01 maio 2010

R.I.P. 20h30

20h30: o torcedor consegue sair do trabalho (sim, o torcedor é também um trabalhador honesto, ao contrário de Del Nero, Teixeira, Campos Pinto etc.), chegar ao estádio a tempo de comprar o ingresso e ver o jogo. De quebra, ao sair do campo às 22h30, ainda consegue encarar o transporte público, qualquer que seja, e chegar à sua casa em um horário razoável, a tempo de dormir em paz para acordar no dia seguinte e trabalhar de novo (coisa que nossos dirigentes desconhecem).

21h50: a aberração suprema. Esperar um tempão antes do jogo nem é tanto problema; o que pega é que o sujeito deixa o campo de jogo quase no dia seguinte e, se depender de transporte público, não consegue chegar de volta à sua casa. Mesmo para quem vai de carro, é um transtorno enorme, pois o cara invariavelmente vai chegar em casa depois de 1h da manhã.

19h30: quando nossos dirigentes filhos da puta vão se dar conta de que uma cidade de SP não permite que um jogo de grande porte (como os dois últimos do Palmeiras) seja marcado para tão cedo? Na última quinta, uma vez mais, teve gente entrando lá pelo final do primeiro tempo, uma bagunça só do lado de fora, filas enormes, confusão, o cazzo. É muito cedo, o trânsito é proibitivo, a cidade não anda, a aglomeração nos minutos que antecedem o jogo é terrível, as pessoas se desesperam para entrar quando sabem que o jogo começou e ouvem o barulho que vem lá de dentro. Um dia, anotem aí, ainda teremos uma tragédia com jogos em SP neste horário.

No entanto, com tudo isso exposto, os crápulas da emissora de TV contam com a conivência de nossos covardes dirigentes para impor dois horários para o futebol (19h30 e 21h50). Mataram o horário das 20h30, como se vê também na tabela do próximo Campeonato Brasileiro. E ninguém nos consultou.

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MÁ FÉ

Vejam como os dois maiores jornais de SP cobriram nossa vitória sobre o Sport:

Folha de S.Paulo, 30.04.2010:

""Ei, Diego, vai tomar no cu", gritou em uníssono o Parque Antarctica..."

Mentira! O grito veio somente das cadeiras cobertas, de parte das descobertas e do Visa. Talvez de alguns setores localizados da arquibancada, mas foi algo bem reduzido diante do que ele tenta transmitir. Fica aqui a palavra de outro jornalista que estava no Palestra a trabalho.

"Na comemoração do gol, Cleiton e vários atletas vieram abraçar Diego Souza no banco, o que reacendeu a torcida. "Diego, veado!", cantaram os quase 24 mil pagantes."

Vamos lá: ninguém na arquibancada sequer se preocupou com Diego Souza na hora do gol. Ninguém viu essa porra de grito no final. Se houve, ficou concentrado às cobertas, bem abaixo do espaço da imprensa. Se aconteceu mesmo, devem ter sido pouquíssimos os torcedores que fizeram isso; a imensa maioria nem se lembrava da existência de Diego Souza.

O Estado de S. Paulo, 30.04.2010:

"Juiz ajuda e Palmeiras escapa de fiasco
Equipe é beneficiada por gol mal anulado do Atlético-GO e vence com lance polêmico
O Palmeiras contou com erros da arbitragem para vencer o Atlético-GO na noite de ontem, por 1 a 0, no Palestra Itália. O adversário teve um gol anulado erroneamente e no fim, após fraca atuação, os donos da casa só marcaram gol de pênalti, bastante duvidoso, aos 49 minutos do segundo tempo."


Eu poderia dizer que o jornalista é cego, que viu outro jogo ou qualquer coisa assim, mas parece mesmo ser caso de má fé, de predisposição contra o Palmeiras. Porque dizer que o nosso pênalti foi duvidoso, falar que o gol dos caras deveria ter sido validado e ignorar os dois pênaltis que não foram marcados para o Palmeiras ainda no primeiro tempo é de uma canalhice sem tamanho.

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O PROMOTOR, O PROCURADOR E O DESEMBARGADOR

Com o devido crédito para o amigo Kamarad, que prontamente me mandou a notícia, eis aqui o que escreveu o irmão alvinegro Craudio - valeu por poupar o meu trabalho! - sobre o tal desembargador que resolveu aparecer às custas do futebol. Acontece que outros que se aproveitaram do futebol antes ao menos sabiam como fazer isso. O caso do desembargador é preocupante, pois ele parece viver em um mundo à parte. Uma insanidade só.

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"Febre de bola", página 72:

"Detestamos condescendência (há pessoas que me conhecem apenas como um monomaníaco, e que me perguntam devagar - com paciência e usando palavras simples - pelos resultados do Arsenal antes de se virarem para outra pessoa a fim de conversar sobre a vida: é como se ser torcedor de futebol excluísse a possibilidade de ter uma família, um emprego ou uma opinião sobre a medicina alternativa), mas nossa insanidad torna a condescendência quase inevitável. Sei de tudo isso, e mesmo assim quero pôr no meu filho o fardo de ser batizado como Liam Charles George Michael Thomas. Recebo o que mereço, acho eu."

9 comentários:

Anônimo disse...

Meu caro Barneschi, você tem razão em tudo o que afirma. A quantidade de gente que tinha fora do estádio quando o jogo começou era enorme. Evidentemente não tinha ninguém "zen" na fila! Ficam todos nervosos, irritados e aflitos, principalmente quando ouvem os gritos que ecoam de dentro do estádio. Somos tratados como gado! É lamentável. Em uma democracia madura e consolidada um cidadão de bem, amante do futebol jamais seria tratado dessa forma. Toda essa corja de dirigentes se apropriou do "negócio" futebol. Querem mesmo é faturar, e a grandiosidade do esporte que se dane. Quanto ao promotores, desembargadores e correlatos são todas "autoridades vitalícias", são seres que se consideram acima do bem e do mal; são vaidosos e prepotentes, trabalham pouco, muito pouco e só aceitam ser chamados de doutores e excelências, são "outra classe de cidadãos" até perante a lei. São os únicos que têm dois períodos de férias de 30 dias por ano, que podem descontar compra de livros no IR e que têm carro com motorista particular (de Fusion pra cima..) pagos com o dinheiro público. Querem luzes, hofolotes, fama! São mal preparados (do que entendem, afinal?). Fazem um curso de direito, prestam um concurso público ( o QI conta muito) e depois assumem uma sinecura "ad eternum"...
Essa gente odeia futebol, tem desprezo pelos que não fazem parte da mesma casta social e se metem em tudo, exatamente por falta do que fazer... Lamentável.
O Sr. Daniel Akstein é figurinha carimbadíssima! Tem ódio do Palmeiras. É tendencioso em tudo o que escreve. Não entendo como o Antero Grecco, que é palmeirense editor de esportes do ESP, o destaca para cobrir nosso amado Verdão e não enxerga isso. Está claro que ele nos odeia!
Mas, no final quantas pessoas lúcidas e inteligentes como você têm capacidade de "sacar" tudo isso?
Não sei, não sei mesmo.
Mas, a despeito de tudo e todos amo o futebol e sou Palmeiras até morrer, ole, ole...
Grande abraço, meu desconhecido e brilhante amigo palmeirense.

Luigi SEP 1914 disse...
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Luigi SEP 1914 disse...
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Craudio disse...

Valeu, mano! E realmente não consultam o torcedor para nada. Ao invés disso, somos tratados como bandido.

O dia em que conseguirem acabar com o futebol, quem sabe nos deixam em paz e as coisas voltam a acontecer de maneira decente.

Paty disse...

Já que somos tratados como bandidos, que venha então o pessoal dos direitos humanos nos defender....quem sabe assim alguém nos escute.
E não é que alguém do Palmeiras, resolveu lembrar que muitos sócios são torcedores e agora seremos cadastrados, teremos ingressos garantidos e pagaremos 50% do valor.Ainda não to acreditando, essa semana irei lá conferir.Será bem melhor que o fracassado do Avanti.Se realmente for verdade valerá a pena se tornar sócio do clube.Vamos ver....

Anderson disse...

mano vc naum respondeu no outro txto: pq a confianca???? o time eh ruim!!!

Rodrigo Barneschi disse...

Tá dito lá, mano: quatro vitórias em casa sem tomar gol.
4-0
1-0
1-0
1-0
Eu quero ganhar todos de 1-0. Mas a minha confiança é muito mais pela experiência de torcedor do que qualquer outra coisa.

Pedro Pellegrino disse...

Barneschi, tira uma dúvida minha:a Mancha continua não cantando o nome dos jogadores? Valeu! Abraço.

Rodrigo Barneschi disse...

Fala, Pedro, beleza?
Então, cara, a Mancha parou de cantar o nome dos jogadores já nos últimos jogos de 2009 e não voltou até hoje.
Abraços