06 maio 2013

Acomodados F.C.

A revista sãopaulo (aos domingos na Folha de S.Paulo) prestou nesta última edição um enorme desserviço ao futebol. Antes de partir para a análise do caso, deixo-os com a capa da publicação, que dá bem a dimensão do asqueroso conteúdo:

























A matéria em si é equivocada sob vários pontos de vista. Mas ela fica um pouco menos pior se desprovida de imagens. A leitura se faz possível aqui.

Eu bem pensei em desmontar cada uma das estapafúrdias declarações dos personagens escolhidos. Mas elas não param em pé, a argumentação dos envolvidos é pífia e então eu me permito apenas e tão somente fazer um apanhado geral de tudo que aí está.

Começando pela premissa básica:

Ninguém é obrigado a ir a estádios de futebol. Ninguém é obrigado sequer a gostar de futebol. Como ninguém é obrigado a ir ao cinema, ao teatro, ao shopping ou a qualquer outro lugar. Ninguém é obrigado a praticar esportes, a frequentar eventos culturais ou mesmo a conviver com outros seres humanos. Ninguém é obrigado, enfim, a fazer qualquer coisa que não seja do seu gosto.

Em sendo assim, não se exige de quem quer que seja o hábito de ir ao estádio. Por conseguinte, não se pede a quem quer que seja alguma explicação (plausível ou não) para a decisão de não ir a estádios. Sério: ninguém se importa, muito menos os que estamos no estádio o tempo todo e quaisquer que sejam as condições.

Daí que se torna insuportável conviver com o discurso hipócrita dos que optam por não ir a estádios. Porque o tipo (e aqui eu me refiro a todos os tipos) não é honesto o bastante para admitir seu comodismo e sua inoperância, fatores que o fazem escolher o sofá em detrimento da arquibancada - o que é plenamente aceitável, diga-se. Longe disso; o sujeito prefere mesmo apelar para o lugar comum, para o clichê, para o discurso vazio. “Porque a violência...”

Violência?

Ah, sim. Pois eu torno a repetir o que eu sempre digo: não há lugar mais seguro que um estádio de futebol. Sim, é isso mesmo! Procurem aí a relação de incidentes em estádios de futebol e façam a devida comparação com os índices de violência em condomínios residenciais de alto padrão, bares, restaurantes, ruas, avenidas, praças, parques e outros espaços públicos. Façam isso, por favor.

Também em função da repressão exacerbada (e acéfala) do 2º BP Choque e muito pela vigilância eletrônica e pela presença das emissoras de TV e de toda a parafernália midiática, não há lugar mais seguro nesta violenta metrópole do que um estádio de futebol.

Sobre isso, seria impossível organizar um simpósio e qualquer defensor da associação violência/estádio seria devidamente humilhado. Como não há tempo para tanto, registro esse breve contraponto e seguimos em frente.

Mas os "sofás" apontam mais supostos motivos, um mais capenga que o outro. É a falta de opções para comer, são os banheiros sujos, é o desconforto... uma bobeira maior que a outra. Claro, há aqueles argumentos que se fazem até razoáveis para a defesa dos acomodados (preço dos ingressos, flanelinhas, horários ruins), mas nenhum deles sobrevive à constatação de que são todos elementos inerentes à rotina de quem vive em uma cidade como São Paulo.

De modo geral, fica muito evidente no discurso dos sujeitos a acomodação que os leva a se classificarem como “torcedores de sofá”. É tipo isso aqui: “O sofázinho é mais negócio, né?”.

Será assim tão difícil para essa gente admitir que simplesmente não gosta de ir ao estádio? Ou que prefere ficar em casa ou ir ao bar para poder tomar cerveja com os amigos? Ou por preguiça mesmo?

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Devidamente dizimadas as pretensas desculpas dos acomodados, é hora de partir para uma outra análise, esta mais afeita ao jornalista do que propriamente ao torcedor:

Afinal, qual teria sido o ponto de partida para que tal reportagem fosse aprovada em uma reunião da pauta da revista sãopaulo? Tenho duas suspeitas, e nenhuma delas converge para uma ideia “brilhante” ou para algum levantamento feito pela própria redação.

A menos provável, que eu já descarto, diz respeito a alguma divulgação da ABTA, a associação das empresas de TV por assinatura. Sim, o setor teria todo o interesse de ver tal conteúdo em uma edição dominical da Folha e a ABTA até aparece como fonte, mas não me parece tanto o caso.

A mais provável diz respeito a uma cretinice divulgada com estardalhaço por uma certa Pluri Consultoria. Lembro-me de ter recebido o release dos caras e, após julgar de uma estupidez atroz tudo o que ali estava, resolvi que não era o caso de escrever nada – por falta de tempo e por um certo desprezo. Acontece que agora os tipos conseguiram quem comprasse o discurso todo e então este blog se sente no dever de colocar as coisas no devido lugar.

Vejamos, senhores, o que traz a página 25:

























Vou me abster de fazer comentários sobre a diagramação, sobre a pergunta lá do alto (vamos pouco quem?) e sobre a ideia de inserir os distintivos dos clubes nessa história. É secundário diante do todo. Mas peço aos senhores, por favor, que voltem à imagem brevemente para contar o número de distintivos/motivos.

Quantos são?

17.

Ah, que beleza. Pois vejam só isso aqui, senhores:











Captaram a mensagem?

Pois acontece que essa tal Pluri Consultoria andou divulgando tempos atrás alguns pretensos estudos sobre futebol, um mais furado que o outro. Eu me refiro a eles como "pretensos estudos" porque simplesmente parece não haver nada de estudo por trás das conclusões peremptórias. Nada, absolutamente nada. Entre outras coisas, a tal consultoria divulgou tempos atrás esse troço repugnante intitulado “17 motivos para NÃO ir aos estádios” (ênfase no NÃO). À época, eu até entrei no site, fiz o download do tal relatório e me indignei com aquilo tudo. Mas resolvei relegá-lo ao esquecimento. Agora não dá mais.

Notem, senhores, que a tal Pluri Consultoria aponta “17 motivos”, exatamente o mesmo número destacado pela revista sãopaulo. São, vejam que enorme coincidência, os mesmos e raquíticos motivos.

Nenhum deles para em pé. Afinal, carecem de um mínimo de comprovação. Se ainda não o fizeram, recomendo de novo a leitura do tal relatório, que não passa de um amontoado de conclusões que emergem do senso comum. Não há aí qualquer justificativa para os "17 motivos", tampouco qualquer embasamento que nos permita aferir a validade ou não do que está sendo dito.

É mais do que precário; é quase desonesto.

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Ao final, senhores, a coisa toda se pode resumir assim:

-A simples disposição de alguém se expor assim tão abertamente como “torcedor de sofá” diz muito. Tanto que eu nem precisaria perder meu tempo livre para escrever esse post.

-Acomodados: tomem vergonha na cara e admitam que são preguiçosos e preferem ficar com a bunda no sofá. Não há problema algum nisso, ninguém vai cobrá-los por nada, vocês até que contribuem com o clube pagando o ppv e essa coisa toda. Mas deixem de hipocrisia e não encham o saco de quem é torcedor de verdade.

-Anotem aí: basta o time de qualquer desses "sofás" chegar a uma final para eles saírem desesperados atrás de ingresso. Eu conheço bem esse tipo de gente.

-Torcedor é aquele que gira a catraca.

41 comentários:

Jota disse...

Sem palavras, só lhes dizer isso: Parabéns! Ótima matéria!!!

Raul Martins Dias disse...

Eu nem ia fazer comentários sobre o tal relatório. Mas não aguentei. Aí vão algumas ponderações absolutamente necessárias:

"Outras opções de entretenimento (cinemas, teatro, bares, praia,
etc)". Ah, agora está claro!!! Há 10, 20, 50 anos atrás, não tínhamos cinemas, teatros nem bares em São Paulo, e nem as praias a poucos quilômetros. Agora os paulistanos têm todas essas opções (e, em um feriado, pode tranquilamente chegar ao litoral sem enfrentar trânsito). Ah, então tudo bem!

"Baixa qualidade / tradição do adversário". Pensei que íamos ao estádio para ver o nosso time, e não para ver o adversário. Agradeço ao autor do relatório pelo esclarecimento.

"Dificuldade na compra de ingressos". Não sei para quem. Sempre que vou assistir a jogos no estádio, consigo meu ingresso sem problemas. Será que sou tão sortudo assim?

"Oferta de Meios de transporte". OK, é verdade em alguns casos, e certamente esse foi o principal motivo para os palmeirenses (os verdadeiros, pelo menos) reclamarem tanto de jogar em Barueri.

"Oferta de serviços – Ao contrário do que ocorre na Europa e EUA, a oferta de produtos e serviços disponível para o torcedor é pequena, diminuindo a “atmosfera de jogo” que por si só seria um atrativo para o torcedor" - posso fingir que não li isso? A atmosfera do jogo é determinada pelos produtos disponíveis no local, e não pelo jogo em si?

César SEP disse...

Já tinha visto um pitaco desta reportagem no site da folha, os "torcedores" não tem o menor pudor em se auto - intitularem "torcedores de sofá". O pior é que os caras sentem orgulho disso. Ou você é torcedor (de arquibancada, sofredor, que vive pelo seu time) ou você é apenas um mero consumidor de uma "marca". Existe um abismo grande entre essas duas coisas.
Ontem eu tive a oportunidade de assistir o Superclássico, Boca x River, e vendo o espetáculo feito na arquibancada (esse sim é o verdadeiro espetáculo!), cheguei a seguinte conclusão: quem nunca teve a vontade de estar ali no meio daquele povo fazendo a festa, ou que pelo menos não sentiu arrepio com aquilo, é porque não tem alma. Jamais irão entender o significado da palavra "torcedor" e a essência do futebol.
Barneschi, não sei se você acompanhou o jogo, mas a partida ontem precisou ser interrompida, devido a loucura na arquibancada. Algo que nunca aconteceria no Brasil.
http://www.youtube.com/watch?v=O9toLtItShE

Como diria um trapo atrás do gol de La Bombonera : "ESTO ES BOCA!!!"

gregory disse...

Caro Barneschi, seu texto calhou com a discussão que teve hoje na Rádio Bandeirantes.

Falando sobre o porque que o clássico ontem teve 29 mil pessoas, eles chegaram a conclusão que a culpa é exclusivamente da VIOLÊNCIA.

Foda-se que o ingresso tá R$ 60,00.

Foda-se que o SP tá em má fase e o lixos só puderam colocar 3.500 pessoas no estádio.

Foda-se tudo, a culpa é somente da violência.

Enquanto esse pensamento continuar o futebol só tende a morrer cada dia mais.

Anônimo disse...

Boa noite a todos, Barneschi, PARABENS, você apenas esclareceu a relação a qual temos uma realidade dos fatos, a MIDIA PREDATORIA É UM CANCER, eu frequento os estádios desde 1965, quando tinha meus inocentes cinco anos, sempre acompanhado de meu saudoso Pai, Tios e primos, que tínhamos ate os uniformes completos, para acompanhar cada jogo que me fez apaixonado pelo Palmeiras.
Hoje esta inundação pederasta de uma mídia dúbia, temos manchetes pre fabricadas, que são um verdadeiro LIXO, sendo que tenho parentes na Argentina e Chile, além de diversos países Europeus, mas afirmar que os estádios brasileiro sejam verdadeiras barracas dinamitadas , é uma ferramenta para inibir ainda mais a relação já minada entre o publico e o futebol que de moderno só tem o velhos ladrões!
Claudio Longo!

Renato Moreira disse...

Risível...
Hoje houve quem intitulasse tal reportagem como o mais "profundo" estudo sobre o tema.

É rir... para não chorar!

Rodrigo Amato disse...

Cara, eu ia comentar no seu post sobre a globosta, mas como não tinha nada a acrescentar me abstive.

Mas dessa vez não posse deixar passar: MEUS PARABÉNS por representar tão bem nosso sentimento!

Qdo vi a capa desta merda de revista ontem já tive enjoo, lendo a reportagem então quase vomitei. Só podia esperar que ela fosse destruída por um belo texto com esse!

Joab Barros disse...

Por que o cara do sofá fica incomodado com o torcedor da arquibancada?

Assistir a exibição de uma orquestra no teatro é muito melhor do que pela tv; é muito melhor apreciar uma obra no MASP do que vê-la na internet.
E é melhor porque vejo e ouço com meus olhos e ouvidos.

Sandro - Salvador/BA disse...

Barneschi,
Pior do que a matéria é a, já sabida, constatação da morte do jornalismo no Brasil. Os caras reproduzem o conteúdo do press-release e, quando muito, ligam para o autor do estudo para aclarar aquilo que foi feito. Isso quando não pedem aos autores do trabalho uma "tabelinha ou gráfico para facilitar a compreensão dos leitores".
Por força do meu trabalho, frequentemente lido com jornalistas e, dos veículos grandes aos pequenos, a coisa invariavelmente é assim, ao menos para os jornalistas brasileiros. Ouvir o outro lado? Para que? Além de dar trabalho, pode contrariar a pauta que veio de cima para baixo.
Lamento, Barneschi, pelo fato de pulhas como esses serem seus companheiros de profissão. Vergonha alheia é o que eu sentiria, se jornalista fosse.

Abraço.....Sandro - Salvador/BA

Rafael disse...

O que eu não me conformo é com neguinho que reclama de BANHEIRO de estádio? Será que o cara sai de casa com a missão de cagar no estádio? E porra, não dá pra ficar duas horas sem mijar? E qual o problema de mijar no mictório do estádio? É melhor que banheiro de qualquer show, qualquer evento que tenha banheiro químico. E ninguém lembra de reclamar disso quando paga R$ 150,00 - 200,00 por um ingresso de algum festival. É pura preguiça de ir disfarçada nas mais toscas desculpas!

Unknown disse...

missão de cagar no estádio hahahahhahah

Barneschi,assino a FSP e nem vi essa porra de revista,ainda bem,meu Deus,quanta merda,matéria paga do carálio

Leonardo disse...

Pobres coitados. Lamento sinceramente por estes seres viverem a vida toda e jamais sentirem o que sentimos na arquibancada. Nada é comparável.

É triste e revoltante ver o nível do jornalismo esportivo brasileiro. O que vemos é uma piora a cada dia.

Sortudos somos nós de ter o Forza Palestra. Aqui é um dos poucos espaços que pregam o futebol em sua essência. Parabéns, mais uma vez, pelo texto.

Leonardo Nakamura

Alexandre Campana disse...

Penso que o problema maior é um certo "cansaço" da galera em relação a esse futebol de hoje: corrupção, pouca identidade e comprometimento dos jogadores pelos clubes, mercantilização do futebol ao extremo, entre outros fatores. Isso leva o cara a não "ter saco" pra encarar trânsito, filas, agressões, etc. para ver um jogo que bem ou mal está disponível na tela. Quando, por outro lado, a maioria da torcida vê um mínimo de comprometimento e sente empatia pelos jogadores até pode passar por cima de tudo isso e ir ao estádio. Nem sempre só o amor ao clube é suficiente
Aos que vão sempre, independente de serem membros de organizadas, deveria ser criado um mecanismo de facilitação/desconto no pacote de ingressos para temporada, principalmente nas decisões.

Fernando disse...

Texto perfeito Barneschi.

Pessoalmente vejo mais um "motivador" para a veiculação de uma reportagem desse caráter, a tentativa de elitização/higienização dos estádios. Ora, está "provado" pelo estudo que "o povo" quer assentos confortáveis, banheiros limpos, serviços extra-jogo e etc. Então a solução é aumentar o preço dos ingressos, dificultar a vida de quem já frequenta os estádios, para que os torcedores possam dar lugar aos espectadores.

Raul Martins Dias disse...

Acabei de ver que a foto que ilustra o tal relatório é a mesma que aparece neste post, e é uma faixa da torcida da Académica de Coimbra, em protesto contra os horários dos jogos. Depois a torcida aparece com uma outra faixa, "não aguentamos".

Unknown disse...

Acabei não tendo tempo de ver o blog na última semana, mas vi que os 3 ultimos posts deram uma compensada (pelo menos para mim) com a falta de Palmeiras nesta semana!

Vi o mesmo vídeo que o amigo acima e cara, futebol argentino é foda!
O futebol agoniza na argentina!
Essa parte que o jogo para por causa da torcida é de arrepiar assistindo o védeo, imagina quem estava lá!
Até a torcida do River que estava em minoria, que não era possível ouvi-los, mas quando a camera filma eles estão todos pulando extasiados. Mto loko!
Acho q nunca mais teremos isto aqui no Brasil. Muito pelas torcidas, mas acho que mais pelas proibições... Não se pode fazer nada nos estádios brasileiros, daqui a pouco seremos proibidos até de pular!

Obs.:Incrível como os rivais estão com falta de "fontes" e vem aqui, até pra pagar pau!

César SEP disse...


Raoni Machado

O vídeo é muito foda... um monte de neguinho pendurado na grade, quase pulando pro campo suahsuah

Anônimo disse...

Vivemos na era da mediocridade. Jornalistas medíocres, mal formados, incultos, arrogantes, ignorantes e pretensiosos acham que fazem "análises definitivas" sobre o futebol. Ora, eles, mesmo sendo jornalistas "especializados em futebol" tem a mais deslavada coragem de dizerem que não vão a estádio e conclamam a população a também não ir!Paradoxalmente, vivem, e bem, do futebol!! Inacreditável, mas é o que vemos e ouvimos todos os dias. E os tais institutos de pesquisa e opinião, agora tão segmentados, conduzem estudos vazios, com objetivos nem sempre tão vazios, e vendem com facilidade as "idéias" e "resultados estatisticamente significativos" de seus supostos estudos à mídia tão carente de conteúdo e aspirações elevadas. Felizmente, há os mais lúcidos e originais, os rebeldes, os trangressores, ou "pouco enquadrados", os que fogem do padrão, os corajosos, que, como você meu caro Barneschi, mostram a cara e o coração! Você faz parte da resistência! O Forza Palestra é um reduto dos que, verdadeiramente, amam o futebol! O resto é resto...Resistir é preciso!

Lucas disse...

O mais legal que "torcedor" de sofá quando o time tá em final e afins sempre aparece pra roubar ingresso de quem vai em todos os jogos.Nessa hora o FDP num quer assistir no conforto do lar,não se importa em pagar 100 conto de estacionamento,de ir no banheiro sujo nem nada neh.

Agora na hora que o time precisa dos caras,eles estão nas suas casas/bares fingindo que estão assistindo.

Anônimo disse...

soh uma critica: pq F.C. em vez de S.E.P.??

Doni disse...

Tento sempre dar uma lida em seu site, mas como "torcedor de sofá" me senti muito indignado pelas suas colocações.
Afinal este site é para somente torcedores de arquibancadas? Então estou no lugar errado, apesar de ir algumas vezes aos estádios.
Quanto a principal "causa" da ausência da torcida, a Violência, tenho a dizer que concordo que hoje em dia praticamente se extinguiu a violência DENTRO do estádio, mas como não estou na época daquele filme: Jornada nas Estrelas, em que o Capitão Kirk se "teletransportava", eu não consigo simplesmente sair de casa e estar em 1 segundo na arquibancada. Existe necessariamente um deslocamento de carro ou outro transporte, ai é que está uma das causas.
Outro motivo, preço. Como pagar o preço exorbitante para estádios que não oferecem um mínimo conforto? Na despedida do Marcos paguei 120 reais para ter um banheiro químico....pode?
Os cinemas e outras opções são sim concorrentes, não que eu vá ao cinema no horário do jogo, não é isso. Há 20 anos atrás os cinemas de ruas eram como os estádios de hoje, sem conforto, serviços, estacionamentos, etc. Veja hoje os que os cinemas de shopping oferecem.
Falo por mim, mas eu não vou ao estádio a todos os jogos que realmente não é importante, em alguns jogos, quando estou a fim, até vou, mas é uma vez ou outra.
Por fim, para não me alongar, você comete o mesmo erro que diz que a reportagem o faz, mas não confronta com argumentos. Para algumas das causas concordo que seja um exagero.
Mas chamar àqueles que não vão aos estádios de preguiçosos... ah,aí você está cometendo um erro.
Gosto de ler tudo sobre o meu Palmeiras, e o site de vocês ainda hoje incluo neste contexto, mas ser tratado como você cita neste artigo, é para excluir da leitura. Sem falar em palavrões, existe a necessidade disto? Você acha que está na arquibancada do estádio?
Gosto de alguns pontos que vocês comentam, mas hoje você está semeando aquela richa que houve nuns dos jogos do Paulista. Uma guerra da torcida comum com a torcida uniformizada.
Se este site for somente para torcida uniformizada me avise, pois excluirei dos meus favoritos.

João disse...

Falou muita besteira em chefe? A maioria dos motivos apontados na matéria são reais sim.
Pessoas que não são doente por futebol como alguns que comentaram aqui deixam de ir sim.
Você que deve ir tanto ao estádio com certeza percebe que estão muito vazios não?
Então qual o motivo?

Unknown disse...

Os caras se acusam sozinhos

Rodrigo Barneschi disse...

Doni,

Este blog é feito com o olhar da arquibancada. Evidentemente que vai interessar mais a quem faz parte deste mundo (de organizada ou não, favor não misturar as coisas). De toda forma, em estando na internet, não é um espaço excludente.

Vou responder ao seu comentário por partes:

-1. “Capitão Kirk”? Sério mesmo? Cara, você vive em São Paulo e, portanto, corre riscos em qualquer deslocamento. Se é para incorporar esse discurso alarmista à sua rotina, então sugiro que você não vá mais ao shopping. Nem ao supermercado. Nem mesmo à padaria da esquina. Fique em casa, e aí você reduz consideravelmente os riscos. Na boa: repense o argumento se quiser voltar aqui para discutir esse tema.

-2. Os ingressos para a despedida do Marcos custaram R$ 80 – e não R$ 120. Se você resolveu frequentar a cadeira laranja, é uma opção, e então não cabe a reclamação sobre preço. De toda forma, tratou-se de uma partida comemorativa, com caráter completamente distinto de um jogo normal. Para todas as demais partidas, meu caro, já temos um programa de sócio-torcedor que, no limite, permite a você ir a todos os jogos no mês por R$ 70.

-3. Já que você se incomodou tanto com a questão, eu vou repetir: ninguém é obrigado a ir a estádio e, por conseguinte, ninguém precisa dar satisfação sobre isso. E não me importam com os que fazem tal opção. No entanto, se algum ‘preguiçoso’ vier falar em violência para justificar a decisão de não ir aos estádios (e parece ser o seu caso), então eu me sinto no dever de repetir: quem não vai ao estádio e inventa desculpa está na verdade sendo hipócrita e procurando desculpas para camuflar a própria acomodação. Em outras palavras: se você não vai ao estádio, você não vai por preguiça, por comodismo ou por safadeza mesmo – porque aí, quando o time chegar à final, é o primeiro a mendigar ingressos. Qualquer que seja o caso, não venha me encher o saco.

-4. Estádio não é lugar de conforto. Se você não entende a diferença entre um estádio e um cinema, então sugiro que você fique com a porra do cinema e não frequente os estádios mesmo. Porque as duas coisas são completamente diferentes. De resto, sua argumentação sobre isso é risível.

-5. Que palavrão você viu no texto? De toda forma, reitero: sim, este é um blog feito a partir da arquibancada. Se você ainda não percebeu isso, o erro é seu.

-6. Eu não estou semeando rixa alguma. Não tenho interesse nisso. Mas já que você tocou no assunto, vou fazer aqui uma ponderação: o auge desse conflito se deu em um Palmeiras 2-3 Penapolense. A Mancha xingou o vagabundo da camisa 10 e os ditos “torcedores comuns” resolveram defender o chileno. E aí, o que esperar de gente que defende esse vagabundo que corrói as finanças do Palmeiras?

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João,
Se você não se sente intelectualmente desrespeitado pelos argumentos do “estudo” e da matéria, então é sinal de que você é um completo imbecil. E nada mais preciso dizer sobre isso.

Catarina Labouré disse...

Olá! Não sou palmeirense, sou atleticana. Ainda assim, estou tomando o hábito de ler este blog (é a segunda postagem que leio e gosto) por ele ir na contramão do que é dito por aí sobre futebol e o que ele envolve, como política, mídia, etc.
Gostei muito desse seu texto, com apenas uma ressalva: senti sim, um certo ressentimento com quem não vai ao estádio. Entendi o público-alvo do site, a questão forte de ser a visão da arquibancada, porém falar a expressão "de quem é torcedor de verdade" foi um pouco infeliz, justamente porque você disse durante todo o texto que não se importava com quem não fosse ao estádio.
Frequento estádio e não acho que quem assiste aos jogos pelo ppv é menos torcedor do Galo do que eu. Há tanta podridão no futebol que precisa ser discutida e revelada (coisa que vocês vem colocando em pauta muito bem) que talvez colocar de forma antagônica torcedor de arquibancada x torcedor de sofá soa um pouco inutil.
Talvez pegar as reclamações dos tais "torcedores de sofá" da matéria e colocá-las num outro plano fosse melhor. Como por exemplo: por que os ingressos estão tão caros? Como parar, e urgentemente, essa elitização que tem ocorrido no futebol e que afeta os "torcedores de arquibancada"? Ou ainda: por que os governos se omitem na questão da violência fora de campo e que acaba estigmatizando, muitas vezes sem razão, os "torcedores de arquibancada"?
Gostei muito do site, continuem com o trabalho de vocês e espero que não se sintam ofendidos com as minha colocações. Abraço!

Mauricio disse...

Seu eu pudese ir no estadio ver meu palmeiras eu iria mais andar 800 km para ir ver palmeiras todo domindokkk

se pensar assim palmeiras teria 1 milhao de torçedores

Unknown disse...

Boa matéria, finalizou muito bem!

-Torcedor é aquele que gira a catraca.

Anônimo disse...

Existe torcedor e simpatizante. Torcedor 'e o que vai ao estadio, sofre com o seu clube, se associa a ele, compra os produtos do clube, respira este clube amado 24hrs por dia, todos os dias do ano, este 'e o verdadeiro torcedor. Simpatizante 'e o que fica no sofa enchendo o cu com pizza, engordando a bunda, peidando e ainda se sentindo no direito de reclamar do clube caso nao ganhe a partida. Mas vao sifude...Sou colorado, sou um dos 105.000 socios que vivem o Inter na sua plenitude. VA AO ESTADIO.

Rodrigo Barneschi disse...

Catarina
Não tem ressentimento algum; eu realmente não dou a mínima. Espero apenas que os “sofás” mantenham a coerência, assumam que são acomodados (não há mal nisso, veja) e, o mais importante, não resolvam ir ao estádio quando o time chega na final. E, por favor, não me desrespeitem com o argumento da violência. Assumam o comodismo e está tudo resolvido.
Sobre ser “torcedor de verdade” ou “mais torcedor”, eu resumo meu pensamento com esse post aqui: http://forzapalestra.blogspot.com.br/2011/03/ruptura.html
Não há antagonismo algum; há pessoas que se comportam de maneiras diferentes e, em virtude disso, merecem ser tratadas de maneiras distintas. Simples assim.
Obrigado pela leitura, pelos elogios e pelo comentário.

César SEP disse...

Palmeiras x Libertad = Quinta feira (meio de semana), 19h15 (horário de pico), chuva, cidade um caos, ingresso a 50 reais, 35.000 pessoas.

Palmeiras x Guarani = Domingo (três dias após o jogo contra o Libertad), final de semana, 16h (excelente horário), time em bom momento após a classificação na Libertadores, ingresso a 30 reais, 6.000 pessoas.

3 dias separam um jogo do outro, e a diferença é de quase 30 mil pessoas. Depois a gente tem que aguentar vários nego dizendo que "torcedor é tudo igual", "você não é mais torcedor do os que assistem pela TV..."

Doni disse...

Ok, entendi este blog é para torcedor de arquibancada.
Como "torcedor do sofá" escrevo minhas ponderações neste veículo:

1 - citando o capitão Kirk, quiz dar um ar menos arrogante ao meu comentário e mais brincalhão, mas vejo que você não entendeu... Quando você puder caminhar sozinho vestido com a camisa do nosso Palmeiras, indo para um jogo de futebol e puder passar no meio da torcida adversária.. a partir deste dia você pode me chamar a todos o jogos para nós vermos o nosso Verdão jogar.
Se não existe violência por que a polícia precisa escoltar a torcida adversária antes e após um jogo de futebol?
2 - eu citei o jogo do Marcos apenas como exemplo, e sim, foi minha opção a cadeira laranja. Acho que para um jogo de futebol a estes preços, o torcedor merece mais do que é oferecido. Assim como você está indignado com o artigo que a Folha e Consultoria Pluri estão divulgando a respeito do futebol, você também deveria ficar indignado, com a forma de como o torcedor é tratado nos estádios de futebol. Você está "atirando" pro lado errado ("torcedores de sofá"). Estamos do mesmo lado, torcendo para nosso time, não adianta ficar contestando pesquisas e rebatendo seus resultados e assim, assirrando mais ainda os "tipos" de torcedores. Que tal tentar achar a real a causa da ausência dos torcedores nos estádios e cobrar a quem deva por ações que levem a encher os cammpos de futebol?
3 - Comentário desrespeitoso, não merece argumentação - "não venha encher meu saco" - dito em em comentário.
4 - Você disse que estádio não é lugar de conforto, parece palavras tiradas de um juiz de Minas Gerais quando indagado da re-inauguração do Mineirão, em que torcedores não tinham água para beber, lanches suficientes para comer, informações erradas de lugares, etc. Sinto em lhe informar que estamos prestes a ter uma nova arena. O que você vai fazer, deixar de ir à arena? Pois lá teremos conforto...

5 - Houve sim palavrão, não sou um cara puritano, não digo que não fale palavrão, mas NÃO ESCREVO palavrões, existe uma maneira de expressar sua indignação sem baixar o nível;

6 - Quando você faz argumentação contumaz e desrespeitosa contra um "tipo" de torcida, você está semeando sim a rixa;

Ainda bem que você não é diretor do Palmeiras, e espero que nunca o seja. E que trate àqueles que discordam de sua opinião com mais respeito.

O importante para nós é ver nosso Palmeiras grande como sempre foi, com o apoio de TODA a torcida, não importa sua origem (arquibancada ou sofá), mas uma coisa é certa: só os torcedores de arquibancada não vão levar nosso time ao patamar que ele merece.

Rodrigo Barneschi disse...

Mais algumas considerações importantes para você, Doni:

-Citação sua: “Quando você puder caminhar sozinho vestido com a camisa do nosso Palmeiras, indo para um jogo de futebol e puder passar no meio da torcida adversária...”
Já tá errado na definição, cara. Porque se você entendesse o mínimo que fosse de arquibancada – e, a rigor, de futebol – saberia que essa convivência entre torcidas rivais não existe. Não existe, e não deveria existir mesmo. É assim em qualquer lugar do mundo. É cultural e faz parte da essência do futebol. Isso se chama rivalidade. Cada torcida tem seu espaço e isso precisa ser respeitado. Portanto, um gambá não passa do nosso lado e vice-versa. Se você escreveu tamanha besteira, é sinal de que não entende o que é o futebol.
E não existe necessariamente uma escolta para a torcida adversária. O que existe, e apenas em alguns jogos específicos, é a torcida adversária deixando o estádio depois da local. Questão de segurança. Os motivos? Eu já apontei acima.

-De novo: não venha encher meu saco, seu puto! Fica aí na porra do seu sofá e não encha a porra do saco, seu puto acomodado e oportunista de merda.

-Gostou dos palavrões agora? Pois veja que eles foram propositais, mas apenas porque você é um mala e os fez por merecer. De resto, o uso dos palavrões (ficou ofendido, é?) no texto pode bem ser uma arte. É o caso dos que estão aí nesse texto: eles cumprem uma função específica, que é a de dar a conotação desejada para certas referências que são feitas.

-O juiz de Minas Gerais está coberto de razão. Chega desse bando de almofadinha idiota querendo banheiro de shopping e qualquer tipo de frescura em estádio. E note, uma vez mais, que eu não estou exigindo que o estádio seja um lugar sem conforto ou em condições precárias. Apenas estou dizendo que a ausência de conforto não representa qualquer empecilho, servindo apenas para que acomodados como você venham vomitar mais uma desculpa esfarrapada.

-Meu lugar é na arquibancada. Não sei de onde você tirou essa história de “ser diretor”.

Doni disse...
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Rodrigo Barneschi disse...

Falou em família? Comentário deletado. Passar bem.

Anônimo disse...

O meu ódio ao torcedor de sofá é simplesmente porque são um bando de oportunistas! Adoram "roubar" o ingresso de quem realmente merece estar lá em jogos decisivos.
Sou santista e fui em todos os jogos na Vila e alguns fora (fds), deste paulista, sempre com público pífio. Agora na final, terei de degladiar com essa corja pra conseguir um ingresso.

Catarina Labouré disse...

Olá, que bom que vc responde aos comentários!
Quando toquei no assunto da violência FORA dos estádios, apenas dei uma sugestão para tratar do assunto em outro plano ao invés de ignorar o contra-argumento dos tais torcedores de sofá. Pois o que me chama atenção nessa questão é como os torcedores que vão ao estádio com frequência, como as organizadas, acabam sendo estigmatizados quando se discute a violência em decorrência de um jogo de futebol. Vou interpretar que vc usou a palavra "desrespeito" devido a sua paixão de torcedor, porque obviamente não foi essa a intenção.
Quanto a questão de quem torce menos ou mais, li seu outro post, entendi sua opnião. Discordo, mas vc a deixou bem clara.
Abraço!

Doni disse...

Barneschi você parece aquele menino de nossa infância dono da bola e simplesmente quando não é escalado pega a bola e acaba com o jogo.
Eu entendo que sua argumentação acabou, pelo menos você está lendo para deletar meus comentários. Ao contrário de você, não perdi o respeito.
Parabéns pelo blog, a gente se encontra um dia desses na arquibancada...Valeu!

Rodrigo Barneschi disse...

Não, a gente não se encontra na arquibancada. Porque, não se esqueça, você faz parte do time dos acomodados.

E eu nem li o seu comentário. Eu parei logo no início, no momento em que você ousou colocar a família no meio da história. Perdeu, cara.

Segue tua vida aí.

Doni disse...

A qui ninguém perde nem ganha, estamos apenas discutindo pensamentos diferentes e cada um tentando manter seus argumentos.

Rodrigo Barneschi disse...

Os meus estão mantidos. Torno a repetir: segue aí, cara.

Doni disse...

Sem rescentimentos, é bom discutir futebol, ainda que torçamos pelo mesmo clube.

Abraços!