01 julho 2008

FORA BWA, parte 1

Se você freqüenta estádios aqui em São Paulo, deve saber o que é a BWA. E deve também ter a pior impressão possível sobre a empresa dos irmãos Balsimelli, que, ironicamente, mantém negócios com os grandes clubes paulistanos sob a marca Ingresso Fácil.

Fácil?! Parece piada...

Já estou há tempos para iniciar a série FORA BWA, e penso que este é um bom momento. A idéia é reunir informações, denúncias e depoimentos que atestem a inaptidão dos caras. E não devemos ficar apenas na incapacidade de exercer a sua atividade; a idoneidade da BWA também está em jogo.

Recentemente, a Polícia Civil desvendou um esquema de falsificação de ingressos no Rio e em Curitiba. A BWA se eximiu de qualquer responsabilidade, mas o secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, foi contundente: "As investigações foram concluídas. Está claro que a empresa está envolvida no caso".

O mesmo acontece agora, quando a empresa se vê em maus lençóis depois das confusões ocorridas na venda de bilhetes para a final da Copa Libertadores da América.

Duas coisas me incomodam mais: 1. que a imprensa, mesmo a sua parcela mais combativa, não tenha ainda colocado o dedo na ferida, mostrando que os problemas na venda de ingressos têm origem na completa inaptidão da BWA; 2. que os maiores clubes do país mantenham negócios com esta corja.

Sei que a relevância deste blog é bastante reduzida, mas farei o que for possível para que um dia o Palmeiras faça como o Botafogo de Bebeto de Freitas, que rescindiu contrato com a BWA e seguiu para a TicketMaster (não que seja uma maravilha, mas...). O exemplo deveria ser seguido por todos os outros clubes grandes.


O espaço aqui está aberto para todos os que puderem ajudar nesta batalha. Começamos com o relato do Teo, palestrino de arquibancada. Ele fala sobre os fatos ocorridos no último domingo, apenas mais uma entre as tantas demonstrações de incompetência da BWA:


BWA & SEP: um casamento maldito

É repetitivo e a repetição chega a ser irritante. Há muito tempo, muita gente fala nisso. Acontece que que ontem, passou de qualquer limite aceitável. Estádio com capacidade oficial para cerca de 25 mil pessoas (já vi jogo no Palestra com 39 mil pessoas, e não tinha a arquibancada nova e nem aquela emenda com a numerada descoberta - ok, até aqui, coisas da PM) e uma tarde/noite com público pagante de 15 mil. Preço do ingresso: R$ 30,00, o mais caro do Brasil.

Diante desse cenário, gostaria de saber se alguém responsável pelo setor de arrecadação já tem em mãos um relatório/dossiê sobre a operação da venda de ingressos de SE Palmeiras x EC Náutico Capibaribe? Quem do Palmeiras pode cobrar isso da BWA, já que lá no clube a única coisa que dizem é: "quem vende os ingressos é a BWA"?

Pois bem, nesse relatório deveria constar, obrigatoriamente:
1) Qual horário as bilheterias abriram;
2) Quantos guichês operaram;
3) Se os ingressos eram impressos na hora, ou se havia uma carga pré-impressa;
4) Qual o tempo médio de venda de cada bilhete;

Agora pensando macro e falando sobre o contrato entre as partes, surgem outras dúvidas:
1) Qual a duração?
2) Qual o valor da multa de rescisão?
3) Pode ser rescindido unilateralmente pelo Palmeiras, em função da péssima qualidade dos serviços prestados?
4) O Palmeiras deve algum valor à BWA em função de adiantamento de receita feito pela empresa?

Bem, talvez eu não tenha direito a esses questionamentos, muito menos a ter acesso a essas informações. Coisa pra gente grande (né, Sr. Ebem)? Então, como um singelo associado do clube (cerca de 04 anos) e um humilde torcedor (entre 700 a 800 jogos no cimento da arquibancada, pagando TODOS os ingressos), fica o meu desabafo diante de uma cena que de tão freqüente e corriqueira passou a ser tolerada e encarada como...normal. Refiro-me ao caótico movimento para a venda de ingressos no Estádio Palestra Itália, em todos os jogos do Palmeiras, independentemente do público apresentado. Não, não vou falar aqui de finais de campeonato, esses jogos são fora da curva.

Parece-me que a TV Gazeta apurou que, nesse domingo, o último torcedor conseguiu entrar no estádio aos 31mins do segundo tempo. Que tenha sido um pouco antes. Era de comover a fila de palmeirenses (inúmeras crianças) na porta do Palestra às 18hs. E também a de associados (cerca de 40, eu fotografei), dentro do Clube, onde havia um único guichê. Ah, e ninguém sabia onde o sócio-torcedor do Onda Verde poderia adquirir o seu ingresso com a exclusividade prometida na venda do programa.

Querem mais?

- Às 16h30, a bilheteria de associados não tinha ingresso disponível para entrar pela Turiassu (detalhe, pra quem não conhece: o guichê fica a 10 metros da entrada, mas eles acham bacana que você compre e vá até a Av. Francisco Matarazzo).
- Às 18h30, não tinha ingresso de estudante na bilheteria de associados. Fui orientado a aguardar. Ué, já tinha 10 minutos de jogo.
- Às 18h20 fecharam o acesso dos associados ao Estádio. Comprei o ingresso e precisei sair do Clube pra entrar (ó raios, será que o trrator está no gramado?)

Chega, né? Não dá vontade de desistir? Mas fica a esperança de dias melhores, pois o torcedor palmeirense merece muito, mas muito mais respeito e também porque ainda tem gente lá dentro em que dá pra se acreditar.

Teo (Marco Bressan)

13 comentários:

Teo disse...

Boa Barneschi, enviei pra diretoria do Palmeiras.

Tenho esperança de que seremos ouvidos, não é possível que essa situação continue.

Abs

Ademir Castellari disse...

Caro Barneschi. Todo o meu apoio. Não vou nem comentar sobre os meus problemas no Palestra. Vou somente dizer que no jogo contra a Lusa, ao comprar o ingresso, que pedi fosse tobogã, pois lá estariam meus amigos, recebi um de outra coloração, que só fui perceber na entrada. O que mais me estrabhou foi que ao apresentar o ingresso, e o bilheteiro me dizer que alí não era minha entrada, o problema foi facilmente resolvido: outro bilheteiro me 'liberou' a catraca. Isso mesmo, entrei sem que meu ingresso fosse passado pela catraca. Ou seja, sei lá o que foi feito com meu ingresso. Se ele voltou para venda? Se ele foi computado naquele público maravilhoso de 6.000 pessoas etc. Se reclamei? Não. O jogo já estava no início. Errei? Sim. Mas, eu queria apenas ver um jogo de futebol de meu time. Abraço.

pedro disse...

É isso aí. Acabei de trocar mensagens com você sobre os dez minutos. E este tema esta intimamente ligado àquele.

Eu atualmente só vou de VISA. Porque sou fresco? Não. Porque um tratamento descente ao comprar ingressos é o mínimo que exijo. Acho que temos que fazer uma campanha para popularizar esse sistema para o estádio inteiro. Não precisa ser cartão de crédito, pode ser um cartão de fidelidade. Qualquer casas bahia tem disso. Pode até ser pré pago. O que importa é acesso a internet. Todo mundo tem, via lan house, não é coisa de rico. E quem não tem, pode usar os terminais, no setor VISA é assim. Isso acaba com os cambistas.

Pedro.

Rodrigo Barneschi disse...

Pedro:
Concordo. Chega de BWA!

Ademir:
Temos novidades sobre aquele público de 6 mil pagantes no Pacaembu. Estou com um post pronto sobre isso. Consegui desovar várias coisas no domingo à noite, depois de voltar do jogo. Publico durante a semana para não acumular tudo.

Abraços

Cruz de Savóia disse...

Velho, de minha parte posso dizer que irei linkando essas denúncias para fazer o maior barulho possível. Conte comigo!

Anônimo disse...

Tô contigo e não abro!

Enquanto especialistas defendem que a compra de ingressos não pode ser feita em dia de jogo, esquecem-se (prefiro acreditar nisso) de analisar como é feita a venda de ingressos, assim como, o porquê de 3 bilheterias para 10000, ou de entender como um sistema que impede que um irmão compre para o outro ingresso de meia entrada, permite que algumas pessoas tenham em mãos metade da carga de estudantes, enfim, são perguntas que ficam no ar, ou somos um bando de malucos adeptos de todo tipo de teoria da conspiração e enxergamos demais, ou tem muita gente por aí que deveria visitar o oculista.

Júnior disse...

Essa notícia saiu hoje, no http://alemdojogo.com/

"Dois conselheiros do Palmeiras têm participação ativa em episódios relativos a ingressos

O conselheiro Gilto Avalone comprou dois ingressos, para ele e a mulher na bilheteria do estádio . Quando foi passar pela catraca, verificou-se que um deles era falso. O caso aconteceu no último domingo.

O conselheiro Fernando Ceciliano Neto, conhecido como Pica-pau, corre risco de ser expulso do clube. O conselheiro foi detido pela polícia às vésperas do segundo jogo da final do Paulista agindo como cambista. O caso será julgado pelo Conselho Deliberativo.

Para completar o pacote, a BWA, empresa que fornece ingressos para o Palmeiras, não terá renovado seu contrato, que termina no final do ano."

Essa vergonha tem que acabar!

Abraços!!!

Catedral de Luz disse...

Forza:

Parabéns pelo texto. São verdades indesmentíveis!

Assistir um jogo de futebol, hoje, chega a ser "Odisséia". Ou você chega 4 horas antes (entrando a tempo de assistir 90 minutos - quando dá sorte, é claro!), ou volta para casa.

A continuar assim, prefiro assistir em casa.

"Construir para poder conquistar! Acreditar sempre!"

Rodrigo Barneschi disse...

Júnior,

Obrigado por esse trecho da notícia:

"Para completar o pacote, a BWA, empresa que fornece ingressos para o Palmeiras, não terá renovado seu contrato, que termina no final do ano."

Temos, portanto, um ponto final decretado. O que não me impede de continuar com a série.

Abraços

Anônimo disse...

E quantas vezes não comprei ingresso com a carteirinha da federação e a moçinha da bilheteria tentou me empurrar a arquibancada verde??
Isso acontece toda vez que eu vou ali no Pacaembu.
Aconteceu anteontem de novo. E é a MESMA moçinha.
Falei pra ela: "é de propósito que você sempre erra comigo?", num tom jocoso até demais para tal ocorrência.

A mina engasgou.
Acho que de vergonha.
Não respondeu minha pergunta.
Solicitou, apenas, novamente, a carteirinha e o RG.

Refez o ingresso, eu conferi - CONFIRAM SEMPRE - e falei muito obrigado até a próxima tchau.

Minha velha conhecida...

FORA INGREÇO FÁÇIL

Craudio disse...

Tudo o que eu diria está ai no post. Realmente, não dá pra entender essa subserviência dos clubes.

Que todos tenham a coragem de romper com essa merda de BWA, há anos prejudicando o torcedor.

Só incluo uma coisa: a volta dos bilhetes de papel! Essa merda de cartão de plástico é ridículo! E que os clubes detenham total exclusividade na confecção e venda das entradas. Porque aí, se houver esquema como esses daí, dá para responsabilizar alguém judicialmente, ao contrário do jogo de empurra que existe hoje.

pedro disse...

Não sei o que o Craudio aí de cima tem contra o plastico.

Minha vida no ônibus melhorou muito quando substituiram os horrendos vale transporte pelo bilhete único. Ou seja, trocaram papel por plástico e quem saiu no lucro fui eu, usuário.

E assim também com os cartões. Ou alguém prefere preencher cheques?

O problema não é o plástico mas o uso que se faz com ele. Para o que o pessoal tem feito concordo que papel é melhor. Pelo menos é mais higiênico.

Pedro.

Craudio disse...

Pedro, você colecionava as entradas de papel? Pois eu sim. E elas são muito melhores de se guardar, além de mais bonitas.

Fora isso, é muito mais difícil falsificar ingresso de papel. E outra meu caro: uma coisa é cartão com chip, outra é cartão magnético, a coisa mais fácil de se falsificar...