Depois do "Volta, Luigi" e do "Fora, Luigi", o movimento agora busca um outro objetivo. Com o intuito de gerar mais polêmicas, está lançada a campanha "CRIA UM BLOG, LUIGI!

Craudio disse...

Campanha com a devida comunidade no orkut!

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=29394158

Entrem!

Anônimo disse...

minha primeira vez no estádio foi aos 8 anos, em 93...PALMEIRAS 1 x 0 ferroviária, em araraquara...aqui em sampa, meu 1° jogo foi no msm ano, na final do brasileiro.

dpois desses dois jogos, só voltei a ir em estádio aqui em sampa em 98, num PALMEIRAS 2 x 2 atlético pr...no meio desse tempo, tinha ido 2x no teixeirão no paulista de 96, PALMEIRAS 2 x 0 bambis e 2 x 2 gambás.

comecei a ser fanático de ir em todos os jogos apartir de uma 5ª feira à noite do maldito ano de 2002...PALMEIRAS 1 x 0 paysandu.

sinto falta de não ter estado presente no estádio nos momentos de maior alegria como copa do brasil 98 e libertadores de 99...mas logo mais essas alegrias voltarão e se Deus permitir estarei no estádio com os amigos que lá fiz.

Anônimo disse...

i ai rodrigo..... vai pra gaiola hj???

Craudio disse...

E a pergunta q não quer calar: iria Vitor gritar gol do Finazzi num Corinthians x porco???