Modernidade. A palavra, tão em uso no mundo do futebol, serve para disfarçar qualquer artimanha suja. O SPFC ensinou. Parece que o Santos aprendeu a lição.
Vejamos, por exemplo, a Placar do último mês. Uma das reportagens apresenta a agremiação do sr. Marcelo Teixeira como o “mais europeu dos clubes brasileiros”.
Muito gira em torno dessa tal modernidade. Ou, se preferirem, organização. Melhor ainda, planejamento. É esta a imagem que o Santos tenta transmitir.
Sob este escudo, ficam todos os podres, incluindo a Vila Belmiro. Falemos, pois, sobre o que se viu no último sábado, dia de Santos x Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro.
Acreditem vocês que ficou ainda mais difícil para um torcedor do Trio de Ferro da capital descer a serra para ver um jogo naquele local que o Santos insiste em chamar de estádio.
Não há novidades do lado externo, a não ser a constante pentelhação dos coxinhas, com seus cordões de isolamento infrutíferos. Tampouco há mudanças no acesso à arquibancada, ainda pelo mesmo portão 21. A seguir, sobe-se a mesma e estreita escadaria (que mais parece o acesso de uma masmorra) rumo ao nosso setor.
Reside aqui todo o problema. Se antes tínhamos um espaço que (bem mal) comportava 2 mil torcedores, o de agora não é suficiente sequer para mil.
O setor destinado aos visitantes da Vila Belmiro foi reduzido a menos da metade do que era antes. É o espaço normalmente reservado às torcidas de outros estados. A outra metade fica agora com a funkeira Sangue Jovem. No meio de tudo, duas grades (virou mania!) e tapumes. Pior: o setor inferior encontra-se fechado.
Havia, portanto, não mais do que 900 palmeirenses na Vila neste sábado. Muitos mais queriam entrar, mas foram impedidos pela modernidade do sr. Marcelo Teixeira. E o que já era insustentável, com constantes atritos no antigo espaço para os visitantes, ficou ainda pior.
Deixando de lado a questão de conforto e mesmo de segurança, fica uma pergunta: se a torcida visitante tem direito a 10% da carga total de ingressos, por que diabos apenas 5% chegaram às nossas mãos?
Ao que parece, o tal Teixeira parece ter tido algumas aulas com a diretoria do SPFC. E até aperfeiçoou os métodos.
É a tal modernidade...
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Um detalhe: os bananas da nossa diretoria não falam nada. Não dava mesmo pra esperar alguma defesa dos mesmos crápulas que já inventaram ingresso a R$ 30!