20 março 2008

A arapuca do Del Nero

O Painel FC de hoje traz:

No bolsoMarco Polo Del Nero orientou ontem o departamento jurídico da federação paulista a acionar torcidas organizadas na Justiça por prejuízos causados ao futebol do Estado nos últimos cinco anos. Apesar da complexidade do tema, o cartola crê ser possível produzir provas. É nisso que os advogados irão trabalhar a partir de agora. "Essas torcidas provocaram danos materiais. Muita gente deixou de ir aos estádios, com medo. Tivemos até danos morais", disse o dirigente. A estratégia é quebrar as torcidas com indenizações.


E ele conseguiu o que queria...


O esforço desmedido para levar para o interior o clássico entre Palmeiras e SPFC rendeu a Marco Polo Del Nero mais do que o esperado. De uma só vez, sem muita repercussão, duas torcidas organizadas estão banidas dos estádios de SP. Não contente, o inimigo número um do torcedor paulistano ainda quer arrancar dinheiro de quem já é tão vilipendiado por seu comportamento elitista e reacionário.

É claro que a confusão entre Mancha e TTI não poderia passar impune. Houve quase uma batalha entre linhas de frente das organizadas, mais grave até do que noticiou a imprensa, sem muita culpa desta vez, a não ser por todo o histórico de mau jornalismo praticado ao longo das últimas duas décadas.

O que fica sem explicação, em um amplo terreno para as manobras obscuras do presidente da FPF, é o que levou ao quase confronto entre as torcidas dentro do estádio Santa Cruz.

A começar pela enorme resistência em fazer o jogo na nossa casa, o Palestra Itália, um estádio em que o trabalho da PM seria facilitado por uma série de fatores.

E aí temos a postura da TTI, que parecia agir sob encomenda para provocar aquilo tudo. Não posso acusar, mas foi a impressão que eu tive no momento em que eles chegaram ao campo, já com o jogo em andamento. Muito, muito estranho.

Não mais estranho do que esta informação, que ficou escondida em um canto de página da FSP de ontem:

Às 19h da sexta que antecedeu a partida, a PM tentou cancelar o jogo - todos os ingressos tinham sido vendidos. "Ficamos em uma situação delicada. Por um lado, o risco de autorizar a partida. Por outro, a reação de quase 30 mil pessoas insatisfeitas com o cancelamento do jogo", afirmou Sebastião Sérgio da Silveira, promotor da Cidadania de Ribeirão Preto, que disse ter recebido aval do major Salvador Loureiro Júnior para autorizar o jogo.


Como é que é?

Os bravos, valorosos e destemidos homens da PM queriam cancelar o jogo dois dias antes?

Por que motivo?

Ninguém explica, mas, em se tratando de PM, tal decisão só se justifica se houver a constatação de que o campo não oferecia segurança para o clássico. Seria o tal "risco de autorizar a partida"?

Como a opinião pública está toda contra nós, Del Nero e sua corja poderão fazer o que bem quiserem.
Aliás, já fizeram.

Armaram a cilada.

E nós caímos.
É hora de voltar aos anos de clandestinidade.

De ser caçado por usar um boné proibido.


Pensando bem, eu tenho até saudade desse tempo em que não tínhamos acordo com essa gente. E, vejam só, não mais seremos obrigados a freqüentar a jaula que construíram para nós...

12 comentários:

Anônimo disse...

eh foda...

Anônimo disse...

mas a MV nao se ligou que era emboscada, mano?

não podia dar essa brecha pra FPF

Rodrigo Barneschi disse...

E veja a que ponto chegamos. Já estão tratando Paulista x Palmeiras como um jogo de risco. Parece até aquele de Araras, com a escolta de helicópteros, lembram?


PM prepara esquema especial para Paulista x Palmeiras

São Paulo (SP) - A Policia Militar de Jundiaí está atenta para que nenhuma confusão envolvendo as torcidas de Paulista e Palmeiras aconteça no próximo sábado, dia do encontro entre as equipes, marcado para às 18h10 no estádio Jaime Cintra.
A primeira providência é encerrar a venda dos ingressos quatro horas antes do início da partida, ou seja, às 14h10. A medida será tomada por iniciativa do administrador do estádio, João Alexandre Ribeiro, em conjunto com a PM.

Além do fechamento antecipado dos guichês, a direção do Paulista adotou novas medidas, como a proibição da entrada de menores de cinco anos no estádio e a necessidade de acompanhantes para crianças que tiverem entre seis e 12 anos.

Estão proibidos também os torcedores que carregarem rádios portáteis com pilhas avulsas e guarda-chuvas com pontas ou trajados com camisas de outros clubes que não sejam Paulista e Palmeiras.

Por causa do grande volume de pessoas que é esperado para assistir Paulista x Palmeiras, a PM informa que vai fechar todo o entorno do estádio, permitindo o acesso ao local somente aos veículos de imprensa e de pessoas que tiverem o ingresso em mãos.

Anônimo disse...

O galinho da Japi e o porco agora fazem jogo de risco... nem radinho de pilha vai entrar...
Proibição para crianças de cinco anos!!!
É, Palestrino...
Já já vão colocar plaquinha na porta dos estádios "Favor deixar aqui sua alma. Entrada somente para carcaças"

E os *#* da t-t-inconseqüente foram pagos sim. Ah, foram.

E dá-lhe corja imunda...

Rodrigo Barneschi disse...

Além de tudo isso, meu caro, eu gostaria de saber quem foi o filho da puta que determinou que não vender ingressos na hora do jogo reduz brigas. Você se lembra de algum incidente registrado em estádios devido à venda de ingressos na hora do jogo? Não, eles normalmente ocorrem nas vendas antecipadas...

Craudio disse...

Minha opinião vem sendo radical desde muito tempo e ela é, literalmente, o seu último parágrafo.

De que adianta poder ter faixa, pano, e instrumento se eles limitam a entrada na arquibancada? Esvaziemoms o setor de cadastrados, expulsemos os zicas da arquibancada e tomemos o lugar que nos é de direito...

Rodrigo Barneschi disse...

O foda, japonês, é que no nosso caso, o nosso espaço da arquibancada do Palestra já foi tomado pelo Setor Visa.

Mas eu defendo isso também: deixemos de lado camisas, faixas, bandeirões etc. O mais importante é poder gritar o amor pelo time.

Que se foda o Del Nero!

Anônimo disse...

Fora a fila ostensiva e mal-feita, a inoperância dos serviçais de bilheteria, os cambistas e a puliça que dá borrachada em quem grita "INGRESSO!!", nunca vi briga começar na fila da bilheteria na hora do jogo.
O filho da puta que determinou esta bazófia, portanto, disse o que quis e nada além disso. O foda foi todo mundo comprar essa idéia fraca.

Agora, eu acho perigoso isso de deixar de lado bateria, e afins.
Acho que foi assim que conseguiram trazer mais gordura pra um espaço onde não se pára os noventa minutos.
E mais: se com o surdo neguinho já perde tempo, ritmo e tudo o mais, com as palminhas de festa de aniversário a coisa desanda, nós bem sabemos disso.

Sou mais invadirem, os que são Arquibancada, o setor da jaula.

Rodrigo Barneschi disse...

Velho, eu concordo com a sua opinião e com os perigos de abandonar tudo aquilo que nos torna torcedores organizados, mas o meu principal inconformismo é com o fato de estes filhos da puta pensarem que estamos sob controle porque temos esse acordo. E aí eles imaginam que podem fazer o que bem entenderem, submetendo-nos à censura e a certas regras idiotas. Se for assim, é melhor ficar contra eles.

Rodrigo Barneschi disse...

Ah, e veja só o papo que rolou na quarta-feira da outra semana, dia de Palmeiras 2 x 1 Ponte Preta. Um mancha (sem uniforme, pois veio direto do trabalho, com calça social e camisa) chega com o seu Cartão do Torcedor, da FPF, e se dirige à entrada destinada à nossa jaula. Exibe o cartão ao coxinha, que manda a resposta:

"Mas este aqui é o setor das torcidas uniformizadas".

"Eu sei. Por isso estou aqui e te apresentei a carteirinha. Não está certo?"

"Mas este é o setor das torcidas uniformizadas e você não está uniformizado".

Dá pra acreditar? O coxinha queria impedir o cara de entrar só porque ele não estava com o uniforme da torcida. Não é pra bater num filho da puta desses?

Anônimo disse...

ACHO QUE EH GHORA DE CANTAR DE NOVO


PODE CHAMAR A PM E ME MANDAR EMBORA.... EYU VOU FICA BRIGANDO DO LADO DE FORA

OOOOOO MANCHA VERDE EH O TERROR

Craudio disse...

Então, eu sou contra voltar nesses termos porque é sinal de submissão.

Em tempo: a geração aniversário (que bate palmas e atravessa toda música) nasceu exatamente com o fim da bateria. E isso é um processo irreversível a meu ver.