21 julho 2013

"El propio fútbol uruguayo"

























Notícias sobre o futebol argentino são raras na mídia esportiva, que prefere dedicar espaço a clubes artificiais da Europa e a campeonatos enfadonhos, que, via de regra, começam com dois ou três candidatos ao título. Mas aqui e ali os que acompanhamos os torneios da Argentina temos algumas boas fontes de informação - além das nativas, é claro.Do futebol uruguayo, no entanto, sabe-se muito pouco, quase nada. Apenas que o principal estádio de Montevideo é o Centenario, que o Peñarol tem cinco Libertadores, que o Nacional conquistou outras três, que a Celeste tem duas Copas e...

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... e há muito mais para saber, de forma que se faz necessário ir direto à fonte. O propósito deste post é indicar um livro, da editora PalabraSanta, que funciona como guia de iniciação deste universo. O nome é um tanto vago: "El propio fútbol uruguayo". O subtítulo se debruça melhor sobre o conteúdo: "Una guía ideal para comprender el fútbol más incomprensible del mundo".

O jornalista André Reyes entrega um retrato bem humorado da relação do uruguayo com o futebol, apresentando boa parte das temáticas necessárias para entender como funciona o esporte que é obsessão no menor país da América do Sul (estou desconsiderando aqueles três lá do alto que talvez nem sejam habitados).

O começo é um tanto prosaico, mas serve para apresentar ao leitor o espírito da narrativa: Reyes traz um guia prático para quem deseja compreender as regras do futebol. Por que isso é relevante? Bom, aí importa menos o conteúdo e mais a forma. A abordagem é, para dizer o mínimo, irônica. Como ao falar sobre a cobrança do escanteio:

"A la hora de tirar un córner, hay três escuelas. La primera y tradicional insiste em ejecutar los corners con las piernas correspondentes. Es deci: córner desde la punta derecha, ejecutado con la pierna derecha, y lo análogo para la izquierda.
(...)
La segunda invita a tirar los saques de esquina “con pierna cambiada”. Esto es, que los zurdos pateen desde la esquina derecha y viceversa. 

(...) 
La tercera variante, muy empleada por el futbolista Álvaro Recoba durante su dilatado pasaje por la selección uruguaya, consiste en tirar los corners cortitos y al primero palo, pontualmente em dirección a la cabeza de un defensa rival, para así permitir el contragolpe.”

Ou ao propor uma fórmula matemática que determina o tempo de desconto concedido pelos árbitros:

"Los partidos constan de dos tiempos de 45 minutos, separados por um intervalo de 15. Siempre y cuando el equipo más poderoso no tenga que ganar, en cuyo caso, el juego se demorará en terminar lo que sea necesario. Normalmente, el tiempo agregado (TA) será de 1 a 5 minutos por mitad, según la siguiente fórmula:
TA=Qt/2+Q1
con Qt igual a la cantidad de modificaciones realizadas y Q1 igual a la cantidad de jugadores lesionados retirados en camilla."

A seguir, somos apresentados àqueles que o autor reputa como os melhores jogadores que o país teve nas últimas décadas em cada posição. Lá estão Enzo Francescoli, Sosa, Forlán, Suárez, De Leon, Recoba ("símbolo de una generación perdedora del fútbol uruguayo"), Loco Abreu e alguns nomes menos conhecidos.

Reyes dedica um capítulo inteiro à Celeste (muito justo!) e a suas campanhas em Copas do Mundo e em Jogos Olímpicos, para então dedicar um outro aos principais clubes uruguayos (são poucos, mas cada qual tem lá a sua história para contar). É um descritivo breve, mas que nos permite entender quem é quem e eventualmente um pouco da geografia local. Há ainda relatos dos melhores clássicos entre Peñarol e Nacional e dos confrontos históricos entre Uruguay e Argentina e Uruguay e Brasil.

Os estádios também se fazem presentes (senti falta apenas de fotos - o livro não tem nenhuma, mas aqui elas se fariam mais necessárias), com uma avaliação bastante particular do próprio Reyes. Há um pouco da história de cada cancha, a capacidade, as principais características e, por fim, uma nota do autor. Vejam, por exemplo, como ele se refere à capacidade de público do Centenario: "fluctuante, supo ser de 80.000, ahora ronda las 60.000, calculamos que en en futuro seguirá bajando dado el crescimento promedio de las nalgas uruguayas". Ele aborda os tipos de comida e bebida vendidos em cada cancha: "Para quienes se han atrevido a probar, el café del Centenario es el peor del mundo". Que fique bem claro: discordo dessa última afirmação.

Há ainda, para fechar, um relato de todas as grandes conquistas de Nacional e Peñarol, um glossário de termos comumente usados por quem vive o futebol, um breve relato de outras importantes canchas pelo mundo (incluindo Pacaembu e Maracanã) e um prontuário dos periodistas uruguayos (para quem torcem, outras atividades, como se comportam, o erro mais lembrado etc.).

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Onde comprar:
Não tem versão em Português, só em Espanhol. Se for a Montevideo, você pode encontrar em qualquer livraria. Não sei se vai chegar ao Brasil (duvido), mas deve haver algum jeito de comprar pela internet. Pelo Mercado Livre talvez. Ou mesmo na Amazon.

12 comentários:

Anônimo disse...

ninguem aqui quer saber de futebol uruguaio

futebol falido, diga-se de passagem

aqui queremos saber de Palmeiras, estadios novos e futebol europeu

cara, tu é chato meu

ô, se toca

Bruno Bernardo disse...

Ao contrário do idiota "Anonimo" Rodrigo, queremos saber de futebol, seja qual for a nacionalidade. E é ótimo que você dê umas dicas de leitura, como você sempre costumou fazer.

adriel ribeiro disse...

anonimo, por que voce não enfia um espanador no seu rabo??

Unknown disse...

Sempre ótimas opções de leitura. O futebol brasileiro deveria ter uma literatura mais vasta.

cristiano disse...

O Brasil agora busca reforcos nos visinhos "hermanos" ... eu gosto disto, acho que os times brsileiros deviam ver tbm ate os campeonatos africanos, la tem otimos jogadores.

Anônimo disse...

Boa noite a todos, Rodrigo Barneschi, parabéns pela indicação, excelente leitura a quem busca subsídios em cultura sobre outras sociedades, que despontam em livre opção , pois ler sempre é importante, apesar de idiotas que visitam o blog com o intuito de descrever que a mãe teve orgasmos anais, quando tentou ter prazer, desta forma vamos ignorar este maldito idiota!
Claudio Longo !

Imortal disse...

Anônimo do primeiro comentário, seu imbecil, futebol falido sim, porém com alma, coisa que o "nosso" futebol brasileiro vendeu para os velhos acéfalos da fifa, não me venha com esse papo de querer saber somente sobre o seu time, essa história de só gostar do seu time e odiar o resto é piada, é totalmente possível ser fanático por uma equipe e ainda assim simpatizar com algumas outras.

Vinícius Andrade disse...

Cuidado Barneschi, esse anonimo tem fixação por você. ele deve ser bambi, quer dar pra você de qualquer jeito, hehehehe.....

César SEP disse...

Para que leu o livro "La Doce":

http://esportes.terra.com.br/futebol/confrontos-antes-de-amistoso-entre-san-lorenzo-e-boca-juniors-deixam-2-mortos,d819c494f7200410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

A disputa pela liderança da barra continua, junto com a história do livro. Novos capítulo serão escritos

Rafael-DF disse...

A editora Companhia das Letras relançou "Febre de Bola" do Nick Hornby. Fica a dica ai pra quem tava procurando por esse livro.

Justi disse...

Eu sei que não tem nada a ver com o tópico Barneschi, mas num tópico anterior eu comentei que o jogo entre Palmeiras e São Caetano podia ser em SBC, Os filhos da puta mandaram o jogo para Campo Grande.
http://www.campograndenews.com.br/esportes/palmeiras-e-sao-caetano-jogam-pela-serie-b-no-morenao-em-agosto

Anônimo disse...

futebol falido é esse do palmeiras viu anonimo...kkkkk