04 fevereiro 2009

O esporte que vendeu sua alma (2)

Imagino que os leitores deste blog não tenham o costume de ler o caderno Mais, suplemento dominical da FSP que não chega a ser exatamente popular. Mas ele costuma trazer bons ensaios, um dos quais saiu na edição do último domingo. O texto da Folha (aqui, só para assinantes) é uma versão editada do que foi publicado originalmente no London Review of Books (aqui).

Recomendo a leitura dos dois para retomar um pouco a discussão que teve início em pelo menos dois posts do início de 2008 (aqui e aqui). Sem me alongar muito, digo que fica mais fácil entender agora porque é que eu momentaneamente torço contra Felipão em sua empreitada no Reino Unido. Faço isso exatamente porque alguém como ele não pode dirigir um clube desprezível como este Chelsea.

E é por isso tudo também que eu lamento pela pivetada dos nossos dias, que se põe a vestir camisetas de Chelsea, Manchester, Inter, Milan, Barcelona, Real Madrid e outros mais como se vivêssemos não no Brasil, mas na Europa.

Enfim, os textos ficam aí para reflexão.

21 comentários:

Vitor dos Reis disse...

Porra barneschi, não sei como, ainda não tinha lido esses dois posts antigos seus, o 1º "O esporte que vendeu sua alma(1)" é sensacional cara, e eu sobre toda esta história tenho o pensamento como o seu, sou abslotumente contra tudo do tipo,"setor visa","elitização","modernização", e por aí vai..E tbm torço contra o Felipão naquele time sem alma, e sobre os jovens e tambem velhos que andam com camisas de Milan, Chelsea e etc, sinto apenas NOJO.

Estou meio sem tempo agora pra escrever muito, então, aproveito e resumo tudo que penso em uma frase que copiei do seu post do ano passado:

"ALMA NÃO TEM PREÇO"

Abraços a todos,

Anônimo disse...

porra, tava relendo esse texto do ano passado... genial mano!!!!!!

Kavorca disse...

Rapaz, dá um pulo no meu blog depois...

http://26deagosto.wordpress.com/

saudações,
abraços

Anônimo disse...

eu acho o seguinte: nem tanto a terra nem tanto ao mar.

os clubes brasileiros precisam buscar novas fontes de receitas e ai vale tudo.caso contrario, nao tera fim essa verdadeira imigraçao de nossos jogadores rumo a qualquer lugar que lhes pague 10 centavos a mais.por outro lado, tirar o futebol do povao e sacanagem, portanto, acho que devemos encontrar um meio termo entre essa situaçao.uma soluçao que seja nossa e nao uma mera copia do modelo europeu que e pautado em cima de pessoas que possuem renda per capita muito superior a nossa.

nosso presidente tem cosnciencia sobre a relevancia do tema e certamente nao deixara o povao de fora de nosso novo estadio( se e que vai sair mesmo)

marcelo c lopes

Anônimo disse...

porra eu uso a camisa que eu quiser, eu tenho uma da Italia e sópor isso eu to na europa????????eu torço pra seleção italiana,vou tprcer como nunca contra o Brasil,e só por isso eu to na europa,que post sem pe nem cabeça

essa foi fraca amigo,e olha que gosto de seu blog

Rodrigo Barneschi disse...

Broggio,
Você de novo? Não desistiu?
Veja bem: eu uso a camisa da Itália. Eu torço pela Itália. E eu uso a camisa de (poucos e bons) times europeus desde que com a devida consciência e sem o deslumbramento típico dessa molecada que só conhece os estádios pela projeção que eles têm no Playstation. A questão que se discute aqui é outra, e está muito acima dessa sua limitada capacidade para interpretar o texto dos outros.
Por favor, leia os dois posts que estão linkados e aí podemos voltar a conversar.

Nicola disse...

Certo é que as coisas sempre estarão mudando.
Por exemplo:

Sim, estamos nos despedindo das arquibancadas do Palestra, assim como outros torcedores passaram pela mesma situação no RJ, com o Maracanã. Encadeiraram tudo por lá, mas acho que isso não impede a torcida de ficar em pé, muito menos torcer (não que eu concorde com isso, mas querendo ou não, vai acontecer).

Só acho que pelo menos aqui no Brasil, a mudança não será tão rápida, intensa, brusca, como foi na Europa, especialmente na Inglaterra. Não será tão fácil transformar a massa em consumidores. Até pelo nível sócio-econômico do povo (comparado com os países europeus).

Muito foda o texto...
Considerações perfeitas, dos trechos em amarelo.

Ademir Castellari disse...

Caro Barneschi, escrevi um texto sobre isso para uma publicação eletrônica da PUC, onde faço mestrado sobre o tema (http://www.pucsp.br/ponto-e-virgula/n4/artigos/pdf/1_Ademir.pdf). Lá eu cito um artigo do professor Marcos Alvito, que - por coincidência - escreveu um artigo com o mesmo título de seu post, na revista Piauí (Dezembro de 2007). Lá ele conta a sua saga para tentar assistir a um jogo do campeonato Inglês. Pena que a revista fechou o acesso (só assinantes podem ler). Abraço.

Anônimo disse...

barneschi,

eu estava me referindo ao belluzzo e nao ao lula. foi o que ele mencionou em entrevista a espn no sabado ultimo.

forte abraço,

marcelo c lopes

Rodrigo Barneschi disse...

Desculpa aí, Marcelo. Eu entendi errado. Mas olha: acredito nas boas intenções do Belluzzo quanto a isso, mas o processo já está em curso e extrapola as fronteiras desde ou daquele clube. É uma pena, mas eu estou bem pessimista em relação a isso.

Ademir:
O fato de os títulos serem iguais não é coincidência não. Eu me inspirei no texto do Alvito na Piauí e tomei a liberdade de usar o mesmo título - com o devido crédito, claro. E valeu pela sua contribuição. Vou deixar o link aqui.
Abraços e dá-lhe Bari!

Bruno D'Angelo disse...

Barneschi , perfeito!

De maneira geral , tenho alguns pontos de vista diferentes dos seus. Mas nada "fora do normal". Porém , este texto (e o 1° também)é sensacional. Infelizmente o futebol está na encruzilhada!

Abraço ,

Bruno D'Angelo.

Zhu Sha Zang disse...

Isso tá com uma cara de Marketing de Madame.

Um nojo ...

Anônimo disse...

MAno li o seu texto logo quando lançou, acho que vender um clube que uma multidão ama é a mesma coisa que vender alguem da familia.
Agora sobre a elitização acho que vai acontecer, e os unicos que podem mudar são os torcedores. Acredito que assim que tivermos um estadio com 42.000 lugares, se tiver 12.000 lugares "populares" está ótimo, até pq hoje em dia vimos muitos jogos do no Palestra com a arquibancada com espaços em branco e o Visa e as numeradas lotadas. Estamos num país pobre, mas tem muito gente com grana para gastar.
O que acho que deve ser feito é o carnê para todos os setores e naum só para o Visa como foi feito.

E para animar o ambiente uma ótima noticia, a menininha mor se machucou !!


Obs.: Só acho que as grades que separavam os marginais das pessoas de bem tem que voltar !!

Abraços

Zoinho

Rodrigo Barneschi disse...

Boa, Zoinho! Seus comentários são sempre pertinentes. Concordo que os ricos têm mesmo de pagar por esse conforto, mas o povão deve continuar como o foco, o que demanda a manutenção de setores populares. Eu pediria até mais do que apenas 12 mil lugares em 42 mil. Eu ficaria com a metade, mas acho difícil construírem agora um setor só com cimento e sem aquelas malditas cadeiras.

Por fim, um breve comentário sobre o mau-caráter que adora se ajoelhar:

A arrogância dele se faz presente até nessa suposta vontade de jogar todos os jogos e não dar chance para mais ninguém. Aí ele se machuca e resolve voltar antes da hora, no desespero e sem condições físicas, pois é arrogante a ponto de não querer ver o seu reserva em campo. E aí faz aquilo que fez ontem. Chupa, narigudo!

Vitor dos Reis disse...

josé broggio, assim como vc e o Barneschi, eu tbm uso camisa da Itália e torço pra seleção italiana como muitos palmeirenses,e nem por isso eu to na Europa, acho que vc deveria ler melhor as coisas e procurar entender os textos antes de escrever sua besteiras aqui.

Zoinho, não entendi a parte:
"Só acho que as grades que separavam os marginais das pessoas de bem tem que voltar"

Como assim?!?

*E vocês estão sendo maldosos com a borboleta, ela nunca falha, tudo é contra ela, desta vez segundo ele o que aconteceu foi o seguinte:

" A bola (gol do Bragantino) passou na faixa da luz (do refletor) e escapou da minha mão", lamentou

Entenderam? Foi culpa do refletor que esta mal posicionado amigos. É um mau caratismo impressionante o deste cidadão.

Abraços,

Rodrigo Barneschi disse...

Vitor,
O Zoinho foi irônico, só isso. É uma das qualidades dele. Pode ficar tranqüilo: ele é da Mancha também. O fato é que nós sempre brincamos com aquelas grades que antes nos separavam do “torcedor comum”.
Abraços

Vitor dos Reis disse...

Ah ta, sendo assim, desculpa aí Zoinho,é que como não te conheço, não entendi a ironia, foi mal.

Abraços,

Anônimo disse...

Vitor,

É que quando foram colocadas as grades que separavam a Mancha dos demais não consegui fazer a carteirinha da FPF pois o horario é super pertinente ( das 11h00 as 17h00), sendo assim muitas vezes não ficava na Mancha ou com os camaradas.
Quando foram tiradas as grades, fiz esse comentario ironico com o Barneschi em um jogo.
" agora sem grade como vamos saber quem é marginal e quem é de bem", entendeu.

Abraços.

E cola na Caraibas com a Turiassu em dia de jogo e agente toma uma e troca uma ideia.

Rodrigo acho que metade de popular realmente seria um numero perfeito, coloquei 12.000 que acredito que seja o máximo possivel depois da reforma, e olha que estou sendo otimista.

Abraços

Zoinho

Anônimo disse...

Barneschi,

antes de mais nada, torço pelo SPFC.

Li todos os links que você recomendou no post.

E você está coberto de razão...

Toda vez que um desses moleques da 'Geração Winning Eleven' (gostou dessa?, hehehe), vem dizer 'eu torço pelo Milan (ou Real Madrid, Chelsea, Bayern, ou o diabo) eu pergunto sobre os títulos que tais equipes conquistaram, e eles nem ao menos se dão o trabalho de responder.

Dá vontade de dar 'uns tapa na orelha' desses cegos/alienados.
.
.
Quanto ao Broggio, eu tenho camisa da Alemanha, nem por isso estou na Europa e/ou torço pela equipe.


UM ABRAÇO

Vitor dos Reis disse...

Beleza, Zoinho, se tudo der certo, domingão encontro vocês lá, estou na mesma situação que você, nunca consegui me cadastrar e tudo que mais torço é para as grades não voltarem nunca mais,kkk.

E Carlos "Geração Winning Eleven" foi boa hein.

Abraços,

Nicola disse...

Um detalhe interessante:

"A nova primeira divisão do futebol foi financiada por um espetacular contrato de exclusividade, firmado com a BSkyB, tevê a cabo do bilionário australiano Rupert Murdoch, que queria usar o futebol como ponta-de-lança para a implantação da televisão por assinatura na Inglaterra. Os ingressos aumentaram enormemente de preço: cerca de 300% nos sete anos iniciais da primeira divisão. A majoração não visou somente a melhorar os balanços financeiros dos clubes. Um dos seus objetivos era substituir os torcedores de origem operária por consumidores de classe média, excluindo os indesejados por meio de preços proibitivos. Era a transformação do futebol num ramo privilegiado da lucrativa indústria do entretenimento. (3)"

Retirado do livro "Como o Futebol Explica o Mundo", de Franklin Foer:

"Até a dédaca de 1990, grande parte da elite social da Inglaterra tratava o futebol com desdém. Antes de Rupert Murdoch [olhem esse maldito aí de novo...] tentar adquirir o Manchester United, ficou famoso o rótulo que seu jornal Sunday Times atribuia ao futebol: "um esporte de favelados praticado por favelados".