Libertadores/1999, oitavas-de-final
São Januário, Rio de Janeiro/RJ
Depois de uma campanha irregular na fase de grupos (6-3-1-2), o Palmeiras se classifica em segundo lugar e pega o Vasco, campeão de 1998, logo na abertura do mata-mata. Na ida, noite chuvosa em São Paulo. Carlos Germano faz milagres e segura o empate em 1 a 1, gol de Oséas para o alviverde. O Palestra viaja desacreditado para o Rio de Janeiro, mas conta com o apoio de uma grande torcida, composta por todos aqueles que acreditamos que era possível buscar a vaga fora de casa. Resultado: Vasco 2 x 4 Palmeiras, com grandes atuações de Alex e Arce. Seis jogos depois, viria o título.
Libertadores/2000, semifinal
Morumbi, São Paulo/SP
O Palmeiras perde o primeiro duelo para seu arqui-rival: 3 a 4, com direito a gol espírita do SCCP já nos descontos e após termos empatado o jogo após um parcial 1 a 3. Agravantes? O rival tinha um time superior e vinha disposto a vingar a eliminação do ano anterior. Atenuantes? Nós ainda tínhamos Felipão e chegamos para a decisão sob o descrédito que tanto faz bem a um time guerreiro como o nosso. Dos 60 mil pagantes, 40 mil eram rivales; 20 mil eram nossos, e assumimos a responsabilidade. O resto é história: fizemos 1 a 0, tomamos o 1 a 2 em poucos minutos e fomos então buscar uma nova virada na base da raça, do apoio da torcida e de um gol improvável de Galeano: 3 a 2. Nos pênaltis, a cena que virou obra de arte, com Marcos defendendo a penalidade de Marcelinho.
Libertadores/2001, quartas-de-final
Mineirão, Belo Horizonte/MG
Sob o comando de Celso Roth, o Palmeiras ficou atrás do marcador três vezes na sua própria casa e foi sempre buscar o empate, três vezes com Lopes, e a última delas já nos descontos. 3 a 3 em casa? Péssimo resultado. Eis então que fomos ao Mineirão novamente em grande número, desta vez com o apoio dos aliados da Galoucura. Os mandantes fizeram 1 a 0 e fomos buscar o empate. Aí tomamos o 1 a 2, perdemos pênalti e a situação se complicou. Mas, a 5 minutos do fim, a bola é erguida na área e Alexandre, aquele mesmo, sobe por trás da zaga e cabeceia para o gol: é o empate. Nos pênaltis, o Cruzeiro teve três chances de matar a disputa, mas brilhou a estrela de São Marcos. E aí, 14 cobranças depois, arrancamos mais uma classificação heróica. A imagem que não sai da minha cabeça é a nossa saída triunfal do Mineirão, mais de uma hora depois do jogo e com um mar de verde cruzando o corredor feito pelos locais, que tiveram de deixar a emboscada para uma outra oportunidade.
Libertadores/2005, oitavas-de-final
Morumbi, São Paulo/SP
Na ida, 0 a 1 em casa. A classificação, improvável, seria disputada no Morumbi, e com apenas 10% dos ingressos para a gente. Não deu; levamos um 0 a 2 na etapa final, mas o que não sai da memória é a disposição da nossa torcida, que ocupou todo o seu espaço e chegou a cantar mais alto que a massa do outro lado. Antes e depois, o pau comeu e os guerreiros de verde seguramos a bronca no braço, como tem de ser. Mas o que importa mesmo é que o sentimento de superioridade pode vir mesmo depois de uma derrota assim, tão doída. É tudo uma questão de alma.
Libertadores/2006, oitavas-de-final
Morumbi, São Paulo/SP
Não dava nem para dizer que tínhamos um time. Era um amontoado de jogadores, sem qualquer organização. Nem técnico tínhamos, já que Leão fora demitido pouco antes, após um vexatório 1 a 6 em Florianópolis. Eis então que chegamos para enfrentar o SPFC, à época atual campeão, em total adversidade. Na ida, no Palestra, empate em 1 a 1, e o mais curioso é que deixamos o estádio cantando, enquanto a torcida visitante permanecia em um silêncio constrangedor. Na volta, no mesmo esquema do ano anterior, um Palmeiras esfacelado e ainda sem técnico arrancou um empate heróico: 1 a 1. Foi assim até os 40 minutos da etapa final, quando prevaleceu o infalível apito. Com direito a passe do sujeito que se diz juiz: ele desviou a bola no nosso ataque, armou o contra-ataque do adversário e foi inventar um pênalti do outro lado. Veio a eliminação, mas caímos de pé e cantando mais na casa do inimigo. Derrota à parte, é daquelas noites inesquecíveis para quem é torcedor de arquibancada.
Libertadores/2009, primeira fase
Ilha do Retiro, Recife/PE
A decisão chegou cedo demais. Depois de duas derrotas, uma delas inesperada, o Palmeiras joga o seu futuro na Libertadores diante do Sport lá em Recife. E o nosso espírito para o duelo de amanhã é o mesmo de todas as decisões anteriores.
Alguém pode dizer: “Mas você está misturando exemplos de vitórias e derrotas no mesmo texto, e isso enfraquece a sua argumentação”. Não enfraquece, e é fácil explicar. As batalhas acima não estão aí porque representativas de vitórias ou derrotas, de classificações ou eliminações, mas sim porque traduzem o sentimento do torcedor de arquibancada, aquele que vai ao estádio não para ver o jogo, mas para empurrar o time à mais improvável das conquistas.
A maioria simplesmente desistiria e ficaria em casa. Não é o nosso caso, e nós vamos atrás do time mesmo quando a derrota parece inevitável. Porque é exatamente nessas horas que prevalece o sentimento de que podemos buscar a classificação qualquer que seja a adversidade. De preferência, na casa do adversário.
Muitos de vocês, como eu, devem ter ido a todos os jogos acima, no Morumbi, no Rio, em BH. E alguns, os que pudermos, vamos também a Recife. É questão de honra, de ir para a guerra mesmo sabendo que o pior pode acontecer. Não importa.
É assim, com esse sentimento à frente, que vamos ao Nordeste para mais uma batalha, para mais uma noite de Libertadoes. O clima, criado por imbecis que não estão acostumados a decisões, é o pior possível. Não há de ser nada. Estamos prontos para tudo o que vier do nosso inimigo. Porque nós somos Palestra!
Só espero que os jogadores entrem em campo com o mesmo espírito. Com sangue nos olhos. Com disposição de rebater tudo o que vem sendo dito por pequenos canalhas. Com vontade de colocar grandes e pequenos em seus devidos lugares. Com a alma e o coração.
Que honrem a nossa história e a nossa tradição.
À batalha!
“A Taça Libertadores é obsessão
Tem que jogar com a alma e o coração”
***
Já adianto: com vitória ou com derrota, ficarei pelo Nordeste depois do jogo. Volto no sábado logo cedo para a primeira semifinal do Paulista, na Vila. Assim sendo, não estranhem se este blog ficar sem atualização por alguns dias. Não posso prometer nada.
São Januário, Rio de Janeiro/RJ
Depois de uma campanha irregular na fase de grupos (6-3-1-2), o Palmeiras se classifica em segundo lugar e pega o Vasco, campeão de 1998, logo na abertura do mata-mata. Na ida, noite chuvosa em São Paulo. Carlos Germano faz milagres e segura o empate em 1 a 1, gol de Oséas para o alviverde. O Palestra viaja desacreditado para o Rio de Janeiro, mas conta com o apoio de uma grande torcida, composta por todos aqueles que acreditamos que era possível buscar a vaga fora de casa. Resultado: Vasco 2 x 4 Palmeiras, com grandes atuações de Alex e Arce. Seis jogos depois, viria o título.
Libertadores/2000, semifinal
Morumbi, São Paulo/SP
O Palmeiras perde o primeiro duelo para seu arqui-rival: 3 a 4, com direito a gol espírita do SCCP já nos descontos e após termos empatado o jogo após um parcial 1 a 3. Agravantes? O rival tinha um time superior e vinha disposto a vingar a eliminação do ano anterior. Atenuantes? Nós ainda tínhamos Felipão e chegamos para a decisão sob o descrédito que tanto faz bem a um time guerreiro como o nosso. Dos 60 mil pagantes, 40 mil eram rivales; 20 mil eram nossos, e assumimos a responsabilidade. O resto é história: fizemos 1 a 0, tomamos o 1 a 2 em poucos minutos e fomos então buscar uma nova virada na base da raça, do apoio da torcida e de um gol improvável de Galeano: 3 a 2. Nos pênaltis, a cena que virou obra de arte, com Marcos defendendo a penalidade de Marcelinho.
Libertadores/2001, quartas-de-final
Mineirão, Belo Horizonte/MG
Sob o comando de Celso Roth, o Palmeiras ficou atrás do marcador três vezes na sua própria casa e foi sempre buscar o empate, três vezes com Lopes, e a última delas já nos descontos. 3 a 3 em casa? Péssimo resultado. Eis então que fomos ao Mineirão novamente em grande número, desta vez com o apoio dos aliados da Galoucura. Os mandantes fizeram 1 a 0 e fomos buscar o empate. Aí tomamos o 1 a 2, perdemos pênalti e a situação se complicou. Mas, a 5 minutos do fim, a bola é erguida na área e Alexandre, aquele mesmo, sobe por trás da zaga e cabeceia para o gol: é o empate. Nos pênaltis, o Cruzeiro teve três chances de matar a disputa, mas brilhou a estrela de São Marcos. E aí, 14 cobranças depois, arrancamos mais uma classificação heróica. A imagem que não sai da minha cabeça é a nossa saída triunfal do Mineirão, mais de uma hora depois do jogo e com um mar de verde cruzando o corredor feito pelos locais, que tiveram de deixar a emboscada para uma outra oportunidade.
Libertadores/2005, oitavas-de-final
Morumbi, São Paulo/SP
Na ida, 0 a 1 em casa. A classificação, improvável, seria disputada no Morumbi, e com apenas 10% dos ingressos para a gente. Não deu; levamos um 0 a 2 na etapa final, mas o que não sai da memória é a disposição da nossa torcida, que ocupou todo o seu espaço e chegou a cantar mais alto que a massa do outro lado. Antes e depois, o pau comeu e os guerreiros de verde seguramos a bronca no braço, como tem de ser. Mas o que importa mesmo é que o sentimento de superioridade pode vir mesmo depois de uma derrota assim, tão doída. É tudo uma questão de alma.
Libertadores/2006, oitavas-de-final
Morumbi, São Paulo/SP
Não dava nem para dizer que tínhamos um time. Era um amontoado de jogadores, sem qualquer organização. Nem técnico tínhamos, já que Leão fora demitido pouco antes, após um vexatório 1 a 6 em Florianópolis. Eis então que chegamos para enfrentar o SPFC, à época atual campeão, em total adversidade. Na ida, no Palestra, empate em 1 a 1, e o mais curioso é que deixamos o estádio cantando, enquanto a torcida visitante permanecia em um silêncio constrangedor. Na volta, no mesmo esquema do ano anterior, um Palmeiras esfacelado e ainda sem técnico arrancou um empate heróico: 1 a 1. Foi assim até os 40 minutos da etapa final, quando prevaleceu o infalível apito. Com direito a passe do sujeito que se diz juiz: ele desviou a bola no nosso ataque, armou o contra-ataque do adversário e foi inventar um pênalti do outro lado. Veio a eliminação, mas caímos de pé e cantando mais na casa do inimigo. Derrota à parte, é daquelas noites inesquecíveis para quem é torcedor de arquibancada.
Libertadores/2009, primeira fase
Ilha do Retiro, Recife/PE
A decisão chegou cedo demais. Depois de duas derrotas, uma delas inesperada, o Palmeiras joga o seu futuro na Libertadores diante do Sport lá em Recife. E o nosso espírito para o duelo de amanhã é o mesmo de todas as decisões anteriores.
Alguém pode dizer: “Mas você está misturando exemplos de vitórias e derrotas no mesmo texto, e isso enfraquece a sua argumentação”. Não enfraquece, e é fácil explicar. As batalhas acima não estão aí porque representativas de vitórias ou derrotas, de classificações ou eliminações, mas sim porque traduzem o sentimento do torcedor de arquibancada, aquele que vai ao estádio não para ver o jogo, mas para empurrar o time à mais improvável das conquistas.
A maioria simplesmente desistiria e ficaria em casa. Não é o nosso caso, e nós vamos atrás do time mesmo quando a derrota parece inevitável. Porque é exatamente nessas horas que prevalece o sentimento de que podemos buscar a classificação qualquer que seja a adversidade. De preferência, na casa do adversário.
Muitos de vocês, como eu, devem ter ido a todos os jogos acima, no Morumbi, no Rio, em BH. E alguns, os que pudermos, vamos também a Recife. É questão de honra, de ir para a guerra mesmo sabendo que o pior pode acontecer. Não importa.
É assim, com esse sentimento à frente, que vamos ao Nordeste para mais uma batalha, para mais uma noite de Libertadoes. O clima, criado por imbecis que não estão acostumados a decisões, é o pior possível. Não há de ser nada. Estamos prontos para tudo o que vier do nosso inimigo. Porque nós somos Palestra!
Só espero que os jogadores entrem em campo com o mesmo espírito. Com sangue nos olhos. Com disposição de rebater tudo o que vem sendo dito por pequenos canalhas. Com vontade de colocar grandes e pequenos em seus devidos lugares. Com a alma e o coração.
Que honrem a nossa história e a nossa tradição.
À batalha!
“A Taça Libertadores é obsessão
Tem que jogar com a alma e o coração”
***
Já adianto: com vitória ou com derrota, ficarei pelo Nordeste depois do jogo. Volto no sábado logo cedo para a primeira semifinal do Paulista, na Vila. Assim sendo, não estranhem se este blog ficar sem atualização por alguns dias. Não posso prometer nada.
16 comentários:
Belo, mui belo este post! Exceto pela ofensa aos canalhas, eles não podem ser comparados ao time dos passa-fome. Os canalhas têm dignidade!
Amanhã estaremos bem representados!
Abraço!!
Forza Palestra!!!
Luiz
Barneschi, esse post foi fantástico. Eu estive nas batalhas no Jd Leonor em 05 e 06, e saí de lá feliz por saber que o Palmeiras jogou de igual pra igual contra um time muito melhor e em condições extremamente adversas. Em 2006, ainda, teve o fator apito-rosa que nos atrapalhou. Mas, enfim, sem fugir do assunto: à epoca, poucas pessoas me entendiam... como eu poderia estar feliz, após a terceira eliminação de Libertadores pelos bambis? Mas eu estava feliz pelo jogo, pela batalha, e por eu estar presente.
Bom saber que outros tiveram o mesmo sentimento. Embora eu não seja tanto um torcedor de arquibancada quanto você (hoje sou frequentador de VISA por causa do conforto), tenho uma memória muito parecida com a sua desses confrontos.
Abraços!
Felipe
putz.. por esses posts e outros que eu acho esse o blog mais loko da MP... eu tava em 2000 nesses jogos e tb naqueles contra os bambis.. em 2006 o Edmundo perdeu um gol na cara!!! se ele faz!!!!
Parabéns e boa sorte em REcife...
Boa viagem Brneschi. Leia lá no Forza uma pequena homenagem aos que irão até lá. abraço.
Felipe:
Valeu, cara. É por aí mesmo: os imbecis não entendem a sensação de dever cumprido depois de uma derrota, o orgulho pela superação ou mesmo e o peito estufado por saber que lutamos dignamente. Não há o que pague isso. Valeu pelo comentário.
Só um detalhe: não tem essa de mais ou menos torcedor. Você pode ir no Visa hoje, mas tem o espírito de arquibancada. É o que importa!
Gui:
Valeu, cara. Obrigado mesmo.
Ademir:
Grande texto o seu. Já comentei lá no blog-xará, mas faço questão de deixar o link aqui também. Parabéns.
SENSACIONAL!!!!
boa viagem la mano....
Não fala em Celso Roth que o cara tá desempregado e o Vitor deve estar ouriçado...
em 99 vcs só ganharam pq o carlos germano tava machucado no segundo jogo e jogou o frangueiro do márcio.
nenhuma novidade.
Acho q o palmeiras pipoca hoje.
E vcs?
Belo post Barneschi, boa viagem cara.Hoje é o dia do Palmeiras ser PALMEIRAS!!
Como você disse: "Que honrem a nossa história e a nossa tradição"
E aos que tanto criticaram a Mancha, porque agora não elogiam depois da manifestação de apoio ontem??
Abraços a todos,
Mais um ótimo post, como sempre.
Sobre restringir os comentários, acho que demorou para você fazer isso. Tá na cara que existem alguns desocupados que criam diversos apelidos diferentes por medo de se identificar.
Hoje em dia quase todo mundo tem um conta de algum serviço do Google, não deverá afetar no ritmo dos comentários por aqui.
Boa viagem a todos que irão até Recife.
Boa viagem Rodrigo...e volte com a mala cheia.Cheia de idéias para os posts, cheia de gols e cheia de Verdão..
bjos
barey... o que caralho eh miocardite??? vc sabe??? eu to seofrendo dessa porra... e o medico não me permite nem assitir a porra do jogo pela televisão... nem escutar no radio ele deixa....
PUTA QUE PARIU!!!!
vou ver o que posso fazer... só que minha namorada que ia me ajudar a fugir, não vai mais....
fudeu....
o pior é que o HOSPITAL PORTUGUES é bem proximo da ILHA DO RETIRO... ou seja... vou escutar a torcida assim mesmo...
flws
FORZA PALESTRA E PST!
Gui, quem perdeu o gol na cara do goleiro de hóquei, em 2006, não foi o Edmundo, mas sim o maldito Washington. Aliás, ele tá no Sport agora, não é?
Gostaria de mandar um chupa pra putas do nordeste!!!
comentarios!!
Me da nojo escutar o pessoal falar que a torcida do Sport é uma torcida de alma... que alma;;;
A não ser no inicio do primeiro tempo soh ouvi a torcida do palmeiras... festa no chiqueiro, porco da minha vida...
E o que se ouvia das putas era um apito odiante de torcida de auditorio...
CHUPA PUTAS!!
Diego Souza e Marcos... monstros!!!
PALMEIRAS!!!!!!!!!
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