01 fevereiro 2009

Coisas do futebol

Chega a ser impressionante que eu ainda me surpreenda com o futebol, mesmo com tantos e tantos anos de arquibancada nas costas. Mas acontece que um domingo como este que chega ao fim agora é daqueles dias que se mostram capazes de renovar muito do que o futebol representa para mim.

Vejam vocês que tudo conspirava para eu ficar em casa. Sol dos infernos, 35º C à sombra, dia bonito. Melhor seria ficar na piscina do clube, mas mesmo isso seria difícil, pois eu acordei naqueles dias de ressaca sem ter bebido nada na noite anterior. O inteligente então seria ficar em casa, deitado e repousando, e qualquer pessoa com bom senso faria isso. Não é o meu caso, e lá se vão 10 anos desde o último jogo perdido sem uma razão claramente proibitiva.


Qualquer pessoa com bom senso, diga-se, teria desistido de ir a Campinas muito tempo atrás, pois não dava para esperar grande coisa do nosso time reserva. Mas o bom senso que eu tenho para quase tudo na vida não sobrevive quando é contraposto ao Palmeiras. E aí, mesmo cambaleando e com dificuldades para ficar em pé, lá fui eu, acompanhado de outros amigos que têm a mesma doença.

Viajei no banco de trás do carro, deitado e tomando aquele sol horrível na cabeça. Não apenas na ida, mas também na volta, pois ele não deu trégua. Passei grande parte do jogo sentado, pois não tinha forças nem para ficar em pé, como se preza a qualquer torcedor.

As dificuldades são muitas: a distância do carro ao estádio, o calor, o cheiro insuportável deixado pelos cavalos da PM, as acomodações inadequadas lá dentro, a falta de água e alimentação decente. Estar ali na condição em que eu estava não foi nada inteligente e eu confesso que o desconforto me levou a questionar algumas vezes a validade de tamanho esforço.

Mas então acontece aquilo tudo. Três gols de Lenny, um deles nos minutos finais, e a vitória do nosso time reserva no campo de um adversário sempre complicado. É daquelas coisas que só o futebol pode proporcionar. E então até a fraqueza deixa de ser notada, pois é logo substituída por aquele sentimento único de ir ao estádio e participar da vitória do seu time na casa do rival.

Tem gente por aí que passa a vida toda sem vivenciar essa emoção. A maioria não entende o porquê de toda a nossa dedicação e alguns, pobres coitados, ainda fazem pouco disso. Eu já escrevi antes sobre esse tipo de gente, e não cabe voltar ao assunto. O importante mesmo é perceber que um dia como o de hoje permite renovar um pouco mais todo esse amor que eu sinto pelo futebol.

***


Há, em lugar de destaque no lado externo do Moisés Lucarelli, um enorme quadro com o "Estatuto do Torcedor". Tem toda a pompa, por mais que o cenário ali do lado externo do estádio da Ponte seja menos agradável a cada vez que voltamos lá. E é no mínimo curiosa a ostentação do tal estatuto quando se observa a situação à que foi submetido o palmeirense da capital que esperava ir ao interior. Basta dizer, vejam só, que os ingressos foram vendidos apenas até o meio-dia de ontem e somente em Campinas, segundo o anúncio oficial. Das duas, uma: ou o sujeito chegava lá antes desse horário, o que o levaria a perder todo o seu domingo, ou ele financiaria a máfia dos cambistas. Muito inteligente...

9 comentários:

Anônimo disse...

Só por curiosidade, CADÊ OS SIMPATIZANTES ALIENADOS?

Aconteceu alguma coisa que eu não esteja sabendo?

Será que perdi alguma coisa esse fds?

Insisto, ONDE ESTÁ A SUB-RAÇA DE MERDA?

Sumiram pq?

No aguardo de uma resposta convincente.

Sem mais.

Junior disse...

Barneschi,

Assim que postei meu texto, li o seu. Acabei escrevendo sobre os mesmos temas.

Imaginei que isso aconteceria.Como você disse, a doença é a mesma. Então normal que os sintomas e impressões sejam similares.

Parabéns pelo esforço hoje, digno do grande palestrino que é.

Quanto a doença, fico feliz em saber que me sinto a cada dia mais distante da cura.

Abs e até a próxima.

Craudio disse...

Cara, a cada ano que passa aumenta minha convicção de que a Ponte Preta é um time muito de merda. Isso também explica a ausência de qualquer título em mais de 100 anos.

Nicola disse...

Eu era criança ainda, mas já acompanhava o Palmeiras, mesmo que pela TV... E PQP, quantas vezes eu não vi o Palmeiras tomar até de 5 da Ponte Preta? Teve uma época aí que tava foda.

Aí vamos com um time misto, entre os reservas e os reservas dos reservas, e acho que só dois titulares, os zagueiros. Aquele que ninguém acreditava vai lá e mete 3, um de pênalti aos 42' do 2º tempo decretando a vitória? Pior que esse time da Ponte aí não é ruim não, quero ver quando os gambás jogarem contra...

Tá difícil não se empolgar com esse time, hehehe

Abração ae, Barneschi

Anônimo disse...

Segundo o Marcos Kleine, o Palmeiras renovou mesmo com a BWA:

"7-BWA continua no Palmeiras e com sua já conhecida incompetência. Uma pena vamos continuar sofrendo, e o que não vai faltar esse ano é jogo lotado. Quem renovou? Por quê? São perguntas que ecoam em minha mente."

http://www.verdao.net/ver_coluna.php?c=82&id=527

Anônimo disse...

Viu lá, Barneschi?

O Belluzzo também lê o seu blog!

"6-Importante dizer a vocês que o Beluzzo acessa vários sites relacionados ao Palmeiras.
Ptd, Parmerista, Mondo Palmeiras, Cruz de Savóia, Casa Nostra, Forza Palestra, nosso presidente acompanha tudo!".

Essa também é da coluna do Kleine.

Anônimo disse...

bela caravana, bela vitória.
como disse o rodrigo, são esses acontecimentos q nos fazem seguir a caminhada.

só faltou ele falar q ficou sentado na TUP e que puxou uma tradiciona música da brisa e outra do fluminense.
só ficou faltando ele puxar aquela dos marias, mas essa ele prometeu pra domingo que vem.

Rodrigo Barneschi disse...

1. A Ponte Preta é mesmo uma vergonha;

2. Valeu, Rafael!

3. A TUP realmente dá umas vaciladas sem noção...

Anônimo disse...

parabens mano... isso q eh ser guerreiro!!!!